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07. LICITAÇÃO

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03 de junho de 2009
LICITAÇÃO
CONCEITO
	Licitação é um procedimento administrativo. A licitação fundamenta, isto é, legitima a celebração de um contrato administrativo. Na licitação, os requisitos, os elementos que são exigidos, são todos voltados para a elaboração de um contrato administrativo.
OBJETIVOS DA LICITAÇÃO
Legitimação e fundamentação do contrato administrativo;
Art. 2o, lei 8666/1993 - As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Escolha da melhor proposta para a Administração;
Não significa que será escolhida a proposta mais barata. Deverá ser a proposta mais vantajosa para a Administração. Poderá ser mais vantajosa quanto à técnica, ou ao preço, ou até mesmo quanto à técnica e ao preço.
Dar oportunidade a todos para contratar com a Administração, com base no princípio da isonomia/impessoalidade;
Deste modo, a Administração proporciona que qualquer pessoa/ empresa possa participar da licitação, desde que preencha os requisitos e condições para que entre no procedimento. Desta forma, evita qualquer favoritismo, de forma que contrate apenas as mesmas pessoas.
Este é um dos objetivos, e um dos princípios de maior incidência em concursos da fundação Carlos Chagas.
Art. 3o, lei 8666/1993 - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia (objetivo) e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração (objetivo) e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo (princípios específicos da licitação) e dos que lhes são correlatos. (...)
PESSOAS JURÍDICAS OBRIGADAS A LICITAR
Art. 1o, lei 8666/1993 - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista (administração indireta com a ressalva do art. 173, §1º, CF) e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Pessoas jurídicas da administração direta
São englobadas neste grupo a União, os estados-membros, os municípios e o Distrito Federal.
Pessoas jurídicas da administração indireta
As autarquias e as fundações de direito público, por obedecerem ao regime público, são obrigadas a licitar, segundo a lei 8666/1993. 
Já as empresas públicas e as sociedades de economia mista poderão ser da espécie de empresas/sociedades prestadoras de serviço público ou da espécie exploradoras da atividade econômica. 
As prestadoras de serviço público são obrigadas a licitar segundo a lei 8666/1993, não há discussão sobre isso, já que seu regime se aproxima muito ao regime de direito público. 
Mas, no caso de serem exploradoras de atividades econômicas, segundo o art. 173, §1º, III, CF, poderão elas ter estatuto próprio que regulará sua forma de licitação e contratação. Mas, enquanto esta lei não for criada, estarão elas sujeitas à norma geral, com obrigação de licitar segundo a lei 8666/1993.
Art. 173, CF
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...)
Fundos especiais
O fundo especial possui finalidade assistencial e servirá para restringir e reservar determinados recursos para que seja implementado um determinado objetivo. Poderá ser constituído como: 
Órgão da administração direta;
Se a administração direta já está na lista do parágrafo único do art. 1º, 8666/1993, por conseqüência, já seria este órgão obrigado a licitar, sem que houvesse menção expressa do “fundo especial” no rol.
Fundação pública da administração indireta;
Novamente, não precisaria vir o “fundo especial” como instituição em separado na lei; necessariamente terá de fazer a licitação, como as suas fundações congêneres.
Código orçamentário.
Neste caso o fundo especial é criado como uma marcação no orçamento, para que seja destinado o recurso a uma finalidade assistencial específica. Se ele é apenas uma marca, um código, por óbvio não é uma instituição que conseguirá fazer a licitação. Não é um ente físico.
Demais entes controlados direta ou indiretamente pelo poder público.
São exemplos deste grupo os entes de cooperação, também chamados de entes paraestatais: as organizações sociais (OS), as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), serviços sociais autônomos (sistema “S”).
Como são entes controlados pelo Tribunal de Contas (por receberem recursos orçamentários), por sofrerem também a fiscalização da Administração, mesmo que direta ou indiretamente, obrigatoriamente precisarão estabelecer seus contratos através das regras de licitação.
COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE LICITAÇÕES E CONTRATOS
NORMAS GERAIS
Art. 22, CF - Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (…)
	A competência para legislar sobre normas gerais é da União, privativamente. A competência privativa da União poderá ser delegada. Ao final do artigo 22, CF há disposição sobre a delegação e os requisitos para que ela seja efetuada:
Art. 22, CF
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
	Normas gerais editadas pela União; como exemplos deste exercício de competência, estão as seguintes leis: lei 8666/1993 (lei geral de licitações e contratos); lei 10. 520 (lei do pregão); lei 8987/1995 (concessões e permissões); lei 11.079/2004 (parceria público-privada); etc.
	Estas leis listadas acima são leis de âmbito nacional, já que são aplicadas a todos os entes, a todo o território nacional. Esta é a regra, pois existem alguns tópicos destas normas gerais que dirão respeito apenas às questões federais.
NORMAS ESPECÍFICAS
	A União, os estados-membros, os municípios e o Distrito Federal poderão legislar, editando normas específicas sobre licitação que valerão apenas para seus correspondentes territórios e administrações. 
Neste caso, a lei da União será considerada como uma lei federal; dos estados serão leis estaduais; os municípios elaborarão leis municipais e por fim, o Distrito Federal elaborará suas leis distritais.
	Lei de licitações do estado da Bahia
	A lei 9433/2005 é a lei do estado da Bahia que versa sobre licitações e contratos. Esta lei inverte todos os procedimentos dispostos na leicom normas gerais, isto é, quando confrontada com a norma da lei 8666/1993. Ela associa todos os procedimentos como se fosse o procedimento pregão para acelerar as licitações do estado-membro.
	Pode esta lei baiana inverter este procedimento, mesmo em sendo uma norma específica? Ou trata esta lei de normas gerais que a Bahia não poderia legislar? Muitas críticas e discussões surgiram. Professora Fernanda Marinela diz que comprovadamente esta lei representa economia e agilidade para os procedimentos de licitação da Administração deste Estado. Esta inversão se mostrou muito econômica e serviu como inspiração para a modificação e alteração da lei 8666/1993.
	Esta inversão já começou a aparecer nas leis federais, especialmente nas leis 8987/1995 e na lei 11.079/2004, em que há a possibilidade de concorrência invertida, como se fosse o procedimento do pregão.
LEI 8666/1993 – NORMA FEDERAL OU NACIONAL?
Especialmente a lei 8666/1993 é de norma âmbito federal ou de âmbito nacional? Esta matéria foi levada ao Supremo Tribunal Federal através da ADI 927. Foram discutidas algumas alíneas do art. 17, que trata da alienação de bens públicos, da lei 8666/1993. Supremo entende que, a lei 8666/1993 possui normas gerais e nestes pontos, será considerada como norma de âmbito nacional. 
Mas, neste artigo 17, há disposição sobre uma norma específica elaborada pela União, representando uma lei federal, servindo a norma somente para ela. Desta forma, o STF faz uma interpretação conforme a Constituição deste art. 17, da lei 8666/1993; se for interpretado desta forma será considerado como um dispositivo constitucional.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. LICITAÇÃO. CONTRATAÇÃO ADMINISTRATIVA. Lei n. 8.666, de 21.06.93. I. - Interpretação conforme dada ao art. 17, I, "b" (doação de bem imóvel) e art. 17, II, "b" (permuta de bem movel), para esclarecer que a vedação tem aplicação no âmbito da União Federal, apenas. Identico entendimento em relação ao art. 17, I, "c" e par. 1. do art. 17. Vencido o Relator, nesta parte. II. - Cautelar deferida, em parte. (ADI 927 MC, Relator(a):  Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgado em 03/11/1993, DJ 11-11-1994 PP-30635 EMENT VOL-01766-01 PP-00039). 
