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03. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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11 de março de 2009
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
FORMAS DE PRESTAÇÃO
	A atividade administrativa do Estado pode ser realizada pelo núcleo da administração (prestação centralizada), mas também poderá ser transferida para outras pessoas (prestação descentralizada).
	Quem são as pessoas que podem receber a transferência desses serviços públicos? A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA e os PARTICULARES também podem receber a descentralização.
	O que acontece quando um ente federativo decide transferir o serviço para outro ente político? Também é chamado de descentralização, mas, especificamente é a DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA. Esta possibilidade é estudada pelo Direito Constitucional. Ex: é a delimitação de competência dada, por exemplo, no art. 22, CF, em que a União poderá repassar determinado serviço para o estado-membro ou para o Município.
	Em suma, no direito administrativo é estudado o deslocamento do serviço público pelo ente político para a administração indireta/particulares e não o repasse de competência constitucional (descentralização política) entre os entes políticos.
DIFERENÇAS ENTRE DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
	E se há o deslocamento do serviço de um órgão para outro, dentro da mesma pessoa jurídica, que fenômeno ocorre? Há o fenômeno da DESCONCENTRAÇÃO, quando o deslocamento do serviço ocorre internamente.
	
DESCONCENTRAÇÃO
	
DESCENTRALIZAÇÃO
	Deslocamento ocorre na mesma pessoa jurídica.
	Deslocamento ocorre de uma pessoa jurídica para outra pessoa jurídica.
	No caso do deslocamento interno, da passagem de serviço de um órgão para outro órgão (ou de um Ministério para outro Ministério), nesta distribuição HÁ HIERARQUIA ou SUBORDINAÇÃO entre este repasse de atividade. 
	Existe controle/ fiscalização, mas NÃO existe HIERARQUIA e nem relação de SUBORDINAÇÃO entre as pessoas jurídicas envolvidas na prestação do serviço (uma transfere, e pode fiscalizar e controlar o serviço da outra pessoa jurídica).
 
DESCENTRALIZAÇÃO PARA PESSOA FÍSICA
	É possível no Brasil a descentralização realizada para a pessoa física. VERDADEIRO. Quando pensamos em descentralização para o particular, há mecanismos de entrega do serviço através de concessão, autorização e permissão de serviço público. Para a concessão, apenas há possibilidade de entrega do serviço para a pessoa jurídica. Mas, a permissão e autorização admitem a entrega do serviço tanto para a pessoa jurídica como para a pessoa física.
ESPÉCIES DE DESCENTRALIZAÇÃO
OUTORGA
DELEGAÇÃO
	Há OUTORGA de serviço quando a Administração Pública transfere a TITULARIDADE e a PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO. Dar a titularidade é algo muito drástico para a Administração. Desta forma, somente se constituirá a outorga de serviço público através de LEI.
	Quem pode receber a descentralização de serviço público por outorga? Segundo a maioria da doutrina, poderá ser feita para a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DE DIREITO PÚBLICO (autarquias e fundações públicas de direito público).
	Mas, é possível que a transferência do serviço público seja feita por DELEGAÇÃO. Há neste caso somente transferência da PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO. A Administração Pública irá reter, deste modo, a titularidade do serviço público. A delegação pode ser feita por LEI, por ATO ADMINISTRATIVO e por CONTRATO ADMINISTRATIVO.
	 
	A concessão de serviço público é uma delegação de serviço realizada ao particular. VERDADEIRO.
	A administração pode outorgar a concessão de serviço ao particular. VERDADEIRO. A palavra outorga neste caso está sendo utilizada na concepção vulgar: dar, realizar, fazer a concessão, no exemplo. Não é o instituto da “outorga” tecnicamente do direito administrativo.
	A nossa Constituição Federal em alguns dispositivos utiliza-se do vocábulo “outorga” de forma vulgar, sem a tecnicidade da palavra na seara do direito administrativo.
Administração Direta
	Neste tópico não serão analisados os entes políticos a partir de sua competência, suas atribuições, mas sim a relação da atividade administrativa dentro dela, especialmente o relacionamento dos órgãos que a compõe.
O ESTADO E SEUS AGENTES
	Sobre o relacionamento do Estado com seus agentes, três teorias foram criadas dentro do Direito Comparado:
ÓRGÃOS PÚBLICOS
CONCEITO
	A administração foi distribuída em vários núcleos especializados de competência. Cada centro é um núcleo especializado de competência para a busca da eficiência e melhor prestação do serviço público.
	Órgão Público, deste modo, nada mais é que um núcleo especializado de competência.
	A grande característica do órgão público é que ele NÃO POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA. Não possui aptidão para ser sujeito de direitos ou contrair obrigações.
PERSONALIDADE JURÍDICA
	Pode o órgão público ser responsável por seus atos? Não, o órgão público não responderá por qualquer de seus atos. É a pessoa jurídica a qual ele é vinculado que responderá por eles. 
Exemplo: No caso de dano em escola pública municipal, não responderá a secretaria da educação e nem a Prefeitura. Mas, o Município responderá sobre qualquer dano decorrente.
Pode o órgão público celebrar contratos? Em regra, não é possível que ele celebre contratos. O órgão pode fazer a licitação de contratos, mas não será ele que celebrará o contrato/instrumento decorrente desta licitação.
Observação: art. 37, §8º, CF – segundo a professora Fernanda Marinela é uma aberração (do mesmo modo, opinião de Celso Antonio de Mello) que permite que o órgão celebre CONTRATO DE GESTÃO:
Art. 37, CF
(...)
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal. (...)
	A doutrina diz que, como veio por emenda, no tocante a esta possibilidade de contrato de gestão a emenda é inconstitucional, contrariando o espírito da Constituição Federal.
Como o órgão, sem ser pessoa jurídica, possui cadastro no CNPJ? É um problema arrecadatório. A receita federal diz que não é uma pessoa jurídica o órgão, mas que terá cadastro no CNPJ para que haja controle de seus recursos/fluxo de dinheiro que circula diante do orçamento (Instrução Normativa 748/2008 da Receita Federal).
Órgão público pode ir a Juízo? Excepcionalmente, assim como o espólio e a massa falida, o órgão público poderá ir a Juízo, mesmo sem possuir personalidade jurídica. A jurisprudência diz que poderá ser possível quando:
For em razão do exercício da busca de suas prerrogativas institucionais;
Desde que apareça como sujeito ativo.
Exemplo: Câmara de Vereadores tem o direito ao recebimento do duodécimo (repasse de dinheiro do orçamento do Município para verbas da Câmara). Quem repassa o duodécimo para a Câmara Municipal é o Chefe do Executivo. Se o Prefeito se recusar a repassar o duodécimo, a Câmara, mesmo sendo um órgão público, poderá requerer a exigência (buscando sua prerrogativa institucional), como sujeito ativo desta ação. 
Hely Lopes Meirelles fala que deverá ser utilizado o mandado de segurança neste caso quando um órgão possui suas prerrogativas funcionais próprias infringidas por outro órgão. O doutrinador ressalta que somente poderão realizar tais ações os órgãos independentes e os autônomos, já que os subalternos e os superiores em razão de sua hierarquização não poderão demandar judicialmente outros órgãos, e as questões serão decididas administrativamente pela Chefia a que estão subordinados.
Em nota de rodapé, o mesmo autor diz que outra possibilidade de capacidade processual para os órgãos da Administraçãoé quanto à legitimação dada pelo art. 82, III, CDC para que realize a defesa do consumidor. 
Art. 82, CDC - Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
        
I - o Ministério Público,
        
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
        
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código (apenas os órgãos ligados à defesa do consumidor);
        
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
        
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
       
§ 2° (Vetado).
§ 3° (Vetado).
ORGÃOS NAS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DIRETA E INDIRETA
	
	É possível órgão público na administração pública direta e indireta. VERDADEIRO. 
Art. 1o, lei 9784/1999 - Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
        
