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7 - ESTATUTO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS (8.112)

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11 de novembro de 2010
ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL NO ÂMBITO FEDERAL – LEI 8112/90
CONCEITUAÇÃO PRELIMINAR:
Cargo público
Conjunto de atribuições e responsabilidades entregues a um servidor.
Art. 3o  Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
Parágrafo único.  Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. 
É, portanto, um conjunto de atribuições e responsabilidades que conferem ao seu titular um espaço dentro do quadro da Administração Pública.
Os cargos públicos são regidos sempre pelo regime estatutário. A lei é o único instrumento hábil a criar os cargos públicos, conferindo-lhe denominação própria e as respectivas atribuições.
Ademais, cabe à lei definir a remuneração a ser paga ao respectivo cargo. Em suma, cabe à lei, no tocante aos cargos públicos: a) criação, b) conferir a denominação, c) conferir atribuições e d) definir a remuneração.
Exceção (em que o cargo não é criado por lei): Art. 51 e 52, CF (assessoria do Poder Legislativo é criada por meio de Resolução).
Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
 IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração (a criação dos cargos se dá por meio de Resolução, mas a fixação da remuneração se dá por meio de Lei), observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Função
É o conjunto de atribuições (também criada por lei). Hoje, no Brasil, as atribuições (portanto, as funções) estão ligadas aos CARGOS PÚBLICOS, a única exceção é a FUNÇÃO DE CONFIANÇA.
Verifica-se, assim, 2 formas de funções:
Exercida através dos cargos públicos efetivos
Exercida diretamente pela função de confiança, destinada unicamente para chefia, direção e assessoramento.
A função de confiança, no Brasil, só pode ser conferida a quem JÁ POSSUI UM CARGO EFETIVO. A remuneração pelo exercício do cargo de confiança denomina-se GRATIFICAÇÃO DE CONFIANÇA, definida esta por LEI.
Emprego Público
Trata-se de núcleo de atribuições de encargos de caráter permanente, de regime contratual (celetista).
No Brasil, o regime jurídico do servidor é único (ADI 2135n), podendo ser estatutário ou celetista.
Atenção: Para o STF, não há direito adquirido ao regime legal, uma vez que ao Legislador é autorizado a alterar a lei a qualquer tempo, ao seu bel prazer.
Ex: Servidor tem direito, hoje, a um Adicional por tempo de serviço a sua remuneração a cada 5 anos de efetivo exercício. Supondo-se que o servidor está na Administração há 14 anos, e o Legislador revogue tal benefício, verifica-se que o servidor terá direito adquirido somente a 2 adicionais, mas não terá direito ao 3º adicional, uma vez que não possui direito adquirido à regra do adicional por tempo de serviço.
O regime celetista é, hoje, mais seguro quanto à manutenção das regras, uma vez que é regido pela BILATERALIDADE, subordinando a alteração do contrato de trabalho da anuência de ambos os contratantes, diversamente do que ocorre no regime estatutário, em que poderá haver alterações unilaterais.
CLASSIFICAÇÃO DOS CARGOS PÚBLICOS
QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL
CARGOS DE CARREIRA: é o cargo que possui um plano de ascensão funcional. Ex: Magistratura.
Apesar da existência de um plano de ascensão funcional, não há qualquer alteração nas atribuições ou mudança de cargos, há apenas uma ascensão funcional dentro da carreira do cargo.
A existência de cargos de carreira é o ideal para Administração Pública, de modo que gera estímulo à eficiência do servidor público.
CARGOS ISOLADOS: não há previsão de um plano de ascensão funcional.
QUANTO À VOCAÇÃO PARA RETENÇÃO (DIREITO DE PERMANÊNCIA NO CARGO)
CARGO EM COMISSÃO: trata-se do antigo cargo em confiança, de livro nomeação e exoneração, destinada às funções de direção, chefia e assessoramento.
Os cargos em comissão pode ser atribuído a qualquer pessoa, mas a CF reserva um mínimo aos agentes que já possuem cargo de carreira.
CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO
Diferenças entre cargo efetivo e o cargo em comissão:
	Cargo Efetivo
	Cargo em Comissão
	Dá ao servidor que o ocupa a possibilidade de adquirir a estabilidade. 
	Sem possibilidade de adquirir a estabilidade.
	Ingresso mediante a prestação e aprovação em concurso público. 
	Cargo de livre nomeação e exoneração, ad nutum.
	Para ser desligado depende de processo administrativo.
	Pode ser desligado livremente.
	Pode ser cargo técnico ou ter função de chefia, direção e assessoramento.
	Apenas chefia, direção e assessoramento. 
	O regime previdenciário é o regime próprio dos servidores estatutários.
	Regime geral de previdência social, regime do INSS.
CARGO VITALÍCIO: trata-se do maior direito de retenção de um servidor público, de modo que a perda do cargo depende de decisão judicial, não sendo suficiente o procedimento administrativo.
QUANTO À FORMA DE PROVIMENTO
PROVIMENTO ORIGINÁRIO: é o ingresso, pela primeira vez, na carreira de um cargo efeito ou em um cargo isolado.
Atenção: o provimento é originário, ainda que o agente já esteja na Administração Pública, mas em outra carreira. Ex: técnico do TRT que é aprovado em concurso para analista do TRT.
A única hipótese de provimento originário previsto na lei 8.112 é a NOMEAÇÃO, esta condicionada a prévia aprovação em concurso público.
