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08. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

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22 de junho de 2009
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CONTRATO DA ADMINISTRAÇÃO E CONTRATO ADMINISTRATIVO
	Nem todo contrato que a Administração celebra é propriamente um contrato administrativo. A Administração poderá celebrar duas espécies de contratos:
CONTRATO DA ADMINISTRAÇÃO: regido pelo direito privado e firmado pela Administração. Exemplo: contrato de empréstimo; contrato de locação (muito embora passe por licitação, é regido pelo direito privado); contrato de arrendamento; etc.
CONTRATO ADMINISTRATIVO: regido pelo direito público, é uma espécie de contrato também firmado pela Administração. Exemplo: contrato de concessão de serviços; contrato de permissão de serviços; consórcios públicos; etc.
	Os contratos da Administração não serão estudados na seara do direito administrativo. A ênfase neste estudo é dada para o contrato administrativo e suas características.
CONCEITO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
	Contrato administrativo é um vínculo jurídico, consagrado em um ato bilateral, como representante de um ajuste entre sujeitos que se comprometem a uma prestação e a uma contraprestação. Este ajuste entre o sujeito passivo e ativo serve para a satisfação do interesse público e estará sujeito ao regime jurídico público.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
Presença do Poder Público
A presença da Administração tem de estar presente no contrato; dentro do sujeito passivo ou no sujeito ativo. Pode ser também que ela esteja nos dois pólos da relação.
2. Contrato formal
	A própria exigência da realização de licitação anterior à celebração do contrato administrativo já mostra que esta espécie de contrato é verdadeiramente um contrato formal. As formalidades serão demonstradas logo abaixo.
3. Contrato consensual
	Contrato consensual é aquele que se aperfeiçoará, isto é, que já possui existência completa, no momento em que há a manifestação da vontade das partes. 
O contrato consensual é diferente do contrato real, que precisa da efetiva da entrega do bem ou do seu pagamento. No caso do contrato consensual, em havendo a entrega do bem ou realizado o pagamento, haverá a configuração de mera execução do contrato.
4. Contrato comutativo
O contrato administrativo, como contrato comutativo, possui prestações e contraprestações que se equivalem e se equilibram; devem ser estas obrigações estabelecidas de forma pré-determinada.
Contrapõe-se o contrato administrativo ao contrato aleatório, que não serve para o direito administrativo.
5. Contrato personalíssimo
O contrato é personalíssimo quando se leva em consideração as qualidades do contratado.
SUBCONTRATAÇÃO
É possível subcontratação do contrato administrativo? A doutrina não aceita com bons olhos a possibilidade de subcontratação dentro do contrato administrativo e a critica muito. Esta espécie de contratação viola a característica do contrato personalíssimo e o princípio da isonomia por ferir o dever de licitar.
Mas, apesar destas críticas doutrinárias, a lei determina que será possível a realização da subcontratação, mediante o preenchimento de alguns requisitos:
Tem de estar prevista a subcontratação no edital ou no contrato administrativo;
Anuência da Administração para que haja a subcontratação;
Empresa que irá assumir o contrato (subcontratada) precisa cumprir os requisitos da habilitação previstos no edital;
A subcontratação irá recair apenas sob parte do contrato, por razão de que. se fosse integral, seria uma forma de burla da licitação.
Art. 72, lei 8666/1993 - O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração (anuência da Administração).
Art. 76, lei 8666/1993 -  A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com o contrato (por isso a subcontratação deve estar prevista no edital de licitação ou no contrato).
6. Contrato de Adesão (uma das partes escreve tudo [define] e a outra aceita).
No contrato de adesão não há qualquer discussão de cláusulas contratuais; uma das partes possui a razão da formulação do contrato pronto a ser aderido e a outra parte aceitará as condições se quiser.
Possui, deste modo, a característica de ser contrato de adesão o contrato administrativo, pela pouca ou quase nenhuma margem de discussão sobre suas cláusulas, pelo particular.
FORMALIDADES DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
LICITAÇÃO PRÉVIA OU JUSTIFICAÇÃO
O primeiro formalismo é o dever de realizar o procedimento de licitação para que posteriormente seja assinado o contrato. Caso a licitação seja inexigível ou dispensável, haverá o procedimento de justificação (art. 26, 8.666/93), já visto anteriormente.
