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O uso das formas ‘nós’ e ‘a gente’ sob a ótica da Linguística e da Gramática Normativa Para a Linguística, as duas formas pertencem à Língua Portuguesa, já que são facilmentre encontradas tanto na fala, quanto na escrita dos indivíduos. A questão é que a Gramática Normativa não aceita o uso da forma „a gente‟ em ambiente de maior formalidade conforme Bechara (1999). “O substantivo gente, precedido do artigo a e em referência a um grupo de pessoas em que se inclui a que fala, ou a esta sozinha, passa a pronome e se emprega fora de lugares cerimoniosos. Em ambos os casos, o verbo fica na 3ª pessoa do singular.” (p.166) Mais um exemplo. Você já ouviu alguém falar „Eu vou ir na festa‟?‟ Vamos ignorar o uso da preposição „em‟ com o verbor ir e vamos nos concentrar no uso de vou + ir. Como poderíamos analisar essa ocorrência? Possenti (2001:94) nos apresenta o seguinte raciocínio: “A análise mais correta, parece-me, seria colocar a sequência „vou ir‟ num paradigma. Como o seguinte: Vou estudar latim na casa do padre. Vou comer feijão no seu boteco amanhã. Vou precisar de você para me ajudar na horta. Vou ir ao cinema depois da aula (em geral, „Vou ir pro cinema‟...) Posta assim num paradigma, a última forma parece regular, não é verdade? O que temos acima são construções no futuro (não me digam que vocês falam „estudarei...‟, „comerei...‟, „precisarei...‟, „irei...‟). O futuro, no português falado atualmente, e mesmo, em muitos casos, no escrito-, não se forma pela desinência –ei, -ás, -á etc., mas com o auxiliar „ir‟ seguido pelo infinitivo do verbo principal.”
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