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Aula 2 Weber e a Burocracia

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Introdução (Teoria da Burocracia): 
Max Weber era sociólogo, e sua preocupação era com o sentido das 
organizações na sociedade moderna, bem como as organizações como espaço 
de observação da modernidade e da racionalização. Ou seja, o interesse de 
Weber pelas organizações deriva de seu interesse maior em compreender o 
processo de modernização e racionalização na sociedade, o que atribui ao seu 
trabalho um caráter bem diferente da maioria dos teóricos da administração. 
A autoridade burocrática pura busca a máxima racionalidade no sentido de: 
precisão, continuidade, rigor, confiança e previsibilidade. 
Caráter formal das comunicações (relacionamentos): A burocracia é uma 
organização ligada por comunicação escrita. Todas as ações e procedimentos 
são feitos por escrito para proporcionar a comprovação e documentação 
adequadas. Weber defende que uma organização só podia existir quando 
houvesse uma rede formal (documentada/papelada) de relacionamento e 
comunicação. 
Hierarquia (a hierarquia estabelece a cadeia de comando da empresa) 
A Burocracia elimina o julgamento subjetivo, porque você tem uma regra, a 
partir do momento que você tem uma regra, essa regra é para todos. 
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na 
racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos, 
a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. 
Max Weber salienta que o moderno sistema de produção, eminentemente 
racional e capitalista, não se originou das mudanças tecnológicas nem das 
relações de propriedade, como afirmava Karl Marx, mas de um novo conjunto 
de normas sociais morais, às quais denominou "ética protestante": o trabalho 
duro e árduo, a poupança e o ascetismo (prática da abstenção de prazeres e 
até do conforto material) que proporcionaram a reaplicação das rendas 
excedentes, em vez de seu dispêndio e consumo em símbolos materiais e 
improdutivos de vaidade e prestígio. 
Em “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. Weber traça um paralelo 
entre a religião protestante e o surgimento do capitalismo. Afirma que a ética 
protestante prega a poupança e não condena o acúmulo material. Em seu 
ponto de vista, o trabalho é um dom de Deus e o resultado dele, os ganhos 
materiais, são bem vistos, o que impulsionou o crescimento rápido do capital e 
o surgimento do capitalismo. A poupança é um instrumento de combate à 
vaidade, reduzindo a ostentação. 
Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência moderna 
constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir das mudanças 
religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes – como Inglaterra e 
Holanda. 
Poder, Dominação e Autoridade: 
Para Weber, a organização burocrática é planejada de cima para baixo: 
superiores, com maior autoridade, prescrevem o que os subordinados devem 
fazer. 
Muitas pessoas consideram Poder e Autoridade como sinônimos, entretanto 
tais conceitos possuem apenas uma ligação e, portanto, diferem entre si. 
Poder é a capacidade de induzir ou influenciar o comportamento de outra 
pessoa, seja utilizando-se de coerção, manipulação ou de normas 
estabelecidas. Poder significa toda oportunidade de impor sua própria vontade, 
no interior de uma relação social, até mesmo contra resistências, pouco 
importando em que repouse tal oportunidade. É a possibilidade de impor a 
própria vontade sobre a conduta alheia. (Poder: potencial para o exercício 
da dominação). 
Autoridade é o direito adquirido de se fazer obedecido e exercer influência 
dentro de um grupo, podendo fundamentar-se, como motivo de submissão, em 
tradições e costumes institucionalizados, qualidades excepcionais de 
determinados indivíduos, afeto, interesses ou regras estabelecidas 
racionalmente e aceitas por todos. Quem tem autoridade tem poder, mas quem 
tem poder não necessariamente teria autoridade. (Autoridade: dominação 
legitimada). 
Na autoridade a concordância voluntária se estabelece, de acordo com Weber, 
em três tipos de autoridade: carismática, tradicional (no nível de obediência a 
pessoas) e racional legal ou burocrática (no nível de obediência a normas). 
Tipos de Autoridade 
a) - Autoridade Tradicional: quando os subordinados aceitam as ordens 
dos superiores como justificadas. É aquela em que se julga que o que foi 
válido no passado será válido no futuro. Os reis do passado, pai e mãe. 
b) - Autoridade Carismática: onde os subordinados aceitam as ordens do 
superior devido a sua liderança. Obediência a pessoas (autoridade 
pessoal). Autoridade carismática é aquela em que a legitimidade se 
baseia nas características “extraordinárias” do indivíduo que detém o 
poder. Esse tipo de autoridade ocorre na liderança política, por exemplo. 
c) - Autoridade racional-legal ou Burocrática: onde os subordinados 
aceitam as ordens porque concordam com as normas legais 
formalmente definidas. 
Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de 
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis. (Dominação: 
manifestação do exercício do poder). É quando o(s) dominado(s) adota o 
conteúdo da ordem: Essa adoção pode basear-se em: 
 
 Coação: quando o dominado adota o conteúdo da ordem 
contrariamente à sua vontade. 
 Legitimidade: quando o dominado adota o conteúdo da ordem 
voluntariamente. 
 Coação e legitimidade: é o caso mais comum, que envolve 
combinações variadas de coação e legitimidade. 
A legitimidade do poder racional e legal baseia-se em normas legais 
racionalmente definidas. Na dominação legal, a crença na justiça da lei é o 
sustentáculo da legitimação. O povo obedece às leis porque acredita que elas 
são decretadas por um procedimento escolhido tanto pelos governados como 
pelos governantes. Além disso, o governante é visto como uma pessoa que 
alcançou tal posição exclusivamente por procedimentos legais (como 
nomeação, eleições, concursos etc.) e é em virtude de sua posição alcançada 
que ele exerce o poder dentro dos limites fixados pelas regras e regulamentos 
sancionados legalmente. 
O aparato administrativo que corresponde à dominação legal é a 
burocracia. Tem seu fundamento nas leis e na ordem legal. A posição dos 
funcionários (burocratas) e suas relações com o governante, os governados e 
seus próprios colegas burocratas são estritamente definidas por regras 
impessoais e escritas, que delineiam de forma racional a hierarquia do aparato 
administrativo, os direitos e deveres inerentes a cada posição, os métodos de 
recrutamento e seleção etc 
Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como 
uma empresa ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, 
impedindo as soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado 
com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, 
causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de 
burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao sistema em si 
mesmo. 
O conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o contrário. A 
burocracia é a organização eficiente por excelência. E para conseguir essa 
eficiência, a burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos 
detalhes como as coisas deverão ser feitas.

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