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09. SERVIÇOS PÚBLICOS

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SERVIÇOS PÚBLICOS
INTRODUÇÃO
	A lista de serviços que devem ser considerados como públicos é muito variável, dependendo das necessidades da sociedade em determinado momento histórico. E precisa o serviço também representar a real necessidade da coletividade da sociedade, e não apenas urgente para determinado grupo de pessoas.
	A lei mais importante que trata sobre serviços públicos é a nº 8987/1995. A professora Fernanda Marinela diz que se não houver muito tempo pra estudar o assunto de “serviços públicos”, é uma boa lei para ser estudada na véspera, por ser curta e de fácil entendimento. A leitura da lei seca é obrigatória.
CONCEITO
	O serviço público é uma utilidade ou uma comodidade material prestada ou promovida pelo Estado para se alcançar a satisfação da coletividade em geral (necessidade coletiva).
	Há disposição do serviço público para toda a coletividade, mas ele será fruível/utilizado singularmente, ou seja, cada pessoa da sociedade utilizará o serviço da sua maneira. Uns usarão mais, outros usarão menos. Mas será o serviço disponível para todos
	O Estado assume como obrigação sua (dever seu) a prestação dos serviços públicos; isto é, possui o Estado como dever seu, através da representação de uma necessidade social da coletividade, a prestação dos serviços essenciais para ela.
	Importante ressaltar que o Estado poderá prestar o serviço público de forma direta ou de forma indireta (transporte coletivo, telefonia, conservação de rodovias...). 
Assim, mesmo ele prestando diretamente ou não o serviço, a prestação deverá obedecer ao regime jurídico público.
	Será considerado regime totalmente público quando for o próprio Estado o prestador do serviço, de forma direta; quando a empresa privada prestar o serviço público, será utilizado na prestação do serviço o regime parcialmente público.
ELEMENTOS DEFINIDORES DO SERVIÇO PÚBLICO
Segundo Celso Antônio Bandeira são dois:
Substrato material: utilidade e comodidade material; relevância geral; o Estado tem que assumir como obrigação sua/dever seu.
Traço formal: regime jurídico total ou parcialmente público.
PRINCÍPIOS DO REGIME DE PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
	Todos os princípios estudados anteriormente, ao início do curso, aqui também são observados. Cada doutrina trata de uma lista de princípios determinados à prestação dos serviços públicos.
	Mas, a lista que mais aparece em concurso é a constante do artigo 6º da lei 8987/1995:
Art. 6o, lei 8987/1995 - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários (impessoalidade), conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
        
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas. (...)
        
	São os princípios tratados neste parágrafo primeiro, conforme listados abaixo, alguns deles já tratados no início do curso de administrativo do Intensivo I:
Prestação obrigatória
Celso Antonio dia que a prestação é obrigatória. O Estado tem o dever de promover a prestação do serviço público.
Princípio da continuidade do serviço público
O Estado deve promover o serviço de forma contínua, não podendo ser interrompido.
Ver as considerações sobre o princípio da continuidade do serviço público, a exceptio non adimpleti contractus, o não pagamento da tarifa pelo particular, entre outras questões no arquivo sobre o regime jurídico da administração pública.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE E O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS.
	O servidor público tem direito de greve, conforme o artigo 37, inciso VII, CF. Ainda, na forma da lei específica, que será ordinária. 
	O entendimento é que a norma constitucional que garante o direito de greve ao servidor é de eficácia limitada, só podendo ser exercido, portanto, perante lei específica ordinária. 
Até hoje não há lei ordinária para regular, especificamente, o direito de greve do servidor público.
	O STF, no julgamento dos Mandados de Injunção 670, 708 e 712, proferiu decisão no sentido de que o legislador deve legislar sobre o direito de greve do servidor público, mas, enquanto não legisla, isso não impedirá o direito de greve do servidor público, que observará a lei de greve do trabalhador (lei 7.783/1989).
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE x CORTE DO SERVIÇO DA LEI 8987/1995, ARTIGO 6, PARÁGRAFO TERCEIRO.
	
	O artigo apontado traz o caso da interrupção do serviço público e o não desrespeito ao princípio da continuidade.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
		
Princípio da eficiência
Último princípio a ser colocado de forma expressa no art. 37, caput, CF, na emenda constitucional 19/1998. Mas, já era previsto de forma expressa por este art. 6º, acima analisado. 
	O serviço público deve ser prestado de forma eficiente, ágil. O princípio da eficiência tem muita preocupação com os MEIOS e os FINS. É preciso que se gaste o menor valor possível, obtendo o melhor resultado possível. A doutrina diz que essa correlação de “meio e fim” é utópica em termos de eficiência.
Princípio da impessoalidade
Pelo princípio da impessoalidade há ausência de interesse na prestação de serviços pela Administração ou pelos particulares em regime de concessão ou de permissão. 
O serviço é prestado para todos; há ausência de subjetividade na prestação do serviço.
Princípio da segurança
A prestação do serviço público deverá obedecer ao princípio da segurança, quando do momento da prestação não pode de qualquer modo colocar em risco a vida da sociedade, do particular, do administrado ou de qualquer de seus servidores.
Princípio da generalidade
A prestação do serviço público deverá ser realizada erga omnes, isto é, prestado de forma geral, para toda a coletividade. 
	É preciso ressaltar quanto falta para que os serviços públicos no Brasil sejam aplicados em consonância com estes princípios aqui expostos, na prática. Não é uma verdade no Brasil este princípio, especialmente da generalidade, junto aos serviços públicos.
Princípio da modicidade
O serviço público prestado deve ser o mais barato possível, sendo ele prestado deste modo, com base no princípio da modicidade.
	Exemplo: preço da inscrição para a realização de um concurso público extrapola este princípio, sendo muito cara a efetuação da inscrição, estando muito longe do princípio da modicidade.
Princípio da atualidade
O serviço público tem de estar prestado de acordo com a atualidade da técnica existente, isto é, com o estado da técnica, (na utilização das técnicas mais modernas quando da prestação). Esse conceito é aferido pelo §2º, analisado abaixo.
Princípio da cortesia
O servidor público tem de ser cortês, educado, atendendo o particular com boa-vontade quando da prestação de seu serviço público. O servidor público tem de atender o administrado/ particular com urbanidade.
Professora Fernanda Marinela diz que com a dificuldade dos concursos públicos o critério de seleção vem aumentando e conseqüentemente a urbanidade e melhor tratamento por parte dos novos servidores públicos.
Art. 6º, lei 8987/1995
(...)
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço.
        