A nomeação implica na atribuição de um cargo a determinada pessoa, previamente aprovada em concurso (é uma forma de provimento). Após a nomeação, aceitação pelo agente se dá com a posse (forma de investidura, que implica na constituição da relação jurídica estatutária)
30 DIAS
15 DIAS
Como já houve a formalização da relação jurídica, a partir desse ponto o agente já é considerado 
servidor público, 
de modo que se não entrar em exercício em 15 dias, será ele EXONERADO (
exoneração de ofício)
.
Antes da posse, não há investidura do servidor, logo não há uma relação jurídica formada, 
o agente ainda não é considerado servidor. 
Caso não haja posse, 
a nomeação fica sem efeito, não havendo falar em exoneração.
Súmula 16, STF
SÚMULA Nº 16 
FUNCIONÁRIO NOMEADO POR CONCURSO TEM DIREITO À POSSE.
PROVIMENTO DERIVADO: se dá com a atribuição de um novo cargo a um servidor público dentro da mesma carreira. Ex: remoção (antiga “transferência”, hoje não mais considerada forma de provimento) (um juiz ocupante de cargo na cidade de Londrina solicita remoção para um cargo vago de juiz na cidade de Cambé).
O provimento derivado pode ser: a) Horizontal ou b) Vertical.
Na REMOÇÃO (antiga “transferência”, hoje não mais considerada forma de provimento), há um deslocamento na carreira dentro de um mesmo plano funcional, logo é um provimento derivado horizontal. Já na PROMOÇÃO, há um deslocamento na carreira para um plano superior, sendo forma de provimento derivado vertical.
A lei 8.112, em seu texto original, considerava a TRANSFERÊNCIA e a READAPTAÇÃO como forma de PROVIMENTO DERIVADO HORIZONTAL. A transferência, foi posteriormente revogada, sendo nomeada como REMOÇÃO, esta não considerada uma forma de provimento, mas uma forma de deslocamento. Readaptação é recolocação de um servidor para conciliar sua limitação à função pública.
Art. 24.  Readaptação é a investidurado servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica. 
§ 1o  Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado. 
§ 2° A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida.
§ 2o  A readaptação será efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 36.  Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
        
Como forma de PROVIMENTO DERIVADO VERTICAL, a lei 8.112/90 somente prevê a PROMOÇÃO, uma vez que a ascensão/acesso/transposição foi revogada (situação em que o servidor pulava de um cargo a outro).
SÚMULA Nº 685 
É INCONSTITUCIONAL TODA MODALIDADE DE PROVIMENTO QUE PROPICIE AO SERVIDOR INVESTIR-SE, SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO.
PROVIMENTO POR REINGRESSO: se dá quando o servidor é desligado do cargo, mas depois lhe é autorizado o reingresso na Administração Pública. São previstas 4 na Lei 8.112: a) reversão; b) aproveitamento; c) reintegração e d) recondução.
Art. 8o  São formas de provimento de cargo público: 
I – nomeação (Provimento Originário); 
II – promoção (Provimento Derivado Vertical); 
III – ascensão (Provimento Derivado Vertical);(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
IV – transferência (Provimento Derivado Horizontal); (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997)   (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
V – readaptação (Provimento Derivado Horizontal); 
VI – reversão (Provimento por Reingresso); 
VII – aproveitamento (Provimento por Reingresso); 
VIII – reintegração (Provimento por Reingresso); 
IX – recondução (Provimento por Reingresso).
FORMAS DE PROVIMENTO
NOMEAÇÃO
É o ato que materializa o provimento originário da pessoa a um cargo público.
Uma vez ocorrida a nomeação, haverá direito à posse, a qual deverá ocorrer em 30 dias (prazo contado da data da publicação da nomeação).
A posse é o ato pelo qual são entregues as atribuições, direitos, deveres e responsabilidades do cargo ao servidor. Neste momento surge a figura do servidor público, pois a investidura no cargo público ocorre com a posse.
INVESTIDURA X PROVIMENTO:
Na investidura há um procedimento complexo, composto por atos do Estado e do interessado.
O efetivo desempenho das atribuições do cargo dá-se com o exercício e não com a posse.
O prazo que o empossado tem para entrar em exercício é de 15 dias.
O ato de nomeação pode ser em caráter efetivo ou em comissão:
Nomeação em caráter efetivo: Envolve cargos de provimento efetivo ou de carreira.
Nomeação em comissão: Diz respeito a cargos de confiança, inclusive na condição de interino.
Observação.: somente detém função de confiança aquele que ocupa cargo efetivo (artigo 37, V, CF).
Art. 9o  A nomeação far-se-á: 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; 
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único.  O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 10.  A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. 
Parágrafo único.  Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Jurisprudência:
STF: entendimento clássico de que a aprovação em concurso público gera tão somente expectativa de direito.
STJ: desde 2007 entende que a aprovação dentro do número de vagas do edital gera direito subjetivo à nomeação (RMS 27508).
Influenciado pelo STJ, o STF (RE 227480) passa a entender que o candidato aprovado em concurso dentro do número de vagas tem direito à nomeação, no entanto, resta à Administração a possibilidade de recusa da nomeação, desde que motivada, sendo que esta motivação poderá ser objeto de análise pelo Poder Judiciário.
No RE 598099, o STF reconheceu a repercussão geral do tema.
Estágio Probatório
Prazo expresso na Lei 8112/90: 24 meses.
Acerca desse prazo, o STJ entendia que a disparidade entre o prazo de estágio probatório e de aquisição da estabilidade não representava problema. Em 2009, entretanto, este entendimento foi alterado para que o STJ passasse a entender que o prazo do estágio probatório deve observar a alteração dada pela EC 19 ao artigo da Constituição que estabelece prazo de 3 anos para a aquisição da estabilidade (os institutos são diferentes, mas estão interligados).
