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5 - CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

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09 de novembro de 2010
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O controle da atividade estatal pode ser:
Sistemas de freios e contrapesos
CONTROLE POLÍTICO: orientado pela idéia de equilíbrio entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
“Sistema de freios e contrapesos”: origem em Montesquieu e Locke – tripartição dos poderes.
Controle do P
L
 sobre o PE
Julgamento
 do Presidente da República por crime de responsabilidade.
Sustar os atos praticados pelo PE que extrapolam o poder regulamentar
Aprovação ou não das Leis Orçamentárias
Aprovação ou não das contas do PE
Derrubada do veto
Controle do 
PE sobre o PJ
Nomeação de qualquer de os Ministros do STF é realizada pelo PE
Controle do P
J
 sobre o PE
Controle de Legalidade dos atos administrativos.
Diversas ações judiciais julgadas contrariamente o PE.
Controle do P
J
 sobre o P
L
Controle de Constitucionalidade das LEIS.
Mandado de Segurança para fazer-se valer o devido processo legal legislativo.
CONTROLE ADMINISTRATIVO: realizados pelas “instituições administrativas” (funções; órgãos e agentes). Princípio da legalidade + Princípio da eficiência;
 Controle da administração pública: 
É o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos, por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder. É um mecanismo de FISCALIZAÇÃO + REVISÃO, fundado no PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E DA EFICIÊNCIA
No Brasil, esse controle surgiu a partir de 1850, mas a sua concretização somente se dá em 1889, com a proclamação da república. O Tribunal de Contas, por exemplo, foi criado em 1990.
Atualmente, o PRINCÍPIO DA LEGALIDADE deve ser entendido em sua acepção AMPLA, abrangendo o controle da administração contrária à lei ou princípios (norma regra e norma princípio). Essa possibilidade de controle surge a partir do DEVER DE LEGALIDADE do administrador público, o qual, diversamente da ordem privada, somente pode atuar conforme a legalidade (somente quando a lei permite ou autoriza) e não somente nas hipóteses em que a lei não veda.
Desse modo, eivado um ato de vício de legalidade, tem a própria administração pública o DEVER de ANULAR o ato, retirando-o da ordem jurídica. Ocorre, entretanto, que há possibilidade de a ANULAÇÃO DO ATO acarretar maior prejuízo que a sua MANUTENÇÃO.
Nessa hipótese, deve haver uma ESTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DOS ATOS, em virtude da ponderação do PRINCÍPIO DA LEGALIDADE em face a outros demais PRINCÍPIOS DE MESMA VALIA, por exemplo, princípio da segurança jurídica.
No STJ e STF, prevalece que a estabilização dos efeitos do ato deve ocorrer, sob o fundamento da segurança jurídica, caso decorram 5 anos da prática do ato.
Esse prazo de 5 anos é retirado do art. 54, lei 9.784.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
        § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
        § 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à     validade do ato.
      
Além da retirada do ato ou de sua manutenção, DEVE HAVER A APURAÇÃO DAS RESPONSABILIDADES, com eventual punição do agente administrativo que praticou o ato ilegal. 
Essa responsabilidade da autoridade pode indicar uma infração funcional ou improbidade administrativa.
ANÁLISE DA ADPF 45
Apesar de extinta sem julgamento de mérito em razão da perda do objeto, o STF enfrentou a possibilidade de o PJ julgar os atos de POLÍTICA PÚBLICA.
Até então, prevalecia na jurisprudência que o PJ não poderia se imiscuir nas POLÍTICAS PÚBLICAS, uma vez que significaria a possibilidade de o Judiciário adentrar ao mérito de atos administrativos, ofendendo o princípio do pacto federativo.
O STF, entretanto, entendeu que os atos administrativos devem observar além das regras legais, os princípios constitucionais. Logo, os atos administrativos que ofendem a princípios constitucionais são tidos como ilegais, sujeitos ao CONTROLE DE LEGALIDADE pelo PJ.
Assim, criou-se a possibilidade do CONTROLE DAS POLÍTICAS PÚBLICAS (de legalidade), com base no princípio da razoabilidade e proporcionalidade.
O PJ, além disso, deve observar a viabilidade técnica e orçamentária de suas determinações judiciais, obedecendo ao PRINCÍPIO DA RESERVA DO POSSÍVEL.
Essa tese (da reserva do possível) não pode ser banalizada de modo a retirar qualquer obrigação a ser exercida pelo PE, o qual estará obrigado a agir na hipótese de MÍNIMO EXISTENCIAL, ainda que sem recursos financeiros.