CONTRATO ESCRITO OU VERBAL
A regra é de que o contrato será escrito. Mas, em exceção, o contrato será realizado de forma verbal, como no caso descrito em lei, preenchidos os seguintes requisitos, cumulativamente:
Pronta entrega;
Pronto pagamento
Até o valor de 4.000 reais.
Art. 60, 8666/1993
Parágrafo único.  É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei (valor de 4.000 reais), feitas em regime de adiantamento.
PUBLICAÇÃO
A lei é expressa, a publicação é condição de eficácia do contrato administrativo. Ele será válido depois de firmado e estabelecido o acordo de vontades, mas, sem a publicação não produzirá efeitos.
Art. 61, 8666/1993
Parágrafo único.  A publicação resumida do instrumento de contrato (extrato) ou de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Será publicado um resumo do contrato, um extrato, no prazo de 20 dias, não podendo ultrapassar o 5º dias útil do mês subseqüente; aquele prazo que ocorrer primeiro.
Ex: se o contrato foi realizado (assinado) dia 05/05 – a Adm. terá 20 dias para publicar. Contrato realizado dia 20/05 – a Adm. terá que respeitar o 5 dia útil do mês subsequente de sua assinatura, mesmo que seja prazo menor do que 20 dias 
INSTRUMENTO DE CONTRATO
O instrumento de contrato é o documento que estabelece, define as regras e as minúcias da relação contratual firmada. O instrumento de contrato aparecerá muito nos contratos administrativos, mas não sempre, havendo casos em que ele é facultativo.
Art. 62, lei 8666/1993 -  O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação (o que importa é se o valor é correspondente à modalidade), e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis (com o valor correspondente à licitação na modalidade convite e podendo ser realizado de outra maneira), tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. 
§ 1o  A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.
§ 2o  Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o  Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente,por norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.
§ 4o  É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência técnica.
	O INSTRUMENTO DE CONTRATO PODE SER:
Obrigatório: nos casos de realização, dispensa ou inexigibilidade nos casos dos valores compreendidos pelas modalidades concorrência e tomada de preço.
Facultativo: o valor do contrato tem que ser correspondente ao do convite e que seja possível a substituição do instrumento de contrato por outro documento. Instrumentos que substituem o contrato são a carta-contrato, ordem de serviço, nota de empenho e autorização de compra.
Professora Fernanda Marinela diz que este artigo 62, 8666/1993 tem grande incidência nos concursos.
	
CLÁUSULAS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
 
	Existem dois tipos de cláusulas do contrato administrativo: as cláusulas necessárias (art. 55, 8666/1993) e as cláusulas exorbitantes (art. 58, 8666/1993).
Cláusulas necessárias
	É preciso uma leitura atenta ao artigo 55, 8666/1993, de pouca dificuldade, mas de grande incidência em concurso. Atenção às observações para algumas cláusulas necessárias do contrato administrativo:
Art. 55, 8666/1993 -  São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; 
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica (aqui estão o plano plurianual, a lei de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária anual);
VI - as garantias (05% ou 10% do valor licitado, a depender do objeto) oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis (as penalidades estão no artigo 87, Lei 8.666/93 - abaixo) e os valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
PENALIDADES, inciso VII.
As penalidades possíveis de serem aplicadas pela Administração estão no artigo 87, lei 8666/1993:
Art. 87, lei 8666/1993 - Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: 
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
	A suspensão sobre a participação da licitação e o impedimento de contratar com a Administração somente atingem os contratos relativos ao Município determinado, que impôs esta penalidade ao particular.
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
	Se a empresa é inidônea, ela está proibida de contratar com todos os entes da Administração. O impedimento de contratar durará até o prazo que ela voltará a ser idônea vem com dois requisitos. A reabilitação depende de:
Prazo de até dois anos;
Ser ressarcida, a Administração, pelos prejuízos e danos resultantes da inexecução do contrato.
A doutrina entende que, por ser esta penalidade muito grave, a declaração de idoneidade só deveria ser aplicada nas condutas definidas como crime e não nas demais condutas de simples inexecução do contrato.
§ 1o  Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.
§ 2o  As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 3o  A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.