STJ, RMS 12523. Assim, tem-se que a posição do STJ hoje é no sentido de que o prazo de estágio probatório deve ser também de 3 anos.
O STF, em decisões monocráticas (STAs 310 e 311), entendeu pela inconstitucionalidade da divergência de prazos entre a estabilidade e o estágio probatório.
READAPTAÇÃO
Consiste na investidura do servidor em cargo com atribuições e responsabilidades compatíveis com sua limitação física ou mental.
Esta limitação física ou mental deve ser comprovada por meio de inspeção médica.
O cargo para o qual o servidor é readaptado deve ter atribuições afins, considerando-se, para tanto, a habilitação exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos.
Readaptado que demonstra incapacidade para o desempenho do serviço público deve ser aposentado por invalidez.
REVERSÃO
A reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado.
Art. 25.  Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado: 
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou
II - no interesse da administração, desde que: 
a) tenha solicitado a reversão; 
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
c) estável quando na atividade; 
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;
e) haja cargo vago.
§ 1o  A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§ 2o  O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3o  No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 
§ 4o  O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 5o  O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6o  O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo. 
Art. 27.  Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade. 
A reversão pode se dar das seguintes formas:
De oficio pela Administração:
A Administração pode determinar a reversão de ofício quando se constata, por meio de perícia médica, que as causas que conduziram à aposentadoria por invalidez não mais subsistem.
Nesse caso o retorno do servidorà atividade é obrigatório. Caso o cargo do servidor esteja provido, este atuará como excedente até a abertura da primeira vaga para o cargo.
No caso da reversão de ofício a Administração possui o dever de trazer o servidor de volta para a atividade. Trata-se, pois, de ato vinculado.
A pedido do servidor:
O objetivo da reversão a pedido foi trazer de volta à atividade o servidor que se aposentou com proventos proporcionais antes da EC 20/98.
Requisitos:
São requisitos para admissibilidade do pedido do servidor:
Solicitação;
Aposentadoria na modalidade voluntária;
Estabilidade quando em atividade;
Pedido de reversão realizado dentro de 5 anos do pedido de aposentadoria;
Cargo vago.
 Mesmo preenchidos os requisitos, cabe à Administração decidir se o servidor retornará ou não à atividade. Trata-se, pois, de ato discricionário da Administração.
 
REINTEGRAÇÃO:
Reinvestidura de servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no resultante de sua transformação em razão da invalidação de sua demissão por decisão judicial ou administrativa.
O servidor não estável, caso consiga invalidar sua demissão, também retorna ao cargo anteriormente ocupado, uma vez que os efeitos da anulação são retroativos (ex tunc). Nesse caso, porém, não se está diante de reintegração, trata-se de um retorno inominado.
RECONDUÇÃO:
Consiste na investidura do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão:
Da inabilitação no estágio probatório de novo cargo ou
Em razão da reintegração do antigo ocupante.
Observação.: em razão da posse em outro cargo inacumulável não se deve fazer pedido de exoneração, mas sim de vacância, o qual apenas suspende temporariamente o vínculo com a Administração. O sobretamento do vínculo perdura pelo período de estágio probatório do novo cargo. Uma vez ocorrida a aprovação no estágio probatório, o vínculo com o cargo anterior termina, porém, caso não haja aprovação no estágio probatório, o servidor poderá retornar ao cargo anteriormente ocupado.
STF e STJ: recondução a pedido: possibilidade do retorno ao cargo anteriormente ocupado por outras razões, desde que o pedido seja formulado dentro do estágio probatório.
A estabilidade relaciona-se ao serviço público, ao passo que o estágio probatório guarda relação com o cargo público. Este fato também consiste fundamento para a possibilidade de retorno do servidor ao cargo anteriormente ocupado antes do término do estágio probatório no cargo novo.
Art. 29.  Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: 
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; 
II - reintegração do anterior ocupante. 
Parágrafo único.  Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30. 
A recondução e a reintegração são somente para SERVIDORES ESTÁVEIS.
APROVEITAMENTO
Retorno à atividade do servidor em disponibilidade.
Art. 30.  O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. 
Art. 31.  O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública Federal. 
Parágrafo único.  Na hipótese prevista no § 3o do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 32.  Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. 
A disponibilidade do servidor estável ocorrerá no caso de o cargo ser extinto ou ser declarada sua desnecessidade.
O servidor em disponibilidade receberá proporcionalmente ao tempo de serviço.
Uma vez convocado, o servidor estável em disponibilidade deve retornar à atividade em 15 dias (aplicação analógica do artigo 15, parágrafo 1, Lei 8112/90 – prazo para entrar em exercício).
No caso de o servidor não respeitar o prazo de 15 dias para entrar em exercício depois da posse, será exonerado. Na hipótese de o servidor não retornar da disponibilidade em 15 dias depois de convocado, o aproveitamento será tornado sem efeito e será cassada sua disponibilidade.
PROMOÇÃO:
Servidor ocupando cargo com maior responsabilidade e complexidade nas atribuições dentro da mesma carreira.
Observação.: transferência e ascensão eram formas de provimento, mas foram banidas do nosso ordenamento jurídico por violação ao Princípio Constitucional do Concurso Público. Estes institutos foram revogados pela Lei 9527/97.