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
        
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
        
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
CLASSIFICAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
	Existem duas classificações que mais caem em concursos públicos:QUANTO À ESSENCIALIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço próprio
É chamado pela doutrina, também, como serviço público propriamente dito, que é o serviço dito como serviço essencial. O serviço essencial é indelegável pelo Poder Público. Exemplo: prestação de serviço de segurança pública deve ser realizado pelo Estado e não delegado ao particular.
Serviço impróprio
Também é chamado pela doutrina o serviço impróprio de serviço de utilidade pública. É um serviço que é secundário, não é essencial para a sociedade. Por esta característica de ser secundário, poderá ser delegado para a execução realizada por particulares. Exemplo: serviço público de telefonia.
Transporte coletivo é serviço próprio ou impróprio? É serviço essencial para a coletividade, embora já tenha sido delegado para a prestação de particulares. O mesmo ocorre com a prestação de serviço de energia elétrica, que embora seja essencial, é um serviço que também já foi delegado, não sendo mais prestado pelo Estado.
O problema é que esta classificação dos serviços quanto a sua essencialidade foi criada por Hely Lopes Meirelles, que faleceu em 1990. Hely não acompanhou a política das privatizações nos anos de 1994 e 1995 que modificou o panorama dos serviços públicos e destruiu esta espécie de classificação, já que muitos serviços essenciais foram transferidos e delegados à execução por particulares.
A doutrina moderna critica muito esta classificação, mas ela ainda continua caindo em concursos (especialmente os de técnico judiciário da Fundação Carlos Chagas). Mas, não está mais compatível com o nosso atual contexto, após política de privatizações.
Maria Sylvia Di Pietro utiliza as expressões de “serviços próprios” e “serviços impróprios” para utilidade e atividade comercial/ empresarial e não está neste contexto. É bom se atentar e não fazer o estudo deste tema com ela.
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Serviço geral
O serviço geral é o serviço prestado à coletividade em geral; neste serviço é impossível calcular-se o quanto cada pessoa dele se utiliza. Desta forma, o serviço é indivisível. Exemplo: serviço de segurança pública no Brasil, não há como medir ou calcular o quantum cada um utiliza.
Os recursos utilizados que mantém o serviço geral estão contidos na receita geral que possui o Estado, como resultado da arrecadação dos impostos realizada pelo Poder Público junto a cada um dos particulares que usufruirá do serviço geral colocado à sua disposição.
Serviço individual
O serviço individual é espécie de serviço específico e divisível; esta espécie de serviço possui destinatário determinado e é possível que se analise quanto cada particular fez uso dele. Exemplo: utilização do serviço de energia elétrica; utilização do serviço de telefonia; etc.
Os serviços individuais podem ser divididos em: 
Serviços compulsórios
São os serviços essenciais, específicos e divisíveis e que são mantidos através da arrecadação de taxas, espécie de tributo vinculado à prestação específica e divisível do serviço público, da contraprestação realizada pela Administração. Como possui natureza tributária, a cobrança da taxa deverá obedecer aos princípios da anterioridade e da legalidade, entre outros do sistema tributário.
Há pagamento da taxa pelo simples fato de o serviço estar à disposição do particular/administrado. Há pagamento de taxa mínima, nem que não seja o serviço efetivamente fruído pelo particular. A Administração poderá cobrar este mínimo pelo simples fato de o serviço estar à disposição do administrado. 
Exemplo: mesmo deixando o imóvel fechado, o proprietário deverá pagar a taxa mínima de água pelo serviço público estar à disposição do particular, nesta residência.
	
E a taxa de bombeiro? Cada ente cobra de uma maneira; normalmente vem junto ao pagamento do IPTU; existem estados-membros que colocam junto ao pagamento do IPVA. Esta taxa é constitucional? Não dá para medir e calcular quanto cada pessoa utilizará do serviço de bombeiros. O serviço de bombeiros não pode ser cobrado através de taxa. Se não se pode dividir a utilização do serviço, é inconstitucional a cobrança desta taxa, segundo a professora Fernanda Marinela.
	E a taxa do buraco? Normalmente o pagamento desta taxa vem cobrado junto ao pagamento do IPVA. Também considerada esta taxa como inconstitucional. Não há como delimitar quanto cada pessoa se utiliza da rua que é bem conservada e não possui buracos. O problema é pagar o valor apenas do IPVA sem o valor da taxa do buraco. 
	E a taxa da iluminação pública? Não dá para medir ou calcular o quanto cada administrado utiliza da iluminação pública. Não é um serviço que pode ser pago através de taxa, não é um serviço divisível, não pode ele ser mensurado. Há súmula quanto a esta taxa, a considerando inconstitucional:
Súmula 670, STF - O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTE TAXA.
	Mas, depois saiu uma emenda constitucional para alterar a CF/1988 para transformar esta taxa de iluminação pública em contribuição para a iluminação pública. Professora Fernanda Marinela diz que continua sendo inconstitucional, já que a contribuição também deverá ser destinada para um serviço divisível; mas, para ela nunca será declarada como tal pelo Supremo, por ter sido inserida na forma de uma emenda constitucional no ordenamento jurídico brasileiro.
Serviços facultativos
Só serão pagos os serviços facultativos se eles forem utilizados pelo administrado, através do pagamento de tarifa. A tarifa não possui natureza tributária, ela é apenas considerada um preço público, não seguindo aos princípios da anterioridade ou da legalidade, por exemplo, constantes do regime tributário.
Exemplo: o serviço de transporte público só será pago caso o particular utilize o serviço colocado à disposição, de modo facultativo; só será pago o serviço de telefonia se ele for contratado pelo particular, sendo um serviço facultativo; entre outros.
DETERMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
	