	De acordo com a gravidade do inadimplemento, do ato praticado, o administrador aplicará as penalidades. Não há disposição e correspondência do ato praticado com a sanção que deverá ser aplicada.
PRAZO, inciso IV.
A empresa deve manter durante todo o contrato as exigências e condições da licitação previstas em contrato. A licitação será realizada de acordo com a reserva do recurso orçamentário, como já dito. 
Desta forma, deverá o contrato vigorar de acordo com o tempo que durar o orçamento, isto é, pelo prazo do ano financeiro (12 meses – no caso de reserva da lei orçamentária anual) deverá durar o contrato. 
As pormenorizações do contrato administrativo e o seu prazo de duração, que deve ser determinado, estão no art. 57, 8666/1993:
Art. 57, 8666/1993 - A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório (PPA tem prazo de até quatro anos);
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua (ex: entrega de merenda, limpeza, coleta de lixo, dentre outros), que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; 
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
 
§ 1o  Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalhopor ordem e no interesse da Administração;
IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por esta Lei;
V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
§ 2o  Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3o  É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado. 
§ 4o  Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior (interesse público), o prazo de que trata o inciso II (sobre a prestação de serviços continuados) do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
 
	Terá o prazo estendido para 120 dias, os contratos administrativos nos casos de dispensa do artigo 24, inciso IX, XIX, XXVIII e XXXI.
Art. 24.  É dispensável a licitação: 
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; 
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes (a lei 10.973 dispõe sobre os contratos administrativos que tem como objetivo incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica em ambiente produtivo – CNPq, Fundos de Pesquisa).
O contrato administrativo terá, portanto, prazo determinado, vigorando durante a vigência do crédito orçamentário previsto, por 12 meses (lei orçamentária anual). Mas existem exceções em que os contratos vigorarão com mais prazo:
 Metas e ações de 4 anos (PPA); o que será feito em cada ano (LDO) e como será utilizado a cada ano (lei de orçamento anual). Estão estas regras previstas no art. 165, CF. Se o respaldo do contrato administrativo está na PPA, o prazo/limite máximo será de 4 anos (art. 57, I, lei 8666/1993).
Serviço de prestação contínua vem de forma ininterrupta. Exemplo: serviços de limpeza, de merenda escolar, etc. Neste caso, poderá ter duração de 60 meses, desde que: quanto maior o prazo, melhor deverá ser o preço acordado (art. 57, II, lei 8666/1993).
A lei diz que, em caso de prestação contínua, é possível mais uma prorrogação de mais 12 meses em caso de excepcional interesse público. É a disposição do art. 57, §4º, lei 8666/1993. Exemplo: coleta de lixo. Pode chegar o contrato a vigorar em até 72 meses.
Para os contratos que veiculam objetos como o aluguel de equipamentos e programas de informática, a lei traz a exceção de poder o contrato vigorar em até 48 meses (art. 57, IV, lei 8666/1993).
Observações: as três exceções listadas acima estão previstas no artigo 57, lei 8666/1993. Mas, quando tratar-se de contrato de concessão ou permissão de serviço, quem vai definir o prazo do contrato firmado é a lei correspondente ao serviço que será prestado.
Se a Administração tiver de pagar alguma coisa em um contrato, isto é, se houver qualquer modo de desembolso da Administração, é preciso que haja a observância das dotações orçamentárias. 
E no caso dos contratos que não precisam de desembolso por parte da Administração? Nesse caso não é preciso que se observe o crédito orçamentário, nem é preciso que sejam analisadas as regras sobre a duração dos contratos do artigo 57, 8666/1993 podendo ele durar por mais tempo do que está lá estabelecido.
GARANTIAS, inciso VI.
O regulamento das garantias está previsto no artigo 56, 8666/1993. Apesar de a doutrina dizer que a Administração “pode exigir a garantia”, a Administração tem o poder-dever de pedir a garantia. A Administração não possui liberdade para decidir se pedirá ou não esta garantia, já que o contrato administrativo deverá estar assegurado de qualquer modo.
Art. 56, lei 8666/1993 -  A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá (na verdade, é um poder-dever) ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras. 