Na transferência o servidor mantém o cargo, mas altera o quadro funcional. Na ascensão, ao chegar no topo da carreira, o servidor passa a ocupar outro cargo (ADIs 231 e 837).
FORMAS DE DESINVESTIDURA
DEMISSÃO: Trata-se de penalidade taxativamente elencada na lei 8.112, com necessária observância do contraditório e ampla defesa.
O artigo 132, Lei 8112/90 traz as hipóteses de demissão, as quais deverão ser apuradas por meio de Processo Administrativo Disciplinar (PAD).
EXONERAÇÃO: Trata-se de mero desligamento do cargo, sem qualquer conotação de penalidade.
Cargo efetivo: A exoneração de servidor titular de cargo efetivo pode ser:
Exoneração a pedido do servidor;
Exoneração de ofício pela Administração.
Se dá quando o servidor não é habilitado no estágio probatório ou quando não entra em exercício no prazo de 15 dias.
A exoneração de ofício pela Administração não se confunde com exoneração ad nutum.
Exoneração de ofício pela Administração significa exoneração sem requerimento do servidor. Mesmo que o servidor não seja estável, necessário será que lhe seja conferido direito ao contraditório e à ampla defesa (RE 223904/RE 594040).
SÚMULA Nº 21
FUNCIONÁRIO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO NÃO PODE SER EXONERADO NEM DEMITIDO SEM INQUÉRITO OU SEM AS FORMALIDADES LEGAIS DE APURAÇÃO DE SUA CAPACIDADE.
Há, também, a exoneração do art. 169, CF.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Há, outrossim, a exoneração por conta de opção feita pelo servidor em procedimento sumário de acumulação ilegal de cargos (art. 133, Lei 8.112).
Art. 133.  Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da apuração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        III - julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 1o  A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
        § 2o  A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
        § 3o  Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 4o  No prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto no § 3o do art. 167. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 5o  A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 6o  Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 7o  O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 8o  O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
08 de dezembro de 2010
Cargo em comissão:
Exoneração a critério da Administração;
Exoneração ad nutum (cargo em comissão é de livre contratação e de livre exoneração, pelo que, assim como a contratação independe de motivação, a exoneração também independe).
Exoneração a pedido do servidor comissionado.
FORMAS DE VACÂNCIA DO CARGO
DEMISSÃO
Desligamento do servidor com conotação de penalidade.
APOSENTADORIA
FALECIMENTO
PROMOÇÃO
Forma de provimento e de vacância ao mesmo tempo.
READAPTAÇÃO
Forma de provimento DERIVADO HORIZANTAL e de vacância ao mesmo tempo.
POSSE EM OUTRO CARGO INACUMULÁVEL
Forma de provimento e de vacância ao mesmo tempo.
Trata-se da hipótese em que o servidor estável pede a vacância do cargo anterior, assumindo o posterior, caso não seja aprovado no estágio probatório, será reconduzido ao cargo anterior.
Observação: Há certos estatutos que exigem a exoneração do cargo anterior, mas a 8.112 permite ao servidor a possibilidade de se requerer a vacância.
REMOÇÃO
Na remoção há o deslocamento do servidor para desempenhar suas atividades em outra unidade, com ou sem mudança de sede (localidade).
Modalidades de remoção:
REMOÇÃO DE OFÍCIO
Esta remoção se dá no interesse da Administração, inexistindo requerimento do servidor.
Atentar para o desvio de poder ou desvio de finalidade. Se a remoção de ofício for utilizada como forma de penalidade tem-se desvio de poder ou desvio de finalidade. A análise do desvio de poder ou de finalidade se dá por meio de aspectos externos.
REMOÇÃO A PEDIDO DO SERVIDOR (a critério da Administração)
Esta modalidade de remoção depende de deferimento ou não pela Administração, a partir de um juízo discricionário.
REMOÇÃO A PEDIDO DO SERVIDOR (independentemente de interesse da Administração)
Uma vez formulado o pedido, a Administração possui o dever de deferi-lo (ato vinculado) nas seguintes hipóteses:
pedido de remoção para acompanhar cônjuge. Possibilidade apenas quando os servidores estavam lotados na mesma localidade e um deles foi deslocado por interesse da Administração.
O instituto não se aplica nas investiduras iniciais (nesse caso a decisão da Administração será discricionária).
pedido de remoção por motivo de saúde.
concurso de remoção. 
 
Art. 36.  Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede. 
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoção: (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
III -  a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge,companheiro ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
REDISTRIBUIÇÃO
Na redistribuição há o deslocamento do cargo (cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago) para outro órgão ou entidade do mesmo Poder.
O deslocamento do cargo se dá a fim de se adequar os quadros funcionais às reais necessidades do serviço.
Se o servidor não for redistribuído junto com o cargo, ou ele ficará em disponibilidade ou desempenhará provisoriamente suas atividades em outro órgão ou entidade.
SUBSTITUIÇÃO
Ler a Lei.
Capítulo IV
Da Substituição
        Art. 38.  Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 1o  O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 2o  O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        Art. 39.  O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. 
DIREITOS E VANTAGENS DOS SERVIDORES
SISTEMA REMUNERATÓRIO
VENCIMENTO:
Lei 8.112, Art. 40.  Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. 
Valor base fixado em Lei.
REMUNERAÇÃO:
Art. 41.  Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
        § 1o  A remuneração do servidor investido em função ou cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62. 
        § 2o  O servidor investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o do art. 93. 
        § 3o  O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é irredutível. 
        § 4o  É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. 
        § 5o  Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008)
Valor base (vencimento) + vantagens pecuniárias de caráter permanente (Ex.: abono, gratificação).