A Administração Pública tem o dever de não só manter o MÍNIMO EXISTENCIAL, mas deve também se comprometer a melhorar a situação, seja aumentando a arrecadação, melhorando a fiscalização etc.
EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. A QUESTÃO DA LEGITIMIDADE CONSTITUCIONAL DO CONTROLE E DA INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO EM TEMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS, QUANDO CONFIGURADA HIPÓTESE DE ABUSIVIDADE GOVERNAMENTAL. DIMENSÃO POLÍTICA DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ATRIBUÍDA AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INOPONIBILIDADE DO ARBÍTRIO ESTATAL À EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS, ECONÔMICOS E CULTURAIS. CARÁTER RELATIVO DA LIBERDADE DE CONFORMAÇÃO DO LEGISLADOR. CONSIDERAÇÕES EM TORNO DA CLÁUSULA DA “RESERVA DO POSSÍVEL”. NECESSIDADE DE PRESERVAÇÃO, EM FAVOR DOS INDIVÍDUOS, DA INTEGRIDADE E DA INTANGIBILIDADE DO NÚCLEO CONSUBSTANCIADOR DO “MÍNIMO EXISTENCIAL”. VIABILIDADE INSTRUMENTAL DA ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO NO PROCESSO DE CONCRETIZAÇÃO DAS LIBERDADES POSITIVAS (DIREITOS CONSTITUCIONAIS DE SEGUNDA GERAÇÃO). DECISÃO: Trata-se de argüição de descumprimento de preceito fundamental promovida contra veto, que, emanado do Senhor Presidente da República, incidiu sobre o § 2º do art. 55 (posteriormente renumerado para art. 59), de proposição legislativa que se converteu na Lei nº 10.707/2003 (LDO), destinada a fixar as diretrizes pertinentes à elaboração da lei orçamentária anual de 2004. O dispositivo vetado possui o seguinte conteúdo material: “§ 2º Para efeito do inciso II do caput deste artigo, consideram-se ações e serviços públicos de saúde a totalidade das dotações do Ministério da Saúde, deduzidos os encargos previdenciários da União, os serviços da dívida e a parcela das despesas do Ministério financiada com recursos do Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza.” O autor da presente ação constitucional sustenta que o veto presidencial importou em desrespeito a preceito fundamental decorrente da EC 29/2000, que foi promulgada para garantir recursos financeiros mínimos a serem aplicados nas ações e serviços públicos de saúde. Requisitei, ao Senhor Presidente da República, informações que por ele foram prestadas a fls. 93/144. Vale referir que o Senhor Presidente da República, logo após o veto parcial ora questionado nesta sede processual, veio a remeter, ao Congresso Nacional, projeto de lei, que, transformado na Lei nº 10.777/2003, restaurou, em sua integralidade, o § 2º do art. 59 da Lei nº 10.707/2003 (LDO), dele fazendo constar a mesma norma sobre a qual incidira o veto executivo. Em virtude da mencionada iniciativa presidencial, que deu causa à instauração do concernente processo legislativo, sobreveio a edição da já referida Lei nº 10.777, de 24/11/2003, cujo art. 1º - modificando a própria Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei nº 10.707/2003) – supriu a omissão motivadora do ajuizamento da presente ação constitucional. Com o advento da mencionada Lei nº 10.777/2003, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, editada para reger a elaboração da lei orçamentária de 2004, passou a ter, no ponto concernente à questionada omissão normativa, o seguinte conteúdo material: “Art. 1º O art. 59 da lei nº 10.707, de 30 de julho de 2003, passa a vigorar acrescido dos seguintes parágrafos:‘Art.59............................................ § 3º Para os efeitos do inciso II do caput deste artigo, consideram-se ações e serviços públicos de saúde a totalidade das dotações do Ministério da Saúde, deduzidos os encargos previdenciários da União, os serviços da dívida e a parcela das despesas do Ministério financiada com recursos do Fundo de Combate à Erradicação da Pobreza. § 4º A demonstração da observância do limite mínimo previsto no § 3º deste artigo dar-se-á no encerramento do exercício financeiro de 2004.’ (NR).” (grifei) Cabe registrar, por necessário, que a regra legal resultante da edição da Lei nº 10.777/2003, ora em pleno vigor, reproduz, essencialmente, em seu conteúdo, o preceito, que, constante do § 2º do art. 59 da Lei nº 10.707/2003 (LDO), veio a ser vetado pelo Senhor Presidente da República (fls. 23v.). Impende assinalar que a regra legal em questão – que culminou por colmatar a própria omissão normativa alegadamente descumpridora de preceito fundamental – entrou em vigor em 2003, para orientar, ainda em tempo oportuno, a elaboração da lei orçamentária anual pertinente ao exercício financeiro de 2004. Conclui-se, desse modo, que o objetivo perseguido na presente sede processual foi inteiramente alcançado com a edição da Lei nº 10.777, de 24/11/2003, promulgada com a finalidade específica de conferir efetividade à EC 29/2000, concebida para garantir, em bases adequadas – e sempre em benefício da população deste País – recursos financeiros mínimos a serem necessariamente aplicados