Distribuição constitucional de competência para prestar os serviços públicos (arts. 21 a 30, CF);
Dependendo do interesse, a competência será determinada:
- nacional: competência União;
- regional: competência do Estado;
- local: competência dos Municípios.
Existem na Constituição quatro situações diferentes quanto ao regime dos serviços públicos:
Estado tem a obrigação de prestar o serviço público e a obrigação de transferir/outorgar o serviço público (art. 220 a 224, CF – rádio e TV);
Nesta categoria de serviço está o serviço de rádio e televisão no Brasil. Este serviço tem de acontecer, mas o Estado deverá transferir a prestação do serviço de comunicação para que um particular exerça este serviço público.
	Não é possível que o Estado tenha acesso direto e irrestrito aos meios de comunicação; a idéia é a de que a informação seja imparcial, desprovida de elementos políticos ou de interesse apenas da Administração.
Estado tem a obrigação de prestar, mas também dá ao particular a possibilidade de prestação, quando ele ganha também a titularidade do serviço público;
Não há qualquer delegação, não há contrato, a própria Constituição já dá ao particular a titularidade e a prestação de determinados serviços públicos. São os serviços de prestação da saúde (art. 196 e seguintes, da Constituição Federal) e do ensino (art. 205 e seguintes, da Constituição Federal) que são prestados por Estado e particular, mas detém ambos também a titularidade.
Não há qualquer delegação ou assinatura de contrato administrativo para que haja a efetiva transferência e possibilidade de prestação do serviço. Há mera fiscalização do Estado (controle pelo MEC, por exemplo, junto às universidades e escolas particulares). 
PRESTAÇÃO OBRIGATÓRIA/EXCLUSIVA - Estado tem a obrigação de prestar com exclusividade alguns serviços públicos.
São os serviços que o Estado deve prestar com exclusividade: serviço de correios no Brasil – ADPF 46 (na prática esta exclusividade não ocorre, mas éa determinação constitucional); a prestação do serviço de segurança pública também é incluída neste contexto.
Art. 21, CF - Compete à União:
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Estado tem a obrigação de prestar, sendo a sua prestação de forma direta ou de forma indireta o serviço público;
O Estado tem liberdade para escolher se a prestação do serviço público será realizada de forma direta ou de forma indireta (sendo prestado o serviço nesta hipótese pelo particular). 
De agora em diante, neste material serão estudados estes serviços públicos delegados, com a sua prestação de forma indireta, pelos particulares, contratados pelo Estado, pela Administração.
Há desta forma, um caso de DESCENTRALIZAÇÃO que poderá ser efetuada através da outorga ou através da delegação (que poderá ser feita por lei, por contrato ou por ato administrativo).
A delegação realizada por lei já foi estudada anteriormente (quando da constituição e criação das pessoas jurídicas da administração indireta).
Será estudada agora a descentralização por delegação por contrato ou por ato administrativo unilateral: 
Contrato de Concessão de Serviço Público
INTRODUÇÃO
	É importante não confundir o contrato de concessão de serviço público com a chamada concessão de uso de bem público (que nada mais é que a transferência dada pela Administração para que o particular faça a utilização de um bem público).
	Em 1995 o Governo Federal aprova a lei 8987/1995 que cuida dos contratos de concessão e de permissão de serviço público. Posteriormente, no ano de 2004, o Governo Federal também apresenta ao Congresso Nacional o projeto de lei da Parceria Público-Privada (PPP). Alguns questionamentos surgiram neste momento:
Qual é a natureza jurídica da PPP? Congresso Nacional e os elaboradores da lei decidiram que se deveria realizar a PPP através de um contrato da espécie de concessão. 
E como diferenciar a concessão da PPP com a velha concessão da lei 8987/1995? Decidiu o Congresso Nacional e os elaboradores da lei chamar de velha concessão da lei 8987/1995 de concessão comum e a nova concessão da PPP de concessão especial, prevista na lei 11.079/2004. Esta última lei foi alterada pela lei 12.409/2011.
O ideal é que se estude primeiro a concessão comum; sabendo bem seu regramento, deve-se estudar a lei da parceria público-privada, para delimitar as suas especialidades.
	Neste estudo primeiramente desta forma também será feito. Primeiramente será estudado o regramento geral da concessão comum, e depois será feita a análise da concessão especial da parceira público-privada.
CONCEITO DE CONCESSÃO
	A concessão é uma delegação de serviço público, isto é, a transferência da execução do serviço, pelo poder concedente, o ente político que possui o serviço em sua órbita de competência, para um particular, que será o concessionário.
	É a Constituição Federal que delimita qual ente político possui a titularidade de determinado serviço. Caso o serviço não esteja previsto na Constituição, será delimitada a competência do ente responsável pelo serviço através de seu interesse:
Se serviço de interesse nacional: competência da União;
Se serviço de interesse regional: competência dos Estados-membros;
Se serviço de interesse local: competência do Município ou do Distrito Federal.
Receberá a concessão de serviço, isto é, a delegação contratual, os particulares, que serão chamados de concessionários. A lei não permite a concessão de serviço público realizada à pessoa física; poderá ser transferido o serviço pelo contrato de concessão apenas para a pessoa jurídica ou para um consórcio de empresas (empresas reunidas, especializadas em áreas diferentes, para atender a transferência do serviço público de modo eficiente).
FORMALIZAÇÃO DA CONCESSÃO ATRAVÉS DO CONTRATO ADMINISTRATIVO
LICITAÇÃO		
A concessão será formalizada através de contrato administrativo, com a devida licitação prévia. E a modalidade licitatória utilizada nesta hipótese será, obrigatoriamente, a modalidade de concorrência.
Art.23, lei 8666/1993
§ 3o  A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Na licitação da modalidade de concorrência, utilizada para as concessões de serviços, é utilizado o regramento da lei 8666/1993. FALSO. Esta concorrência não segue o regramento da lei 8666/1993 totalmente; segue-se neste procedimento pelo menos a base da lei geral de licitações, mas as peculiaridades do certame estão exatamente na lei 8987/1995:
	Nos seguintes artigos são destacadas as peculiaridades deste procedimento especial da modalidade de concorrência para a licitação do contrato de concessão de serviço público, como diferentes critérios de seleção, procedimento invertido, lances verbais, sendo:
Art. 14, lei 8987/1995 - Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório.
     