Com esta ressalva do Supremo, o legislador vem tomando mais cuidado na edição das leis que tratam de licitações e contratos administrativos. Por exemplo, na lei 11.079/2004, sobre as parcerias público-privadas, houve o cuidado de se separar quais normas são gerais e quais normas são específicas da União.
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS À LICITAÇÃO
	O procedimento licitatório envolve e está sujeito a todos os princípios gerais e administrativos anteriormente estudados. Mas, existem também alguns princípios específicos administrativos e próprios da licitação.
Art. 3o, lei 8666/1993 - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (...)
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO
	O instrumento convocatório é o edital ou a carta-convite (quando a modalidade de licitação for o convite). Tudo o que for importante ou que seja relevante para a licitação/contrato deverá estar previsto no edital/convite.
	O edital é a lei da licitação. Esta afirmação expõe a forma de concretização deste princípio.
	Questão: uma determinada empresa não participa de licitação uma por não possuir um dos requisitos ali exigidos. Quando a Administração verifica que nenhuma das empresas participantes preencheu aquele requisito, a Comissão, em nome da supremacia do interesse público e da celeridade dos atos, o dispensa de última hora. 
Foi uma decisão acertada da comissão de licitação a liberação de um dos requisitos previstos no edital por ninguém preenchê-lo? NÃO. Não pode exigir a Administração nem mais e nem menos do que está previsto no edital. Nenhum requisito poderá ser liberado. Deverá fazer um novo instrumento convocatório, havendo nova licitação para que as empresas que ficaram de fora puderem participar.
Os participantes deverão fazer a leitura total do edital, porque haverá um momento apenas para ser impugnado o que entenderem estar em desacordo. A interposição dos recursos será realizada apenas depois do início da vigência do edital, não haverá outro momento para questionamento.
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO
	O critério de seleção/de julgamento deve estar previsto de forma clara e precisa no edital. Deve-se definir desta forma o tipo de licitação. Atenção: concorrência, tomada de preço, convite são modalidades de licitação e não tipos de licitação.
	Quais são os tipos de licitação? Poderá a licitação ser do tipo técnica, tipo preço ou do tipo técnica e preço (art. 45, lei 8666/1993).
	E se houver um licitante que tem a melhor técnica e outro licitante que tem o melhor preço, qual será escolhido em uma licitação do tipo técnica e preço? Sempre deverá haver no contrato a disposição sobre o desempate, já que a lei o faz no art. 3º, §2º e no art. 45, §2º.
Art. 45, 8666/1993 -  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienção de bens ou concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o  No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.
§ 3o  No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o  Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo  2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o  É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo. 
§ 6o  Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.  (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
	Se a Administração diz que quer uma técnica específica, ou que quer melhor qualidade do produto ou que quer parcelamento, deverá fazer a previsão anteriormente, disposta no edital. 
Se os elementos não estão no edital, eles não poderão ser utilizados como critério de seleção entre as empresas licitantes. Não adianta nada uma empresa licitante aparecer com novos elementos claramente vantajosos para a Administração, mas sem qualquer previsão no edital. A escolha de uma empresa quetraga estes elementos adicionais não previstos no edital não obedece aos princípios da vinculação ao edital e do julgamento objetivo da licitação.
SIGILO DAS PROPOSTAS
Art. 3º, lei 8666/1993
§ 3o  A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
	Qual é a modalidade de licitação que não tem sigilo de proposta? É a modalidade de LEILÃO que não possui sigilo de proposta, pois os lances são verbais, com suas propostas abertas. Não é na modalidade de pregão que não possui sigilo, pois nele existe o sigilo da proposta na primeira etapa, com envelopes lacrados e depois serão feitas as propostas, em segunda etapa, de forma oral.
	E se houver violação do sigilo de proposta por estar o presidente da comissão de licitação envolvido com um dos licitantes? A fraude a este sigilo ensejará a configuração de ato de improbidade administrativa e também será considerado como crime, previsto da própria lei de licitações.
Art. 11, lei 8249/1992 - Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
(...)
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo; (...)
Art. 94, lei 8666/1993 -  Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa. 
	Os envelopes devem ser entregues lacrados e o licitante não deverá contar sua proposta para ninguém. O conteúdo das propostas somente será conhecido no momento da abertura dos envelopes, na sessão pública que será marcada e designada para que os envelopes sejam abertos e conferidas as propostas.
	Os pactos, as combinações que fazem as empresas licitantes para frustrar o procedimento de licitação também se configuram em crimes, como fraude à licitação, e também como atos de improbidade administrativa.
FORMALIDADE DA LICITAÇÃO
Art. 4º, lei 8666/1993 - Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
	A licitação é ato formal ou informal? É claramente um procedimento formal. O STJ possui muitas decisões que expõem o entendimento de que a licitação deve obedecer a um procedimento formal. Mas, ele deverá ser composto de formalidades necessárias que se não forem observadas acarretarão prejuízos. E não deverão ser realizadas apenas formalidades por formalidades, configurando pura burocracia e entraves ao procedimento (tamanho de letra da proposta, cor de envelope, tipo de papel, etc.).
	Pode a comissão de licitação misturar os procedimentos da lei? O administrador não poderá criar uma nova fase, misturar os procedimentos ou suprimir uma fase já existente. Quem indica a modalidade e o procedimento é a lei, sendo desta forma o procedimento formal, com obediência à legalidade, conforme exposto na lei e no parágrafo único do art. 4º.
CONTRATAÇÃO DIRETA
CONCEITO
	A contratação direta ocorre sem que seja realizada a licitação. Para que esta contratação direta aconteça, deverá ser observado um procedimento administrativo, chamado de procedimento de justificação, tomando lugar do procedimento licitatório, previsto no artigo 26 da lei 8666/1993.
PROCEDIMENTO DE JUSTIFICAÇÃO
	Este procedimento de justificação é muito importante, pois abarca as exceções, dispondo os momentos em que a Administração e os outros entes não farão a licitação. O Tribunal de Contas fiscaliza bastante este procedimento de justificação.
Art. 26, lei 8666/1993 - As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas (procedimento de justificação), e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
Parágrafo único.  O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.  (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
HIPÓTESES DE DISPENSA 
	A contratação será feita diretamente, verificada a dispensa de licitação, em situações em que a competição é viável, é possível, mas a lei libera, isto é, a lei faz a dispensa desta obrigação.
	Existem duas modalidades de dispensa de licitação:
Licitação dispensada
A licitação é possível, é viável, e o legislador libera o administrador da tarefa de licitar, obrigatoriamente. O procedimento da licitação está dispensado automaticamente, sem qualquer discricionariedade do administrador. Ele é vinculado à dispensa.
Exemplo: as licitações estão dispensadas nas hipóteses de alienação de bens públicos do art. 17, lei 8666/1993. Por ter muitas mudanças, este artigo não cai muito em provas de concurso.
Art. 17, lei 8666/1993 -  A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: 
a) dação em pagamento; (...)
 