§ 1o (FORMAS QUE SERÃO DADAS AS GARANTIAS) Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública (TDP), devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)
II - seguro-garantia (contrato de seguro do contrato); (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
III - fiança bancária (fiança prestada por um banco – garantia fidejussória). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)
§ 2o  (REGRA – até 5% do valor do contrato) A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3o (EXCEÇÃO – até 10% do valor do contrato) Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4o  A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.
§ 5o  Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.
	Quem escolhe a forma de prestação da garantia (§1º)? Quem escolhe a forma é o contratado, e não a Administração. Esta pergunta cai muito em concurso.
VINCULAÇÃO À HABILITAÇÃO LICITATÓRIA, inciso XII (cabível à subcontratação).
Os requisitos enviados para a fase de habilitação, exigidos anteriormente no procedimento licitatório, deverão perdurar por toda a execução do contrato administrativo. É dever da Administração em proceder com esta fiscalização.
	Caso o contratado não cumpra com esta habilitação por todo o tempo de execução do contrato, será considerada a empresa inadimplente, justificando a rescisão do contrato administrativo, por ser este dever uma das cláusulas obrigatórias do contrato administrativo.
Cláusulas exorbitantes
As cláusulas exorbitantes do contrato administrativo estão inseridas no artigo 58, da lei 8666/1993. A cláusula exorbitante é aquela que extrapola/ exorbita o que existe de comum aos contratos administrativos.
As cláusulas exorbitantes também garantem à Administração algumas prerrogativas, dando tratamento desigual para ela em relação com o particular, o outro pólo do contrato administrativo.
A cláusula exorbitante se fosse prevista em um contrato comum/ entre particulares, nãoseria aceita, seria considerada nula de pleno direito, e posta como não admitida, como não lida.
Art. 58, lei 8666/1993 -  O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente (característica do contrato de adesão), para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
	No contrato comum, entre particulares, as duas partes poderão modificar o contrato firmado por elas. Mas não é dado para os particulares, de forma unilateral, modificar o contrato administrativo, somente à Administração.
II - rescindi-los, unilateralmente (característica do contrato de adesão), nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei; 
III - fiscalizar-lhes a execução;
	As regras sobre a fiscalização estão no art. 67, da lei 8666/1997:
Art. 67, 8666/1993 -  A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1o  O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
§ 2o  As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.
	Mais de que uma prerrogativa, a Administração possui o dever de fiscalizar este contrato e a prestação dos serviços realizados; como serviço público, deverá ele ser bem prestado pelo particular que aceitou assumir o serviço, objeto do contrato administrativo.
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (autoexecutoriedade dos atos (contratos) - sanções necessariamente previstas no edital – artigo 55, inciso VII – que estão previstas no artigo 87, Lei 8.666/93);
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
	A possibilidade de proceder com a ocupação provisória de bens é a última cláusula exorbitante constante do art. 58, que poderá constar do contrato administrativo. Esta cláusula será aplicada quando da extinção do contrato administrativo.
	Exemplo: Administração Pública contrata a empresa “X” para coletar o lixo; mas esta empresa não faz seu serviço de forma correta; a Administração poderá rescindir este contrato administrativo. E para que ela proceda deste modo, tem de dar à empresa “X” o contraditório e a ampla defesa, instaurando um processo administrativo para verificar a real necessidade ou não da extinção contratual. E a Administração pode, enquanto tramita o processo administrativo, ocupar provisoriamente os bens da contratada para realização do serviço de coleta de lixo, retomando este serviço, obedecendo ao princípio da continuidade.
Art. 78, lei 8666/1993
Parágrafo único.  Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
	No exemplo, a Administração não tem caminhões necessários para realizar o serviço de coleta do lixo; enquanto estiver tramitando o processo administrativo que verificará a necessidade da rescisão do contrato administrativo, a Administração poderá fazer a ocupação provisória dos bens da empresa que era sua contratada, para que preste devidamente o serviço de coleta de lixo e lhe dê continuidade.
	Caso ao final do processo administrativo a Administração resolva mesmo rescindir o contrato administrativo de prestação do serviço, os bens que eram ocupados provisoriamente poderão ser transferidos para o patrimônio da Administração, através do instituto da reversão. A reversão é a aquisição dos bens da empresa particular quando da rescisão do contrato.