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
        
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
        
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
        
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
        
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
QUANTO À POSIÇÃO NA ESTRUTURA ESTATAL
Órgão independente 
Órgão independente é o órgão que não sofre qualquer relação de subordinação, gozando de independência em sua atuação. Segundo Hely Lopes, em situações excepcionais já ditas anteriormente, possuirá capacidade processual. 
Exemplos: Presidência da República, Governadorias, Prefeituras Municipais (poder executivo); Casas legislativas em todos os entes (poder legislativo); Tribunais e Juízos Monocráticos (poder judiciário).
Entre os poderes do Estado não existe qualquer relação de subordinação, mas relação de controle e fiscalização, sempre baseada na teoria dos “freios e contrapesos”.
Órgãos autônomos
Órgão autônomo possui subordinação aos órgãos independentes, mas ainda carrega certa dose de autonomia. Segundo Hely Lopes, em situações excepcionais já ditas anteriormente, possuirá capacidade processual. 
 Exemplos: Ministérios Federais, Secretarias dos Estados e dos Municípios, etc.
Órgão superior
O órgão superior possui poder de decisão, mas está subordinado aos órgãos autônomos e independentes. Exemplos: Procuradorias, Gabinetes, etc. 
Órgão subalterno
O órgão subalterno é o órgão que não possui poder de decisão, é considerado mero órgão de execução. Não há nenhum poder de decisão. Exemplos: Almoxarifado, Zeladoria, Departamento de Recursos Humanos.
QUANTO À RAMIFICAÇÃO
Órgão simples
Não possui órgãos agregados a sua estrutura. Exemplo: Gabinete.
Órgão composto
O órgão composto possui desmembramentos, ramificações em outros órgãos. Exemplo: Delegacia de Ensino e as escolas ligadas à delegacia de ensino.
QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL
 Órgão singular
Vontade do órgão traduz-se na vontade de um único agente (teoria do órgão). Também é chamado de ÓRGÃO UNIPESSOAL. Exemplo: Presidência da República, Prefeitura, Juízo Monocrático.
Órgão colegiado
Órgãos colegiados são os compostos por vários agentes, e sua vontade se desenvolve pela vontade de todos eles (teoria do órgão). Exemplo: Tribunais, Casas Legislativas, etc.
Administração Indireta
REGRA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
	Estas regras gerais são aplicadas a todas as pessoas jurídicas da administração indireta: autarquia, fundações públicas, empresa pública e sociedade de economia mista.
PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA
	As pessoas jurídicas da administração indireta possuem personalidade jurídica própria (podendo ser sujeito de direitos e podendo contrair obrigações), possuindo capacidade para responder por seus próprios atos.
RECEITA E PATRIMÔNIO PRÓPRIO
	Para que as pessoas jurídicas da administração indireta respondam por seus atos, é necessário que possuam patrimônio próprio, não importa a origem destes recursos (se foi através de uma doação, uma afetação do Poder Público, etc.).
AUTONOMIA
	Possui qualquer dessas pessoas jurídicas da administração indireta a autonomia TÉCNICA, ADMINISTRATIVA e FINANCEIRA.
	Autarquia goza de capacidade política (autonomia política). FALSO. Autonomia política/ capacidade política quer dizer que poderá a pessoa jurídica de direito interno legislar. Nem a autarquia, nem mesmo a agência reguladora (espécie de entidade autárquica), possui a capacidade de legislar. A agência reguladora normatiza/regula a complementaridade das leis, sem atuar com autonomia política.
CRIAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
	Para criar as pessoas jurídicas da administração indireta há dependência de lei no Brasil. VERDADEIRO. Seja a lei efetivamente criando sendo a lei autorizando a criação da pessoa jurídica da administração indireta.
Art. 37, CF
(...)
XIX - somente por lei específica (lei ordinária) poderá ser criada autarquia (e da fundação pública de direito público) e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação (fundação pública de direito privado), cabendo à lei complementar (lei complementar definirá apenas a finalidade da fundação), neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (…)
	A autarquia já existe para o mundo jurídico bastando a edição de sua lei e ponto. No entanto, o mesmo não ocorre para as outras pessoas jurídicas que têm sua criação autorizada por lei.
	Posteriormente à edição da lei autorizadora, a empresa pública, a sociedade de economia mista e as fundações públicas de direito privado terão de ser REGISTRADAS em determinado órgão, dependo da natureza da pessoa jurídica. 
Se a pessoa jurídica tiver natureza empresarial, o contrato será registrado na JUNTA COMERCIAL. No entanto, se for natureza não empresária da pessoa jurídica da administração indireta, o estatuto será registrado no CARTÓRIO DE REGISTRO DAS PESSOAS JURÍDICAS (CRPJ).
As fundações privadas interessam apenas ao estudo do direito civil.
	Segundo o PARALELISMO DAS FORMAS, para a extinção da autarquia e das fundações públicas de direito público, será necessária a edição de lei. Do mesmo modo, a lei deverá autorizar a extinção das demais pessoas jurídicas.
	O que a lei faz o administrador não derruba. Somente a lei poderá estabelecer tal disposição junto às pessoas jurídicas.
	LEI COMPLEMENTAR estabelecerá as finalidades da fundação que fora autorizada para criação por lei ordinária (parte final do inciso XIX).
AUSÊNCIA DE FINS LUCRATIVOS
	As pessoas jurídicas da administração indireta não possuem fins lucrativos. VERDADEIRO
	Excepcionalmente o Estado poderá explorar atividade econômica através das sociedades de economia mista ou das empresas públicas, no caso de RELEVANTE INTERESSE COLETIVO ou por IMPERATIVOS DE SEGURANÇA NACIONAL.
	Mesmo nesse caso, na exceção não é fundada na perseguição do lucro, as pessoas jurídicas mesmo nestes casos não possuirão fins lucrativos. Essas pessoas da administração indireta poderão ter lucros, mas nunca serão criadas para esta finalidade.
Art. 173,CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (...)
FINALIDADE ESPECÍFICA
	Toda pessoa jurídica da administração indireta é VINCULADA à finalidade específica para o qual foi criada. Fundamenta-se esta afirmação no princípio da especialidade.
CONTROLE ENTRE A ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
	Não existe hierarquia na descentralização, mas estão as pessoas jurídicas da administração indireta sujeitas a controle pelas pessoas jurídicas da administração direta.
	*Crítica: Presidente da República que escolhe o dirigente de uma autarquia federal, podendo nomeá-lo ou exonerá-lo como bem entender. É uma forma de retirar a autonomia das pessoas jurídicas da administração indireta.
	Exceção: art. 52, CF – Presidente da República depende de prévia autorização do Senado para nomear os dirigentes do BANCO CENTRAL ou de outras pessoas jurídicas dispostas em lei (há disposição para a nomeação dos dirigentes das AGÊNCIAS REGULADORAS). Não há forma livre para o Presidente ou o Chefe do Executivo fazer a nomeação ou exonerar nestes casos o dirigente escolhido.
Art. 52, CF - Compete privativamente ao Senado Federal:
(...)
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar (a Professora cita o exemplo das agências reguladoras, que em sua lei determinam que a escolha/exoneração não será feita de forma livre pelo Presidente da República);
FUNDAÇÃO
CONCEITO
	Fundação decorre de um patrimônio destacado por um fundador para uma finalidade específica. É na verdade um patrimônio personalizado segundo a doutrina. Chamada antigamente de universitas bonorum.
FUNDADOR QUE INSTITUI A FUNDAÇÃO 
	O estudo da Fundação Privada interessa apenas ao direito civil. Aqui no direito administrativo, a Fundação Pública que compõe a organização da administração indireta. 
REGIME DA FUNDAÇÃO
	Uma fundação pública pode ser constituída no regime público ou poderá ser constituída no regime privado. 
Se for constituída a fundação pública sob o REGIME PÚBLICO, será uma espécie de entidade autárquica, chamada de AUTARQUIA FUNDACIONAL. Desta forma, tudo o que for dito sobre autarquia, será aplicado para a fundação pública de direito público.
	No entanto, se for criada a fundação pública sob o regime de direito privado, será chamada de FUNDAÇÃO GOVERNAMENTAL, e seguirá o mesmo regime misto/híbrido das empresas públicas e das sociedades de economia mista.	
CONCLUSÃO
	Qual é a fundação mencionada neste inciso XIX do art. 37, CF? A doutrina e a jurisprudência majoritária (Maria Sylvia Di Pietro, Carvalho dos Santos, Diógenes Gasparim, e STF) dizem que a fundação pública de direito público deverá ser criada como a autarquia, por meio de lei; enquanto a fundação pública de direito privado seguirá o mesmo regime das empresas públicas e as sociedades de economia mista.
	Hely Lopes Meirelles diz que todas as fundações públicas são regidas pelo regime do direito privado. E Celso Antonio Bandeira de Mello diz que toda fundação pública deverá ter regime de direito público. Mas não são as posições majoritárias. 
13 de março de 2009
AUTARQUIA
CONCEITO
	Autarquia é uma pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO, que possui todas as características gerais mencionadas na aula passada, e serve para desenvolver ATIVIDADES TÍPICAS DO ESTADO. Pode prestar atividades próprias do Estado.
REGIME JURÍDICO
	Como pessoa de direito público, há muita semelhança para com o regime jurídico da administração direta. A maior diferença é que a administração direta possui entes políticos e a administração indireta é composta de entes administrativos.
	Mas, as especificidades do regime da autarquia devem ser observadas, para melhor estudá-las:
Atos da autarquia são atos administrativos;
Os atos da autarquia gozam dos atributos dos atos administrativos de presunção de legitimidade, auto-executoriedade e imperatividade? SIM, ato de autarquia é ato administrativo e possuirá seus mesmos atributos.
Contrato celebrado pela autarquia tem mesmo regramento do contrato administrativo, inclusive quanto ao dever de licitar;
Os contratos celebrados pela autarquia seguirão as regras dos contratos administrativos, com seus mesmos elementos e possibilidade do estabelecimento das cláusulas exorbitantes. 
Inclusive deverá haver o dever de licitar pela pessoa jurídica de direito público e os contratos terão o mesmo regramento. Fundamentos legais que embasam a necessidade de licitação pela autarquia:
Art. 37, CF 
(...)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Regulamento) (…)
Art. 1o, lei 8666/1993 - Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único -  Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
A responsabilidade civil da autarquia segue a regra da responsabilidade civil do Estado; 
Art. 37, CF
(...)
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público (englobada a autarquia) e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (...)
	A responsabilidade civil do Estado, no Brasil hoje, segue como regra a responsabilidade OBJETIVA. Todavia, a jurisprudência majoritária admite excepcionalmente a teoria SUBJETIVA. As suas teorias coexistem pacificamente.
	