nas ações e serviços públicos de saúde. Não obstante a superveniência desse fato juridicamente relevante, capaz de fazer instaurar situação de prejudicialidade da presente argüição de descumprimento de preceito fundamental, não posso deixar de reconhecer que a ação constitucional em referência, considerado o contexto em exame, qualifica-se como instrumento idôneo e apto a viabilizar a concretização de políticas públicas, quando, previstas no texto da Carta Política, tal como sucede no caso (EC 29/2000), venham a ser descumpridas, total ou parcialmente, pelas instâncias governamentais destinatárias do comando inscrito na própria Constituição da República. Essa eminente atribuição conferida ao Supremo Tribunal Federal põe em evidência, de modo particularmente expressivo, a dimensão política da jurisdição constitucional conferida a esta Corte, que não pode demitir-se do gravíssimo encargo de tornar efetivos os direitos econômicos, sociais e culturais – que se identificam, enquanto direitos de segunda geração, com as liberdades positivas, reais ou concretas (RTJ 164/158-161, Rel. Min. CELSO DE MELLO) -, sob pena de o Poder Público, por violação positiva ou negativa da Constituição, comprometer, de modo inaceitável, a integridade da própria ordem constitucional: “DESRESPEITO À CONSTITUIÇÃO - MODALIDADES DE COMPORTAMENTOS INCONSTITUCIONAIS DO PODER PÚBLICO. - O desrespeito à Constituição tanto pode ocorrer mediante ação estatal quanto mediante inércia governamental. A situação de inconstitucionalidade pode derivar de um comportamento ativo do Poder Público, que age ou edita normas em desacordo com o que dispõe a Constituição, ofendendo-lhe, assim, os preceitos e os princípios que nela se acham consignados. Essa conduta estatal, que importa em um facere (atuação positiva), gera a inconstitucionalidade por ação. - Se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos, operantes e exeqüíveis, abstendo-se, em conseqüência, de cumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare, resultará a inconstitucionalidade por omissão, que pode ser total, quando é nenhuma a providência adotada, ou parcial, quando é insuficiente a medida efetivada pelo Poder Público. A omissão do Estado - que deixa de cumprir, em maior ou em menor extensão, a imposição ditada pelo texto constitucional - qualifica-se como comportamento revestido da maior gravidade político-jurídica, eis que, mediante inércia, o Poder Público também desrespeita a Constituição, também ofende direitos que nela se fundam e também impede, por ausência de medidas concretizadoras, a própria aplicabilidade dos postulados e princípios da Lei Fundamental.” (RTJ 185/794-796, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) É certo que não se inclui, ordinariamente, no âmbito das funções institucionais do Poder Judiciário - e nas desta Suprema Corte, em especial - a atribuição de formular e de implementar políticas públicas 
Pacto Federativo X Implementação de Políticas Pública(JOSÉ CARLOS VIEIRA DE ANDRADE, “Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa de 1976”, p. 207, item n. 05, 1987, Almedina, Coimbra), pois, nesse domínio, o encargo reside, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo. Tal incumbência, no entanto, embora em bases excepcionais, poderá atribuir-se ao Poder Judiciário, se e quando os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos político-jurídicos que sobre eles incidem, vierem a comprometer, com tal comportamento, a eficácia e a integridade de direitos individuais e/ou coletivos impregnados de estatura constitucional, ainda que derivados de cláusulas revestidas de conteúdo programático. Cabe assinalar, presente esse contexto – consoante já proclamou esta Suprema Corte – que o caráter programático das regras inscritas no texto da Carta Política “não pode converter-se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergável dever, por um gesto irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado” (RTJ 175/1212-1213, Rel. Min. CELSO DE MELLO). Não deixo de conferir, no entanto, assentadas tais premissas, significativo relevo ao tema pertinente à “reserva do possível” (STEPHEN HOLMES/CASS R. SUNSTEIN, “The Cost of Rights”, 1999, Norton, New York), notadamente em sede de efetivação e implementação (sempre onerosas) dos direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais), cujo adimplemento, pelo Poder Público, impõe e exige, deste, prestações estatais positivas concretizadoras de tais prerrogativas individuais e/ou coletivas. É que a realização dos direitos econômicos, sociais e culturais – além de caracterizar-se pela gradualidade de seu processo de concretização – depende, em grande medida, de um inescapável vínculo financeiro subordinado às possibilidades orçamentárias do Estado, de tal modo que, comprovada, objetivamente, a incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal, desta não se poderá razoavelmente exigir, considerada a limitação material referida, a imediata efetivação do comando fundado no texto da Carta Política. Não se mostrará lícito, no entanto, ao Poder Público, em tal hipótese – mediante indevida manipulação de sua atividade financeira e/ou político-administrativa – criar obstáculo artificial que revele o ilegítimo, arbitrário e censurável propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar o estabelecimento e a preservação, em favor da 
Reserva do Possível X Implementação de Políticas Públicapessoa e dos cidadãos, de condições materiais mínimas de existência. Cumpre advertir, desse modo, que a cláusula da “reserva do possível” – ressalvada a ocorrência de justo motivo objetivamente aferível – não pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade de exonerar-se do cumprimento de suas obrigações constitucionais, notadamente quando, dessa conduta governamental negativa, puder resultar nulificação ou, até mesmo, aniquilação de direitos constitucionais impregnados de um sentido de essencial fundamentalidade. Daí a correta ponderação de ANA PAULA DE BARCELLOS (“A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais”, p. 245-246, 2002, Renovar): “Em resumo: a limitação de recursos existe e é uma contingência que não se pode ignorar. O intérpretedeverá levá-la em conta ao afirmar que algum bem pode ser exigido judicialmente, assim como o magistrado, ao determinar seu fornecimento pelo Estado. Por outro lado, não se pode esquecer que a finalidade do Estado ao obter recursos, para, em seguida, gastá-los sob a forma de obras, prestação de serviços, ou qualquer outra política pública, é exatamente realizar os objetivos fundamentais da Constituição. A meta central das Constituições modernas, e da Carta de 1988 em particular, pode ser resumida, como já exposto, na promoção do bem-estar do homem, cujo ponto de partida está em assegurar as condições de sua própria dignidade, que inclui, além da proteção dos direitos individuais, condições materiais mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os alvos prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir, relativamente aos recursos remanescentes, em que outros projetos se deverá investir. O mínimo existencial, como se vê, associado ao estabelecimento de prioridades orçamentárias, é capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível.” (grifei) Vê-se, pois, que os condicionamentos impostos, pela cláusula da “reserva do possível”, ao processo de concretização dos direitos de segunda geração - de implantação sempre onerosa -, traduzem-se em um binômio que compreende, de um lado, (1) a razoabilidade da pretensão individual/social deduzida em face do Poder Público e, de outro, (2) a existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas. Desnecessário acentuar-se, considerado o encargo governamental de tornar efetiva a aplicação dos direitos econômicos, sociais e culturais, que os elementos componentes do mencionado binômio (razoabilidade da pretensão + disponibilidade financeira do Estado) devem configurar-se de modo afirmativo e em situação de cumulativa ocorrência, pois, ausente qualquer desses elementos, descaracterizar-se-á a possibilidade estatal de realização prática de tais direitos. Não obstante a formulação e a execução de políticas públicas dependam de opções políticas a cargo daqueles que, por delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo, cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação do legislador, nem a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado agirem de modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar, comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, afetando, como decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo comportamento governamental, aquele núcleo intangível consubstanciador de um conjunto irredutível de condições mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à própria sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á, como precedentemente já enfatizado - e até mesmo por razões fundadas em um imperativo ético-jurídico -, a possibilidade de intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado. Extremamente pertinentes, a tal propósito, as observações de ANDREAS JOACHIM KRELL (“Direitos Sociais e Controle Judicial no Brasil e na Alemanha”, p. 22-23, 2002, Fabris): “A constituição confere ao legislador uma margem substancial de autonomia na definição da forma e medida em que o direito social deve ser assegurado, o chamado ‘livre espaço de conformação’ (...). Num sistema político pluralista, as normas constitucionais sobre direitos sociais devem ser abertas para receber diversas concretizações consoante as alternativas periodicamente escolhidas pelo eleitorado. A apreciação dos fatores econômicos para uma tomada de decisão quanto às possibilidades e aos meios de efetivação desses direitos cabe, principalmente, aos governos e parlamentos. Em princípio, o Poder Judiciário não deve intervir em esfera reservada a outro Poder para substituí-lo