Licitação dispensável
Significa que deverá haver uma decisão discricionária do administrador, isto é, o legislador tem liberdade para dispensar a licitação ou não, mediante a possibilidade de que ela seja feita.
Exemplo: existem hipóteses de licitações que poderão ser dispensáveis dentro do artigo 24, da lei 8666/1993. Este artigo cai muito em provas de concurso.
Seja no artigo 17, seja no artigo 24, da lei 8666/1993, trazem estes artigos um rol de dispensas taxativo. A dispensabilidade ou a dispensa dependerá somente da vontade do legislador. Não poderá haver dispensa da licitação por vontade do administrador.
Art. 24, lei 8666/1993 -  É dispensável a licitação:
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
	Analisado o inciso logo abaixo, em um contra esquemático sobre o valor correlacionado à modalidade de licitação que será adotada.
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
	Este inciso também é analisado no contexto do artigo 23, da lei 8666/1993, quando analisado o valor e a sua correlação com a modalidade de licitação adotada.
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízoou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
Contrato emergencial
O contrato emergencial é um grande problema dentro da Administração, já que muitas vezes a necessidade e a emergência são criadas pelo próprio administrador. Um mau administrador deixa para a última hora a tarefa de fazer a licitação de um serviço que está com o seu contrato vencendo e precisará ser renovado. 
A contratação direta, realizada por contrato emergencial, será realizada somente mediante eminente perigo. Esta emergência não poderá ser criada pelo administrador. Não pode a legislação e o ordenamento amparar o desleixo e falta de comprometimento por parte do administrador.
A jurisprudência diz, que no caso de uma emergência criada pelo administrador, que o contrato direto deverá ser apurado no tocante à probidade de sua realização. Deve-se assinar o contrato de forma direta, sem a licitação, porque o interesse público deverá prevalecer, mas, será preciso que se peça a apuração da responsabilidade do administrador.
Exemplo: administrador deixou para renovar o contrato de coleta de lixo na última hora. Faz o contrato direto como contrato emergencial, dispensada a licitação para atender ao interesse público, mas deve ser apurada a responsabilidade do administrador.
O contrato emergencial é improrrogável e ele somente durará enquanto durar o perigo. As obras e serviços serão realizados em 180 dias a contar da data da ocorrência da emergência ou da calamidade.
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior (licitação deserta) e esta, justificadamente (procedimento de justificação para dizer as razões), não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
	Licitação deserta
	Ocorrerá o fenômeno da licitação deserta quando não aparecer ninguém para concorrer à licitação e ao contrato administrativo. A regra é que se faça novamente outra licitação.
	Mas, se houver a justificação dada pelo administrador, acontecerá a contratação direta quando a possibilidade de realizar-se outra licitação seja mecanismo inviável para os fins da Administração.
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei (é o atual §3º do art. 48) e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;   (Vide § 3º do art. 48)
Licitação fracassada
	É uma licitação que termina por não ter encontrado nenhum vencedor. É possível que ela seja fracassada por inabilitação geral ou por desclassificação geral da proposta de todos os licitantes. 
Para a professora Fernanda Marinela não é possível que seja feita a contratação direta na hipótese de licitação fracassada por inabilitação geral, por não constar no rol do artigo 24, 8666/1993 (taxativo) devendo a licitação ser realizada novamente.
	Mas, se a licitação terminar por razão da desclassificação geral das propostas de todos os licitantes, neste caso será possível que a Administração contrate algum dos licitantes em contratação direta. Observados os requisitos deste inciso VII. É o entendimento do professor Benedicto de Tolosa Filho: 
Essa licitação tecnicamente é considerada deserta e não deve ser confundida com a licitação frustrada ou fracassada (este autor entende que é uma espécie de licitação deserta e não propriamente fracassada), que ocorre quando, embora acudissem licitantes, ou foram inabilitados (documentação em desarmonia com o edital ou o convite) ou foram desclassificadas as propostas (em desacordo com o edital ou convite), caso em que antes da possibilidade de dispensa de licitação deve ser observada a regra estabelecida no parágrafo único (atual § 3o.) do art. 48 da Lei n°. 8.666/93, que possibilita aos licitantes a representação de nova documentação ou de proposta.
Art. 48, lei 8666/1993
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
	Alguns autores chamam de licitação fracassada as duas hipóteses, fazendo a ressalva que na inabilitação não poderá fazer contratação direta; somente na desclassificação. Outros autores dizem que é apenas licitação fracassada a licitação extinta por desclassificação geral apenas, segundo a professora Fernanda Marinela. 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedororiginal desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
HIPÓTESES DE INEXIGIBILIDADE
	As hipóteses de inexigibilidade estão previstas no art. 25, 8666/1993. Para que seja inexigível a licitação a competição deverá ser inviável. O rol do artigo 25, da lei 8666/1993 é exemplificativo. As outras circunstâncias serão consideradas como licitações inexigíveis em outros casos que não os listados neste artigo.
	Sempre que a competição for inviável a licitação será inexigível. É preciso saber quando a competição é inviável. A contrario sensu Para que a competição seja viável e a licitação exigível, será preciso o preenchimento de três pressupostos cumulativos:
Pressuposto lógico 
Pressuposto lógico é o preenchimento do requisito da pluralidade de participantes de uma licitação. Se houver somente uma pessoa que faça o serviço ou a obra, ou somente um fornecedor de determinado produto, a licitação torna-se inexigível pela falta de viabilidade da competição.
Exemplo: Prefeitura contrata artista único e singular, que é reconhecido pela crítica, para fazer show em comemoração ao aniversário da cidade. Falta neste caso pressuposto lógico para que haja a licitação. O artista é único.
Quando a contratação tiver um objeto singular haverá falta de pressuposto lógico para que a licitação aconteça. Existem diversas razões para que o objeto seja considerado como singular:
 
