Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DANO lesão ao bem jurídico tutelado. É pressuposto fundamenta da responsabilidade civil, não existe reparação civil sem danos. Dano pode ser definido como a violação de qualquer interesse juridicamente protegido. Considera-se as seguintes características para a configuração do dano na responsabilidade civil. Dano Injusto: caracterizado pela violação de um interesse protegido pelo ordenamento jurídico. Dano certo: o dano passível de indenização é aquele que não pode ser considerado como hipotético, mas, sim, prejuízo real e efetivo sofrido pela vítima. Dano direto e imediato: decorrente do ato ilícito e culpável, praticado pelo agente, afasta o dano remoto. Dano subsistente: aquele que subsiste no momento da indenização. Prova do dano é suficiente. DANO MATERIAL - art.402 do CC - é a diminuição efetiva do patrimônio do lesado subdividindo-se em: “Salvo exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar” Dano emergente: que é o prejuízo que ocasionou a perda efetiva de patrimônio. Lucros cessantes: aquilo que razoavelmente deixou de lucrar ou de receber com o dano sofrido. Lucros cessantes não podem ser hipotético ou imaginário e há necessidade de aplicação do princípio da razoabilidade. O dano material deve se efetivamente comprovado pela vítima na instrução processual – art.373, I, CPC. Exceções à regra: Clausula penal – 408 a 416, CC Juros da moral – 404 e 407, CC DANO MORAL – é aquele que não tem conteúdo econômico, consiste na responsabilidade do prejuízo não patrimonial da vítima. Constitui reparação por dano moral qualquer sofrimento humano que não é causado pela perda pecuniária. Trata-se de reparação decorrente da violação de um direito de personalidade da vítima (art.11 a 21, CC) Direito da personalidade são aqueles que tem por objetivo os atributos: Físicos: esfera da vida e integridade física da vítima. Psquica: esfera de tranquilidade – direito de viver e esfera de liberdade – direito de ir e vir. Moral: esfera do nome, imagem, honra, privacidade e reputação A função do dano moral é: Compensatória – para a vítima: recebera uma soma em dinheiro que lhe proporcionará uma amenização da violação sofrida. Punitiva – para o causador do dano: tem finalidade de inibir a reiteração do ato lesivo. Quantificação do dano: Para a quantificação do dano deve ser realizada uma avaliação concreta do caso, mediante a imposição de um critério bifásico (art.944 e 945). Critérios gerais: o valor do dano moral deve ser avaliado tendo em conta a equidade do caso concreto – princípio da razoabilidade + princípio da proporcionalidade Critérios específicos: o julgador leva em conta o grau de intensidade da conduta das partes: Alteração anímica e física que provocou na vitima Com base nesses critérios o juiz arbitrará valor razoável e proporcional a indenização Repercussão social do fato Condições pessoais da vítima (cor, sexo, idade) Grau da culpa das partes e de terceiros Dano Moral Presumido – regra comprovada. Uso indevido da imagem Sumula 289 e 403, STJ. Inscrição indevida em cadastro de proteção ao credito – sumula 288, STJ Atraso no voo e overbooking Dano Moral – Pessoa Jurídica: sumula 227, STJ – sempre precisa provar. Correção e Juros: Correção: data de arbitramento – sumula 362, STJ Juros – data do evento danoso – sumula 54, STJ Sumula 37, STJ dano moral + dano material – cumulação de pedidos DANO ESTÉTICO – tem ligação direta com o direito da personalidade da vítima. Guarda repugnância por parte de terceiros, em razão da deformidade da aparência física da pessoa. As modificações/transformações do dano estético, precisam ser externas e aparentes – irreversíveis. Ainda que não seja visível por artifícios – peruca, dentadura, barba. Sumula 387, STJ - dano estético + material Sumula 387, STJ dano estético + dano moral DANO DA PERDA DE UMA CHANCE – trata-se da ideia de se indenizar a perda de uma oportunidade, desde que seja uma chance seria e real, fundada em fatos concretos. Para alguns autores, o dano pela perda de uma chance seria um terceiro gênero do dano material, ao lado do dano emergente e do lucro cessante. A perda de uma chance consigna 3 pressupostos: A existência de determinado resultado positivo O título da pretensão deve reunir condições “que o habilita a realizar a pretensão almejada”. A existência de um comportamento de terceiros, que elimina de forma definitiva a possiblidade de pretensão de se concretizar. Exemplos de perda de uma chance: Perda de uma chance de ganho Estudante que deixa de prestar concurso público em razão do acidente automobilístico envolvendo o taxi que o conduzia para a prova. Morte causada culposamente por terceiro, que impede jovem de frequentar curso universitário e com isso frustra a legitima expectativa que os pais tinham de receber futuramente alimentos. Perda de uma chance processual Advogado que não propõe ação para o qual foi contratado e o cliente tem sua pretensão frustrada em razão da prescrição. Advogado que não apresenta contestação e o cliente perde a ação por revelia. Perda de uma chance de cura ou tratamento Medico que não ministra o tratamento adequado e paciente tem a vida abreviada. Atraso no diagnóstico da doença, trazendo complicações irreversíveis. Responsabilidade por ato próprio: Dentre as responsabilidades por ato próprio merecem destaque: Ato praticado contra a honra da mulher – no CC de 1916, o simples defloramento de uma mulher era o suficiente para gerar o dever de indenizar (presunção de dano) No