	Tanto a reversão quanto a ocupação provisória são cláusulas e institutos existentes para assegurar a continuidade do serviço público. Não é qualquer bem que poderá ser ocupado ou revertido para o patrimônio da Administração Pública. Somente serão revertidos e ocupados os bens indispensáveis para que se realize o serviço público que é essencial para a coletividade apenas. 
E as duas figuras, tanto a reversão como a ocupação provisória são passíveis de indenização, a ser paga pela Administração, e também dependendo da previsão contratual contida no contrato administrativo. 
§ 1o  As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado (a possibilidade de alteração do contrato administrativo será estudada logo abaixo).
§ 2o  Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual (teoria da imprevisão, que também será estudada logo abaixo).
CLÁUSULA DA EXCEPTIO NON ADIMPLETI CONTRACTUS
	A cláusula da non adimpleti contractus é a cláusula da exceção do contrato não cumprido. Esta cláusula da exceção de contrato não cumprido é perfeitamente aplicável aos contratos comuns. 
	Caso uma das partes do contrato não cumpra o que era obrigada a cumprir a outra também não precisará com o seu dever perante o contrato, em defesa alegando que o contrato não fora cumprido pela outra parte.
Esta cláusula é aplicável também ao contrato administrativo? Mesmo que a Administração esteja inadimplente a empresa contratada através do contrato administrativo é obrigada a prestar o serviço, em nome do princípio da continuidade, pelo prazo de 90 dias. 
Ultrapassado o período de 90 dias, em persistindo a Administração inadimplente, o contratado poderá alegar a exceção do contrato não cumprido, de acordo com o art. 78, XV, lei 8666/1993:
Art. 78, 8666/1993 - Constituem motivo para rescisão do contrato:
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
	A cláusula da exceção do contrato não cumprido é aplicável de forma diferenciada nos contratos administrativos; não é aplicada de forma imediata, mas somente depois de 90 dias do não cumprimento das obrigações pela Administração, em virtude do princípio da continuidade do serviço público.
	
	A exceptio non adimpleti contractus é uma cláusula exorbitante? Esta cláusula não consta do rol do art. 58, 8666/1993. E o conceito de cláusula exorbitante é de ser a regra que não consta do contrato comum; mas como aplicável esta regra tanto para o contrato administrativo como para o contrato comum, a doutrina vem entendendo que não é verdadeiramente uma cláusula exorbitante.
	Hely Lopes Meirelles, que faleceu em 1990, entendia que a cláusula de exceção de contrato não cumprido não seria aplicada aos contratos administrativos; e o fato da não aplicação da cláusula, ou seja, em virtude de sua ausência, extrapolava o comum dos contratos, sendo considerada a situação como exorbitante.
	Mas hoje, a posição da jurisprudência sobre a possibilidade de aplicação da cláusula non adimpleti contractus é favorável, de forma mitigada como visto (após 90 dias), e não sendo considerada a exceção como uma cláusula exorbitante, porque também ela é aplicável ao contrato comum.
ALTERAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
	A alteração do contrato administrativo poderá ser efetuada de duas maneiras:
Alteração unilateral (art. 65, I, lei 8666/1993)
Alteração bilateral (art. 65,II, lei 8666/1993)
Nas alterações contratuais, sejam elas unilaterais ou bilaterais, deverão elas obedecer alguns limites, sob pena de haver a configuração de fraude à licitação: alteração contratual não pode atingir a natureza do objeto contratado. A natureza do objeto do contrato é intangível.
Caso não fosse estabelecida esta limitação, poderia a Administração licitar de qualquer modo para que posteriormente mudasse o rumo do contrato em conluio ou não com o licitante escolhido.
Exemplo: se foi contratada a prestação da merenda escolar, não poderá ser modificado o contrato administrativo posteriormente para transformá-lo em um contrato para que fosse realizado o serviço de coleta de lixo. A empresa licitante não foi contratada para este objeto propriamente.
Art. 65, lei 8666/1993 -  Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos: 
I - unilateralmente pela Administração (CLÁUSULA EXORBITANTE):
	A modificação unilateral do contrato pela Administração somente, como prerrogativa apenas dos contratos administrativos, é considerada como cláusula exorbitante.