	Na regra, a responsabilidade do Estado é OBJETIVA. No entanto, haverá apontamento da teoria subjetiva se o questionamento vier diretamente da omissão do Estado (faute du service).
	Diferenciações em termos de prova para o alcance do ressarcimento perante a responsabilidade do Estado, de acordo com seus elementos:
	Tratando-se de responsabilidade civil da autarquia, seguirá como regra a TEORIA OBJETIVA; e a responsabilidade civil do Estado junto à pessoa jurídica responderá conforme a SUBSIDIARIEDADE, conforme a ordem disposta. Primeiro responde a autarquia, depois o Estado será acionado, quando a atuação da primeira não for suficiente.
	Mesmo quando recorrer à vítima junto com o Estado, na responsabilidade subsidiária persiste o conjunto probatório da teoria objetiva que antes deveria ser comprovado perante a autarquia.
Critério de Ordem
Critério DOLO E CULPA	
Bens pertencentes à autarquia são bens públicos
O bem da autarquia segue o regime de bem público por ser a autarquia uma pessoa jurídica de direito público.
	Bem de autarquia é alienado de forma condicionada. VERDADEIRA. 
Os bens públicos são inalienáveis, como regra. Mas, esta inalienabilidade é relativa. Preenchidas algumas condições, até mesmo o bem público poderá ser alienado quando:
Estiver obem desafetado;
Preencher as condições de alienação da lei (art. 17, da lei 8666/1993).
Então os doutrinadores mais modernos chamam esta característica da inalienabilidade relativa como ALIENABILIDADE CONDICIONADA. 
Bens públicos também são IMPENHORÁVEIS. Não podem ser objeto de penhora, e por extensão não podem ser objeto de arresto e nem de seqüestro (medidas de arrecadação destes bens em juízo, no processo de execução).
Penhora é uma garantia ao Juízo para que a quantia seja paga ao final do processo. É uma restrição sobre o bem que acontece em uma ação de execução.
	A impenhorabilidade, segundo o gráfico acima, é conseqüência direta da impossibilidade de alienabilidade do bem público (ou de sua alienabilidade condicionada, cheia de requisitos). A alienação por hasta pública ou leilão não seguem as mesmas condições de alienação do que as dispostas no art. 17, da lei de licitações.
	O bem público também NÃO será sujeito à ONERAÇÃO. Não poderá ser objeto de direito real de garantia (constituindo penhor ou hipoteca).
	Novamente a conseqüência deverá ser 
	Todas estas características dos bens públicos serão estendidas para os bens que são de propriedade das autarquias (por serem elas pessoas de direito público), como já fora dito anteriormente.
Débitos judiciais da autarquia serão pagos por meio de precatórios
Art. 100, CF - à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 1º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 1º-A Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou invalidez, fundadas na responsabilidade civil, em virtude de sentença transitada em julgado.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
	Alimentos seguem fila de precatório. VERDADEIRO. A diferença é que há uma fila própria especial, fora da linha geral de pagamento dos outros débitos. Em tese da fila é mais rápida porque é o pagamento destinado à sobrevivência do indivíduo que deles é dependente. 
§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exeqüenda determinar o pagamento segundo as possibilidades do depósito, e autorizar, a requerimento do credor, e exclusivamente para o caso de preterimento de seu direito de precedência, o seqüestro da quantia necessária à satisfação do débito.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual, Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as diferentes capacidades das entidades de direito público. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
§ 6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade. (Parágrafo incluído pela Emenda Constitucional nº 30, de 2000 e Renumerado pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
	O sistema de precatórios funciona a partir do estabelecimento de uma ordem cronológica de apresentação dos créditos e seu posterior pagamento de acordo com a disponibilidade orçamentária do Estado.
	Cada autarquia possui sua fila própria. Se o recebimento é de débito do INSS, do INCRA, etc. cada uma dessas pessoas jurídicas da administração indireta terá uma fila autônoma.
Prazo Prescricional para as ações opostas contra a autarquia é de CINCO anos;
Apesar de algumas divergências doutrinárias, prevalece o entendimento de que o prazo de prescrição para as ações opostas em face da autarquia é de cinco anos. 
Baseia-se esta a afirmação segundo o fundamento legal do artigo 1º do Decreto 20910/1932:
Art. 1º, Decreto 20910/1932 - As Dividas Passivas Da União, Dos Estados E Dos Municípios, Bem Assim Todo E Qualquer Direito Ou Ação Contra A Fazenda Federal, Estadual Ou Municipal, Seja Qual For A Sua Natureza, Prescrevem Em Cinco Anos Contados Da Data Do Ato Ou Fato Do Qual Se Originarem.
Autarquia segue os procedimentos financeiros da administração pública
A autarquia segue os procedimentos financeiros da administração pública, segundo a lei de contabilidade pública (lei nº 4320/1964) e a lei de responsabilidade fiscal (lei complementar 101/2000).
Autarquia possui privilégios tributários
O benefício da IMUNIDADE RECÍPROCA está prevista no art. 150, VI, “a”, CF:
Art. 150, CF - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos (para os impostos e somente eles) sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (imunidade recíproca);
(...)
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a" (regra da imunidade extensiva), é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais (finalidade específica, que está enunciada em sua lei ordinária específica, que a constituiu) ou às delas decorrentes. (...)
	ATENÇÃO: em julgamento do STF, uma autarquia já conseguiu provar que não poderia ser pago imposto sobre a renda de um aluguel de seu bem que revertia para suas finalidades essenciais.
Autarquia possui privilégios processuais
Autarquia possui PRAZO DILATADO, por haver entendimento que a engloba como Fazenda Pública. Na aplicação do art. 188, CPC, em regra geral haverá o prazo diferenciado (diferentemente do que ocorre com os prazos da ação civil pública e do mandado de segurança):
Art. 188, CPC - Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte  for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
	Toda decisão da autarquia passa pelo REEXAME NECESSÁRIO. FALSO. O chamado de duplo grau de jurisdição obrigatório/ recurso de ofício não se aplica para todas as decisões da autarquia (§§ 2º e 3º), segundo os requisitos do art. 475, CPC (mas em regra, a ela é aplicado, segundo o inciso I):
Art. 475, CPC - Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
I - proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585,VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)
	Qual é a conseqüência da falta de reexame necessário para uma decisão da autarquia que deveria passar por ele? A decisão não produz trânsito em julgado.
 Regime de Pessoal da Autarquia é de servidor público (regime jurídico único)
Redação Originária da CF/1988 - O servidor público, originariamente pela redação da CF/1988, estava sujeito ao REGIME JURÍDICO ÚNICO. Em determinada pessoa jurídica haveria a opção de um regime único para ela. Preferencialmente o regime das pessoas jurídicas escolhidos foi o regime estatutário (especialmente da União e dos estados-membros). Mas em muitos municípios foi-se escolhido o regime celetista. Não existia a obrigatoriedade do regime estatutário, poderia ser escolhido o celetista desde que se estendesse para todos os servidores daquela pessoa jurídica.
Emenda Constitucional 19/1998 – aboliu a exigência do regime único, passando a permitir o REGIME JURÍDICO MÚLTIPLO, ou seja, na mesma pessoa jurídica poderia haver servidores sujeitos ao regime estatutário e ao regime celetista (cargos e empregos convivendo na mesma pessoa jurídica). Existia uma preferência para o sistema estatutário mais uma vez, mas os dois regimes eram possíveis de se conviver. No âmbito federal, muitos empregos surgiram na base do regime estatutário, entre outras manifestações.