em juízos de conveniência e oportunidade, querendo controlar as opções legislativas de organização e prestação, a não ser, excepcionalmente, quando haja uma violação evidente e arbitrária, pelo legislador, da incumbência constitucional. No entanto, parece-nos cada vez mais necessária a revisão do vetusto dogma da Separação dos Poderes em relação ao controle dos gastos públicos e da prestação dos serviços básicos no Estado Social, visto que os Poderes Legislativo e Executivo no Brasil se mostraram incapazes de garantir um cumprimento racional dos respectivos preceitos constitucionais. A eficácia dos Direitos Fundamentais Sociais a prestações materiais depende, naturalmente, dos recursos públicos disponíveis; normalmente, há uma delegação constitucional para o legislador concretizar o conteúdo desses direitos. Muitos autores entendem que seria ilegítima a conformação desse conteúdo pelo Poder Judiciário, por atentar contra o princípio da Separação dos Poderes (...). Muitos autores e juízes não aceitam, até hoje, uma obrigação do Estado de prover diretamente uma prestação a cada pessoa necessitada de alguma atividade de atendimento médico, ensino, de moradia ou alimentação. Nem a doutrina nem a jurisprudência têm percebido o alcance das normas constitucionais programáticas sobre direitos sociais, nem lhes dado aplicação adequada como princípios-condição da justiça social. A negação de qualquer tipo de obrigação a ser cumprida na base dos Direitos Fundamentais Sociais tem como conseqüência a renúncia de reconhecê-los como verdadeiros direitos. (...) Em geral, está crescendo o grupo daqueles que consideram os princípios constitucionais e as normas sobre direitos sociais como fonte de direitos e obrigações e admitem a intervenção do Judiciário em caso de omissões inconstitucionais.” (grifei) Todas as considerações que venho de fazer justificam-se, plenamente, quanto à sua pertinência, em face da própria natureza constitucional da controvérsia jurídica ora suscitada nesta sede processual, consistente na impugnação a ato emanado do Senhor Presidente da República, de que poderia resultar grave comprometimento, na área da saúde pública, da execução de política governamental decorrente de decisão vinculante do Congresso Nacional, consubstanciada na Emenda Constitucional nº 29/2000. Ocorre, no entanto, como precedentemente já enfatizado no início desta decisão, que se registrou, na espécie, situação configuradora de prejudicialidade da presente argüição de descumprimento de preceito fundamental. A inviabilidade da presente argüição de descumprimento, em decorrência da razão ora mencionada, impõe uma observação final: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar. Cumpre acentuar, por oportuno, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175). Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.). Cabe enfatizar, por necessário, que esse entendimento jurisprudencial é também aplicável aos processos de controle normativoabstrato de constitucionalidade, qualquer que seja a sua modalidade (ADI 563/DF, Rel. Min. PAULO BROSSARD – ADI 593/GO, Rel. Min. MARCO AURÉLIO - ADI 2.060/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO - ADI 2.207/AL, Rel. Min. CELSO DE MELLO - ADI 2.215/PE, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), eis que, tal como já assentou o Plenário do Supremo Tribunal Federal, o ordenamento positivo brasileiro “não subtrai, ao Relator da causa, o poder de efetuar - enquanto responsável pela ordenação e direção do processo (RISTF, art. 21, I) - o controle prévio dos requisitos formais da fiscalização normativa abstrata (...)” (RTJ 139/67, Rel. Min. CELSO DE MELLO). Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, julgo prejudicada a presente argüição de descumprimento de preceito fundamental, em virtude da perda superveniente de seu objeto. Arquivem-se os presentes autos. Publique-se. Brasília, 29 de abril de 2004. Ministro CELSO DE MELLO Relator
(ADPF 45 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, julgado em 29/04/2004, publicado em DJ 04/05/2004 PP-00012 RTJ VOL-00200-01 PP-00191) 
CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO (TIPOS DE CONTROLE)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À QANTO AO ÓRGÃO (Celso Antonio; Maria Sylvia) OU QUANTO À EXTENSÃO (José Dos Santos Carvalho Filho).
controle interno (autocontrole): é o controle que a administração exerce sobre o seus próprios atos e seus agentes. Ex: controle do ministério sobre os departamentos. Geralmente realizado por um sistema de auditorias; atos da corregedoria de justiça. (art. 74, CF)
Observação: Controle interno exterior (CABM): há um duplo controle na administração indireta – efetuado por seus próprios órgãos e outro efetuado pela administração direta.
controle externo (heterocontrole): é o controle exercido por um dos poderes sobre o outro. Ex: da administração direta sobre a indireta – relação de controle; do Judiciário sobre o Executivo.