Servidor federal pode receber menos de 1 salário mínimo como vencimento, desde que a remuneração seja de pelo menos 1 salário mínimo. Súmulas Vinculantes 15 e 16.
SÚMULA VINCULANTE Nº 15
O CÁLCULO DE GRATIFICAÇÕES E OUTRAS VANTAGENS DO SERVIDOR PÚBLICO NÃO INCIDE SOBRE O ABONO UTILIZADO PARA SE ATINGIR O SALÁRIO MÍNIMO.
SÚMULA VINCULANTE Nº 16
OS ARTIGOS 7º, IV, E 39, § 3º (REDAÇÃO DA EC 19/98), DA CONSTITUIÇÃO, REFEREM-SE AO TOTAL DA REMUNERAÇÃO PERCEBIDA PELO SERVIDOR PÚBLICO.
SUBSÍDIO:
CF, Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Parcela única. O servidor que recebe por subsídio não pode receber nenhuma outra verba remuneratória, exceto indenização.
O artigo em comento define casos nos quais o subsídio deve ser a forma remuneratória. Demais disso, o artigo 144, CF traz outro caso em que o recebimento por subsídio é obrigatório: carreiras policiais.
Os servidores organizados em carreira poderão receber por subsídio.
Observação.: descontos na folha de pagamento dos servidores somente podem ocorrer por força de determinação legal ou judicial.
Se a lei impõe o desconto e o faz de forma razoável, dentro dos parâmetros constitucionais, desnecessária é a autorização do servidor (STF, MS 24544-DF). 
No caso de o servidor ser condenado em processo administrativo, necessária será a autorização do servidor para que haja desconto em folha de pagamento.
Art. 45.  Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Regulamento)
        Parágrafo único.  Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento. 
        Art. 46.  As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        § 1o  O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        § 2o  Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em uma única parcela. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        § 3o  Na hipótese de valores recebidos em decorrência de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até a data da reposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        Art. 47.  O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        Parágrafo único.  A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
        Art. 48.  O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial. 
VANTAGENS
INDENIZAÇÕES:
Trata-se de forma de compensação de despesas, que não incorporam na remuneração do servidor
Ajuda de custo:
Visa ressarcir os gastos do servidor em razão da mudança em caráter definitivo.
No caso de pedido de remoção pelo servidor não há falar-se em ajuda de custo (STJ, AgR na SLS 995).
Assim, a remoção que autoriza a ajuda de custo é a imposta ao servidor, de ofício, no interesse da Administração.
Diárias:
Visam ressarcir o deslocamento transitório do servidor, mais precisamente os gastos com pousada, alimentação e locomoção urbana.
O deslocamento dentro de uma região metropolitana ou de um país limítrofe para outro não enseja o pagamento de diária, salvo se o pernoite for exigido.
Indenização de transporte:
Nesse caso há o ressarcimento dosgastos do servidor que utiliza meio de transporte próprio para realizar serviço externo.
 Auxílio moradia:
Visa ressarcir os gastos do servidor com aluguel e com hospedagem em hotel (para o caso de servidor que mora fora da sede).
Somente possuem direito ao auxílio moradia os cargos de Ministro ou equivalentes, dentre outros (artigo 60-B, Lei 8112/90 – requisitos para o auxílio moradia).
GRATIFICAÇÕES
Gratificação de função:
Retribuição pelo exercício de função, direção, chefia e assessoramento (artigo 37, V, CF).
É benefício do detentor de cargo efetivo (quem prestou concurso público). É um acréscimo à remuneração de quem já exerce cargo efetivo.
Gratificação natalina:
1/12 da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, proporcional aos meses trabalhados durante o ano.
Se o servidor trabalhar por 15 dias já equivale a um mês.
A gratificação natalina é calculada com base no mês da exoneração. 
Gratificação por encargo de curso ou concurso:
Paga ao servidor que atua como instrutor em curso de formação ou participa de banca examinadora de vestibular e concurso público.
Esta gratificação apenas pode ser paga caso as atividades exercidas pelo servidor não sejam comprometidas (possibilidade de utilização do regime de compensação de horas).
ADICIONAIS
Adicional de insalubridade, periculosidade e atividade penosa:
Insalubridade: serviço prejudicial à saúde.
Periculosidade: serviço que cria risco para a vida do servidor.
Atividade penosa: atividade realizada em zona de fronteira ou em localidade cujas condições justifiquem o pagamento do adicional.
Observação: de acordo com a Lei 8112/90, não pode o servidor, que atua em condições insalubres e perigosas ao mesmo tempo, acumular adicionais de insalubridade e de periculosidade.
Por força do Princípio da Legalidade não se pode afirmar que, por não haver proibição legal, o adicional de atividade penosa poderia ser cumulado com outro adicional. Demais da impossibilidade por força do Princípio da Legalidade, há que se mencionar que o Decreto 493/92, em seu artigo 4, proíbe a acumulação de adicional de atividade penosa com qualquer outro semelhante.
Percentual do adicional:
A Lei 8270/91, em seu artigo 12, determina os percentuais dos adicionais.
No caso da insalubridade, há de se verificar o nível de prejuízo à saúde para fixação do percentual dentre os previstos na lei (5, 10 ou 20%). No caso de gratificação em virtude de substâncias radioativas, o percentual do adicional será de 10%.
O percentual do adicional de periculosidade é se 10%.
O artigo 17 da Lei 8270/91 traz o percentual do adicional para as atividades penosas: - 15% se a atividade penosa ocorrer em capitais; - 30% se a atividade penosa ocorrer em outras localidades. 