Art. 15, lei 8987/1995 - No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios (tipos de licitação): (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
I - o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) – critério próprio de seleção da proposta dentro do procedimento de licitação da modalidade de concorrência para o contrato de concessão de serviços públicos.
        
II - a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da concessão; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
III - a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
IV - melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
V - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
VI - melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica; ou (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
VII - melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
§ 1o A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação econômico-financeira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
§ 2o Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
§ 3o O poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
§ 4o Em igualdade de condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
Art. 16, lei8987/1995 - A outorga de concessão ou permissão não terá caráter de exclusividade, salvo no caso de inviabilidade técnica ou econômica justificada no ato a que se refere o art. 5o desta Lei.
        
Art. 17, lei 8987/1995 - Considerar-se-á desclassificada a proposta que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios que não estejam previamente autorizados em lei e à disposição de todos os concorrentes.
       
§ 1o Considerar-se-á, também, desclassificada a proposta de entidade estatal alheia à esfera político-administrativa do poder concedente que, para sua viabilização, necessite de vantagens ou subsídios do poder público controlador da referida entidade. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
§ 2o Inclui-se nas vantagens ou subsídios de que trata este artigo, qualquer tipo de tratamento tributário diferenciado, ainda que em conseqüência da natureza jurídica do licitante, que comprometa a isonomia fiscal que deve prevalecer entre todos os concorrentes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
Art. 18, lei 8987/1995 - O edital de licitação será elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá, especialmente:
        
I - o objeto, metas e prazo da concessão;
        
II - a descrição das condições necessárias à prestação adequada do serviço;
        
III - os prazos para recebimento das propostas, julgamento da licitação e assinatura do contrato;
        
IV - prazo, local e horário em que serão fornecidos, aos interessados, os dados, estudos e projetos necessários à elaboração dos orçamentos e apresentação das propostas;
        
V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade jurídica e fiscal;
        
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenientes de projetos associados;
        
VII - os direitos e obrigações do poder concedente e da concessionária em relação a alterações e expansões a serem realizadas no futuro, para garantir a continuidade da prestação do serviço;
        
VIII - os critérios de reajuste e revisão da tarifa;
        
IX - os critérios, indicadores, fórmulas e parâmetros a serem utilizados no julgamento técnico e econômico-financeiro da proposta;
        
X - a indicação dos bens reversíveis;
        
XI - as características dos bens reversíveis e as condições em que estes serão postos à disposição, nos casos em que houver sido extinta a concessão anterior;
        
XII - a expressa indicação do responsável pelo ônus das desapropriações necessárias à execução do serviço ou da obra pública, ou para a instituição de servidão administrativa;
XIII - as condições de liderança da empresa responsável, na hipótese em que for permitida a participação de empresas em consórcio;
        
XIV - nos casos de concessão, a minuta do respectivo contrato, que conterá as cláusulas essenciais referidas no art. 23 desta Lei, quando aplicáveis;
       
XV - nos casos de concessão de serviços públicos precedida da execução de obra pública, os dados relativos à obra, dentre os quais os elementos do projeto básico que permitam sua plena caracterização, bem assim as garantias exigidas para essa parte específica do contrato, adequadas a cada caso e limitadas ao valor da obra; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
        
XVI - nos casos de permissão, os termos do contrato de adesão a ser firmado.
        
Art. 18-A, lei 8987/1995 - O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento (faculdade para que seja invertido o procedimento na modalidade de concorrência, como ocorre na lei estadual baiana e no procedimento do pregão), hipótese em que: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
        
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, (facultatividade para que seja utilizada a possibilidade dos lances verbais) será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
        
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado vencedor; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
        
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no edital; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
        
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)
        
Art. 19, lei 8987/1995 - Quando permitida, na licitação, a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
        
I - comprovação de compromisso, público ou particular, de constituição de consórcio, subscrito pelas consorciadas;
        
II - indicação da empresa responsável pelo consórcio;
        
III - apresentação dos documentos exigidos nos incisos V e XIII do artigo anterior, por parte de cada consorciada;
        
IV - impedimento de participação de empresas consorciadas na mesma licitação, por intermédio de mais de um consórcio ou isoladamente.
        
§ 1o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
        
§ 2o A empresa líder do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais consorciadas.
        
Art. 20, lei 8987/1995 - É facultado ao poder concedente, desde que previsto no edital, no interesse do serviço a ser concedido, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se constitua em empresa antes da celebração do contrato.
        
Art. 21, lei 8987/1995 - Os estudos, investigações, levantamentos, projetos, obras e despesas ou investimentos já efetuados, vinculados à concessão, de utilidade para a licitação, realizados pelo poder concedente ou com a sua autorização, estarão à disposição dos interessados, devendo o vencedor da licitação ressarcir os dispêndios correspondentes, especificados no edital.
        