Observação: Controle externo – popular: fundado no princípio da publicidade (ciência dos atos da administração e controle popular) – Lei 4898/65; Lei 8429/92; art. 31, §3º, CF. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ASPECTO CONTROLADO (CABM; MSZP) OU QUANTO AO OBJETO (DIÓGENES GASPARINI) OU QUANTO À NATUREZA DO CONTROLE (JSCF).
Legalidade
- Administração: Súmula 346, STF;
- Judiciário: art. 5º, XXXV, CF;
- Legislativo;
Consequência: anulação.
Mérito:
A análise do mérito de um ato administrativo obedece a critérios de conveniência e oportunidade. Obedecendo ao princípio da separação dos poderes, não é possível uma pessoa política se imiscuir na competência de outra. Súmula nº 473, STF.
Consequência: revogação.
Atenção: ADPF nº 45: será permitido ao Judiciário, com fundamento nos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, exercer o controle de legalidade, que gera efeitos reflexos no mérito dos atos da administração. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO MOMENTO (CABM); QUANTO À OPORTUNIDADE (JSCF):
Prévio: exercido antes de consumar-se a conduta administrativa. Ex: autorização do Senado para que outros entes contraiam empréstimo;
Concomitante ou sucessivo: ocorre à medida que a conduta está se desenvolvendo. Ex: art. 67, da Lei 8666/93 – fiscalização dos agentes públicos durante a realização de obras públicas;
Subseqüente ou corretivo: tem natureza de revisão, a fim de confirmar ou corrigir o ato. Ex: homologação do resultado de uma licitação.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO FUNDAMENTO DO CONTROLE:
hierárquico: escalonamento, vertical – poder de hierarquia. O principal instrumento é a fiscalização hierárquica.
JSCF o chama de controle por subordinação.
finalístico: controle de legalidade da atuação administrativa – poder de controle. A principal ferramenta para este tipo de controle é a Supervisão Ministerial.
A situação mais grave do controle através da Supervisão Ministerial é a possibilidade de a Administração Direta nomear os diretores da Administração Indireta.
JSCF o chama de controle por vinculação.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À INICIATIVA (JSCF):
De ofício: manifestação da autotutela.
Provocado: quando decorre da manifestação de terceiros, através de petição ou recursos administrativos.
CLASSFICAÇÃO QUANTO À NATUREZA DO CONTROLADOR:
Administrativo ou executivo:
Legislativo ou parlamentar:
Judicial:
CONTROLE ADMINISTRATIVO OU EXECUTIVO
É aquele que vai confirmar, rever ou alterar condutas internas quanto à legalidade e a conveniência, realizado pelo Executivo ou pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário.
De acordo com o Decreto-lei 200/67, na esfera federal esse controle é denominado de supervisão ministerial.
Decorre do poder de autotutela – exercido pelos órgãos superiores em relação aos órgãos inferiores, acrescido do auxílio de órgãos julgadores de recursos e de órgãos especializados, a exemplo do controle técnico de auditorias.
O objetivo desse controle:
Confirmação do ato que foi praticado;
Correção do ato que foi praticado; - o ato é modificado integralmente.
Alteração do ato que foi praticado;- uma parte do ato é ratificada e outra sofre modificação.
INSTRUMENTOS DE CONTROLE:
DIREITO DE PETIÇÃO:
Right of petition: faculdade outorgada ao cidadão de formular postulações como decorrência do exercício da cidadania.
O recebimento do pedido é obrigatório. Segundo Diógenes Gasparini o direito de petição é dotado de eficácia, o que gera na administração um dever de se manifestar sobre esse pedido, dando azo, inclusive, à impetração do mandado de segurança (já através de controle externo).
“Garantia de instância”: condicionamento da admissibilidade do recurso administrativo ao pagamento de taxas:
1ª corrente: posição minoritária (JSCF) – a lei pode estabelecer condições especiais para a interposição do recurso administrativo .
Art. 56, §2º, da Lei 9784/99: § 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
2ª corrente: posição majoritária (STF) – é inconstitucional a exigência da garantia de instância, por violação do contraditório e da ampla defesa. 
Súmula vinculante nº 21:
 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo (10/11/2009); 
Súmula nº 373, STJ: 
É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
CONTROLE MINISTERIAL:
É o controle dos ministérios sobre os órgãos a ele vinculados. Observar o Decreto-lei 200/67. No âmbito dos Estados e Municípios esse controle é exercido pelas Secretarias.