ADI 2135 - Art. 39, CF que veiculava o regime múltiplo foi questionado quanto à sua constitucionalidade segundo esta ação direta dentro do Supremo Tribunal Federal. O STF declarou o art. 39, CF inconstitucional formalmente (em decisão cautelar). Não sendo mais considerada a regra do regime múltiplo por ser a emenda constitucional, há o restabelecimento do REGIME JURÍDICO ÚNICO.
A decisão desta inconstitucionalidade foi dada em sede de uma cautelar da ADI (efeitos ex nunc), em meados do ano de 2007. Não se resolveu a situação daquelas pessoas jurídicas que já misturaram os sistemas, que haverá solução somente dentro da análise do mérito da ADI. Até hoje não há o julgamento de mérito. 
MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PODER CONSTITUINTE REFORMADOR. PROCESSO LEGISLATIVO. EMENDA CONSTITUCIONAL 19, DE 04.06.1998. ART. 39, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME JURÍDICO ÚNICO. PROPOSTA DE IMPLEMENTAÇÃO, DURANTE A ATIVIDADE CONSTITUINTE DERIVADA, DA FIGURA DO CONTRATO DE EMPREGO PÚBLICO. INOVAÇÃO QUE NÃO OBTEVE A APROVAÇÃO DA MAIORIA DE TRÊS QUINTOS DOS MEMBROS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS QUANDO DA APRECIAÇÃO, EM PRIMEIRO TURNO, DO DESTAQUE PARA VOTAÇÃO EM SEPARADO (DVS) Nº 9. SUBSTITUIÇÃO, NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA LEVADA A SEGUNDO TURNO, DA REDAÇÃO ORIGINAL DO CAPUT DO ART. 39 PELO TEXTO INICIALMENTE PREVISTO PARA O PARÁGRAFO 2º DO MESMO DISPOSITIVO, NOS TERMOS DO SUBSTITUTIVO APROVADO. SUPRESSÃO, DO TEXTO CONSTITUCIONAL, DA EXPRESSA MENÇÃO AO SISTEMA DE REGIME JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RECONHECIMENTO, PELA MAIORIA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA PLAUSIBILIDADE DA ALEGAÇÃO DE VÍCIO FORMAL POR OFENSA AO ART. 60, § 2º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RELEVÂNCIA JURÍDICA DAS DEMAIS ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL REJEITADA POR UNANIMIDADE. 1. A matéria votada em destaque na Câmara dos Deputados no DVS nº 9 não foi aprovada em primeiro turno, pois obteve apenas 298 votos e não os 308 necessários. Manteve-se, assim, o então vigente caput do art. 39, que tratava do regime jurídico único, incompatível com a figura do emprego público. 2. O deslocamento do texto do § 2º do art. 39, nos termos do substitutivo aprovado, para o caput desse mesmo dispositivo representou, assim, uma tentativa de superar a não aprovação do DVS nº 9 e evitar a permanência do regime jurídico único previsto na redação original suprimida, circunstância que permitiu a implementação do contrato de emprego público ainda que à revelia da regra constitucional que exige o quorum de três quintos para aprovação de qualquer mudança constitucional. 3. Pedido de medida cautelar deferido, dessa forma, quanto ao caput do art. 39 da Constituição Federal, ressalvando-se, em decorrência dos efeitos ex nunc da decisão, a subsistência, até o julgamento definitivo da ação, da validade dos atos anteriormente praticados com base em legislações eventualmente editadas durante a vigência do dispositivo ora suspenso. 4. Ação direta julgada prejudicada quanto ao art. 26 da EC 19/98, pelo exaurimento do prazo estipulado para sua vigência. 5. Vícios formais e materiais dos demais dispositivos constitucionais impugnados, todos oriundos da EC 19/98, aparentemente inexistentes ante a constatação de que as mudanças de redação promovidas no curso do processo legislativo não alteraram substancialmente o sentido das proposições ao final aprovadas e de que não há direito adquirido à manutenção de regime jurídico anterior. 6. Pedido de medida cautelar parcialmente deferido.
(ADI 2135 MC, Relator(a):  Min. NÉRI DA SILVEIRA, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ELLEN GRACIE (ART.38,IV,b, do RISTF), Tribunal Pleno, julgado em 02/08/2007, DJe-041 DIVULG 06-03-2008 PUBLIC 07-03-2008 EMENT VOL-02310-01 PP-00081) 
Hoje, no âmbito Federal há escolha pela União do regime estatutário, como o regime único (segundo a lei 8112/1990). Mas não obrigatoriamente o regime do servidor público deverá ser o estatutário, basta que seja único, seja ela do sistema estatutário ou do sistema celetista.
AUTARQUIAS NO BRASIL
	São exemplos de autarquias o INSS, o INCRA, as Universidades Federais, e algumas Universidades Estaduais, quando a lei dispuser esta natureza para estas últimas.
	Conselhos de Classe
	Conselhos de Classe, como o CREA, o CRM, o CREFITO, são consideradas como autarquias? Estes conselhos de classe nascem por lei com a natureza jurídica de autarquias. 
Em 1998, com a lei 9649/1998 há nova atribuição para estes conselhos de classe como possuidores da natureza jurídica de direito privado. Mas surge a celeuma sobre esta nova disposição.
Os conselhos de classe atuam como órgãos com poder de fiscalização, exercendo poder de polícia, controlando as profissões e atuação de cada um de seus profissionais. Podem inclusive retirar a carteira profissional de determinado cidadão.
Seria incongruente pensar no Conselho de Classe como pessoa privada podendo retirar carteira, suspendendo o exercício da profissão, aplicando multas, perante outro particular. 
É possível que um particular exerça poder de polícia sobre outro particular? Há incongruência no sistema deste modo. Não há segurança jurídica neste caso. Supremo julgando a ADI 1717 conclui que uma pessoa jurídica de direito privado não poderá exercer poder de polícia. Existem muitos interesses vinculados na atuação do particular. Restabelece-se a volta da natureza jurídica de autarquia para os Conselhos de Classe.
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 58 E SEUS PARÁGRAFOS DA LEI FEDERAL Nº 9.649, DE 27.05.1998, QUE TRATAM DOS SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO DE PROFISSÕES REGULAMENTADAS. 1. Estando prejudicada a Ação, quanto ao § 3º do art. 58 da Lei nº 9.649, de 27.05.1998, como já decidiu o Plenário, quando apreciou o pedido de medida cautelar, a Ação Direta é julgada procedente,quanto ao mais, declarando-se a inconstitucionalidade do "caput" e dos § 1º, 2º, 4º, 5º, 6º, 7º e 8º do mesmo art. 58. 2. Isso porque a interpretação conjugada dos artigos 5°, XIII, 22, XVI, 21, XXIV, 70, parágrafo único, 149 e 175 da Constituição Federal, leva à conclusão, no sentido da indelegabilidade, a uma entidade privada, de atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que concerne ao exercício de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos impugnados. 3. Decisão unânime.
(ADI 1717, Relator(a):  Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 07/11/2002, DJ 28-03-2003 PP-00061 EMENT VOL-02104-01 PP-00149)
Para os Conselhos de Classe, suas anuidades possuem natureza tributária (entendimento jurisprudencial) e o resultado pelo não pagamento destas enseja a possibilidade de utilização da cobrança através da lei de execução fiscal. 
Também seguem os Conselhos de Classe, como pessoas jurídicas de direito público, as regras de contabilidade pública, quando suas contas passarão pela análise do Tribunal de Contas.
Por fim, em se tratando de autarquias, em seu quadro pessoal haverá preenchimento de vagas somente através de concurso público (não é definitivo, o julgamento foi dado em liminar de mandado de segurança).
Ordem dos Advogados do Brasil
	A OAB desde seu início trilhava um caminho diferente dos demais Conselhos de Classe, em se tratando de sua natureza jurídica.
No estatuto da OAB, já há disposição de que sua anuidade não seria de natureza tributária, e por conseqüência, não cabendo sua cobrança ser efetuada através da lei de execução fiscal. Mediante o não pagamento, o ajuizamento da cobrança seria realizado através da execução comum.
Art. 46, EOAB - Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas.
        
