62 pág.

Pré-visualização | Página 5 de 15
mais íngreme que a linha b, indicando que o objeto foi deslocado por uma maior distância por unidade de tempo. A linha c ilustra uma inclinação negativa indicando que o objeto moveu-se em direção à origem. A linha d mostra uma inclinação zero significando que o objeto não deslocou-se nem para perto nem para longe da origem naquele intervalo de tempo. As linhas e, e f têm inclinações idênticas, mas e tem uma inclinação positiva e f tem inclinação negativa. Método da Primeira Diferença Central Os dados cinemáticos que foram coletados em certos estudos biomecânicos baseiam-se nas posições dos pontos de referência dos segmentos gerados a partir de cada quadro do vídeo com um intervalo de tempo baseado na velocidade de quadros da câmera. Isto fornece ao biomecânico todas as informações necessárias para calcular a velocidade. Contudo, quando se calcula a velocidade em um intervalo de tempo, não é gerada velocidade em nenhuma ponta do intervalo de tempo; ou seja, não se pode presumir que a velocidade calculada ocorra no tempo da posição final nem no tempo da posição inicial. A posição de um objeto pode mudar em um período de tempo menor que o intervalo de tempo entre os quadros do vídeo. Assim, a velocidade calculada entre dois quadros de vídeo representa uma média das velocidades em todo o intervalo de tempo entre os quadros. Uma velocidade média, desse modo, é usada para estimar a mudança de posição em um intervalo de tempo. Essa não é a velocidade no início do intervalo de tempo nem a velocidade no final do intervalo de tempo. Se este é o caso, deve haver algum ponto no intervalo de tempo entre os quadros em que ocorra a velocidade calculada. A melhor estimativa para a ocorrência dessa velocidade é no ponto médio do intervalo de tempo. Por exemplo, se a velocidade é calculada usando os dados nos quadros 4 e 5, a velocidade calculada pode ocorrer no ponto médio do intervalo de tempo entre os quadros 4 e 5 (FIGURA 8-14A). Se os dados são coletados em 60qps, as posições nos quadros de vídeo 1, 2, 3, 4 e 5 ocorrem nos tempos Os, 0,0167s, 0,0334s, 0,050 1s e 0,0668s. As velocidades calculadas usando esse método ocorrem nos tempos 0,0084s, 0,0251s, 0,0418s e 0,0585s. Isso significa que após usar a fórmula geral para calcular a velocidade, as posições obtidas pelo vídeo e as velocidades calculadas não se combinam exatamente no tempo. Esse é um problema que precisa ser superado e pode ser inconveniente em certos cálculos. Para superá-lo, o método frequentemente usado para calcular a velocidade é denominado de método da primeira diferença central, que emprega a diferença nas posições entre dois quadros como o numerador. Nota de revisor: a seguir apresenta-se a FIGURA 8-14, a mostrar uma Ilustração da localização no tempo da velocidade calculada usando: (A) método tradicional sobre um intervalo de tempo único; (B) método da primeira diferença central. [340] O denominador no cálculo de velocidade é a mudança no tempo em dois intervalos de tempo. A fórmula para esse método é: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma fórmula, cujo conteúdo é o seguinte: v x i = x i+1-x i-1 sobre 2 Δ delta t para a componente horizontal v y i = y i+ 1-y i-1 sobre 2 Δ delta t para componente vertical Isto significa que a velocidade no quadro i é calculada usando a posição seguinte no quadro i + 1 e a posição anterior no quadro i - 1. Usando 2 Δ delta t, a velocidade calculada ocorre no mesmo momento que no quadro i já que este é o ponto médio do intervalo de tempo. Por exemplo, para calcular a velocidade no quadro 5, são usados os dados nos quadros 4 e 6. Se o tempo no quadro 4 é 0,0501s e no quadro 6 é 0,0835s, a velocidade calculada usando este método deve ocorrer no tempo 0.0668s ou no quadro 5 (FIGURA 8-14B). Do mesmo modo, para calcular a velocidade no quadro 3 são usadas as posições nos