Observação.: empregada gestante ou lactante desempenhará suas atividades em outro local, que não seja insalubre, perigoso ou penoso.
Adicional de serviço extraordinário:
Acréscimo de 50% em relação ao valor pago pela hora normal.
Situações excepcionais, de forma temporária e com, no máximo, duas horas a mais por jornada.
Adicional por serviço noturno:
Acréscimo de 25% em relação ao valor pago pela hora normal.
Período noturno é aquele que compreende o interregno compreendido entre as 22 horas e as 5 horas do dia seguinte.
A hora, no período noturno, equivale a 52 minutos e 30 segundos.
Observação.: é possível acumular adicional por serviço extraordinário com adicional por serviço noturno (aumenta-se 50% e, do resultado, aumenta-se 25%).
Adicional de férias:
O adicional de férias será de 1/3 da remuneração do servidor no período de férias.
Este adicional deverá ser pago em até 2 dias antes do início das férias.
Se o servidor parcelar as férias, o adicional será pago no primeiro período.
FÉRIAS
Regra: 30 dias por ano trabalhado.
O primeiro período aquisitivo surge apenas após 12 meses trabalhados.
A partir do segundo período aquisitivo as férias são tiradas por exercício.
É possível, de acordo com a Lei 8112/90, a acumulação das férias até dois períodos, desde que haja necessidade do serviço.
As férias podem ser parceladas em até 3 etapas, desde que haja requerimento do servidor (a Administração poderá, de acordo com seu interesse, deferir ou não o pedido de parcelamento de férias).
EXCEÇÃO: servidor que atua com raio-x ou com substâncias radioativas possui 20 dias consecutivos de férias por semestre, proibida a acumulação em qualquer hipótese.
STJ (REsp 494702): no caso de vacância em virtude da posse em cargo inacumulável, se não houver interrupção do serviço nem diversidade do vínculo, o servidor terá direito a transferir as férias não gozadas no cargo anterior para o novo cargo.
STF (AgR AI 594001): direito do servidor aposentado a indenização por férias e licença prêmio adquiridas e não gozadas. Fundamentos: vedação do enriquecimento sem causa da Administração e responsabilidade civil do Estado.
As férias podem ser interrompidas:
Calamidade pública
Comoção interna
Convocação para Júri, serviço militar ou trabalho eleitoral
Necessidade excepcional do serviço, declarada pelo chefe hierárquico imediatamente superior.
LICENÇA
LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA:
Família, para fins da Lei 8112/90, envolve cônjuge, companheiro, pais, filhos, padrasto, madrasta, enteados, dependentes que vivam às custas do servidor e que constem do assentamento funcional.
O servidor deve demonstrar que a sua ajuda é indispensável para o tratamento do familiar. Demais disso, o servidor deve demonstrar que a ajuda não pode ser prestada em conjunto com o trabalho nem em regime de compensação de horas.
Durante o período da licença é vedado o exercício de atividade remunerada.
Esta licença será por prazo máximo de 150 dias, contados da seguinte forma:
30 dias iniciais com remuneração, sendo que estes dias podem ser prorrogados por mais 30, também com remuneração.
90 dias finais sem remuneração.
Importante mencionar que apenas o período da licença remunerada será contado como tempo de serviço para fins de aposentadoria e de disponibilidade (artigo 103, II, Lei 8112/90).
Não será concedida nova licença em período inferior a 12 meses do término da licença anteriormente concedida.
Sem remuneração
Com remuneração
Seção II
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 83.  Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
        § 1o  A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o  A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração.  (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 3o  O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o  A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
LICENÇA EM RAZÃO DO AFASTAMENTO DO CÔNJUGE OU DO COMPANHEIRO:
Caso de o cônjuge ou companheiro ser deslocado para qualquer outro ponto do territórionacional ou para o exterior.
Esta licença também pode ser concedida quando o cônjuge é afastado para exercício de mandato eletivo nos Poderes Legislativo ou Executivo.
Essa licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
Seção III
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
        Art. 84.  Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
        § 1o  A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. 
       § 2o  No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu cargo. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Caso de o cônjuge ou companheiro do servidor que se afasta também ser servidor público. Possibilidade de pedir exercício provisório em cargo compatível com seu cargo de origem.
LICENÇA PARA PRESTAR SERVIÇO MILITAR:
Peculiaridade: concluído o serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias, sem remuneração, para reassumir o cargo.
Essa licença será considerada como efetivo exercício, nos termos do artigo 102, VIII, “f”, Lei 8112/90.
Seção IV
Da Licença para o Serviço Militar
        Art. 85.  Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na      legislação específica. 
        Parágrafo único.  Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do cargo. 
LICENÇA PARA DESEMPENHO DE ATIVIDADE POLÍTICA:
Desde a convenção partidária até a véspera do registro da candidatura esta licença não possui remuneração.
Entretanto, no período compreendido entre o registro da candidatura e o décimo dia seguinte à eleição esta licença será com remuneração. A lei fixa prazo máximo de 3 meses de remuneração.
Seção V
Da Licença para Atividade Política
Art. 86.  O servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
§ 1o  O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 2o  A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Período com remuneração, no limite de 3 meses
Período sem remuneração
LICENÇA CAPACITAÇÃO:
Da Licença para Capacitação
(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 87.  Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único.  Os períodos de licença de que trata o caput não são acumuláveis.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Deferida ao servidor a cada 5 anos de efetivo exercício, no interesse da Administração, envolvendo o afastamento por até 3 meses para participar de curso de capacitação profissional.