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos; 
	
Exemplo: a Administração fará uma reforma em determinada escola pública, e resolve pintar as paredes dela na cor branca. Mas, posteriormente percebe que se pintar as paredes de branco, elas se sujarão mais facilmente e terá o serviço da escola mais trabalho para limpá-las. Decide posteriormente modificar o contrato para pintar as paredes na cor bege, que ficarão sujas menos facilmente se comparadas com as paredes brancas. Há mudança na qualidade do objeto que foi contratado anteriormente.
Quando a Administração puder alterar as especificidades do projeto, tal ato atinge apenas a qualidade do objeto contratado. E não a quantidade do objeto que foi contratado anteriormente, segundo a previsão desta alínea. 
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
	Exemplo: Administração faz um contrato administrativo para a compra de 100 canetas. Em meio ao procedimento de entrega das canetas, percebe a Administração que na verdade precisará de 120 canetas, fazendo a requisição do acréscimo para a empresa contratada.
	Neste caso da aliena “b” há alteração no contrato administrativo da quantidade do objeto contratado, gerando também a conseqüente modificação do valor do contrato administrativo. A natureza do objeto, neste caso não poderá ser modificada.
	É possível que a alteração do contrato seja de no máximo de 25%, para que haja o acréscimo ou o valor de 25% para as supressões. Este é o limite que é permitido pela lei de licitações e contratos administrativos (vide §1º deste mesmo artigo 65, abaixo transcrito).
	E a Administração pagará o que efetivamente recebeu do particular, isto é, se acrescido o serviço ou o fornecimento de bens, pagará mais; se suprimido o valor/ a quantidade prevista no contrato administrativo, pagará menos.
	Para que a Administração pague o valor reduzido fazendo a supressão do que foi contratado, é preciso que ela avise antes da entrega do bem pela empresa contratada, para que não seja gerado um grande prejuízo para a empresa. 	
Se a mercadoria já foi entregue, a Administração arcará com o pagamento do valor das mercadorias que estão a sua disposição. Mas, se o contratado foi avisado da supressão com antecedência ou do acréscimo mesmo que posteriormente, será obrigado a aceitar a modificação contratual.
	Observação: Reformas sempre são imprevisíveis e nunca se sabe quanto mais recursos serão utilizados para que elas sejam plenamente terminadas. No caso das reformas realizadas pela Administração, tal conclusão não é diferente. Se o contrato administrativo versar sobre a reforma de edifícios ou equipamentos da Administração, somente no caso de acréscimos, poderá o valor chegar ao aumento de 50% do valor inicialmente contratado. Para a supressão será mantido o limite de 25% para a alteração do contrato de reforma de edifícios e equipamentos (também tais limites constantes do §1º do art. 65, 8666/1993).
II - por acordo das partes (NÃO É CLÁUSULA EXORBITANTE):
	O acordo comum poderá ser alterado de forma bilateral. Desta forma, a alteração bilateral não é uma cláusula exorbitante.
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
	Quem escolheu a forma de prestação da garantia foi o contratado (art. 56, lei 8666/1993); mas aqui será possível que haja acordo entre a Administração e o contratado para que haja posteriormente, quando da execução do contrato administrativo, a substituição da garantia escolhida anteriormente.
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; 
	Consta do regime de execução do contrato administrativo as regras para que se faça a sua execução. Exemplo: no contrato de construção de uma rodovia, fica-se acordado que X quilômetros serão entregues em seis meses.
	É possível que, depois de iniciado o contrato, as partes possam perceber que a forma de execução não se mostra a melhor a ser utilizada para que se chegue à finalidade para a qual o contrato fora firmado.	
Segundo esta alínea, é possível que se modifiquem os prazos de realização da obra; ou os prazos da entrega; ou as metas de execução. Não é atingido propriamente o projeto e o objeto realizado, mas a forma de execução.
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço; 
	É possível que no contrato administrativo se faça a modificação da forma de pagamento da contraprestação, desde que não seja pago o valor pela Administração antes de ela efetivamente receber o serviço acordado, de forma antecipada (vedado pela alínea).