quadros 2 e 4. Como o intervalo de tempo entre os dois quadros é o mesmo, a mudança no tempo pode ser duas vezes Δ delta t. Para calcular a velocidade horizontal no tempo do quadro 13, pode ser usada a seguinte equação: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma fórmula, cujo conteúdo é o seguinte: v x13 = x14 - x12 sobre t14 - t12 A localização da velocidade calculada pode ser em t 13 subscrito ou no mesmo ponto no tempo que o quadro 13. Usando este método de computação os dados de posição e velocidade ficam exatamente alinhados no tempo. Assume-se que os intervalos de tempo entre os quadros de dados seja constante. Como já foi salientado, isso é o que geralmente ocorre nos estudos biomecânicos. O método da primeira diferença central usa os dados colocados antes e depois do ponto em que a velocidade é calculada. Um problema que pode surgir é que ficarão faltando dados no início e no final da sequência de vídeo. Isso significa que tanto a velocidade no início quanto a velocidade no final da sequência precisará ser estimada ou algum outro meio precisará ser usado para avaliar a velocidade nesses pontos. Um método simples é digitalizar alguns quadros antes e alguns quadros após o evento que termina o movimento. Ao digitalizar uma passada, por exemplo, o primeiro contato do pé direito com o solo seria coletado como o evento inicial para nossa sequência de vídeo. Nesse caso, pelo menos um quadro antes desse evento deveria ser digitalizado para calcular a velocidade no momento do contato do pé direto. Similarmente, se o evento final da sequência fosse o contato subsequente do pé direito, pelo menos um quadro além desse evento deveria ser digitalizado para calcular a velocidade no final do evento. Na prática, os biomecânicos geralmente digitalizam vários quadros antes do evento inicial e vários quadros após o evento final da sequência. Exemplo Numérico Os dados a seguir representam o movimento vertical de um objeto em um intervalo de tempo de 0,167 segundo. Nesta série de dados, a velocidade da câmera era de 60 quadros por segundo de modo que Δ delta t era 1/60s ou 0,0167s. O objeto inicia em repouso, move-se primeiramente no sentido vertical ascendente por 0.1002s e depois descendente além da posição inicial antes de retornar a ela. A TABELA 8-1 mostra o tempo em cada quadro, a posição vertical para cada quadro e a velocidade calculada para cada quadro. Usando a fórmula do método da primeira diferença central, se a velocidade no tempo para o quadro 3 for calculada, o resultado será: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma fórmula, cujo conteúdo é o seguinte: v y3 = y4-y2 sobre t4-t2 =0,27 m -0,15 m sobre 0,0501s -0,0167s =3,59m /s Nota de revisor: a seguir apresenta-se a figura 8-15., a mostrar o perfil posição- tempo (A) e perfil velocidade-tempo (B) dos dados da TABELA 8-1. [341] Como outro exemplo, se a velocidade no tempo para o quadro 9 for calculada, o resultado será: Nota de revisor: a seguir apresenta-se uma fórmula, cujo conteúdo é o seguinte: V y9 = y10-y8 sobre t10-t8 = -0,22 m -(-0,26 m) sobre 0,1503s -0,1169s =1,20 m /s A FIGURA 8-15 é um gráfico dos perfis de posição e velocidade deste movimento. Cada uma dessas velocidades calculadas representa a inclinação da linha reta representando o quanto houve de mudança de posição dentro daquele intervalo de tempo ou a velocidade média naquele intervalo de tempo. Note que quando as posições mudam rapidamente a inclinação da curva de velocidade torna-se mais acentuada, quando a posição muda menos rapidamente a inclinação é menos acentuada. Velocidade Instantânea Mesmo usando o método da primeira diferença central, a velocidade média em um intervalo de tempo é computada. Em alguns casos, é necessário calcular a velocidade em um momento particular no tempo. Quando essa velocidade é calculada, ela é chamada de velocidade instantânea. Se a mudança