Parágrafo único. Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a crédito previsto neste artigo.
Em conseqüência desta disposição legal e entendimentos jurisprudenciais, as contas da OAB escapavam da contabilidade pública e também da fiscalização do Tribunal de Contas.
O quadro de pessoal da OAB era composto de empregos, seguindo o sistema celetista. 
Ajuíza-se então, visando a incongruência do status de autarquia e as conseqüências de sua falta de elementos, a ADI 3026. Diz o Supremo nesta ADI que a OAB não faz parte da administração indireta, não sendo incluída no conceito de autarquia especial. A OAB não é apenas uma entidade que organiza a classe profissional, mas que possui uma função constitucional muito importante. É uma “categoria ímpar” das pessoas jurídicas existentes no Brasil, na expressão do Supremo.
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. § 1º DO ARTIGO 79 DA LEI N. 8.906, 2ª PARTE. "SERVIDORES" DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. PRECEITO QUE POSSIBILITA A OPÇÃO PELO REGIME CELESTISTA. COMPENSAÇÃO PELA ESCOLHA DO REGIME JURÍDICO NO MOMENTO DA APOSENTADORIA. INDENIZAÇÃO. IMPOSIÇÃO DOS DITAMES INERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA. CONCURSO PÚBLICO (ART. 37, II DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL). INEXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO PARA A ADMISSÃO DOS CONTRATADOS PELA OAB. AUTARQUIAS ESPECIAIS E AGÊNCIAS. CARÁTER JURÍDICO DA OAB. ENTIDADE PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO INDEPENDENTE. CATEGORIA ÍMPAR NO ELENCO DAS PERSONALIDADES JURÍDICAS EXISTENTES NO DIREITO BRASILEIRO. AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA DA ENTIDADE. PRINCÍPIO DA MORALIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 37, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. NÃO OCORRÊNCIA. 1. A Lei n. 8.906, artigo 79, § 1º, possibilitou aos "servidores" da OAB, cujo regime outrora era estatutário, a opção pelo regime celetista. Compensação pela escolha: indenização a ser paga à época da aposentadoria. 2. Não procede a alegação de que a OAB sujeita-se aos ditames impostos à Administração Pública Direta e Indireta. 3. A OAB não é uma entidade da Administração Indireta da União. A Ordem é um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. 4. A OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". 5. Por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada. Essa não-vinculação é formal e materialmente necessária. 6. A OAB ocupa-se de atividades atinentes aos advogados, que exercem função constitucionalmente privilegiada, na medida em que são indispensáveis à administração da Justiça [artigo 133 da CB/88]. É entidade cuja finalidade é afeita a atribuições, interesses e seleção de advogados. Não há ordem de relação ou dependência entre a OAB e qualquer órgão público. 7. A Ordem dos Advogados do Brasil, cujas características são autonomia e independência, não pode ser tida como congênere dos demais órgãos de fiscalização profissional. A OAB não está voltada exclusivamente a finalidades corporativas. Possui finalidade institucional. 8. Embora decorra de determinação legal, o regime estatutário imposto aos empregados da OAB não é compatível com a entidade, que é autônoma e independente. 9. Improcede o pedido do requerente no sentido de que se dê interpretação conforme o artigo 37, inciso II, da Constituição do Brasil ao caput do artigo 79 da Lei n. 8.906, que determina a aplicação do regime trabalhista aos servidores da OAB. 10. Incabível a exigência de concurso público para admissão dos contratados sob o regime trabalhista pela OAB. 11. Princípio da moralidade. Ética da legalidade e moralidade. Confinamento do princípio da moralidade ao âmbito da ética da legalidade, que não pode ser ultrapassada, sob pena de dissolução do próprio sistema. Desvio de poder ou de finalidade. 12. Julgo improcedente o pedido.
(ADI 3026, Relator(a):  Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2006, DJ 29-09-2006 PP-00031 EMENT VOL-02249-03 PP-00478) 
	A OAB continua tendo as prerrogativas/privilégios de uma autarquia, mas nenhuma obrigação de autarquia (inclusive no dever maior de prestar contas). 
AUTARQUIAS TERRITORIAIS
	Um Território poderá ser criado a qualquer momento no Brasil, pois há espaço na Constituição Federal para sua criação. Não é um ente político. A saída é que seja considerado como uma AUTARQUIA TERRITORIAL (pessoa jurídica de direito privado, dando sua personalidade pública).
	Não é na verdade uma autarquia. O regramento constitucional dos territórios é muito diverso do regramento das autarquias. Foi uma acomodação da doutrina.
	As autarquias possuem natureza administrativa, enquanto territórios são quase entes políticos, por suas características.
AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL
	Tudo o que foi dito até agora para as autarquias em geral serão utilizadas para as autarquias de regime especial, com o apontamento de suas especificidades. Hoje são consideradas como autarquias de regime especial as AGÊNCIAS REGULADORAS. 
	Será importante a leitura da Lei 9986/2000 (lei que regulamenta as regras específicas das agências reguladoras), especialmente para o concurso de Advogado Geral da União. Também importante as normas gerais para a prova da Magistratura e das Procuradorias. 
	Este é o panorama de existência destas autarquias de regime especial, vindo depois a se tornarem as famosas agências reguladoras:
	Antes de 1995
Até 1995 esta nomenclatura existia, mesmo antes da criação destas agências reguladoras. Eram consideradas como autarquias de regime especial as universidades públicas (especialmente as federais). 
Mas, possuíam as universidades públicas federais as seguintes especificidades, diferentemente das demais autarquias:
Escolha do dirigente: o reitor das universidades públicas é escolhido por eleição e não por escolha do Chefe do Executivo (difere das demais autarquias); 
Autonomia pedagógica: para o estabelecimentode sua grade curricular, por exemplo, há autonomia, não há dependência do Estado. Também não há fiscalização do poder que a constituiu para o estabelecimento pedagógico, por isso o caráter especial do regime.
Depois de 1995
A partir de 1995 o governo Brasileiro iniciou a POLÍTICA DAS PRIVATIZAÇÕES. Mas, muitos serviços foram passados para o exercício/a execução para as pessoas privadas, via POLÍTICA NACIONAL DA DESESTATIZAÇÃO.
O Estado transferiu serviços públicos para que fossem prestados pelos particulares. E então, continuaria o Estado responsável pela fiscalização do serviço prestado. Mediante esta necessidade de controle, surgem neste contexto as AGÊNCIAS REGULADORAS.
Exemplo: serviço de telefonia entrou na política nacional da desestatização. Deste modo a ANATEL foi criada para haver a fiscalização do serviço prestado pelo particular.
	Antes da criação da agência, como o Estado fiscalizaria? O Estado normalmente deveria fiscalizar todo e qualquer serviço público entregue à execução do particular, possuindo agência ou não. A criação destas agências reguladoras demanda muito custo para a administração, professora possui ressalva quanto a elas.
	Agências Reguladoras
	É a agência reguladora uma autarquia de regime especial. Possui todas as características já enunciadas para todas as autarquias. Mas, também possuem três características que tornam seu regime mais especial:
Função normativa, reguladora e fiscalizatória
Possui a agência reguladora a função de NORMATIZAR, REGULAR e FISCALIZAR os diversos serviços. Somente poderá atuar com poder de normatização, regulação e fiscalização, restrito à previsão legal (por isso não possui capacidade política).
O Estado já exercia todas estas funções. O que inova é o nome de agência para esta nova pessoa jurídica. Copiado do direito norte-americano. Mas as funções sempre existiram.
A função de normatização será feita de acordo com normas técnicas somente complementando a legislação vigente.
Mesmo que a função seja restrita às normas técnicas e a complementação, esta autarquia de regime especial possui maior autonomia, maior liberdade em sua atuação do que as demais autarquias. Dependerá da lei de cada agência, da atuação e de cada serviço que será fiscalizado.
Nomeação especial/ Investidura Especial de dirigentes
Norma geral o Senado Federal aprova o nome dado e o Presidente da República nomeia a nomeação, e cada lei de cada agência assim fará a disposição (art. 52, III, “f”, CF).
A escolha não é livre para o Chefe do Poder Executivo.
Mandato possui prazo fixo
O prazo do mandato dependerá da lei da agência reguladora. Cada lei faz uma disposição para seu prazo, tem de dois, de três e até de quatro anos. Há um projeto para que se unifique o prazo em quatro anos. 
1º de abril de 2009
	É possível que o dirigente da agência reguladora saia antes do prazo estabelecido para seu mandato? Não, apenas quando houver uma condenação, será possível que o dirigente da agência reguladora saia antes de encerrado o seu mandato.
Quarentena do ex-dirigente da agência reguladora
O dirigente de qualquer agência reguladora, no período de seu mandato, entrou em contato com muitas informações importantes sobre o ramo de atividade em que atua a agência.
Por isso, há o mecanismo da quarentena, que consiste no afastamento do dirigente que trabalhou em determinada agência reguladora para depois não integrar ramo da iniciativa privada que ela regulava.
O prazo de quarentena é de QUATRO MESES, tempo em que o ex-dirigente ficará recebendo seu mesmo salário para que não vá para a iniciativa privada de pronto. Esta é a regra geral.
Excepcionalmente, algumas agências possuem regra de quarentena com prazo de DOZE MESES. O mesmo projeto que quer unificar os prazos dos mandatos dos dirigentes das agências reguladoras quer também unificar o prazo de quarentena para quatro meses também para todas as elas.
Especial dever de licitar e dever de fazer concurso público
Nos demais aspectos, o regime jurídico geral das agências reguladoras (imunidades, privilégios processuais, bens públicos) segue o regime jurídico das autarquias. No entanto, o mesmo não ocorre com estes dois deveres, o de licitar e o de realizar o concurso público.
Quanto à licitação das agências reguladoras, surgindo a lei 9402/1997, que instituiu a ANATEL, acaba por dispor que tanto esta agência reguladora como as demais:
Não seguirão a lei 8666/1993. Deste modo, cada agência reguladora definirá seu procedimento de licitação. 
Seguirão as modalidades específicas de Pregão e Consulta para que haja a licitação dentro das agências reguladoras. 
A matéria sobre a regra geral de licitação da lei da ANATEL foi levada ao STF. Julgando a ADI 1668, disse o Supremo que são inconstitucionais os dispositivos da lei 9402/1997 no tocante ao regulamento sobre licitações, devendo as agências reguladoras ficarem sujeitas à lei de licitações 8666/1993.
Mas, neste julgamento, deixa passar o Supremo o dispositivo que tratava das modalidades específicas obrigatórias da modalidade pregão e consulta, permanecendo então em vigor.
Qual é a modalidade específica da agência reguladora? É a CONSULTA. Porque em 1997 quando saiu esta lei, não existia no ordenamento nem a forma de pregão e nem de consulta. Mas, com a lei 10520/2002, a União regulamentou a forma de licitação do pregão, estendendo a modalidade que anteriormente era específica para as agências reguladoras, para todos os entes da União, dos Estados/DF e dos Municípios. A consulta ainda não foi regulamentada e somente existe esta modalidade para a licitação das agências reguladoras.
Quanto ao regime de concurso público o regime de pessoal das agências reguladoras não o exigia e foi inicialmente regulado pela lei 9986/2000. Há disposição nesta lei que o quadro de funcionários da agência deveria ser composto por trabalhadores com contratos temporários sem que se houvesse a necessidade de realização do concurso público.
O Supremo na ADI 2310 julga os dispositivos desta lei, entendendo em sede de cautelar que a contratação temporária seria inconstitucional e a lei 9986/2000 não prosperaria neste ponto. Não é possível que haja contratação temporária se a necessidade de quadro de funcionários deverá ser permanente.
Mas, o Presidente da República edita neste tempo a MP 155/2003 que foi convertida na lei 10871/2004 que altera a lei 9986/2000 dizendo que valeria para as agências reguladoras o regime de cargos, o regime estatutário, tirando da legislação específica o regime de contratação temporária dos quadros de pessoal da agência reguladora.
Quando a lei 10.871/2004 foi editada a ADI 2310 vem a perder o seu objeto, sendo extinta sem o julgamento de seu mérito. Quando esta ação foi extinta, o Presidente da República decidiu prorrogar, através de Medidas Provisórias que posteriormente foram sidas convertidas em lei, todos os antigos contratos temporários que o Supremo já havia considerado inconstitucionais.
Existem prorrogações que chegam até dezembro de 2009. Houve já a propositura da ADI 3678 que ainda está tramitando sem ainda qualquer julgamento pelo Supremo. 
Deveria o quadro ser composto de funcionários como servidores, no regime de cargos, no regime estatutário. Hoje, algumas agências fizeram escassos concursos para tentar regulamentar a situação. Mas, mantêm-se ainda muitos contratos temporários, que na verdade, tomam uma situação de estabilidade, inseridos nos quadros da administração sem a necessidade do concurso público. 
	Exemplos de Agências Reguladoras
Fiscalizar os serviços públicos
	ANEEL – agência reguladora que fiscaliza o serviço público de energia elétrica; ANATEL – agência nacional das telecomunicações; ANS – agência nacional de saúde; ANVISA – agência nacional de vigilância sanitária; ANTT – agência nacional de transportes terrestres; ANTAQ – agência nacional de transportes aquaviários; ANAC – agência nacional da aviação civil. 
Fiscalizar os bens públicos
ANA – agência nacional das águas.Fiscalizar a utilização do petróleo
ANP – agência nacional do petróleo. 
Fiscalizar e fomentar a indústria cinematográfica no Brasil
ANCINE – agência nacional de cinema.
	Observação: a CVM (comissão de valores mobiliários é na verdade uma agência reguladora, mas que não possui o nome de agência por opção do legislador.
	ATENÇÃO: existem entes que são “agências” que apenas possuem o nome, mas não são na verdade agências reguladoras:
ADA (antiga SUDAM, é a agência de desenvolvimento da Amazônia) e ADENE (antiga SUDENE, é a agência de desenvolvimento do Nordeste) são na verdade autarquias. São agências executivas.
	