Objeto singular seu caráter absoluto: fábrica somente fez um objeto e não existe outro para que haja a competição viável. Neste caso não há qualquer possibilidade de que se faça a licitação.
Objeto singular em razão de evento externo: trata-se objeto que a fábrica fez mais de um, mas que somente um deles participou de um evento único e importante.Ex: capacete usado pelo Senna
Objeto singular em razão de seu caráter pessoal: são os exemplos das pinturas, esculturas, que demonstram o sentimento do artista, e não possuem cópias, similares.
Também é a licitação inexigível quando seu objeto for um serviço singular que deverá ser prestado. Este serviço singular que acarreta a inviabilidade da competição deverá estar previsto na lista do art. 13, 8666/1993, para que haja a contratação direta. 
Art. 13, lei 8666/1993 -  Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;
II - pareceres, perícias e avaliações em geral;
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
VIII - (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.
§ 2o Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.Cada pessoa presta seu serviço de sua maneira, de modo singular. Mas, para a Administração possa contratar diretamente esta pessoa, ela deverá possuir justificadamente uma notória especialização. A notória especialização somente será exigida quando a administração efetivamente precise deste grande profissional, isto é, quando o serviço especializado for relevante para a Administração, em uma situação diferenciada. Mediante o caso concreto, da complexidade do serviço, será verificada esta possibilidade de inexigibilidade da licitação e conseqüente contratação direta mediante o serviço singular.
Pressuposto jurídico
A licitação serve, dentre outras finalidades, para escolher a proposta mais vantajosa para a Administração e desta forma, proteger o interesse público (como finalidade maior).
Caso a licitação, em uma situação específica, venha a prejudicar o interesse público ela será inexigível. A licitação não é um fim em si mesmo, mas é um meio para se buscar o interesse público.
Exemplo: empresas públicas e sociedades de economia mista não precisam licitar em sua atividade fim. A licitação prejudicaria a atividade fim destas empresas. Elas podem possuir a finalidade de prestar serviço público (sujeitas à lei 8666/1993) ou prestar atividades econômicas (também sujeita à lei 8666/1993).
Desta forma, tanto a empresa pública, como a sociedade de economia mista estão sujeitas às regras de dispensa e de inexigibilidade do procedimento de licitação, dentro do procedimento da lei 8666/1993.
Na atividade fim destes entes prestadores de serviço público há perseguição do fim do interesse público, por óbvio. Havendo prejuízo a esta finalidade, a licitação será dispensada. 
Da mesma forma as empresas/sociedade exploradoras de atividade econômica, serão criadas com a finalidade de resguardar o interesse público, em razão do art. 173, caput, CF: 
Art. 173, CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo (os dois elementos também perseguem a finalidade pública, são razões de ordem pública), conforme definidos em lei. (...)
	Se a licitação prejudicar o fim destas empresas públicas e sociedades de economia mista irá prejudicar necessariamente a o interesse público que elas resguardam e perseguem.
	Neste caso haverá falta do pressuposto jurídico, tornando a competição inviável, e em decorrência, será proposta a inexigibilidade da realização do procedimento licitatório, decorrendo em contratações diretas.
	A exploração de atividade econômica tem a iniciativa privada como base, sendo mais requerida a sua agilidade, presteza e rapidez. Então, é muito comum que a licitação prejudique a empresa ou a sociedade que explore a atividade econômica. 
Pressuposto fático
Pressuposto fático significa que a licitação somente será realizada quando houver interesse de mercado. Exemplo: administração contrata um médico, cirurgião-cardíaco, para ganhar 500 reais por mês. Poucos profissionais ou nenhum aparecerão para participar de uma licitação com pouca quantia em contraprestação.
Havendo desinteresse do mercado, constatado em um estudo prévio de análise de mercado, antecederá feitura da própria licitação. Não corresponde necessariamente à licitação deserta. Esta falta de pressuposto fático precede o próprio procedimento da licitação.
Primeiramente, deve-se aferir se a competição será viável, para depois se fazer a licitação, para depois se elaborar todo o procedimento.
Art. 25, lei 8666/1993 -  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição (não haver pressuposto lógico, jurídico ou fático), em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
§ 1o  Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2o  Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. 
05 de junho de 2009
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Art. 22, lei 8666/1993 - São modalidades de licitação: 
I - concorrência; 
II - tomada de preços; 
III - convite; 
IV - concurso; 
V - leilão. (...)
	Existem dois critérios que deverão ser conferidos para que seja estabelecida a modalidade da licitação que será utilizada mediante o que se quer buscar com ela:
VALOR
Se a questão do concurso fala sobre o critério valor da licitação, neste parâmetro existem três alternativas para o administrador, sobre a escolha da modalidade:
		