Trata-se de licença com remuneração.
Não é possível a acumulação de períodos para gozar essa licença.
O período da licença capacitação é considerado como de efetivo exercício (artigo 102, VIII, “e”, Lei 8112/90).
Não pode ser confundida com o afastamento para cursar mestrado, doutorado ou pós-doutorado no país ou no exterior (artigo 96-A, Lei 8112/90).
Seção IV
(Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
Art. 96-A.  O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o  Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o  Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 3o  Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o  Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o  Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 6o  Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 7o  Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Ato discricionário (“no interesse da Administração”).
Requisitos: 
participação não possa ocorrer concomitantemente com o exercício do cargo; 
impossibilidade de compensação.
Não há prejuízo da remuneração.
Parágrafo 2: Mestrado e Doutorado 
Tempo de trabalho: Servidores titulares de cargo efetivo no órgão ou entidade há pelo menos 3 anos (mestrado) ou 4 anos (doutorado). Dentro deste prazo está incluído o período do estágio probatório. Demais disso, o servidor não pode ter se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou licença capacitação ou afastamento para pós stricto sensu nos últimos dois anos.
Parágrafo 3: Pós-doutorado
Titular de cargo efetivo há pelo menos 4 anos, incluído o período do estágio probatório. Demais disso, o servidor não pode ter se afastado por licença para tratar de assuntos particularesou licença capacitação ou afastamento para pós stricto sensu nos últimos quatro anos.
Parágrafo 4:
Necessidade de o servidor permanecer na Administração, após o retorno, pelo menos durante o tempo pelo qual ficou afastado.
Parágrafo 5: 
Aposentadoria ou exoneração antes do prazo do parágrafo anterior: necessidade de ressarcimento do órgão ou entidade. 
Parágrafo 6:
Aplicação do parágrafo 5 caso o servidor não consiga o título para o qual se afastou, salvo se comprovada a hipótese de caso fortuito ou força maior.
Parágrafo 7: 
Possibilidade de a pós-graduação stricto sensu ser feita no exterior.
Observação.: O afastamento do artigo 106-A, de acordo com o artigo 102, IV, Lei 8112/90, é considerado como efetivo exercício.
LICENÇA PARA TRATAR DE ASSUNTOS PARTICULARES:
Essa licença é sem remuneração.
Poderá ser por período de até 3 anos consecutivos.
Esta licença será ou não deferida no interesse da Administração.
Pode ser interrompida a qualquer tempo, quer de ofício pela Administração, para bem do interesse público, quer a pedido do servidor.
Este período não é computado para efeito algum.
LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA:
Tem direito a essa licença servidor que ocupa atribuição de direção ou representação de entidade de classe.
Licença sem remuneração, que dura por prazo equivalente ao do mandato, prorrogável por uma única vez em caso de reeleição.
O período dessa licença será considerado como de efetivo exercício para todos os efeitos, EXCETO no caso de promoção por merecimento (artigo 102, VIII, “c”, Lei 8112/90).
Seção VIII
Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista
       Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
        I - para entidades com até 5.000 associados, um servidor; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        III - para entidades com mais de 30.000 associados, três servidores. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 1o  Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos de direção ou representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
        § 2° A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.
LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE
Seção IV
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 202.  Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. 
Art. 203.  A licença de que trata o art. 202 desta Lei será concedida com base em perícia oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o  Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado. 
§ 2o  Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do art. 230, será aceito atestado passado por médico particular. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
§ 3o  No caso do § 2o deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 4o  A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o  A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
 
Art. 204.  A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 205.  O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qualquer das doenças especificadas no art. 186, § 1o. 
Art. 206.  O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a inspeção médica. 
Art. 206-A.  O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) (Regulamento).
Licença com remuneração, pelo prazo máximo de 24 meses (a impossibilidade de retorno após este prazo enseja aposentadoria por invalidez).
O período será computado como de efetivo exercício nos primeiros 24 meses. O período após os 24 meses iniciais será computado para efeitos de aposentadoria e disponibilidade.
LICENÇA POR ACIDENTE DE SERVIÇO
Seção VI
Da Licença por Acidente em Serviço
Art. 211.  Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. 
Art. 212.  Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido. 
Parágrafo único.  Equipara-se ao acidente em serviço o dano: 
I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo; 
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa. 
Art. 213.  O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos. 
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pública. 
Art. 214.  A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. 
Licença com remuneração, pelo prazo máximo de 24 meses (a impossibilidade de retorno após este prazo enseja aposentadoria por invalidez).
Período contado como efetivo exercício para todos os efeitos legais (artigo 102, VIII, “d”, Lei 8112/90).
A Lei 11.907/09 criou a possibilidade de o servidor ser convocado a qualquer tempo para verificação da subsistência das condições da aposentadoria por invalidez. Caso verifique-se o que as causas que levaram à aposentadoria por invalidez não mais subsistem haverá a reversão de ofício.
 LICENÇA À MATERNIDADE/GESTANTE:
Licença remunerada.
Prazo de 120 dias + 60 dias (Lei 11770/08; Decreto 6690/08 regulamenta esta Lei no âmbito federal).
O pedido de prorrogação por mais 60 dias deverá ser feito até o final do primeiro mês após o parto.
Natimorto e aborto, em princípio, 30 dias.
A beneficiária não poderá desempenhar atividade remunerada e, tampouco, colocar a criança em creche ou entidade similar, sob pena de perder o benefício e ter que ressarcir o Erário.
LICENÇA À ADOTANTE:
Licença remunerada.