AEB (agência espacial brasileira) é somente uma autarquia e não possui a natureza de agência reguladora também.
ABIN (agência brasileira de inteligência) cuida da segurança, da inteligência investigativa, é somente um órgão da administração direta, apesar de ter o nome de agência.
Agências Executivas	
	A agência executiva nada mais é que uma velha autarquia, uma velha fundação, que estava sucateada, pouco eficiente e trabalhando de forma precária e toma uma nova roupagem dada pela Administração Direta. Para estas pessoas seria necessário uma reestruturação.
	A administração direta então proporciona recursos e concede autonomia frente a um projeto apresentado por esta velha autarquia ou velha fundação. Celebra a administração direta um CONTRATO DE GESTÃO para com estas autarquias ou fundações, dando para elas mais dinheiro e mais autonomia de exercício.
	Estas autarquias e fundações já tinham obrigação de eficiência e trabalho. Surge então esta característica da agência executiva, premiando essas pessoas da administração indireta por serem ineficientes (!).
	Seu sistema vem veiculado na lei 9649/1998 que diz que a agência executiva será uma autarquia ou fundação pública, seguindo o regime próprio de cada uma destas pessoas.
	Elas se transformam em agências executivas, buscando mais eficiência, através da elaboração de um PLANO ESTRATÉGICO DE MODERNIZAÇÃO/ REESTRUTURAÇÃO. Leva este plano para a administração direta e celebra com ela o contrato de gestão, para executá-lo.
	Esta expressão “contrato de gestão” surgiu para definir um contrato firmado entre os entes da administração. Hoje, a idéia não persistiu, não é mais a mesma, desnaturou o instituto firmado inicialmente. Será estudada posteriormente no Intensivo II a matéria sobre os contratos de gestão.
	Ter a natureza de uma agência executiva possui status temporário. Celebrado o contrato (condição de modificação), o reconhecimento deste status temporário é feito através de decreto do Presidente da República (efetivamente faz a modificação da situação da pessoa jurídica).
	Encerrada a situação, voltará a autarquia e a fundação a funcionarem normalmente com eficiência, terminando com o contrato de gestão.
	Exemplo de um benefício das agências executivas: via de regra as pessoas jurídicas de direito público possuem dispensa de 10% na modalidade convite; enquanto a agência executiva tem dispensa de 20% na modalidade convite.
Art. 24, lei 8666/1993
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
	A SUDAM e a SUDENE foram exemplos de autarquias que depois deste projeto de reestruturação transformaram-se em agências executivas, como já fora mencionado anteriormente.
	Nesta mesma situação de busca de reestruturação também está o INMETRO, possuindo o status hoje de agência executiva.
	Críticas da doutrina: há incongruência no sistema em premiar a pessoa jurídica da administração indireta que atua de modo ineficiente. Há dispêndio de dinheiro e recursos com entes que sequer cumpriam o seu papel. Critica também o poder que possui o ato de contrato de gestão, que detém tal força que modifica a situação dada inicialmente por lei (na instituição de uma autarquia/fundação), para depois desta situação, dar para elas mais recursos e mais autonomia do que a lei que as criou não deu.
EMPRESA PÚBLICA
CONCEITO
	Empresa pública é pessoa jurídica de direito privado (regime misto) que possui capital exclusivamente público (por isso recebe o nome de empresa pública).
	Este capital exclusivamente público não precisa ser necessariamente do mesmo ente, podendo ser de mais de uma pessoa jurídica da administração direta. Só não poderá ter ela capital proveniente de particular/iniciativa privada.
FINALIDADES
CONSTITUIÇÃO
	A empresa pública poderá ser constituída sob QUALQUER MODALIDADE DE SOCIEDADE do direito empresarial. Com a ressalva de que se for uma sociedade anônima, deverá obrigatoriamente ser da modalidade de capital fechado.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
CONCEITO
	Sociedade de economia mista é uma pessoa jurídica de direito privado, com capital misto (capital público e particular), com a maioria do capital votante sendo do Poder Público. Quem comanda esta pessoa jurídica é o Estado.
 