Art. 22, lei 8987/1995 - É assegurada a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões.
	A modalidade de licitação utilizada para a concessão será sempre da concorrência? NÃO, se os serviços estiverem previstos na lei do programa nacional das desestatizações será possível a licitação da concessão de serviços públicos através da modalidade de licitação do leilão, a exemplo do que ocorreu com o serviço público de telefonia. 
PRAZO DO CONTRATO DE CONCESSÃO
	A duração do contrato de concessão de serviços públicos dependerá da lei que permite a concessão do serviço público. O ideal é que o Estado fixe um prazo razoável, de acordo com o tamanho do investimento realizado pela empresa concessionária.
	Pode ocorrer prorrogação, desde que esteja o prazo prorrogado dentro do limite da lei.
AUTORIZAÇÃO DO PODER PÚBLICO
	Para que se faça a concessão de um serviço público é preciso que seja dada autorização legislativa pelo Poder Público; normalmente uma lei que regula o serviço público, disciplina também a possibilidade de concessão e, consequentemente, o prazo de duração do contrato.
REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO
	A remuneração da concessionária que presta o serviço público é basicamente realizada através de tarifas de usuário. Os valores e os reajustes (as datas que eles ocorrerão e os índices utilizados) são definidos pela política tarifária (art. 9º a13, lei 8987/1995), escolhida e definida no momento da licitação.
	E se não houver qualquer previsão no contrato sobre a política tarifária? Do mesmo modo é culpa da Administração por ter escolhido mal a empresa na licitação e por não estar fiscalizando bem a execução do contrato administrativo firmado. Deve haver a previsão da política tarifária no contrato.
	A tarifa paga pelo usuário do serviço público deverá seguir o princípio da modicidade, como foi visto anteriormente. Mas, em alguns serviços esta tarifa não é tão módica como deveria ser. O que o Estado poderá fazer neste caso?
A lei 8987/1995 permite que na concessão sejam previstas no edital de licitação a possibilidade do pagamento de receitas alternativas, visando a modicidade das tarifas.
Exemplo: nos ônibus de transporte coletivo podem ser colocadas propagandas, sendo remuneradas diretamente para as receitas alternativas, abatendo o valor das tarifas.
Art. 11, lei 8987/1995 - No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei.
        