	Primeiro deve receber a Administração a prestação do serviço ou do bem e posteriormente a Administração pagará pelo contato, mesmo que modificado.
d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando área econômica extraordinária e extracontratual (analisados logo abaixo). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
	Esta alteração tem o objetivo de buscar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato firmado inicialmente. O equilíbrio econômico-financeiro é a situação que se estabelece no momento da celebração do contrato. 
Se a empresa assinou o contrato é porque entendia que ele estava equilibrado; já que apresentou a sua proposta, escolhida, e que foi contratada dentro do procedimento de licitação. 
	O desequilíbrio contratual somente irá aparecer se houver fato superveniente ensejando a modificação do contexto do contrato.
§ 1o  O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2o  Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de1998)
I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes (desta forma é uma alteração bilateral e não mais unilateral como é a possibilidade da supressão por vontade apenas da Administração, que o contratado é obrigado a aceitar). (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
§ 3o  Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo.
§ 4o  No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que regularmente comprovados.
§ 5o  Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, conforme o caso (fato do príncipe, analisado logo abaixo).
§ 6o  Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.
§ 7o (VETADO)
§ 8o  A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento. 
TEORIA DA IMPREVISÃO 
É a teoria que regula a tentativa pelo reestabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato administrativo; são os requisitos para que a teoria da imprevisão seja aplicada ao contrato administrativo:
Ocorrência de um fato novo, fato superveniente à celebração do contrato;
Ausência de previsão contratual;
Situação imprevista/ imprevisível para os contratantes.
O contrato se torna oneroso demais para uma das partes (desequilíbrio).
Professora Fernanda Marinela diz que somente poderá ser utilizada a teoria da imprevisão se não houver qualquer possibilidade de previsão (se imprevisto ou imprevisível) o fato que ocorreu supervenientemente à celebração do contrato administrativo.
Exemplo de fato imprevisível: confisco dos valores constantes nas poupanças da Era Collor; valor do dólar subindo e extrapolando os limites dos preços das mercadorias – apesar de os contratos administrativos não serem regulados por esta moeda, os bens e produtos são normalmente comprados pelas empresas prestadoras com base na cotação do dólar.
	Observação: a denominada cláusula do rebus sic stantibus nada mais é que a própria teoria da imprevisão aplicada dentro do contrato administrativo, mas em sua denominação em latim. 
	A alteração de valor, remuneratória, que não estava prevista e nem escrita no contrato é chamada de recomposição de preços e tem por base esta diferença remuneratória a teoria da imprevisão dentro do contrato administrativo. 
É importante atentar-se que a possibilidade de recomposição de preços é uma situação imprevista. 
E se estivesse a mudança da remuneração prevista no contrato administrativo? O preço do fornecimento de energia elétrica, o preço da tarifa do transporte público, das tarifas de telefone, são mudanças previstas, consistindo na cláusula de reajustamento de preços (art. 65, §8º, lei 8666/1993); há alteração de custos, como na recomposição, mas não há base na teoria da imprevisão, e sim a possibilidade está previamente disposta no contrato.
	Alguns acontecimentos ensejarão a aplicação da teoria da imprevisão juntamente aos contratos administrativos e são eles (previstos ao final do art. 65, II, “d”, lei 8666/1993):
	FATO DO PRÍNCIPE
 
	O “fato do príncipe” é a atuação do Poder Público, geral e abstrata, que vai atingir o contrato administrativo de forma indireta e reflexa.
	Exemplo: alteração da alíquota de um imposto. Administração contratou uma empresa para fazer a coleta de lixo. A empresa pagará o ISS para fazer a coleta de lixo para o Município. A alíquota do ISS é estabelecida em 2%, ao momento em que foi fechado o contrato com a Administração. Posteriormente, o Município altera a alíquota do ISS de 2º para 5%. Esta lei, que instituiu a nova alíquota, não atinge diretamente a prestação de serviço de coleta de lixo. Mas, atinge o contrato de forma indireta ou reflexa, onerando os custos que possuem a empresa.
	FATO DA ADMINISTRAÇÃO
	Fato da administração é a atuação direta e específica do Poder Público, atingindo o contrato administrativo de forma direta.