Concorrência;
Tomada de preços;
Convite.
NATUREZA DO OBJETO
Quando não há na questão de concurso a menção sobre o valor, mas ela começa a descrever, a adjetivar ou a qualificar o objeto da licitação, não importando o valor a ser veiculado, será utilizado o critério da natureza do objeto. Também neste critério o administrador possui três modalidades a serem escolhidas:
Leilão;
Concurso;
Pregão.
Esta regra sobre os critérios de valor e natureza descrita acima possui duas exceções.
Na modalidade concorrência: será obrigatoriamente a escolhida pelo legislador, não importando o valor do objeto, mas quando a natureza dele for de bem imóvel;
Na modalidade leilão: terá um limite de valor em uma hipótese de leilão, mesmo que em regra seja natureza baseada na natureza do objeto.
Concorrência
Art. 22, 8666/1993
§ 1o  Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
	Parâmetro valor
	O art. 23, 8666/1993 traz o parâmetro de dois valores para as obras e serviços de engenharia e para as obras de serviços que não são de engenharia. A licitação na modalidade concorrência será utilizada quando os valores forem os mais altos obrigatoriamente, de acordo com este artigo 23.
Art. 23, lei 8666/1993 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: 
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
(...)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior (para obras e serviços que não de engenharia): (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
(...)
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (…)
	Parâmetro objeto
Art. 23, lei 8666/1993
§ 3o  A concorrência é a modalidadede licitação cabível, qualquer que seja o valor (o referencial neste caso tem como parâmetro o objeto da licitação) de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Aquisição ou alienação de bens imóveis
	Será também utilizada a modalidade de concorrência, quando o critério for o de objeto, não importando o valor, quando tratar o contrato administrativo de transações relativas a bens imóveis.
	Exceções em termos de contratos administrativos e imóveis: não será necessariamente a concorrência a modalidade a ser utilizada para contrato envolvendo imóvel quando ocorrer uma das seguintes situações, nos termos do art. 19, 8666/1993:
Imóvel tiver origem em decisão judicial;
Pode ser qualquer decisão judicial que ordene que determinado bem será incorporado pelo patrimônio da administração, sem que seja necessário fazer licitação da modalidade concorrência para isso.
Imóvel tiver origem de dação em pagamento.
É possível que os tributos sejam pagos, se a lei autorizar e a Fazenda Pública concordar, através de outros meios que não o pagamento em dinheiro ou em moeda. Poderá ser paga a dívida tributária através de dação em pagamento, através de um imóvel. Neste caso, também a aquisição do imóvel do particular não precisará ser feita através de licitação da modalidade concorrência.
Nestes dois casos, se a União quiser vender posteriormente estes imóveis (destas origens) que incorporaram seu patrimônio, poderá ela fazer a licitação nas modalidades concorrência ou leilão (previsão do art. 19, 8666/1993).
Art. 19, lei 8666/1993 -  Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Concorrência e contrato de concessão
	Na hipótese do contrato de concessão, tanto na concessão de serviço público quanto na concessão de direito real de uso, também será obrigatoriamente utilizado o procedimento de licitação através da modalidade de concorrência.
	Programa nacional de desestatização (programa de privatizações) – lei 9074/1995: a partir do ano de 2005 o Estado resolveu enxugar a máquina e transferir alguns serviços públicos para serem prestados pela iniciativa privada. Foram transferidos os serviços dispostos nesta lei via concessão, mas através de LEILÃO, excepcionalmente, e não utilizada a modalidade de concorrência. Exemplo: o serviço de telefonia, com previsão na referida lei, foi transferido via concessão através da modalidade de licitação de leilão.
Concorrência e licitações internacionais
	Também nas licitações internacionais se utiliza a modalidade da concorrência. Se há na licitação a presença de empresas estrangeiras, há configuração da licitação internacional. Requisitos específicos desta espécie de licitação:
Tem que ser da modalidade concorrência;
Tem de dar a comissão licitante uma maior publicidade ao procedimento;
Deve ser feita a verificação dos documentos apresentados pelas empresas e a compatibilização deles com os documentos nacionais;
Também deve ser feita a tradução dos documentos e propostas feitas por estas empresas para o vernáculo.
Exceção da modalidade quanto às licitações internacionais: a regra é que a modalidade de licitação utilizada seja a de concorrência; mas, excepcionalmente será utilizada a modalidade TOMADA DE PREÇOS. Será utilizada a modalidade de tomada de preços quando preenchidas duas exigências:
Valor do contrato/da licitação tem de ser correspondente ao valor da modalidade tomada de preços;
Tem de ser realizado um cadastro destas empresas estrangeiras (banco de dados com os documentos de cada uma destas empresas), como há exigência de cadastramento em todo procedimento da licitação pela modalidade tomada de preços. 
Mas é possível também que nas licitações internacionais sejam utilizadas a modalidade CONVITE, como exceção. Também preenchendo dois requisitos essenciais para esta exceção:
Valor do contrato/da licitação tem de ser correspondente ao valor da modalidade de licitação de convite;
Não poderá existir fornecedor no país prestando o serviço.
Prazo de intervalo mínimo
O prazo de intervalo mínimo está previsto para todas as modalidades de licitação no art. 21, da lei 8666/1993. O prazo de intervalo mínimo é um prazo obrigatório que vai da publicação do edital até o momento da entrega dos envelopes pelas empresas licitantes interessadas.
	O prazo de intervalo mínimo para a modalidade concorrência variará entre quarenta e cinco e trinta dias:	
Art. 21, lei 8666/1993
(...)
§ 2o  O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: 
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
(...)
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
(…)
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" (licitação do tipo preço) do inciso anterior (somente preço); (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) (…)
	Normalmente quando envolve o tipo de “técnica” o prazo será maior para a apresentação das propostas porque é mais difícil de demonstrar a técnica do que o preço em uma proposta. Estes prazos da modalidade de concorrência transcorrem em dias corridos.
	Tomada de Preços
Art.22, 8666/1993
§ 2o  Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
	Parâmetro valor
	A modalidade tomada de preços está entre o limite mínimo do convite e o limite máximo da concorrência. FALSO. É o contrário, a tomada de preços está no meio entre as outras duas modalidades. Está entre o limite máximo do convite até o limite mínimo da concorrência.
	Quanto ao valor correspondente à modalidade de licitação, também há disposição sobre a modalidade de tomada de preços no artigo 23, da lei 8666/1993:
Art. 23, lei 8666/1993 - As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: 
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (…)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior (obras e serviços que não de engenharia): (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
(...)
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (…)
E se for o valor redondo de 150.000 reais, será utilizada a modalidade convite ou a modalidade tomada de preços? Na teoria, é a modalidade convite que será utilizada, pois a tomada de preços é utilizada para licitações com valor acima de 150.000 reais. Mas, na prática será utilizada a tomada de preços, por ser mais rigorosa que a modalidade convite.
	Cadastramento e licitantes cadastradosParticipam da tomada de preços os licitantes cadastrados. Será realizado pela Administração o cadastramento que nada mais é que a realização de um banco de dados por ela organizado, contendo os documentos necessários para a habilitação das empresas que são interessadas em participar de licitações. É a consideração de uma habilitação prévia à licitação.
	A empresa que preencher os requisitos e mostrar-se habilitada receberá um certificado de registro cadastral. Quando esta empresa for participar de uma licitação da Administração, da modalidade tomada de preços, não precisará levar novamente todos os documentos que a habilitariam para ela, mas apenas este certificado de registro.
	Este cadastramento é uma forma de dar mais celeridade à licitação, pois não será necessária a verificação de documentos com o objetivo de conseguir-se a habilitação para a licitação. É uma modalidade, deste modo, mais rápida que a da concorrência. A fase da habilitação é mais enxuta.
 