Parágrafo único. As fontes de receita previstas neste artigo serão obrigatoriamente consideradas para a aferição do inicial equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
Estabelecer o pagamento de recursos públicos pela Administração para a empresa concessionária de serviço público.
O Estado poderá financiar (faculdade), com recurso público, uma parcela do serviço executado pela concessionária como forma de atingir a modicidade das tarifas. Este é um ponto de diferenciação com a concessão especial, quando na Parceira Público-Privada a característica da presença do recurso público é obrigatória.
RESPONSABILIDADE NO CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS
Se o particular/administrado sofrer quaisquer prejuízos ou estiver insatisfeito com o serviço público prestado, a responsabilidade será do ente político que é o concedente do serviço ou da empresa/consórcio que é o cessionário do serviço?
CONTRATO ADMINISTRATIVO COMUM
	No contrato comum a relação do usuário, do particular, é direta com o Estado. É o Estado que diretamente responderá pelos danos causados em decorrência da celebração de um contrato administrativo simples, de fornecimento, obras ou serviços (art. 6º, lei 8666/1993).
	A empresa contratada não presta o serviço por sua conta e risco; presta na verdade o contrato em nome e risco arcado pelo Estado. A responsabilidade do Estado, segundo o art. 37, §6º, CF, é uma responsabilidade de natureza objetiva.
Exemplo 01: o Estado celebra com a Empresa “X” um contrato administrativo simples de fornecimento de merenda escolar, com base no artigo 6º, lei 8666/1993.
Se a merenda escolar estiver de má qualidade e as crianças estiverem passando mal com ela, os pais (usuários indiretos da merenda) irão reclamar na Escola Pública, direto com o Estado, e não com a Empresa “X”, os danos causados em decorrência da má qualidade da merenda escolar. A relação direta é do Estado com o Particular neste caso.
Exemplo 02: o Estado celebra contrato com a Empresa “Y” um contrato administrativo simples de reforma de uma escola pública (art. 6º, lei 8666/1993). Durante a reforma, uma escada cai na cabeça de um dos alunos. Os pais vão até a escola para reclamar a indenização dos serviços hospitalares que sofreram. É dele a responsabilidade sobre o dano causado pelo contratado neste caso.
O Estado posteriormente poderá em ação de regresso receber da empresa os valores pagos a título de indenização, demonstrada a responsabilidade subjetiva; mas a relação é do particular, neste caso, é com o Estado diretamente.
CONTRATO ADMINISTRATIVO DE CONCESSÃO
	Já no contrato administrativo de concessão, o vínculo jurídico se desloca, sendo a relação direta firmada entre o particular/ administrado/ usuário de serviço e a empresa concessionária do serviço público. A empresa concessionária presta o serviço por sua conta e risco, e não por conta e risco do Estado que lhe delegou a prestação do serviço público.
	A responsabilidade da concessionária, neste caso, é uma responsabilidade objetiva igualmente a do Estado, estando ela também sujeita à regra do art. 37, §6º, CF:
Art. 37, CF
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos (empresas concessionárias) responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros (responsabilidade objetiva), assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	Exemplo: quando há má execução do serviço ou ocorrer qualquer problema no serviço de telefonia, o usuário não irá pedir a indenização do Estado que delegou o serviço público, mas sim da empresa concessionária de serviço público que assumiu a prestação deste serviço. 
No máximo, poderá informar o usuário à agência reguladora do serviço (Anatel, no exemplo dado) para que o Estado melhore junto à fiscalização da empresa concessionária que presta o serviço baseado no contrato administrativo de concessão.
O STF, no julgamento do RE 591874, declarou ser objetiva a responsabilidade da concessionária, tanto em face dos usuários como de terceiros.
Em face dos usuários (passageiros que estavam dentro do ônibus): a responsabilidade, segundo o STF, é uma responsabilidade objetiva com base no art. 37, §6º, CF.
Em face dos não usuários (particular, do carro colidido): deve ser aplicada, segundo entendimento do STF, a responsabilidade objetiva.
Professor Fernanda Marinela diz que este julgado dado em 2007 pelo STF foi único, isolado, não se caracterizando como posição verdadeiramente de todo o pleno do Supremo, como foi demonstrado na prova do CESPE. Foi a posição isolada, de uma das turmas do Supremo.
Qual a justificativa deste posicionamento do Supremo? Professora Fernanda Marinela diz que eles tomaram por base uma interpretação do §6º do art. 37, CF:
Art. 37, CF
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado (quando, somente se estiverem nesta posição) prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	Professora Fernanda Marinela critica veementemente este posicionamento do Supremo. E diz que nunca mais o assunto voltou nas posteriores decisões do STF e nem em provas de concurso.
	Demonstrar se a pessoa é usuária ou não do serviço não é uma tarefa fácil. E se o ônibus atropela a pessoa que está na rua querendo pegar o ônibus? Ou está no ponto, mas esperando uma carona de um particular? É um conceito muito vago e de difícil comprovação frente ao caso concreto, sendo um entendimento muito ruim em termos da configuração de uma possível responsabilização.
	E se a concessionária não possuir bens suficientes/ patrimônio, quem pagará pelos danos? O Estado será chamado a responder por esta responsabilidade decorrente de danos praticados por sua concessionária de forma objetiva. Como o Estado escolheu a prestadora e ele é titular do serviço, transferindo a execução para a empresa que presta por sua conta e risco, nada mais justo que seja a responsabilidade subsidiária.
	É importante diferenciar a responsabilidade subsidiária que tem o Estado quanto aos danos decorrentes da prestação de serviços; mas, com a ressalva de não responder nada o Estado quanto aos contratos celebrados com terceiros pela concessionária (art. 38, §6º, lei 8987/1995); se a concessionária celebrar um contrato com terceiro, é ela quem deve arcar com o referido contrato.
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇOS
ADVENTO DO TERMO CONTRATUAL
	Se for firmado um contrato de concessão de serviços públicos pelo prazo de5 anos, por exemplo, haverá extinção do contrato de concessão, de forma normal, pela decorrência do prazo. Vencido o prazo, extinto estará o contrato de concessão de serviços.
	Poderá haver a reversão dos bens da concessionária de serviços públicos como também a indenização dos bens, nos moldes do art. 38, lei 8987/1995, analisado logo abaixo.
RESCISÃO UNILATERAL DA ADMINISTRAÇÃO
A Administração poderá extinguir unilateralmente o contrato de concessão de serviço público, mediante algumas razões:
Encampação
Haverá encampação do contrato de concessão quando houver a extinção do contrato feita de forma unilateral pela Administração, com razões de interesse público. É preciso que haja autorização legislativa para que se faça a encampação do contrato de concessão de serviços públicos.
A Administração poderá extinguir o contrato, mas não ficará eximida do ressarcimento dos prejuízos causados ao contratado. Deverá realizar o pagamento de uma indenização ao concessionário que ficará no prejuízo com a eventual extinção do contrato de concessão.
Caducidade
Haverá a rescisão do contrato de concessão através da modalidade da caducidade quando a extinção do contrato for realizada de forma unilateral pela Administração, desta vez, por razão do descumprimento de cláusula contratual pela empresa concessionária (memorização: Caducidade; Cláusula contratual). 
Para a verificação de qualquer inadimplência que possa culminar na caducidade do contrato de concessão de serviços deverá ser realizado um processo administrativo, observados os princípios do contraditório e da ampla defesa (art. 38, §2º,lei 8987/1995, analisado logo abaixo).
Neste caso, quem fará a indenização dos prejuízos causados é o contratado, a empresa concessionária do serviço público e não mais a Administração.
RESCISÃO JUDICIAL
Poderá ser requerida a rescisão de forma judicial quando demonstrados os descumprimentos de cláusulas contratuais (conforme já estudadas na aula de contratos administrativos) e quando requerida pela própria empresa concessionária de serviços públicos (art. 39, lei 8987/1995).
RESCISÃO BILATERAL/ CONSENSUAL
Também espécie de rescisão que já foi vista anteriormente, neste caso há consenso entre a empresa concessionária e a Administração para culminar na extinção do contrato administrativo de concessão de serviços públicos.
EXTINÇÃO DE PLENO DIREITO
Esta nomenclatura da extinção de pleno direito é uma expressão utilizada pela doutrina. É a espécie de extinção que se configura na ocorrência de circunstâncias alheias à vontade das partes. A lei não traz esta terminologia, mas são as extinções contratuais ocorridas em razão:
Falecimento do prestador;
Falência ou extinção da empresa concessionária;
Incapacidade civil (rever)
ANULAÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO DE CONCESSÃO
      
Art. 35, lei 8987/1995 - Extingue-se a concessão por:
        
I - advento do termo contratual;
        
II – encampação (rescisão unilateral);
        
III – caducidade (rescisão unilateral);
        
IV – rescisão (pode ser a judicial ou a amigável/consensual/bilateral);
        
V - anulação; e
        
VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (extinção de pleno direito, não imperando neste caso qualquer vontade das partes).
        
§ 1o Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no contrato.
        
§ 2o Extinta a concessão, haverá a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
        
§ 3o A assunção do serviço autoriza a ocupação das instalações e a utilização, pelo poder concedente, de todos os bens reversíveis.
        
§ 4o Nos casos previstos nos incisos I e II deste artigo, o poder concedente, antecipando-se à extinção da concessão, procederá aos levantamentos e avaliações necessários à determinação dos montantes da indenização que será devida à concessionária, na forma dos arts. 36 e 37 desta Lei.
        