FINALIDADES
CONSTITUIÇÃO
	Necessariamente a sociedade de economia mista tem de ser constituída sob a forma de SOCIEDADE ANÔNIMA.
DIFERENÇAS ENTRE A EMPRESA PÚBLICA E A SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
	CRITÉRIOS
	EMPRESA PÚBLICA
	SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
	
CAPITAL
	Capital exclusivamente público.
	Capital misto, do Poder Público e da Iniciativa Privada.
	
CONSTITUIÇÃO
	Poderá a empresa pública ser constituída sob qualquer modalidade de sociedade empresarial.
	Constituição da sociedade de economia mista será apenas em sociedade anônima.
	
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO 
(parâmetro do art.109, CF)
	
Quando for uma empresa pública estadual, será a Justiça Estadual. Se for uma empresa pública federal, será julgada na Justiça Federal.
	A sociedade de economia mista, seja ela estadual, seja ela federal, por não haver disposição no art. 109, CF, serão de competência da Justiça Estadual somente. 
Atenção: A ação somente irá para a Justiça Federal se a União estiver interessada no processo. 
REGIME JURÍDICO DA EMPRESA PÚBLICA E DA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
INTRODUÇÃO
	Estas duas empresas possuem regime jurídico, muito similar, tirante as diferenças analisadas no tópico acima. Mas, para a doutrina e para a jurisprudência, a elas será dado o mesmo tratamento.
	Em verdade, o regime jurídico variará dentro de cada uma dessas pessoas jurídicas de direito privado a depender da finalidade que adotarem: 
Prestadora de Serviço Público
	Sendo ela uma empresa pública ou uma sociedade de economia mista, quando prestadora de serviço público, apesar de serem pessoas de direito privado, possui essa prestadora o REGIME MISTO.
	Como prestadora de serviço público, PREVALECE neste regime misto o REGIME PÚBLICO ao regime privado. Terá o regime mais próximo ao regime das autarquias.
Exploradora de Atividade Econômica
	Vai ser deste modo qualquer das empresas de direito privado também obedientes ao REGIME MISTO, e em razão da finalidade, este regime se APROXIMA MAIS do REGIME PRIVADO.
Art. 173, CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo (ambos os requisitos representam interesses de natureza pública), conforme definidos em lei.
§ 1º (poderão estabelecer o estatuto próprio nos limites deste parágrafo) A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
	Se elas poderão delimitar o estatuto próprio por lei específica, se a lei não vier ainda,que regras serão seguidas por estas empresas e sociedades mistas? Essas pessoas jurídicas seguirão as normas gerais se ainda a norma específica não veio para cada uma delas.
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (…)
REGRAS SOBRE O REGIME JURÍDICO
LICITAÇÃO
Empresas públicas e sociedades de economia mista, que prestam serviço público, possuem regime mais público que privado. Deverá para elas ser aplicado o art. 37, XXI, CF, havendo, deste modo, o dever de licitar:
Art.37, CF
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (...)
Art. 1º, lei 8666/1993 
Parágrafo único.  Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente
	Diferentemente, as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica seguirão regime jurídico diverso, de acordo com o fundamento constitucional também do art. 173, CF:
Art. 173, CF - Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado (através das sociedades de economia mista e das empresas públicas) só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(...)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)(…)
	Como esta lei específica sobre as exploradoras de atividade econômica ainda não veio, ficarão sujeitas estas empresas sob a égide da lei 8666/1993, por força do dispositivo do art. 1º, p. único da lei de licitações também as contemplarem, sem diferenciação sobre as finalidades sobre para que elas existem.
	Mas, normalmente estas empresas e sociedades não licitam, porque a lei de licitações promove dispensa e inexigibilidade de algumas situações para elas. Atenção aos seguintes exemplos:
Hipótese de dispensa de licitação: os exemplos estão no art. 24, lei 8666/2003:
Art. 24, lei 8666/1993 -  É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;  (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
(…)
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
 