	Todo órgão da Administração terá de ter cadastramento próprio? A professora Fernanda Marinela diz que é possível que no âmbito federal, por exemplo, haja um cadastramento para todos os seus órgãos. Mas, isso dependerá de um convênio, de um acordo, para que essa partilha de documentações e dados aconteça.
	E se uma empresa quiser participar da licitação da modalidade tomada de preços, mas não tiver o seu cadastro preenchido anteriormente; poderá ela participar? SIM, desde que esta empresa faça o preenchimento dos requisitos do cadastramento (documentos da habilitação) até o terceiro dia anterior ao dia da entrega definitiva dos envelopes com as propostas.
	Para comprovar que preenche todos os requisitos, esta empresa até este terceiro dia anterior deverá fazer um requerimento para que entre na licitação, demonstrando todos os documentos necessários para sua habilitação.
	Não existe um prazo disposto na lei para que a Administração afira este pedido/ requerimento pelo licitante não cadastrado interessado. O ideal é que ela julgue o quanto antes este requerimento para não comprometer o objetivo principal da modalidade de tomada de preços que é a celeridade do procedimento.
Art. 22, 8666/1993
§ 9o  Na hipótese do parágrafo 2o (tomada de preços) deste artigo, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem  habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Prazo de intervalo mínimo
Art. 21, lei 8666/1993
§2º
II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" (apenas do tipo preço) do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) (…)
	Aqui serão contados os prazos mínimos também como dias corridos, já que a lei não faz qualquer menção sobre dias úteis.
	Convite
Art. 22, 8666/1993
§ 3o  Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório (é um procedimento público, desta forma) e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.
	Parâmetro do valor
	Sabe-se que o valor máximo para a realização do convite varia de acordo com os parâmetros do art. 23 da lei 8666/1993, até 150.000 reais e 80.000 reais. Mas, qual o limite mínimo para que seja realizado o convite? Se o valor da licitação for pequeno ela será dispensável, ficando a cargo do administrador a realização ou não da licitação. Desta forma, a possibilidade de realização de convite é de zero a 150.000 ou 80.000 reais.
Art. 23, lei 8666/1993 -  As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação: 
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
(...)
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior (serviços que não de engenharia): (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (…)
	Convite e Licitantes convidados
	Poderão participar da licitação na modalidade convite os licitantes convidados (sejam eles cadastrados ou não no banco de dados da Administração). Deverão ser convidados pela Administração no mínimo três licitantes do ramo de atuação do que se quer contratar por ela.
	E se no mercado não existirem pelo menos três empresas no ramo? Ou se foram convidadas três empresas, mas só duas empresas comparecerem para participar do certame? Nestes dois casos a licitação na modalidade convite continua? O Tribunal de Contas entende que deverá haver três empresas necessariamente. Mas, este entendimento é uma forma de proteção à modalidade convite, embora não seja a posição que prevalece na doutrina. Entende-se que, na interpretação doutrinária da lei, se o administrador justificar a restrição de mercado ou o pouco interesse das empresas por não aparecerem, a modalidade de licitação convite poderá continuar.
Art. 22, 8666/1993
(...)
§ 6o  Na hipótese do § 3o deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 7o  Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos (não se consegue três licitantes para participar da licitação da modalidade convite) no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite. 
	Uma empresa que não foi convidada anteriormente poderá participar da licitação da modalidade convite? SIM, mas poderão participar somente as empresas já cadastradas, mas não convidadas, desde que manifestem este interesse de participar com 24 horas de antecedência da realização da licitação, da abertura das propostas.
	De modo que, se a empresa não estiver cadastrada no sistema de cadastramento da Administração e nem for convidada por ela, não poderá participar da licitação modalidade convite.
	Carta-convite
	Na modalidade convite a licitação não possui publicidade. FALSO. Na verdade, a modalidade de licitação convite não há publicação de edital, em diário oficial, desta carta-convite. Mas, haverá publicidade sim, por outro meio que não esta publicação.