Art. 36, lei 8987/1995 - A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
        
Art. 37, lei 8987/1995 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização, na forma do artigo anterior.
        
Art. 38, lei 8987/1995 - A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.
        
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo poder concedente quando:
        
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade do serviço;
        
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares concernentes à concessão;
        
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
        
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
        
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos devidos prazos;
        
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e
        
VII - a concessionária for condenada em sentença transitada em julgado por sonegação de tributos, inclusive contribuições sociais.
        
§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
        
§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo, dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento, nos termos contratuais.
        
§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada no decurso do processo.
        
§ 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devida na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
        
§ 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária (irresponsabilidade da Administração quanto aos contratos da concessionária firmados com terceiros).
        
Art. 39, lei 8987/1995 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim.
        
Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
	Observação: a situação do Cartório no Brasil não é regrada de acordo com a delegação de serviços; a Constituição Federal dá tratamento diferenciado para esta atividade, sendo na verdade umadelegação de função; mas o CNJ fixou prazo para a realização e regularização da situação de oficial de cartório através de concurso público. A remuneração do serviço será feita por remuneração de taxa ou tarifa, a depender do sistema adotado em cada estado-membro.
Parceria Público-Privada
O PROBLEMA DO CONTRATO DE CONCESSÃO ESPECIAL DA PPP 
	O parceiro privado, isto é, o empresário privado investidor não coloca seu dinheiro facilmente à disposição do Poder Público. A Administração não é bem vista quando responsável por grandes investimentos. Piora esta situação com a corrente troca de mandatos e a não manutenção dos acordos firmados em um mandato com o próximo (mesmo com as tentativas realizadas pela lei de responsabilidade civil).
	Também, culturalmente, o parceiro privado não confia plenamente na Administração. O jogo da iniciativa privada é dado visando o lucro apenas. Grande empecilho que se mostra no requerimento para o oferecimento das garantias do contrato para o investidor privado pelo parceiro público.
CONCEITO DO CONTRATO DE PPP
	A Parceria Público-Privada (PPP) nada mais é que um contrato administrativo que veicula vontades e interesses divergentes (se afastando do conceito real de parceria). O investidor não adere à “parceria” se não houver garantido o seu lucro.
OBJETIVOS DA PPP
Buscar na iniciativa privada o investimento
O Poder Público percebeu que a iniciativa e os recursos deveriam ser buscados junto aos investidores privados, para que fossem concretizadas as grandes obras públicas que ele almeja.
Eficiência da iniciativa privada
É comum pensar-se, e neste caso não foi diferente, que o serviço prestado pelo particular é mais eficiente e melhor que o prestado pelo Estado. 
Professora Fernanda Marinela diz que nem sempre esta afirmação é uma regra e questiona, por exemplo, o serviço de telefonia, que apesar de democratizado não é tão eficiente, mesmo que prestado por uma empresa privada. 
Desta forma, este fundamento da eficiência das atividades desempenhadas pela iniciativa privada não é visto pela professora Fernanda Marinela como um objetivo/ fundamento para a realização do contrato especial de concessão da PPP.
MODALIDADES DA CONCESSÃO ESPECIAL DA PPP
CONCESSÃO ESPECIAL PATROCINADA
Nada mais é que uma concessão comum, que é remunerada além da tarifa do usuário, pois receberá o parceiro privado também uma quantia derivada de recurso público, de forma obrigatória. Diferentemente da concessão comum em que o pagamento do recurso público, como já visto anteriormente, é facultativo pelo Poder Público.
Exemplo: projetos da construção da quarta linha de metrô de São Paulo; projeto da criação de várias rodovias com a cobrança do pedágio, com o pagamento de recurso público pelo Estado; etc.
CONCESSÃO ESPECIAL ADMINISTRATIVA
A concessão especial administrativa nada mais é que uma concessão comum em que a Administração aparece como usuária do serviço contratado, de forma direta ou indireta quanto a este serviço.
Exemplo: projetos em sede de concessão administrativa para a construção de presídios. Quem é o usuário de forma direta é o preso; mas quem tem de prestar o serviço presidiário é a Administração. Torna-se, então, a Administração como a usuária indireta deste serviço.
Este exemplo é quase igual à contratação para a construção de uma escola, ou qualquer outra obra que deve o Estado providenciar para a sociedade.
A doutrina critica muito esta espécie de concessão especial administrativa porque para ela, não é na verdade uma concessão, não há deslocamento da responsabilidade, mas este contrato é mais parecido com um contrato administrativo simples (artigo 6º, lei 8666/1993).
Se o prédio público/obra pública for mal construída, quem responderá, será uma pessoa, a depender do contrato:
Se assinado contrato simples: responderá a Administração por sua conta e risco sobre a obra/ prédio público mal construído;
Se for realizado o contrato de concessão especial administrativa: responderá o parceiro privado por sua conta e risco por quaisquer danos causados na construção mal realizada.
A justificação da edição da lei da PPP é de que devem ser construídos investimentos muito grandes e o Estado sozinho não tem como arcar com os valores. As construções de presídios giram em torno de 56 milhões/70 milhões de reais. Desta forma é a possibilidade de se fazer um financiamento privado pelo poder público. Mas mesmo assim a doutrina critica muito.
CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE CONCESSÃO ESPECIAL
Financiamento privado;
Pluralidade compensatória;
O Estado poderá pagar o financiamento de várias maneiras para o parceiro privado. Será possível que o Estado faça o pagamento do financiamento privado através: 
De dinheiro via ordem bancária; 
Poderá o Estado também pagar transferindo o uso de bens públicos através de atos de concessão, de permissão ou de autorização, que interessem ao parceiro privado;
Também o pagamento será efetuado na transferência de créditos não tributários;
Poderá realizar a Outorga de direitos, transferidos pelo Estado ao parceiro privado, em troca do valor do financiamento. 
Exemplo: no Estatuto da Cidade há uma situação específica para a construção dos edifícios coletivos. Quanto maior a população em uma região, maiores são os serviços que o Estado deverá prestar (escolas, hospitais, manutenção do asfalto, etc.). Deve haver um coeficiente para que seja realizada a construção de um edifício vertical. Para conseguir a licença para construir é preciso de uma outorga onerosa, das construções acima do coeficiente legal determinado no Estatuto da Cidade, quanto à construção para os andares permitidos em determinada região. Este exemplo da outorga onerosa é uma das espécies de outorga de direto que poderá o Estado efetuar para o parceiro privado se ele demonstrar interesse.
Observação: este rol da “pluralidade compensatória” é apenas exemplificativo; existem outras possibilidades de pagamento que o Estado poderá realizar para não se onerar muito com os valores do financiamento privado. Professora Fernanda Marinela entende que é complicado acompanhar a fiscalização sobre o pagamento, isto é, a forma escolhida pelo Estado que será utilizada para a realização do pagamento para o parceiro privado. Quanto mais pluralidade das formas de pagamento, mais difícil fica de fiscalizar as atitudes tomadas pelo Poder Público.
Compartilhamento dos riscos
Na constituição do projeto em parceria, caso venha ele a não dar certo, o Estado arcará também com os prejuízos decorrentes. Haverá a partilha, a divisão dos riscos do empreendimento da PPP, entre o parceiro público e o parceiro privado.
VEDAÇÕES DO CONTRATO DE CONCESSÃO ESPECIAL DE PPP
VALOR: a PPP não poderá ter valor inferior a 20 milhões de reais;
PRAZO: não poderá o contrato firmado ser inferior a 05 anos e nem superior a 35 anos;
OBJETO: o contrato administrativo normal poderá ter como objeto um serviço, uma obra ou um fornecimento. A lei da PPP fala que o contrato de concessão especial deverá conter pelo menos dois objetos/elementos, mostrando-se desta forma, diferente dos contratos simples do art. 6º, lei 8666/1993.
O Estado, junto com o parceiro privado, para gerir/administrar a parceria, vão constituir uma sociedade de propósitos específicos.
Contrato de Permissão de Serviço Público
Art. 2o, lei 8987/ 1995 - Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se:
(...)        
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
CONCEITO
Permissão de serviço público é uma forma de delegação que transfere a execução do serviço público do poder concedente (ente político) para uma pessoa física ou uma pessoa jurídica. 
FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO DE PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS
NATUREZA JURÍDICA DA FORMALIZAÇÃO DA PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOSO instituto, geral da permissão, nasceu no ordenamento jurídico brasileiro para ser um ato unilateral. Quando a lei 8987/1995 foi introduzida, expressamente disse que a permissão de serviço público se formalizaria por contrato administrativo.
Por conseqüência da lei de 1995, entende-se que as demais permissões realizadas pelo Poder Público serão consideradas por ato unilateral; apenas a permissão de serviço público deverá ser formalizada através de contrato administrativo.
Celso Antonio Bandeira de Mello diz que não poderá a permissão ser verdadeiramente um contrato em razão da natureza e da precariedade do instituto da permissão. A natureza da permissão e o fato dela ser precária (retomada a qualquer tempo pelo ente concedente, sem a necessidade de indenização) não combina com a necessidade do contrato administrativo, exposto na lei.
Mas, atenção ao posicionamento majoritário: em provas de concurso, é melhor se utilizar da posição do STF, que afirma que permissão de serviço público deverá ser feita por contrato administrativo, seguindo o mandamento da lei 8987/1995 (art. 2º, IV, lei 8987/1995, visto anteriormente).
(CESPE) A natureza jurídica da concessão é idêntica à natureza jurídica da permissão. VERDADEIRO. Foi esta mesma expressão utilizada pelo Supremo Tribunal Federal quando da explicação de seu posicionamento. A natureza, tanto da concessão quanto da permissão é contratual.
Art. 40, lei 8987/1995 - A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
        