Criança adotada com até 1 ano de idade: 90 dias de licença à adotante.
O Decreto 6690/08 também beneficiou a adotante, mas com prorrogação de 45 dias no caso de a criança ter até um ano. 
Criança com mais de 1 ano: licença de 30 dias + prorrogação de 15 dias (Decreto 6690/08).A beneficiária não poderá desempenhar atividade remunerada e, tampouco, colocar a criança em creche ou entidade similar, sob pena de perder o benefício e ter que ressarcir o Erário.
LICENÇA PATERNIDADE:
Prazo de 5 dias consecutivos.
AFASTAMENTO
AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGAO OU ENTIDADE
Seção I
Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento)    (Vide Decreto nº 4.493, de 3.12.2002)  (Regulamento)
I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
II - em casos previstos em leis específicas.(Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 1o  Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 2º  Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
§ 3o  A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 4o  Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de 17.12.91)
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância do constante no inciso I e nos §§ 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002)  (Vide Decreto nº 5.375, de 2005)
AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO
Seção II
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo
Art. 94.  Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de vereador (ÚNICO MANDATO ELETIVO ACUMULÁVEL): 
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; 
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. 
§ 1o  No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. 
§ 2o  O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato. 
AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR
Seção III
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior
Art. 95.  O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
§ 1o  A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova ausência. 
§ 2o  Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. 
§ 3o  O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática. 
§ 4o  As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 96.  O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração. (Vide Decreto nº 3.456, de 2000)
AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Do Afastamento para Participação em Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
Art. 96-A.  O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 1o  Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o  Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 3o  Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o  Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o  Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 6o  Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ouentidade. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 7o  Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
REGIME DISCIPLINAR
DEVERES
Os deveres do servidor constam do artigo 116 da Lei 8112/90.
Art. 116.  São deveres do servidor: 
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
II - ser leal às instituições a que servir; 
III - observar as normas legais e regulamentares; 
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
V - atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; 
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
X - ser assíduo e pontual ao serviço; 
XI - tratar com urbanidade as pessoas; 
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
Parágrafo único.  A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 
PROIBIÇÕES
Art. 117.  Ao servidor é proibido: (Vide Medida Provisória nº 2.225-45, de 4.9.2001)
A
D
V
E
R
T
Ê
N
C
I
AI - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; 
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; 
III - recusar fé a documentos públicos; 
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; 
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; 
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; 
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; 
D
E
M
I
S
S
Ã
OX - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; 
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; 
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; 
XV - proceder de forma desidiosa; 
S
U
S
P
E
N
S
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OXVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; 
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; 
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; 
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único.  A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008
RESPONSABILIDADE CIVIL:
Pode a responsabilidade do servidor ser no âmbito civil.
STF (RE 344133): não é possível propor ação de indenização diretamente em face do servidor (vedação de ação de indenização per saltum). O servidor responde no âmbito civil, mas por meio de ação de regresso proposta pela Administração.
Vale lembrar que a responsabilidade do servidor em ação de regresso depende da comprovação da culpa ou dolo.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA:
Servidor que pratica ilícito administrativo sofre sanções administrativas, não havendo falar-se em indenização.
São sanções administrativas:
Advertência:
Será por escrito quando o servidor violar proibições do artigo 117, I a VIII e XIX, Lei 8112/90 ou violar dever funcional previsto em lei, norma interna ou regulamento.
Suspensão:
Pena aplicável ao servidor reincidente em infração punida com advertência e nos casos de violação das demais proibições do artigo 117, XVII e XVIII, Lei 8112/90, quando não for o caso de demissão.
A suspensão dar-se-á pelo prazo máximo de 90 dias.
EXCEÇÃO: a suspensão será de, no máximo, 15 dias quando o servidor se recusar injustificadamente a realizar exame médico determinado pela autoridade competente. Realizado o exame médico, cessam-se os efeitos da penalidade.
Por conveniência do serviço público a suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% por dia de vencimento ou remuneração e, nesse caso, o servidor será obrigado a permanecer no serviço.
Demissão:
Artigo 117, IX a XVI + artigo 132, Lei 8112/90.
Art. 132.  A demissão será aplicada nos seguintes casos: 
I - crime contra a administração pública; 
II - abandono de cargo; 
III - inassiduidade habitual (faltas por 60 dias, intercaladamente, em período de 12 meses); 
IV - improbidade administrativa; 
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
VI - insubordinação grave em serviço; 
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; 
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; 
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
XI - corrupção; 
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. 
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade:
Se dá quando a Administração descobre que o inativo (aposentado ou em disponibilidade) praticou, enquanto em atividade, infração punível com demissão.
Destituição de cargo em comissão:
Ocorre quando a Administração descobre que o comissionado praticou infração punível com suspensão ou com demissão.
Caso se estivesse diante de função de confiança, ocorreria a demissão.
RESPONSABILIDADE PENAL:
A regra é a independência entre as instâncias, pelo que é possível a imposição de penalidade civil, administrativa e penal ao mesmo tempo ao servidor. Assim, é perfeitamente possível que, ao mesmo tempo em que existe um processo administrativo em trâmite, também exista um processo civil e outro penal.
Para se constatar se a decisão de uma esfera repercutirá em outra há de se analisar o seguinte:
Crimes funcionais (guardam correlação com deveres administrativos):
Havendo uma condenação por crime funcional, obrigatoriamente haverá condenação na esfera administrativa.
Ex.: corrupção passiva (artigo 317, CP) guarda relação com a infração penal de receber propina, pelo que a condenação na esfera penal enseja a condenação na

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