	Mesmo na modalidade convite a licitação será pública, pois esta carta-convite é encaminhada às empresas convidadas e os demais interessados poderão tomar ciência da realização da licitação na repartição do órgão da Administração que a organiza, já que a carta-convite tem que ser afixada no átrio da repartição.
	Prazo de intervalo mínimo
	Como na modalidade de convite não há publicação, a contagem do prazo mínimo é diferenciada. O prazo de intervalo mínimo é de CINCO DIAS ÚTEIS contados do recebimento do convite até a entrega dos envelopes.
Art. 21, lei 8666/1993
IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Sábados, domingos e feriados não são dias úteis. Ponto facultativo é dia útil? E se por acaso, morrer alguém importante da repartição, e este órgão da Administração ficar fechado por este motivo? Dia útil é o dia em que a repartiçãoestá efetivamente funcionando. Se a repartição funciona é dia útil e se não funciona não é dia útil. Deste modo, ponto facultativo poderá funcionar ou não a repartição. Na prática não se conta como dia útil.
	Convite e comissão de licitação
	A regra é de que a comissão de licitação seja composta por no mínimo três servidores da repartição que fará a licitação. Mas, na modalidade convite há exceção na composição desta comissão:
Art. 51, lei 8666/1993 -  A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros (regra), sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.
§ 1o  No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente (uma única pessoa representará a comissão de licitação, excepcionalmente). 
RESUMO DO VALOR DAS MODALIDADES E QUESTÕES RELACIONADAS
	MODALIDADE DE LICITAÇÃO
	OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
	OBRAS E SERVIÇOS QUE NÃO DE ENGENHARIA
	CONCORRÊNCIA
	Acima de 1.500.000 reais
	Acima de 650.000 reais
	TOMADA DE PREÇOS
	Acima de 150.000 reais
	Acima de 80.000 reais
	CONVITE
	De 0 até 150.000 reais
	De 0 até 80.000 reais
	É possível o administrador mudar ou escolher outra modalidade para que seja feita a licitação, fora do parâmetro? SIM, desde que o administrador escolha a modalidade mais rigorosa. Desta forma, por exemplo, se o valor for de 500.000 reais do contrato, poderá o administrador escolher a modalidade de concorrência, se for demonstrado que a verificação da técnica é muito complexa para que siga o procedimento da tomada de preços.
	Mas, as alterações contratuais supervenientes não poderão ultrapassar a modalidade escolhida. Por isso, se estiver no limite do valor, melhor utilizar-se a administração da modalidade mais rigorosa e que abrange os valores acrescidos supervenientemente. É uma forma de prevenção para as alterações que poderão ocorrer de forma superveniente.
Art. 22, 8666/1993
§ 8o  É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo. 
	Problema (Fundação Carlos Chagas): Contrato 01 é de engenharia e o valor dele é de 100.000 reais; o contrato 02 também é de 100.000 reais, mas de obra/serviço que não o de engenharia. No primeiro contrato poderá a licitação ser convite, tomada e concorrência; mas no segundo contrato apenas poderá ser utilizada a modalidade tomada ou concorrência. 
FRACIONAMENTO DE DESPESAS
Art. 23 
§ 5o  É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço.   (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	É proibido fracionar despesas. Se puder a Administração calcular o contrato realizado para muito tempo e ele puder ser contratado por inteiro, não é possível fracionar para que seja utilizada a modalidade mais simples. 
Seria um mecanismo de fraude às licitações, utilizando-se o administrador das modalidades de licitação menos complexas para burlar um contrato administrativo de grande vulto, mas efetuado em pequenas parcelas. 
	Deve-se usar a modalidade mais rigorosa em caso de locação de veículos, por exemplo, como caiu na prova da Procuradoria. Se a Administração pode contratar por inteiro o serviço, deve fazer a licitação mais complexa, contratando-o por inteiro. Havendo dúvida, melhor utilizar-se da modalidade mais rigorosa de licitação.
CONSÓRCIO PÚBLICO
	Os valores serão duplicados ou triplicados quando tratar o contrato de consórcio público (11.107/2005). Até três entes envolvidos no consórcio, os valores do art. 23 serão duplicados; se participarem mais de três entes, os valores serão triplicados.
Art. 23, lei 8666/1993
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
DISPENSA QUANTO À MODALIDADE DE VALOR
Art. 24, lei 8666/1993 -  É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) 
(…)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
	MODALIDADE DE LICITAÇÃO
	OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA
	OBRAS E SERVIÇOS QUE NÃO DE ENGENHARIA
	