Hipótese de inexigibilidade de licitação: exemplo do art. 25, lei 8666/1993.
 Art. 25, CF -  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial (rol exemplificativo):
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. (...)
	A licitação para ser viável precisará PERSEGUIR O INTERESSE PÚBLICO (pressuposto jurídico para licitar). Se a competição for inviável, prejudicará esta procura do interesse público.
	Se a licitação prejudicar a atividade fim da empresa (criada por motivos de segurança nacional ou relevante interesse coletivo) deverá ser obrigada a licitar? NÃO. A licitação não é um fim em si mesmo. Comprometendo a finalidade da empresa (criada em razão do interesse público), falta condição de viabilidade da competição, sendo desta forma, a licitação inexigível.
	No Brasil é muito comum que as empresas que fazem o Diário Oficial sejam constituídas como gráficas de sociedade de economia mista. E além de fazerem o diário oficial e prestarem as comunicações oficiais, poderão em seu tempo livre fazer outras publicações como gráficas normais.
	Nesta atividade de gráfica normal, haveria inviabilização do serviço, prejudicando a concorrência dela com as demais gráficas privadas do mercado se houvesse extremo rigor para a aquisição de materiais e serviços através do lento processo de licitação. Desta forma, fica inviabilizada a licitação para a sua atividade-fim, que concorre com as demais da iniciativa privada.
	Mas, se esta mesma gráfica tiver que construir uma sede nova – atendendo à atividade-meio – deverá licitar para haver a referida construção. A liberalidade somente será em relação da licitação quanto à atividade-fim.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
 	Somente haverá a responsabilidade civil do Estado estendida para as empresas públicas e sociedades de economia mista quando prestadoras de serviço público, valendo o art. 37, §6º, CF:
Art. 37, CF
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
	Responderão, em regra, como forma de RESPONSABILIDADE OBJETIVA, com o Estado respondendo junto delas em caráter de RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
	Mas, se for uma empresapública ou uma sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica não se submeterá ao artigo 37, §6º, CF. Mas responderá de acordo com a RESPONSABILIDADE CIVIL.
	Estas empresas responderão como regra, com a RESPONSABILIDADE SUBJETIVA e neste caso o ESTADO NÃO RESPONDERÁ SUBSIDIARIAMENTE por elas. Se a empresa ou a sociedade de economia mista não tiver dinheiro para arcar com suas obrigações, não é possível que se recorra ao Estado para que haja a pretensão satisfeita.
FALÊNCIA
No que tange à falência, a finalidade da criação das empresas públicas e das sociedades de economia mista não mais importa nem se diferencia pela nova lei de falências (lei 11.101/2005). 
Deste modo, nem a empresa pública, nem a sociedade de economia mista, qualquer que seja a sua finalidade, não sofrerão o processo de falência. 
Art. 2o, lei 11.101/2005 - Esta Lei não se aplica a:
        
I – empresa pública e sociedade de economia mista (qualquer que seja a sua finalidade);
        
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Celso Antonio Bandeira de Mello, em dissonância com a lei, diz que somente sofrerão o processo de falência as empresas públicas e as sociedades de economia mista com finalidade de serem exploradoras de atividade econômica. Mas não é o que diz a lei, o legislador não fez nenhuma restrição.
REGIME DE BENS
Bem de empresa pública é penhorável. VERDADEIRO. O bem de empresa pública e bem de sociedade de economia mista seguem o REGIME PRIVADO, em regra.
Mas, se este bem estiver AFETADO DIRETAMENTE AO SERVIÇO PÚBLICO PRESTADO, será considerado como bem público, com o fundamento do tratamento especial do princípio da continuidade. Deste modo, esse bem será impenhorável. Esta é a exceção.
Bem de empresa pública prestadora de serviço público é penhorável. VERDADEIRO. Somente será protegido o bem se ele estiver DIRETAMENTE ligado com a prestação de serviço público. Não é todo bem da empresa prestadora de serviço público que seguirá o regime de bem público. 
Observação: se for um bem da Empresa de Correios e Telégrafos, como esta empresa segue o regime de Fazenda Pública (regime de autarquia), os seus bens, ligados diretamente ou não à prestação do serviço público, serão todos considerados como bens públicos. O estudo da ECT será retomado na próxima aula.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
(...)
§ 3º - (três hipóteses em que não vai haver o privilégio) As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. (...)
	Quando a empresa pública e a sociedade de economia mista forem de finalidade exploradora de atividade econômica não possuirão a imunidade e os privilégios do art. 150, VI, §3º, CF, seguindo mais propriamente o art. 173, CF:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (...)
§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. (...)
Observação: a empresa pública de correios e telégrafos quanto ao regime tributário, também possui particularidades, que serão estudadas quando da análise pormenorizada da empresa. 
03 de abril de 2009
REGIME DE PESSOAL
Em nenhuma destas duas pessoas jurídicas de direito privado poderá funcionar o regime de servidor público, não existe para elas a possibilidade de possuírem o regime estatutário.
O regime de pessoal destas empresas são os de SERVIDORES DE ENTES GOVERNAMENTAIS DE DIREITO PRIVADO. Possuem estes servidores o status de empregados, regidos pela CLT.
Em alguns aspectos há equiparação ao regime dos servidores públicos, apesar de que, este regime dos servidores de entes governamentais de direito privado com eles não se confundem:
Concurso
Hoje, o concurso é a porta de entrada para que se trabalhe na administração pública. Esta é a regra geral. Eles se equiparam aos servidores públicos no tocante à exigibilidade de concurso público (art. 37, II, CF). 
Regime da não-acumulação 
Excepcionalmente poderão acumular somente nas disposições permitidas na Constituição Federal, assim como acontece no regime dos servidores públicos (art. 37, XVI, CF).
Teto remuneratório
Os empregados das sociedades de economia mista e das empresas públicas, em regra, dependem da obediência do teto remuneratório, caso dependam de repasse para o custeio (despesas correntes) proveniente das pessoas jurídicas da administração direta. 
Obedecerão esta regra as empresas de direito privado que não puderem viver de sua própria receita.
Mas, se estas pessoas jurídicas se mantêm sem que precisem de qualquer auxílio financeiro do Poder Público, não precisarão obedecer a regra do teto remuneratório, no valor do subsídio mensal em espécie de um Ministro do STF (art. 37, XI). 
Improbidade Administrativa
Estes empregados das pessoas jurídicas de direito privado (“menciona a lei, servidores ou não”) se equiparam aos servidores públicos da lei 8429/1992, por isso, poderão ser responsabilizados por atos de improbidade administrativa.
Art. 1°, lei 8429/1992 - Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. (...)
Funcionário Público para fins penais
Estes servidores se equiparam a funcionários públicos para fins penais, de acordo com o art. 327, CP para a caracterização e aplicação das sanções dos crimes funcionais.
Mandado de Segurança e demais remédios constitucionais
Equiparam-se os servidores destas pessoas jurídicas de direito privado também com os demais funcionários públicos para o fim de impetração do mandado de segurança contra seus atos, assim como a possibilidade que se impetrem contra eles os demais remédios constitucionais.
Observação: segundo o TST, a DISPENSA DOS EMPREGADOS das empresas públicas e das sociedades de economia mista segue a regra da súmula 390 deste mesmo tribunal, completada posteriormente com a OJ 247. 
Contrariamente ao que ocorre no regime dos servidores públicos, poderá haver a dispensa, sem que para estes empregados seja observada a estabilidade do art. 41, CF. Por fim, ressalta a OJ que a decisão de dispensa do empregado independe de motivação.
Súmula nº 390, TST -    ESTABILIDADE. ART. 41 DA CF/1988. CELETISTA. ADMINISTRAÇÃO DIRETA, AUTÁRQUICA OU FUNDACIONAL. APLICABILIDADE. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. INAPLICÁVEL (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 229 e 265 da SBDI-1 e da Orientação Jurisprudencial nº 22 da SBDI-2) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é beneficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988. (ex-OJs nºs 265 da SBDI-1 - inserida em 27.09.2002

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