HIERARQUIA ORGÂNICA:
Decorre da própria estrutura da administração, da hierarquia e do escalonamento, de modo que a autoridade superior controla a atividade da autoridade a ela subordinada através de uma relação de hierarquia.
CONTROLE SOCIAL:
São os vários mecanismos de controle atribuídos ao cidadão para que exerça o controle. Exemplo disso é a possibilidade de iniciativa popular (art. 61, §2º, CF); o art. 37, §3º, da CF, que prevê a existência de mecanismo de participação direta da população; ações em programas de saúde (art. 198, III, CF); participação na seguridade social (art. 194, VII, CF); consulta e audiência pública, prevista na Lei 9784/99.
Efetivação do controle social:
controle natural: aquele exercido diretamente pelo cidadão (sindicatos; associações).
controle institucional: exercido por entidades do poder público que detém como prerrogativas essa forma de controle (Ministério Público; Defensorias).
INSTRUMENTOS LEGAIS:
LC 101/2000
RECURSOS ADMINISTRATIVOS LATO SENSU:
Aspectos gerais:
A tramitação desses recursos sujeita-se a 02 princípios:
publicidade;
formalismo;
O interesse recursal (manifestação do inconformismo) é obrigatório. São recursos que tramitam exclusivamente na via administrativa.
O fundamento do recurso é:
sistema de hierarquia orgânica;
sistema de exercício do direito de petição;
garantia do contraditório e da ampla defesa;
A interposição do recurso independe de advogado. As razões são expostas em apenas uma peça (não necessitade petição de apresentação e razões em peças diferentes).
Efeitos dos recursos:
A regra é o efeito devolutivo. Haverá, no entanto, o efeito suspensivo somente quando a lei mencionar (art. 109, I, §2º, da Lei 8666).
A presunção de legitimidade dos atos administrativos impede que a regra atribua ao recurso administrativo efeito devolutivo e suspensivo.
A autoridade administrativa poderá, no exercício da autotutela, conferir de ofício o efeito suspensivo.
Diógenes Gasparini entende que não cabe MS contra ato administrativo pendente de recurso administrativo recebido no efeito suspensivo. Observar os apontamentos da LMS.
RECURSOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE:
Representação administrativa:
O recorrente denuncia irregularidades, ilegalidades ou condutas abusivas dos agentes ou dos órgãos públicos, com o objetivo de apuração e de regularização.
Com o recebimento da representação, há um poder-dever de se instaurar o processo administrativo para a apuração.
Art. 74, §2º, CF: § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União; 
Lei 4898/65 – arts. 3º e 4º - representação administrativa contra o abuso de autoridade.
	Direito de petição
	Representação administrativa
	- defesa de interesses próprios ou de terceiros
	- não constitui instrumento de defesa de interesses próprios ou de terceiros
Reclamação administrativa:
Decreto-lei 20.910/32 – é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou servidor público, deduz uma pretensão perante a administração pública, visando obter o reconhecimento de um direito, ou, a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de lesão.
	Reclamação
	Representação
	- o requerente é interessado direto
	- qualquer pessoa, ainda que não afetado pelo ato
Prazo: 01 ano (art. 6º, do Decreto-lei 20.910/32), embora após esse prazo a administração possa desfazer o ato lesivo, desde que:
não esteja consumada a prescrição;
o desfazimento não atinja a esfera jurídica de terceiro;
Observação: essa reclamação possui natureza distinta da reclamação aos tribunais superiores como mecanismo de garantia da autoridade de suas decisões, a qual possui caráter jurisdicional, enquanto a representação tem caráter eminentemente administrativo.
Pedido reconsideração:
Trata-se de um reexame da matéria pela própria autoridade que emitiu aquele ato. Pode ser exercido somente uma vez.
Ex: art. 106, da Lei 8112/90; art. 109, III, da Lei de Licitações; 
Prazo: O prazo é definido pelas leis próprias, sendo que, diante de uma omissão, por analogia, utiliza-se o prazo da reclamação, .
Revisão:
Art. 174 a 182, da Lei 8112/90;
Art. 65 da Lei 9784/99:
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Recurso hierárquico
recurso hierárquico próprio:
Decorre da própria lei e inerente à hierarquia. Independe de previsão legal. Art. 56 a 64, da Lei 9784/99.
recurso hierárquico impróprio:
Não decorre do poder hierárquico. Trata-se de um recurso hierárquico entre órgãos que não possuem hierarquias entre si. Ex: Recurso da decisão de uma Autarquia para o respectivo Ministério.