CONCORRÊNCIA
	
Acima de 1.500.000 reais
	
Acima de 650.000 reais
	
TOMADA DE PREÇOS
	
Acima de 150.000 reais
	
Acima de 80.000 reais
	
CONVITE
	
De 0 até 150.000 reais
	
De 0 até 80.000 reais
	DISPENSA (10%)
Art. 24, II e II
	
De 0 até 15.000 reais
	
De 0 até 8.000 reais
	DISPENSA (20%) DAS EMPRESAS PÚBLICAS/ SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA/ AGÊNCIAS EXECUTIVAS E CONSÓRCIOS PÚBLICOS
Art. 24, p. único
	
De 0 a 30.000 reais
	
De 0 a 16.000 reais
	Leilão
Art. 22, 8666/1993
§ 5o  Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados (na verdade empenhados, objetos de penhor), ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Parâmetro do objeto
	A modalidade de leilão será a de será utilizada quando tratar-se a licitação de um contrato de alienação de bens. E utilizada esta modalidade somente quando forem firmados os contratos de alienação dos seguintes bens:
IMÓVEIS;
Quando originários de decisão judicial ou de dação em pagamento, como já visto anteriormente, nos parâmetros do art. 19, 8666/1993, previamente avaliados, com a demonstração de necessidade e utilidade justificada pela Administração.
MÓVEIS;
Alienam-se através da licitação feita na modalidade leilão os bens móveis inservíveis, apreendidos ou penhorados.
Os bens móveis inservíveis não são propriamente os bens que são reduzidos à sucata. Um bem inservível é na verdade um bem que não serve mais para determinada repartição, mas poderá servir para outra, ou para um outro órgão da Administração.
Os bens móveis apreendidos são os bens apreendidos em razão da arrecadação irregular dos contribuintes ou os bens que são objetos do crime, por exemplo.
Por fim, os bens móveis penhorados são na verdade os bens empenhados. Não sãobens objetos da penhora, de restrição judicial. Na verdade o legislador se equivocou. A referência do §4º, do art. 22 é quanto aos objetos empenhados e não quanto aos objetos penhorados. Não há qualquer semelhança deste leilão quanto ao procedimento dos bens penhorados no sistema do CPC.
Exceção: Para os demais móveis, que não estão nesta lista, o leilão somente poderá ser utilizado se obedecer ao valor limite de 650.000 reais:
Art. 17, lei 8666/1993
§ 6o  Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão (exceção, quando na verdade seria utilizada a modalidade de concorrência). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
Leiloeiro
	O leiloeiro é um servidor designado para esta função da modalidade. Mas, a Administração, se licitar muito através desta modalidade de leilão, através de uma lei poderá fazer um concurso para leiloeiro, criando um cargo específico.
	Procedimento do leilão
	Não há nenhum dispositivo na lei definindo o procedimento de leilão na lei 8666/1993. Segue-se a praxe administrativa, do leiloeiro questionando os presentes por “quem dá mais” por determinado bem.
	Prazo de intervalo mínimo
	O prazo de intervalo mínimo é de QUINZE DIAS CORRIDOS entre a publicação do edital e a realização do leilão.
Art. 21, lei 8666/1993
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Concurso
Art. 22, 8666/1993
§ 4o  Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
	Licitação pela modalidade concurso X concurso público
	A realização de concurso público não é propriamente modalidade de licitação, segundo já pacificou a questão o STJ. Concurso público visa o provimento, o preenchimento de cargos.
	Já o concurso, como modalidade de licitação, é diferente de concurso público. O objetivo da realização do concurso é para escolher trabalho técnico, científico ou artístico, com a contrapartida do recebimento de um prêmio ou remuneração.
	Procedimento do concurso
	O procedimento de concurso, como modalidade de licitação, não está disposto na lei. O concurso da lei 8666/1993 terá seu procedimento disposto em regulamento próprio. Cada concurso terá o seu procedimento e seus detalhes específicos no regulamento.
	Concurso e comissão de licitação
	Como regra, a comissão de licitação é composta por três servidores no mínimo.
	Mas, em se tratando da modalidade de concurso, a comissão de licitação será uma comissão especial. Ela não precisará ser composta por servidores da repartição que está organizando a licitação. Basta que seja composta por pessoas idôneas com conhecimento na área.
	Nada impede que sejam escolhidos servidores com o conhecimento da área do concurso. Mas normalmente são chamadas pessoas de fora da Administração.
	Prazo de intervalo mínimo
	
Art. 21, lei 8666/1993
§ 2o  O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será: 
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) (…)
	Pregão
Art. 1º, lei 10520/2002 -  Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.
Parágrafo único.  Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
	Utilização do pregão
	A modalidade de licitação do pregão é utilizada para a aquisição de bens ou de serviços comuns. São bens ou serviços comuns são aqueles bens que podem ser definidos no edital com expressão usual de mercado.
	Não significa que estes bens ou serviços sejam simples. Mas sim que estes bens estejam prontos e que a Administração possa os definir com a simples compreensão de qualquer pessoa. 
	Os serviços e obras de engenharia, por óbvio, não entram neste conceito de serviços e bens comuns. Precisa-se de compreensão técnica, de uma maior complexidade para que seja elaborada uma proposta de licitação deste calibre.
	Procedimento do Pregão
	O procedimento do pregão está disposto na lei 10.520/2002. De poucos artigos, esta lei traz somente as regras especiais do pregão; as disposições gerais estão ainda na lei 8666/1993 (art. 9º, lei 10.520/2002 que fala da subsidiariedade das regras da lei geral de licitações, lei 8666/1993).
	O pregão poderá ser eletrônico, ocorrendo em discussões realizadas pela internet, utilizando o licitante de uma “chave”, uma senha própria para colocar suas propostas e lançar seus dados, participando da licitação; ou poderá o pregão ser presencial, feito em uma sala, em um ambiente com pessoas presentes. 
	No âmbito federal é dada preferência pelo pregão eletrônico, sempre que for possível. Professora Fernanda Marinela diz que o Estado brasileiro ainda não está preparado para realizar pregões eletrônicos por sua falta de estrutura. Mas, trata-se de um procedimento mais célere, mais isonômico (mais pessoas do Brasil poderão participar dele) e mais econômico.
	Problemas quanto ao pregão realizado por meio eletrônico: é complicado assegurar a plena segurança do sigilo das propostas e do não cometimento de fraudes dentro da internet. Também problema com a conexão poderá apresentar dificuldades, podendo a empresa ficar fora se houver quebra do sistema do licitante. Também a quebra do sistema de comunicação da Administração.
	A modalidade de licitação do pregão sempre utilizará o tipo preço de licitação. Quem organizará e conduzirá a modalidade de licitação pregão é o servidor que será o pregoeiro.
 	A maior peculiaridade do procedimento de pregão é que ele possui o procedimento invertido, comparado às demais licitações, sendo analisadas, em primeiro lugar, as propostas e depois a habilitação do candidato, que leva mais tempo ao administrador. Esta inversão de procedimento o torna mais célere.
	Prazo de intervalo mínimo
	É de OITO DIAS ÚTEIS (como o convite, para memorizar) de intervalo mínimo.
Art. 4º, lei 10520/2002 - A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:
(...)
V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso (prazo mínimo), não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
PROCEDIMENTO DAS MODALIDADES DE LICITAÇÃO
	Será aqui mencionado o procedimento da concorrência, da tomada de preços e do convite. As particularidades serão abordadas no decorrer do caminho do estudo para cada modalidade de licitação. 
A modalidade de leilão não possui procedimento estabelecido na lei 8666/1993, assim como a licitação na modalidade de concurso, que tem seu procedimento disposto no regulamento específico para sua realização. 
Por fim, a modalidade do pregão será analisada depois de visto este procedimento que é a regra, da lei 8666/1993, já que ele inverte este regramento.
FASE INTERNA DA LICITAÇÃO
Formalização do Processo
A formalização do processo inicia com a autuação, do mesmo modo que ocorre na via judicial. Coloca-se capa no processo, dá o administrador o seu número, faz-se a numeração das páginas, ou seja, faz-se a organização do processo administrativo de licitação.
Nesta formalização faz-se a identificação das necessidades que possui a Administração. Há especificação para identificar-se porque será feita a licitação. Esta justificação será adaptada de acordo com os recursos e as disponibilidades que possui a repartição.
Quando se inicia o procedimento licitatório o administrador deverá

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