	Exemplo: a Administração contrata uma empresa para construir um viaduto. Mas antes da realização da obra, precisará desapropriar uma área para que se faça a obra. Faz-se o processo de desapropriação da área escolhida. Ao final do processo, a desapropriação não é concedida à Administração. Há atuação específica que impediu a construção do viaduto, atingindo o objeto do contrato administrativo firmado de forma direta. Somente o contratado será atingido por este ato correlacionado à Administração.
	INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS
	As interferências imprevistas são situações que existiam ao tempo do contrato administrativo firmado, mas que somente serão descobertas do momento da execução do contrato.
	Exemplo: Administração celebra contrato administrativo para que se construa um viaduto, por uma empresa. Mas, quando da execução do contrato, a empresa percebe diversidade de solo, e precisará utilizar outra técnica para que se faça a construção.
	CASO FORTUITO/ FORÇA MAIOR
	A maioria da doutrina entende que em ambos os casos haverá a possibilidade de aplicação da teoria da imprevisão.
PAGAMENTO
	- correção monetária (não é alteração do preço);
	- reajustamento de preço (deve haver previsão no contrato);
- recomposição de preço (decorre da teoria da imprevisão, não há previsão em contrato, mas nem poderia).
	CESPE: tem cobrado muito sobre reajuste e recomposição de preços.
EXTINÇÃO CONTRATUAL
CONCLUSÃO DO OBJETO
	Espera-se que o contrato administrativo atinja a sua finalidade e termine com seu objeto cumprido, com o seu escopo alcançado, que foi o motivo da celebração do contrato.
ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL
Será aplicada esta hipótese quando do contrato que é prestado de forma contínua, sem o término da execução totalmente, mas fixado um prazo previamente. Exemplo: fornecimento de merenda escolar.
RESCISÃO
A rescisão (com previsão no art. 79, 8666/1993), dentro do contrato administrativo, poderá ser efetuada de quatro formas distintas:
RESCISÃO ADMINISTRATIVA
É aquela feita pela própria Administração Pública de forma unilateral, sendo possível esta forma de rescisão (unilateralmente) por duas razões:
Por razões de ordem pública/ conveniência ou oportunidade da Administração
Neste caso da rescisão administrativa há extinção do contrato administrativo por razões de ordem pública e terá, neste caso, de indenizar o contratado a Administração Pública (de acordo com a leitura do §2º do art. 79, lei 8666/1993, logo abaixo transcrito).
No caso de contrato de concessão de serviço público, esta rescisão será chamada de ENCAMPAÇÃO.
Por razão do não cumprimento do contrato administrativo pelo contratado
Também, de forma unilateral, a Administração poderá rescindir o contrato administrativo pela razão do não cumprimento do contrato pelo contratado. Neste caso, a indenização partirá do contratado e deverá ser paga em favor da Administração (com a execução da garantia que foi prestada por ele – disposição do art. 80, lei 8666/1993). 
No casode contrato de concessão de serviço público, esta rescisão será chamada de CADUCIDADE.
Art. 80, lei 8666/1993 -  A rescisão de que trata o inciso I (rescisão administrativa por culpa do contratado) do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração (princípio da continuidade do serviço público);
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei (ocupação temporária e possibilidade de reversão dos bens posteriormente);
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos (indenização);
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.
§ 1o  A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.
§ 2o  É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.
§ 3o  Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.
§ 4o  A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.
RESCISÃO JUDICIAL (quando a contratada não quiser mais o contrato).
O contratado informará ao judiciário o não cumprimento do contrato administrativo por parte da Administração, em razão dos incisos XIII a XVI do art. 78, lei 8666/1993.
RESCISÃO AMIGÁVEL OU CONSENSUAL
Nesta espécie de rescisão há firmado um acordo entre as partes do contrato administrativo, a Administração e o particular, que optam por terminarem com ele. Esta rescisão deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.
RESCISÃO DE PLENO DIREITO
A rescisão de pleno direito é a espécie de rescisão que decorre das circunstâncias estranhas à vontade das partes. Exemplo: falecimento do prestador de serviço.
Art. 79, lei 8666/1993 -  A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
IV - (Vetado).  (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o  A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competente.
§ 2o  Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado (mas haja “culpa” da Administração), será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tempo.
ANULAÇÃO
O contrato administrativo será considerado como ilegal, e será configurada a sua extinção através do instituto da anulação.

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