COISA JULGADA ADMINISTRATIVA: 
É a imodificabilidade e irretratabilidade do ato perante a administração pública. É a preclusão de efeitos internos. É o esgotamento dos meios de impugnação na esfera administrativa.
The final enforcing – é como o direito norte-americano conceitua a falta de força de definitividade da coisa julgada administrativa, quando comparada à coisa julgada judicial.
PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA:
Segundo Maria Sylvia Z. Di Pietro pode significar três coisas:
perda do prazo para recorrer;
perda do prazo para a administração rever seus atos;
perda do prazo para aplicação de penalidades;
CONTROLE LEGISLATIVO
CONTROLE POLÍTICO
Analisa a atuação administrativa sob os aspectos da discricionariedade (conveniência e oportunidade ao interesse público). Decorre da própria CF, denominado por Celso Antonio como controle parlamentar direto.
Controle exercido pelo Congresso Nacional: 
Art. 49, X, CF: fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.
Controle exercido pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal:
 Art. 49, V, CF – quando exorbitem o poder regulamentar: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
Controle através do poder convocatório: 
Art. 50, CF: Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado (trata-se de convocação e não mero convite), importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994).
Controle exercido através das CPI’s: 
Art. 58, §3º, CF: § 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Controle exercido através das autorizações (controle prévio) para a prática de alguns atos pelo executivo: Art. 49, I, XII, XVI e XVII, CF.
Controle exercido pelo Senado: Art. 52, III a IX, da CF, dentre outras hipóteses como o controle de contas e processo de julgamento por crime de responsabilidade. 
CONTROLE FINANCEIRO
Previsto nos artigos 70 a 75, da CF, e que abarca todos os poderes da República. Realizado principalmente pelos Tribunais de Contas.
Observação 1: Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público, mas nunca exercer o controle abstrato de constitucionalidade. 
Súmula nº 347, do STF
O tribunal de contas, no exercício de suas atribuições pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do poder público.
	
Observação 2: STF - MS 28150: o TCU não pode rever decisão judicial transitada em julgado, sob pena de violação dos princípios da segurança jurídica e da boa-fé objetiva.
Observação 3: STF – MS 28.252 – permitiu que a Petrobrás se utilize do procedimento simplificado da Lei nº 9478 – suspendeu acórdão do TCU que impedia a utilização daquele instrumento simplificado para licitações.
Súmula vinculante nº 03:
Nos processos perante o tribunal de contas da união asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
CONTROLE JUDICIAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O Brasil adotou o sistema de jurisdição única (art. 5º, XXXV, CF), atribuindo ao Judiciário o poder de declarar a anulação dos atos ilegais – controle de legalidade, o que se instrumentaliza através de diversos instrumentos.
Omissões inconstitucionais:
Art. 37, VII, da CF os MI’s, dentre eles o 712: “síndrome da inefetividade das normas constitucionais”. Decidiu-se que enquanto não exista lei específica que cuida da greve no serviço público, aplica-se a Lei 7783/89, dirigida ao setor privado. Alcançou todo o funcionalismo público através da adoção da teoria concretista geral (efeitos ultrapartes).
Decisão do STF de 15/04/2009: pedidos de aposentadoria de servidores públicos que trabalham em situação insalubre ou de perigo, por faltar norma que cuide do assunto (art. 40, §4º, CF). Nos MI’s 721, 795 e 797, também através da adoção da teoria concretista geral, determinou a aplicação da Lei nº 8213/91, do regime geral de previdência social.
STF, ADI 1458 – A omissão do administrador é mais grave do que a própria ação ilegal. Quanto a autoridade age com omissão, está ela descumprindo um dever legal, ainda mais gravosa que as demais condutas comissivas.
O não fazer é um desinteresse tão grande, um descaso com a coisa pública tido por mais grave que a ação comissiva ilegal.
Consagrou-se nesse julgamento a tese de que diante de uma omissão da Administração, caberia ao PJ conferir ao requerente o bem da vida, de modo a não deixá-lo desprotegido em razão de um descaso do Poder Público.
“Silêncio da Administração”: diante da ausência de resposta ao exercício do direito de petição, é possível a utilização do Mandado de Segurança para se discutir judicialmente o “silêncio da Administração”.
No tocante à solução a ser dada ao MS, não pode o juiz se imiscuir diretamente nas funções da autoridade, devendo, de início, fixar prazo e medidas coercitivas para que a autoridade competente responda ao exercício do direito de petição.
Celso Antonio (posição minoritária) afirma que quando o ato for estritamente vinculado (em que o seu exercício restringe-se pela mera conferência de requisitos) cabe ao PJ resolver a questão em defiinitivo.

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