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei.
LICITAÇÃO
	Para que seja assinado o contrato administrativo, do mesmo modo que na concessão, deverá ele ser precedido por licitação. A diferença está na modalidade, que não é vinculada como na concessão; na permissão deverá ser feita a licitação na modalidade escolhida de acordo com o valor do contrato de permissão de serviços que será firmado.
AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA
	Na permissão de serviços não é preciso que seja dada qualquer autorização legislativa sobre o serviço público, como ocorre na concessão de serviços públicos.
PRECARIEDADE
	A maior característica da permissão é a sua precariedade. O Estado poderá retomar o serviço público a qualquer tempo e não precisará indenizar o contratado permissionário de serviço público.
	A doutrina tenta arrumar esta situação dizendo que o Estado deverá da mesma forma indenizar ao menos os prejuízos causados para o particular contratado como permissionário. 
A precariedade fica mitigada com este entendimento do STF: o Estado poderá sim, retomar a qualquer tempo o serviço concedido a título de permissão de serviço público, mas não poderá ser livrado da indenização dos prejuízos eventualmente causados ao particular.
Ato Administrativo de Autorização de Serviço Público
INTRODUÇÃO
	A maioria dos doutrinadores critica esta espécie de delegação de serviços públicos; mas, apesar das críticas, ela também admite haver a autorização dos serviços públicos quando tratar-se de:
Pequenos serviços;
Situações urgentes.
Exemplo: serviços de táxi e serviços de despachante são exemplos de serviços transferidos através de um ato de autorização de serviço público.
CARACTERÍSTICAS DA AUTORIZAÇÃO
Ato unilateral da Administração
Ato Discricionário (conveniência/ oportunidade);
Ato precário (pode ser retomado a qualquer tempo, sem a necessidade do pagamento da indenização).
LEGISLAÇÃO
	Não existe legislação própria e diz a doutrina que será aplicada a lei 8987/1995 no que couber ao ato administrativo de autorização de serviço público.

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