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8.1 Fatores de risco PY (1998, p36) define fatores de risco, como parâmetros ambientais, circunstanciais, constitucionais e genéticos que quando identificados indicam maior suscetibilidade do indivíduo a desenvolver doença cardiovascular. Dados epidemiológicos apresentados em trabalhos científicos e de pesquisa em todo o mundo revelam maior incidência das doenças do sistema cardiovascular quando um ou mais fatores de risco estão presentes. Atualmente, os fatores de risco para a doença coronariana são classificados em duas categorias, a saber: fatores de risco primário e fatores de risco secundários, ou de contribuição. - Fator de risco primário: é o fator que sozinho pode causar dano ao órgão correspondente, ou seja, são aquelas características que estão altamente associadas a um problema de saúde específico, independentemente de outras variáveis. AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 53 - Fator de risco secundário: estão altamente associados ao problema de saúde somente quando outros fatores de risco estão presentes, ou seja, corresponde ao que o fator em combinação com outro pode causar de doença ao órgão. - Fatores de risco não influenciáveis: nos fatores de risco não influenciáveis, trata-se de fatores endógenos, a cuja influência todo homem está exposto. Entretanto, sua influência, no conjunto, é menor que a influenciável ou evitável (AHLHEIM 1980, 434, apud WEINECK, 1991, p.382). - Fatores de risco influenciáveis: do ponto de vista preventivo, os fatores de risco influenciáveis tem maior significado que os não influenciáveis, pois eles abrangem às pessoas possibilidades de influência. De acordo com HOWLEY & FRANKS (2000, p. 20-21) uma nova revisão sobre os fatores de risco, concluíram que a inatividade física e a diabetes, que eram fatores de risco secundários, e o condicionamento cardiorrespiratório que nem estava listado sob nenhuma categoria de risco, são agora classificados como fatores de risco primários. Outros acreditam, com base em algumas evidências, que a obesidade, uma dieta alta em gordura ou o fibrinogênio alto são fatores de risco primário, e não secundários. Logo a tabela de fatores de risco primários e secundários de doenças cardíacas sofreu modificações. AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 54 Tabela 2 Fatores de risco Fatores de Risco Não Influenciáveis Influenciáveis Histórico familiar Idade avançada Sexo masculino Personalidade de risco Raça Fatores de Risco Primário Fumo (Tabagismo) Colesterol total alto Colesterol de baixa densidade (LDL) alto Colesterol de alta densidade (HDL) baixo Hipertensão (pressão arterial alta) Inatividade física Condicionamento cardiorrespiratório baixo Diabetes Fatores Secundários Obesidade Colesterol de muito baixa densidade (VLDL) alto Incapacidade de lidar com o estresse e tensão Dieta alta em gordura Fibrinogênio alto 8.2 Fatores influenciáveis primários 8.2.1 Tabagismo O resultado de mais de 100.000 pesquisas científicas sobre as conseqüências negativas do fumo sobre o organismo humano é resumido em uma única frase pelo OMS: “Através de nenhuma outra medida isolada puderam ser salvas mais vidas humanas e evitadas mais doenças do que pelo não-fumar”. O fumo crônico de cigarros é hoje o fator de risco de longe mais importante para a formação de doenças cárdio-circulatórias degenerativas. AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 55 O tabagismo pode ser um dos melhores prognósticos de coronariopatia e o risco está relacionado diretamente ao número de cigarros fumados. A probabilidade de morte por doenças cardíacas nos fumantes é quase duas vezes maior que nos não fumantes. As doenças cardio-circulatórias degenerativas incidem cerca de 4 vezes mais freqüentemente nos fumantes que nos não fumantes. O risco de sofrer infarto é 7 vezes maior nos jovens fumantes, quando comparados com pessoas da mesma idade. A mortalidade nos fumantes com menos de 10 cigarros por dia é cerca de 26% maior que a mortalidade média estatística; nos fumantes com 10-19 cigarros por dia, 116%; e os fumantes com mais de 40 cigarros por dia, cerca de 142%. Em primeiro lugar das causas de morte através de tabagismo, estão as doenças do coração (84%), dos quais 77% somente de doenças dos vasos arteriais cerebrais (10%), aneurisma da aorta (4%) e outras doenças circulatórias (2%). Ao parar de fumar, o risco de coronariopatia costuma igualar-se ao dos não fumantes. O tabagismo pode aumentar o risco de cardiopatia através de seu efeito sobre as lipoproteínas séricas; os indivíduos que fumam apresentam níveis AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 56 mais baixos de colesterol HDL, em comparação com os não-fumantes. A boa notícia é que, ao parar de fumar, o HDL pode retornar aos níveis normais. 8.2.2 Hiperlipidemia Um maior nível de lipídeos no sangue recebe a designação de hiperlipidemia ou dislipidemias. Há uma relação direta entre dislipidemias e aterosclerose, especialmente com relação a níveis elevados de colesterol total, triglicérides, LDL ou valores reduzidos de HDL. O Conselho Brasileiro de Dislipidemias recomenda que todos os adultos com idade superior a 20 anos conheçam seu perfil lipídico (colesterol total, triglicérides, HDL e LDL). Obtendo-se um perfil desejável e na ausência de outros fatores de risco, as determinações laboratoriais devem ser repetidas a cada cinco anos. 8.2.2.1 Níveis de colesterol total Um valor do colesterol de 230 mg/dl aumenta o risco de ataque cardíaco para aproximadamente duas vezes aquele de uma pessoa com 180 mg/dl, enquanto um valor de 300 mg/dl aumenta o risco quatro vezes. AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 57 A tabela abaixo apresenta os níveis desejáveis de colesterol total (mg/dl) e níveis acima dos quais os adultos devem receber tratamento, de acordo com a National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460). Tabela 3 Níveis de Colesterol sanguíneo Total e sua Classificação. Fonte SCOTT GRUNDY, 1989, apud DOMINGUES FILHO, 2002, 104. Tabela Referente aos Níveis de Colesterol Sanguíneo Total e sua Classificação Desejável Limítrofe Alto < 200 mg/dl 200-239 mg/dl >240 mg/dl Tabela 4 Níveis de Colesterol Total e Risco Coronariano. Fonte: National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460) Idade Objetivo Risco moderado Alto risco 20-29 < 180 mg/dl 200-220 mg/dl >220 mg/dl 30-39 < 200 mg/dl 200-240 mg/dl > 240 mg/dl > 40 < 200 mg/dl 240-260 mg/dl > 260 mg/dl 8.2.2.2 Níveis de HDL WEINECK (1991, p.390) apresenta uma tabela com os valores de colesterol HDL em homens e mulheres com relação ao risco coronariano. Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres. Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres Fração de colesterol Prognóstico favorável (mg/dl) Risco padrão (mg/dl) Indicador de risco (mg/dl) Homens > 55 35-55 < 35 Mulheres > 65 45-65 < 45 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 58 8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides