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Direito Penal i, resumo de estudos AV 2 - Estácio

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Direito penal I
1 - Princípios do direito Penal:
	Princípios Constitucionais do Direito Penal
	Princípio da legalidade
	Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Limita o poder sancionador do Estado.
	Princípio da proporcionalidade
	A resposta punitiva estatal ao crime deve ser proporcional ao mal infligido ao corpo social. 
Quando a criação do tipo penal não se revelar proveitosa para a sociedade, estará ferido o princípio da proporcionalidade.
	Princípio da culpabilidade
	Não se admite responsabilidade penal objetiva; ou seja, desprovida de dolo ou culpa ou carente de culpabilidade.
	Princípio da taxatividade
	Determina que a lei deve ser clara e objetiva, de fácil entendimento para a população em geral.
	Princípio da fragmentariedade
	Normas penais só devem punir uma pequena parcela dos atos ilícitos, que são as condutas que violam de forma mais grave os bens jurídicos mais importantes.
	Princípios Doutrinários do Direito Penal
(Bali – bagatela, adequação social, lesividade e intervenção mínima)
	Princípio da intervenção mínima.
	Intervém apenas na tutela dos bens jurídicos mais relevantes e quando esgotados todos os meios extra penais de controle social
	Princípio da lesividade
	Auxilia o princípio da intervenção mínima impondo 4 proibições de atuação do direito penal:
. Proibição de incriminação de uma atitude interna (ideias, convicções, desejos e sentimentos);
. Proibição de incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor (não existe lesão a si mesmo);
. Proibição da incriminação de uma conduta desviada que não afete qualquer bem jurídico. (tatuagem)
. Proibição de incriminação por simples condições e estados existenciais das pessoas (Aquilo que é, mas somente pelo que faz)
	Princípio da adequação social
	Não afronta o sentimento social de justiça, relevância social, uso histórico e costumeiro.
O fato deixará de ser típico quando aceito socialmente.
	Princípio da insignificância ou da bagatela.
	Lesões insignificantes aos objetos jurídicos tutelados pela norma penal devem ser considerados penalmente irrelevantes.
Ainda possui tipicidade formal! Exclui apenas a tipicidade material!
Não se aplica quando houver violência, grave ameaça ou crime contra a União
2 – Teoria da ação (conceito analítico do crime):
Crime = fato típico, ilícito e culpável
	Fato típico
	Ilícito
(excludentes de ilicitude)
	Culpável
(excludentes de culpabilidade)
	Conduta
Nexo Causal
Resultado
Tipicidade
	-Estado de necessidade
-Legítima Defesa
-Exercício regular do próprio direito
-Estrito cumprimento do dever legal
	- Inimputabilidade (art. 26)
- Inexigibilidade de conduta diversa/coação moral irresistível (art. 22)
- Erro de proibição, desconhecimento da lei (art. 21)
3 – Teoria da norma:
Nosso ordenamento jurídico é normativo. Ou seja, se expressa por meio de regras e condutas essencialmente imperativas que geram um dever a todos. Ou seja, nossa norma ordena ou proíbe uma conduta.
Normas penais incriminadoras: criminalizam uma conduta e impõem uma pena. 	(exemplo: Art. 121 - matar alguém [preceito primário] – pena: reclusão de 6 a 20 anos [preceito secundário])	
b) Normas penais não incriminadoras permissivas: permitem a realização de determinada 	conduta, afastando a responsabilidade penal em certos casos (exemplo: exclusão da 	ilicitude na legítima defesa - Art. 23).
Permissiva justificante quando têm por finalidade afastar a ilicitude (antijuridicidade) da conduta do agente, como aquelas previstas nos arts. 23, 24 e 25 do Código Penal (ex.: homicídio cometido em estado de necessidade).	
	
Permissiva exculpante quando se destinam a eliminar a culpabilidade, isentando o agente de pena, como nos casos dos arts. 26, caput e 29, § 1°, do Código Penal. (ex.: quando o agente que cometeu o crime, por doença ou retardo mental, não compreende o caráter ilícito da conduta).
c) Normais penais não incriminadoras explicativas: explicam algum conceito do Direito 	Penal. (art. 327 – define o conceito de funcionário público)	
4 - Conflito aparente de normas: 
PRINCÍPIO DO NON BIS IN IDEM: uma única e determinada circunstância fática não pode ser utilizada mais de uma vez, seja para prejudicar, seja para beneficiar o agente (Ninguém pode ser condenado duas vezes por uma mesma conduta).
	Principio
	Descrição
	Característica
	Exemplo
	Especialidade
	A norma especial afasta a norma geral.
A especial possui todos os elemento da geral, acrescido de um especializante. 
	O elemento especializante não pode constituir um novo crime. Há relação de gênero e espécie.
	Infanticídio (para homicídios cometidos pela mãe em estado puerperal contra o filho)
ECA (para crimes cometidos por menores)
 
	Subsidiariedade expressa
	A norma principal mais rígida afasta a norma subsidiária mais fraca. A própria lei expressamente menciona. 
	Não há relação de gênero e espécie.
	"Se o fato não constitui elemento de crime mais grave"
Ex.: Art. 163 II, dano qualificado (com emprego de substância inflamável)
	Subsidiariedade tácita
	A norma menos grave será absorvida quando for o meio necessário para a pratica do crime mais grave
	Não há relação de gênero e espécie. (são 2 crimes).
Tratam do mesmo bem jurídico
	O artigo 163 (inutilizar coisa alheia móvel) é absorvido pelo 155 § 4º (furto qualificado).
	Consunção
	O crime mais grave ira absorver o menos grave sempre que este for o meio necessário para a prática daquele. A intenção criminosa é alcançada pelo cometimento de mais de um tipo penal.
	Não há relação de gênero e espécie. (são 2 crimes).
Tratam de bens jurídicos diferentes
	Latrocínio (roubo seguido de morte)
Roubo – BEM -patrimônio 
Morte – BEM - Vida 
	Alternatividade
	Ocorre nos tipos penais que possuem mais de 1 verbo. Neste caso, um é meio necessário ou configura mero exaurimento do crime-fim.
	Mesmo contexto fático
	Expor à venda e, em seguida, vender substância entorpecente (um só́ crime de tráfico ilícito de entorpecentes).
5- Eficácia da Lei Penal no tempo:
Eficácia da lei: Embora a lei já exista desde sua promulgação, ela só se torna oficial com a sua publicação oficial. A partir do momento em que ela é publicada, ela surte efeitos Ex Nunc (do momento em diante. Ela só possui efeitos de retroatividade (Ex Tunc) para beneficiar o réu.
Retroatividade da lei aplicação da lei a fatos cometidos antes da sua vigência quando for mais benéfica ao réu)
Ultratividade a lei penal revogada pode ser aplicada após sua revogação, quando o ilícito praticado durante a sua vigência for sucedido por lei mais severa – lei se aplica ao futuro – NÃO SE APLICA NO BRASIL, EXCETO EM CASOS DE LEI TEMPORÁRIA E LEI EXTRAORDINÁRIA.
	Hipótese prática
	Significado
	Solução
	NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
	Lei nova que incrimina conduta que era lícita (cria um novo crime)
	Irretroatividade
	NOVATIO LEGIS IN PEJUS
	Nova lei que prejudica. Lei posterior, mantendo a incriminação do fato, torna mais grave a situação do réu (ex.: aumenta a pena cominada ao crime)
	Irretroatividade
	NOVATIO LEGIS IN MELLIUS
	Nova lei que beneficia. Lei posterior, sem suprimir a incriminação do fato, beneficia de algum modo o agente (ex.: diminui a pena cominada ao crime)
	Retroatividade
	ABOLITIO CRIMINIS
	Nova lei que revoga a anterior. Lei posterior descriminaliza condutas, tornando-as atípicas. Extinção da punibilidade e todos os efeitos penais, mas mantém os efeitos civis.
	Retroatividade
	LEI INTERMEDIARIA
	É a lei que aparece durante o processo, ou seja, não existia no tempo da infração ou ao tempo que fato foi julgado.
	Se benéfica, retroage
*Leis excepcionais ou temporárias: são as únicas que possuem ultratividade, ou seja, podem retroagir até mesmo para prejudicar o réu.
Leis excepcionais: são as que duram um determinado período de tempo devido a uma catástrofe, vigorando até o período não especificado em
que a catástrofe terminar. Exemplo: leis para a situação de sítio no Furacão Catarina.
Leis temporárias: tem período de início e fim estabelecido em lei. Exemplo: leis proibindo a venda de camisas da seleção por estabelecimentos não licenciados durante a Copa do Mundo.
Crime progressivo ocorre quando o agente, para alcançar um resultado mais grave, pratica por meio de atos sucessivos diversas agressões ao bem jurídico.
Progressão criminosa ocorre quando no mesmo contexto fático, a intenção do agente sofre uma modificação. Inicialmente, o agente queria praticar um crime menos grave, sendo que, após atingi-lo, opta por prosseguir na ação delituosa, praticando um crime mais grave.
Antefato impunível é o crime anterior que foi absorvido pelo mais grave. Ex.: Uma pessoa desfere duas facadas na outra, a segunda mata a vítima. A primeira facada será irrelevante para fins penais.
Pós-fato impunível é o crime posterior considerado mero exaurimento e, portanto, irrelevante ao dano causado ao bem jurídico. Ex.: Uma pessoa desfere várias facadas na outra, sendo que a primeira mata a vítima. As facadas seguintes serão irrelevantes para fins penais.
Tipos de crime no tempo:
Crime permanente o crime se consuma num único ato, porém a ação se prolonga no tempo. O bem jurídico permanece sendo atacado durante todo o período em que ocorre a ação delituosa. Exemplo: sequestro.	
Crime habitual uma única ação ou omissão isolada não configura crime. O verbo indica a necessidade de uma habitualidade de uma conduta para que haja a consumação criminosa. Exemplo: associação criminosa.	
Crime continuado é na verdade um concurso de crimes previsto no art. 71 do CP. Ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, mesma condição de tempo, lugar e modo de execução. Há também a necessidade do nexo de continuidade, ou seja, o segundo crime tem que ter relação direta com o primeiro. Ex.: o agente furta a cada dia uma peça que compõe uma bicicleta. Ao final de dez dias, ele conseguirá montar a bicicleta. Aplica-se a pena de apenas um dos crimes, se idênticos, ou do mais grave, se diversos, aumentada de um sexto a dois terços em ambos os casos.
6 – Teoria da lei penal no tempo:
	Teoria
	Significado
	Teoria da atividade 
	Considera-se praticado o crime no momento da conduta do agente, não importando o momento do resultado. É a teoria adotada no nosso Código Penal!
	Teoria do resultado
	Considera-se praticado o crime no momento do resultado, não importando o momento da ação.
	Teoria mista (ubiquidade)
	Considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta quanto no do resultado.
7 – Teoria da lei penal no espaço:
	Teoria
	Significado
	Teoria da atividade 
	Considera-se praticado o crime no local da conduta do agente, não importando o local do resultado.
	Teoria do resultado
	Considera-se praticado o crime no local do resultado, não importando o local da ação.
	Teoria mista (ubiquidade) 
	Considera-se praticado o crime tanto no local da conduta como no local do resultado. O Código Penal Brasileiro segue essa teoria
8 – Teoria do crime: 
Teoria tridimensional do crime: crime é todo ato típico, ilícito e culpável.
Teoria bipartida de crime: o crime se subdivide em:
Crime infração penal mais grave punida com pena de reclusão, detenção e/ou multa.
Contravenção penal infração leve punida com prisão simples e/ou multa
Conceitos de infração penal:
Conceito formal: crime é toda conduta (ação ou omissão) proibida por lei sob ameaça de sanção.
Conceito material: crime é toda conduta que causa lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
Conceito analítico: crime é toda conduta típica, antijurídica (ilícita) e culpável.
9 – Crimes comissivos e omissivos
Crimes comissivos: praticados por meio de uma ação. O verbo pressupõe uma conduta comissiva. Ex.: art. 157 (roubo)
Crimes omissivos: praticados por meios de uma omissão. Podem ser próprios ou impróprios.
Crimes omissivos próprios: o verbo pressupõe uma omissão. Pune-se o fato de o agente não fazer o que deveria. Ex.: art. 135 (omissão de socorro).
Crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão): algumas pessoas, os chamados AGENTES GARANTIDORES (policiais à seguranças pública, bombeiros a incêndios, médicos a pacientes, pais aos seus filhos menores etc.), respondem por um crime comissivo mesmo que suas condutas tenham sido omissivas, pois o papel deles como garantidores exigia uma ação no disposto do art. 13 § 2º.
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
10 - Crime doloso:
	Tipos de dolo
	Dolo Direto
	1º Grau:
	Ocorre sempre que o agente pratica o crime com a finalidade de atingir o resultado. Ex.: esfaquear alguém. (Resultado voluntário, intenção direta)
	
	2º Grau
	A finalidade do aente não é a de atingir aquele resultado, porém o atuor do crime sabe que vai acontecer o resultado, pois é uma consequência lógica e ceda da conduta e do meio escolhido. Ex.: Explodir uma bomba num avião e matar todos a bordo. (Resultado voluntário, intenção indireta)
	Dolo Indireto
	Alternativo
	Não é possível concluir qual foi a intenção do agente ao cometer o crime. Como não se sabe a intenção que motivou o crime, o réu responde pela sua consequência. Ex.: uma pessoa entra no cinema atirando a esmo e matando todos, mas sem nenhuma intenção racional deduzível por trás da atitude.
	
	Eventual
	O a gente não quer cometer um crime, mas assume um risco (conta com a sorte) de produzir o resultado e pouco se importa se irá ou não acontecer um delito. Ex.: uma pessoa pega uma faca para acertar uma maçã na cabeça de outra e acaba por mata-la.
 
11 - Crime culposo:
Conduta voluntária
Falta do dever de cuidado (imprudência, imperícia, negligência)
Previsibilidade objetiva
Resultado não pretendido
Falta do dever de cuidado é caracterizada por imprudência, imperícia, negligência.
Negligência: falta do dever de cuidar por não fazer algo que devia.
Imprudência: falta do dever de cuidar por fazer algo que não deveria.
Imprudência: falta de conhecimento técnico para o exercício de uma profissão, de um ofício ou uma arte.
Elementos que eliminam a conduta voluntária:
Coação física irresistível
Atos reflexos
Estados de inconsciência
Tipos de culpa:
	Tipos de culpa
	Culpa consciente (Ex Lascivia)
	- Tem ciência do possível resultado, mas acredita que não ocorrera devido a algum fator crível e razoável (excelência advinda da profissão, por exemplo).
- Quebra do dever de cuidar.
- Resultado previsível, mas acredita com razoabilidade que pode ser evitado.
	Ex.: O agente (atirador de facas) embora prevendo o resultado (acertar a pessoa matando-a ou lesionando-a) acredita sinceramente na sua não ocorrência, em via de todos os anos de árduo treinamento, dando continuidade à sua conduta.
	Culpa inconsciente
(Ex Ignorantia)
	- Não tem ciência do possível resultado.
-Deixou de prever o que era previsível ao homem médio
- Quebra do dever de cuidar.
- Sem previsibilidade do resultado.
	Indivíduo que atinge involuntariamente a pessoa que passava pela rua, porque atirou um objeto pela janela por acreditar que ninguém passaria naquele horário.
12 - Fato típico – relação de causalidade
	Definição
	Teorias
	Nexo causal:
É a ligação entre a conduta do agente o resultado produzido, da qual se determina a imputação de responsabilidade penal.
	Procedimento hipotético de eliminação. (Thyrén)
Toda conduta que, uma vez retirada da cadeia causal, pode provocar a exclusão do resultado considera-se causa.
	
	O problema do Regresso ao Infinito (regressus ad infinitum)
-O mais remoto antecedente deverá ser considerado causa
do resultado, desde o nascimento do autor.
-Para evitar isso, interrompe-se o processo (cadeia causal) assim que for negada a culpa e o dolo do agente.
	
	Relevância causal da omissão
A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
	
	Teoria da casualidade adequada
Apenas se reputa causa do resultado a circunstâncias mais adequada a produzi-lo, segundo um juízo de probabilidade (ou “prognose póstuma - objetiva”: verifica-se se um homem dotado de conhecimentos medianos poderia antever o resultado como provável ou possível na situação em que o agente se encontrava). Usada pelo CP.
13 - Concausas:
São mais de uma causa concorrendo para o resultado (Art. 13). Fatores podem interpor-se no nexo de causalidade entre a conduta e o resultado, de modo a influenciar no liame causal.
Concausas independentes: Observar qual causa atingiu o bem jurídico de fato. 
	Concausas
	Definição/Exemplos
	Absolutamente independentes:
Viriam a produzir o resultado mesmo sem qualquer conduta por parte do agente, que só responderá pelos atos praticados e não pelo resultado final.
	Pré-existentes (anteriores à conduta do agente e dá causa ao resultado), Ex: efetuar disparos de arma de fogo com intenção homicida em pessoa que falecera minutos antes. 
Não há relação causal entre a conduta do agente e o resultado.
	
	Concomitantes (ocorrem ao mesmo tempo) .Ex: atirar em pessoa que, no exato momento do tiro, sofre ataque cardíaco fulminante que não guarda relação alguma com o disparo.
Não há relação causal entre a conduta do agente e o resultado.
	
	
Supervenientes (posteriores): Ocorre no mesmo instante da conduta do agente. Autoria colateral. Ex: ministrar veneno na comida da vítima, que, antes que a peçonha surta efeito, vem a ser atropelada (tentativa de homicídio).
Não há relação causal entre a conduta do agente e o resultado.
	Relativamente independentes ou dependentes
Só tem possibilidade de produzir o resultado se for conjugada com a conduta do agente, que responde pelo crime.
	Pré-existentes: Ex.: Causar ferimento leve com instrumento cortante num hemofílico, que sangra até a morte, sendo que o autor do crime já tinha conhecimento da doença da vítima.
Com relação causal entre a conduta e o resultado e o efeito foi potencializado.
	
	Concomitante: Ex: efetuar disparo contra a vítima que, ao ser atingida pelo projétil, sofre ataque cardíaco, vindo a morrer, apurando-se que a soma desses fatores produziu a morte.
Tem relação causal e efeito concomitante	
	
	Superveniente: Após um atropelamento, a vítima é socorrida com algumas lesões ao hospital; no caminho, a ambulância explode, ocorrendo a morte.
Com relação causal e efeito posterior. Par 1º Art 13. Apenas se o resultado é o desdobramento lógico da ação do sujeito, este responde por tudo.
14 – Classificação doutrinária de crimes
Crime material: deixa vestígios sempre. O objetivo do autor é o mesmo da consumação. Ex.: homicídio. A execução do crime se dá com a obtenção do resultado. Há resultado naturalístico.
Crime formal: a consumação ocorre antes de o objetivo do criminoso ser atingido. Ex,: Crime de extorsão. A pessoa já comete o crime só pelo fato de constranger a vítima mediante violência ou grave ameaça, mesmo que a vítima não tenha podido lhe entregar vantagem econômica. Não há necessariamente resultado naturalístico.
Mera conduta: é como o crime formal, mas consuma-se independentemente do perigo à sociedade. Ex.: violação de domicílio e porte ilegal de armas.
Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Obs.: Resultado naturalístico: é o vestígio que o crime deixa no mundo real. Ex.: cadáver no crime de homicídio.
Classificação quanto ao sujeito do crime:
Crimes comuns: podem ser praticados por qualquer pessoa. Ex.: homicídio
Crimes próprios: somente algumas pessoas podem praticar o crime, pois é exigida uma condição especial do sujeito. Ex.: peculato (é preciso ser funcionário público)
Crimes de mão própria: também exigem uma condição especial do sujeito ativo, mas não admitem coautoria. Ex.: falso testemunho.
15 – Iter-criminis (caminho do crime)
Iter-criminis: são as etapas que se sucederam desde o momento em que surgiu a ideia do delito até a sua consumação.
	Etapas do crime
	Cogitação
(fase interna)
	Elaboração mental da prática criminosa, visando ao resultado almejado. É o mero planejamento do crime. Daí a expressão "interna". É um fato atípico – não punível.
	Atos preparatórios (fase externa)
	Atos externos ao agente que passam da cogitação à ação objetiva, como a aquisição da arma para a prática de homicídio. Em regra, também não são puníveis, exceto em casos excepcionais; os chamados crimes-obstáculo. 
	Atos executórios (execução)
	São aqueles dirigidos diretamente à prática do crime.
Exige que o autor tenha concretizado efetivamente uma parte da conduta típica, penetrando no núcleo do tipo. A partir daí, a conduta se torna punível.
	Atos executórios (Tentativa)
	O crime se diz tentado quando iniciada a execução, esta não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
REQUISITOS:
. Início da execução;
. Não consumação por fato alheio à vontade;
	Consumação
	É quando estão presentes os elementos essenciais que constituem o tipo penal. Consuma-se o crime quando o tipo penal está inteiramente realizado, ou seja, quando o fato concreto preenche todos os elementos do tipo objetivo. Quando o agente realiza todos os elementos que compõem a descrição do tipo legal.
	Exaurimento
	São outros resultados lesivos que ocorrem após a consumação. O crime pode estar consumado e dele não haver resultado todo o dano que o agente havia previsto. 
Exemplo: a corrupção passiva, que se consuma com a solicitação, exaure-se com o recebimento de vantagem indevida; o crime de extorsão mediante sequestro consuma-se com o arrebatamento da vítima e exaure-se com o recebimento do resgate.
Espécies de tentativa (crime na forma tentada) – causa de diminuição de pena do crime consumado.
Tentativa Imperfeita – O processo executório é interrompido por circunstâncias alheias a vontade do agente durante a execução. O agente não exaure toda sua potencialidade lesiva. Exemplo – o agressor é segurado quando está desferindo golpes para matar a vítima.
Tentativa perfeita - o agente desenvolve toda a atividade necessária a produção do resultado, mas este não sobrevém, como por exemplo descarrega a arma na vítima, mas esta é salva por intervenção médica.
Tentativa Branca ou Incruenta – a vítima não é atingida, não vem a sofrer ferimentos. 2/3 de redução da pena.
 Tentativa cruenta – a vítima é atingida, vindo a lesionar-se, mas o agente agressor não atinge todo o seu objetivo. Não ocorre a consumação. Não há diferenciação de pena quanto a branca. 1/3 de redução da pena. 
Infrações penais que não admitem tentativa:
Contravenções penais;
Crimes culposos;
Crimes omissivos próprios;
Crimes Unissubsistentes; são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela não é praticada ou é praticada em sua totalidade, um único ato
Crime preterdoloso: caracteriza-se quando o agente pratica uma conduta dolosa, menos grave, porém obtém um resultado danoso mais grave do que o pretendido, na forma culposa. Explicando: um sujeito pretendia praticar um roubo porém, por erro ao manusear a arma, acaba atirando e matando a vítima.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz:
Na desistência voluntária e eficaz o processo de execução do crime ainda está em curso, enquanto no Arrependimento eficaz, a execução já foi encerrada.
Desistência voluntária: o agente desiste voluntariamente do crime, cessando a fase de execução, e o resultado inicialmente desejado não ocorre em razão da desistência voluntária. Ressalte-se que a desistência tem que ser
voluntária, ou seja, por razões próprias o sujeito abandona a prática delitiva. Nada impede que um amigo ou terceiro o convença a abandonar seu intento inicial.
Arrependimento Eficaz: o agente pratica alguma conduta para salvaguardar o bem jurídico que já foi colocado em risco. Em tal situação, a fase de execução foi realizada, entretanto, o agente agrega nova conduta a fim de evitar o sacrifício do bem tutelado, salvando-o. Note que a execução do crime aconteceu, mas não o seu exaurimento.
Arrependimento posterior: só pode acontecer em crimes praticados sem violência ou grave ameaça, desde que o agente repare o dano ou restitua a coisa até o recebimento da denúncia ou da queixa. O crime já foi consumado, mas, se for possível a reparação, o agente terá em seu benefício a causa obrigatória de diminuição da pena de um a dois terços.
Crime impossível: não se pune a tentativa quando não há perigo ao bem jurídico, sendo impossível a consumação em razão da:
a) Ineficácia absoluta do meio (Ex.: arma sem munição para homicídio)
b) Impropriedade absoluta do objeto (Ex.: matar um morto)
16 – Tipo penal
	Tipo penal
	Tipo:
	É a moldura abstrata da norma que descreve o fato que se pretende proibir com a ameaça de pena. Ex: art. 121, 129, 155 etc.
A função do tipo é descrever objetivamente um comportamento proibido pelo Direito Penal, limitando e individualizando as condutas relevantes.
	Tipicidade:
	É a adequação, a conformidade entre o fato descrito no tipo e a conduta realizada pelo agente. 
Por meio desta, deve-se verificar se o fato, que aparentemente viola uma norma penal proibitiva, não é permitido ou mesmo incentivado por outra norma jurídica (como no caso das intervenções médico-cirúrgicas, violência desportiva, estrito cumprimento de um dever legal etc.)
Tipicidade legal é a individualização que a lei faz da conduta, mediante o conjunto dos elementos descritivos e valorativos (normativos) de que se vale o tipo legal.
	Adequação típica
	
Adequação típica por subordinação imediata ou direta
Quando a adequação entre o fato e a norma penal incriminadora é imediata, direta; não é preciso que se recorra a nenhuma norma de extensão do tipo.
Adequação típica por subordinação mediata ou indireta:
Uma adequação indireta, quando a conduta não se adequa perfeitamente a norma, neste caso usamos uma norma de subordinação indireta: Na forma – N/F 14 II ; N/F 29 ; N/F 13 P2 ; N/F 20 P3. 
O enquadramento fato/norma não ocorre diretamente, exigindo-se o recurso a uma norma de extensão para haver subsunção total entre fato concreto e lei penal.
Elementos que compõem o tipo penal:
Preceito primário (circunstancias elementares: objetivas, subjetivas e normativas)
e preceito secundário (pena).
Circunstância elementar: dado essencial para configuração do delito. Para saber se a palavra ou expressão é considerada uma elementar, devemos suprimi-la mentalmente. Se for suprimida gera atipicidade absoluta- verbo- (deixa de ser crime); ou atipicidade relativa – quem (passa a ser outro crime).
Elementos do tipo
 Circunstâncias objetivas: estão ligadas ao fato, descrevem a conduta de forma imediata, dispensando conceitos prévios ou valoração.
Ex.: verbo -( qualificação do homicídio) e circunstâncias especificas que descrevem o meio ou objeto ou lugar ou tempo ou características da vítima).
Subjetivo ou pessoais (elemento cognitivo e volitivo): estão ligados ao autor do crime - Características do autor (motivação).
Têm origem na psique e no espírito do autor e manifestam-se como a vontade, motivação que rege a ação do autor.
Elementos normativos: para serem constatados, exigem a aplicação de uma atividade valorativa, ou seja, um juízo de valor. Depende do bom senso, não há consenso (interpretação). Ex.: Art. 136 Abusando dos meios de correção, art. 244 justa causa, art. 140 injúria.
17 – Erro de tipo
Erro de proibição ≠ Erro de tipo
Erro de proibição é um erro em relação ao código, à lei. É uma excludente de culpabilidade.
Erro de tipo é um erro em relação aos fatos em si. Interferem na tipicidade (adequação do fato a norma); Algo putativo só existe na cabeça do agente( imaginários).
Descriminante putativa: Erro sobre os FATOS. (Indiferente penal putativa)
O agente não é criminalizado por ter realizado algo imaginário.
Obs1.: Descriminante é o ato de transformar um fato criminoso em um indiferente penal.
Obs2.: Putatividade é uma situação imaginária; logo, quando falamos em descriminante putativa, o agente ativo, supondo encontrar-se em situação que excluiria sua ilicitude, responde só pela culpa se o fato for inescusável ou, quando não há modalidade culposa, o agente é absolvido por ausência de tipicidade.
Os erros de tipo podem ser essenciais ou acidentais:
18 – Erro de tipo essencial:
O agente não queria cometer e cometeu.( o caso do caçador que atira em alguém pensando que era um urso), subjetivamente pode ser classificado como inevitável ou evitável. Exclui a conduta ou a tipicidade.
O agente cometeu e queria cometer a ilicitude, mas acreditava estar em estado de necessidade ou legitima defesa.
	Excludente de ilicitude real
	Excludente de ilicitude putativa
	Estado de necessidade real
Art. 24–Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
Requisitos:
- Perigo atual; (Atual e iminente)
- Não criação do perigo (Não provocou por sua vontade);
- Inevitabilidade da lesão;
- Inexigibilidade de sacrifício do bem ameaçado (razoável ponderação entre o sacrifício dos bens em questão);
- Não ter o dever legal de enfrentar o perigo.
Requisito subjetivo: Saber que estar atuando em estado de necessidade.
	Estado de necessidade putativo
(Imagina estar em Estado de necessidade). 
Os requisitos do real são imaginários.
- Inevitável, escusável - Exclui o dolo e culpa. (Excludente de conduta)
- Evitável, inescusável – exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo se previsto em lei. Logo, pode excludente de tipicidade ou condenação por crime culposo)
	
Legitima defesa Real.
É a repulsa à uma agressão injusta, atual ou iminente, desde que se utilizando moderadamente dos meios necessários.
Requisitos:
- Agressão injusta (entre seres humanos): típica + ilícita;
- Agressão atual ou iminente: afasta a futura ou já cessada;
- Defesa de direito próprio ou alheio;
- Uso moderado dos meios necessários para cessar a agressão.
Requisito subjetivo: Saber que estar atuando em legitima defesa.
	
Legitima defesa putativa (Imagina estar em legitima defesa)
- Inevitável, escusável - Exclui o dolo e culpa. (Excludente de conduta)
- Evitável, inescusável – exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo se previsto em lei. Logo, pode ser excludente de tipicidade ou condenação por crime culposo)
- Descriminastes putativas: Erro sobre os FATOS. (Indiferente penal putativa) - o agente não é criminalizado por ter realizado algo imaginário.
- Erro de tipo: O autor erra em relação ao fato, alguma parte do tipo penal (julga mal a situação). 
18 - Erro de tipo acidental:
O erro acidental é aquele que:
. Não versa sobre elementos ou circunstâncias do crime. 
. Incide sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta do agente e a execução. Podendo, todavia, alterar a forma como responderia criminalmente pelo delito.
. O sujeito compreende claramente o caráter ilícito da conduta e tem a clara compreensão de que se trata de uma conduta antijurídica. 
. Não exclui o dolo.
O erro acidental pode ser:
	Classificação do erro de tipo acidental
	Erro sobre o objeto
	Quando o agente supõe que sua conduta recai sobre uma coisa, mas na verdade incide sobre outra. Ex.: “A” pretende subtrair açúcar, mas se engana e subtrai sal; “A” pretende subtrair um aparelho MP4, mas furta, por engano,
um aparelho MP3. ( O objeto deve ser possível
	Erro sobre a pessoa:
	No erro sobre a pessoa, existe uma confusão do agente no tocante a vítima pessoal com a vítima real. A vítima virtual não corre nenhum perigo (ex. o agente quer matar o pai e por erro mata o tio, o pai não corre nenhum perigo)
	Erro na execução
(Aberratio Ictus)
	No erro na execução não ha confusão alguma, entre a vítima virtual e a vítima real (o agente quer matar o pai, o agente atira para matar o pai no ponto de ônibus e erra e mata outra pessoa), não ha confusão, no erro na execução a vítima virtual corre perigo.
	Resultado diverso do pretendido
(Aberratio Criminis)
	0 sujeito quer praticar determinado crime, mas por erro acaba praticando m crime diverso. Resultado diverso do pretendido e igual a crime diverso do pretendido.
Ex.: “A”, desejando quebrar a vidraça de uma casa, a tira um pedra em direção a ela, erra o alvo atingindo o sujeito “B”, que estava próximo. A vontade foi direcionada ao crime de dano, mas, por erro, o resultado foi diverso do pretendido, ocasionando, ao invés do dano pretendido, uma lesão corporal ou morte. No caso, “A” respond erá por lesão corporal culposa ou homicídio culposo. A tentativa de dano fica absorvida.

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