atual CC, não se fala mais em presunção do dano. Virgindade/casamento – doenças contagiosas, aborto, despesas medicas e hospitalares, eventual dano moral decorrente de violência sexual. O artigo 1548 do antigo CC apontava que o casamento entre vítima e ofensor excluía o dever de indenizar. O CC atual não traz esse dispositivo. Perdão tácito (doutrina) Tem que haver casamento. Calunia, difamação e injuria: Calúnia: é a imputação falsa de um fato criminoso. Ex: Zé furtou o carro do Pelé. Difamação: imputação de um fato desonroso, pouco importa se é real ou falso. Ex: Zé deve 100 mil para o Banco. Injuria: imputação de uma qualidade ofensiva, pouco importando se é real ou falso. Ex: Alegar que o Zé é ladrão. Calunia, difamação e injuria, além de delito, constituem ilícitos civis, gerando ao ofensor o dever de indenizar. Art.953, CC “a indenização por injuria, difamação ou calunia, consistirá em reparação do dano que dela resulte”. §ú – se o ofendido não puder provar o prejuízo, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização a conformidade as circunstancias do caso. ” Dano material pode provar (valor financeiro). Demanda de pagamento de dívida vincenda ou já paga: Dívida vincenda– art.939: a cobrança por dívida que ainda não venceu impõe ao credor três penalidades: A obrigação de a data do vencimento Desconto de juros Pagamento de custas processuais em dobro se for boa-fé não tem custas dobradas. Antes da citação, se o credor desistir da ação, não terá as penalidades Dívidas já pagas – art.940: o credor que demanda dívida já paga é obrigado a devolver ao devedor o dobro do que cobrou, ou equivalente. Credor agir de má-fé: idem a dívida vincenda. Sumula 159, STF. Art.941. Responsabilidade decorrente do rompimento do noivado – é regra geral – resp. subjetiva. Art.927,186, 187. É incabível a obrigação para os noivos a casar, tal pretensão colide com o princípio da liberdade. Todavia, o rompimento injustificável da promessa de casamento faculta ao outro o direito de mover ação indenizatória. Motivo justo não gera dano. Traição e defeito oculto são motivos justos, não geram danos. Podem ser cobrados: Dano material: enxoval, aluguem de apartamento, abandono de emprego para casar, etc. Dano moral: dar sofrimento, vexame. Responsabilidade por atode terceiro: Para que os pais, tutores, curadores, empregadores, donos de hotéis, hospedarias ou albergues sejam responsáveis pela reparação do dano, são necessários dois requisitos: Relação de subordinação entre o causador do dano e a pessoa indicada no art.932, CC. Culpa do causador do dano. Presentes esses dois requisitos a responsabilidade será objetiva. Quando o dano for causado por mais de uma pessoa, todos responderão solidariamente – art.942, CC Responsabilidade dos pais, tutores e curadores: Os pais são obrigados a indenizar atos ilícitos dos filhos menores que estiverem sob sua companhia e autoridade. Portanto, a guarda é essencial para que surta responsabilidade civil dos pais. No divórcio, por exemplo, permanecendo o menor sob a guarda da mãe, só ela responde por indenização, em caso de ato ilícito do filho. O simples afastamento do pai de casa, não afasta o dever de indenizar. Haverá dever de indenizar mesmo que o menor não tenha discernimento do ato. Art.928, CC. Emancipação: Legal (aquela do casamento do menor) exclui Voluntaria não exclui Os pais não respondem pelos atos dos filhos maiores, ainda que em sua autoridade e companhia A responsabilidade dos tutores e curadores é idêntica a responsabilidade dos pais. Se o incapaz estiver internado em um hospital, a reponsabilidade é do hospital. Responsabilidade dos Empregadores Para que o empregador responda pelos atos do empregado, são necessários três requisitos: Relação de substituição Culpa do empregado Que o ato danoso tenha sido praticado no exercício do emprego ou ocasião dele. Não precisa que o ato se relacione com as funções do empregado. O patrão não responde pelos empregados em ato de greve. Sumula 341, STF responsabilidade objetiva. O empregador tem direito de regresso contra o empregado, salvo se contribui para o ato ilícito. Falsas instruções Falta de equipamentos RESPONSABILIDADE DAS LOCADORAS DE VEÍCULOS Sumula 496, STF “A empresa locadora de veículos responde civil e solidariamente, com o locatário, por danos causados a terceiros, no uso do carro locado”. Responsabilidade objetiva, baseada na teoria do risco A locadora só responde se houver culpa do condutor Sumula baseada nos artigos 2º, 14 e 17 do C.D.C RESPONSABILIDADE DO DANO CAUSADO POR ANIMAIS QUE ESTEJAM SOB A GUARDA DO AGENTE Art.936, CC A lei presume que a culpa do dono ou detentor do animal, mas a vítima precisará provar: O dano que pode ser contra pessoas, coisas ou plantações Que o dano derivou do animal Que o animal pertence ao réu Tratando-se de animal silvestre, o dono da terra onde o animal se encontra, não tem qualquer responsabilidade, pois não é o dono ou detentor do animal, salvo se apreendeu o se apropriou do animal. A responsabilidade civil é atribuída ao guardião do animal, que nem sempre é o proprietário Comodatário Depositário de animal Nesses casos exclui-se a responsabilidade do dono do animal. No caso de furto do animal, o dono não é responsável, salvo se o furto se deu por negligencia do dono. São excludentes da responsabilidade nesses casos: Culpa exclusiva da vitima Em casos de acidentes provocados por animais em rodovias, a responsabilidade é objetiva e solidaria entre o dono do animal e a concessionaria.
Compartilhar