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Profa. Fabiana V. da Fonseca TRATAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS Classificação de resíduos (ABNT, 2004) Resíduos de Classe I (Perigosos) Em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada; ü Serem inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e/ou patogênicos; ü Constam das listagem A ou B da norma. Resíduos de Classe II (Não Perigosos) – Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos, nos termos da Norma. } Resíduos Classe IIA (Não-inertes) – Aqueles que podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. } Resíduos Classe II B (Inertes) – Resíduos que quando submetidos a um contato com água, à temperatura ambiente, conforme NBR 10.006 (Solubilização) não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor (anexo G). Classificação (ABNT, 2004) TRATAMENTOS INCINERAÇÃO Tratamento de resíduos Via decomposição térmica Recuperação de calor Injeção de ar e combus:vel Controle das operações Monitoramento con:nuo das condições Controle de emissões INCINERAÇÃO q Vantagens: • redução do volume • recuperação energé7ca; • alterna7va para não recicláveis q Desvantagens: • custos • pessoal especializado • gases tóxicos • metais pesados (cinzas e gases) q Resíduos 7picamente incinerados • Biologicamente perigosos • Resistentes à biodegradabilidade • Voláteis • Organo-‐halogenos, organo-‐metais (Pb, Hg, Cd, Zn) • Organo-‐fosforados, nitrogenados ou sulfurosos INCINERAÇÃO Resolução CONAMA No. 316, 29/10/2002 (Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos) INCINERAÇÃO Legislação Produção de poluentes dentro das concentrações e capacidades adequadas aos sistemas de controle das emissões gasosas de projeto Quando introduzidos na zona de queima Resíduos: caracterização Controle de Emissão COMBUSTÃO RESÍDUOS AR CINZAS CO2 + H2O GASES ÁCIDOS PCI (Poder Calorífico Inferior) – indica quanto calor é liberado durante a queima -‐ Quanto maior o PCI, menor será o consumo de combusTvel; -‐ PCI muito variável, dificulta o controle da temperatura: -‐Pode causar combustão incompleta, -‐Fusão e acúmulo de cinzas, -‐Consumo excessivo de combusTvel -‐Geração de CO por insuficiência de ar para combustão Incineração Composição elementar dos resíduos • C, H, O – permitem calcular as condições da combustão • S, Cl org., N – afetam a durabilidade do equipamento devido à formação de gases ácidos corrosivos • Metais (Hg, Cd, Pb e outros) – podem conferir toxicidade aos resíduos e às correntes gasosa e líquida • Umidade – indica quan7dade de água con7da Incineração • Contaminação da corrente gasosa, líquida e/ou das cinzas, como metais pesados • Danos ao reves7mento refratário e grelhas, como excesso de flúor e vidros • Explosões devido a explosivos e substâncias instáveis ou muito rea7vas • Desgaste do reves7mento refratário devido ao alto teor de sódio • Corrosão devido a altos teores de enxofre e/ou cloro • Combustão incompleta causada pela presença de sólidos grandes (madeiras, vidros, gesso ortopédico) • Consumo excessivo de combusTvel pela umidade (lixo urbano) • Geração de CO e MP em excesso devido ao PCI alto e variável Principais Problemas Projeto e Instalação de uma Unidade de Incineração • Além da câmara de combustão • Tipo de resíduo, quantidade e composição • Estado físico • Poder calorífico • Composição dos gases de combustão • Quantidade e natureza de qualquer cinza gerada Fatores que influenciam a destruição dos resíduos • Temperatura – Fornecer energia suficiente para que ocorra o rompimento das ligações químicas entre os átomos do resíduo e, depois, recombinação das ligações visando formar principalmente CO2 e água, substâncias que são bastante estáveis; Controle automá7co da temperatura. • Tempo – A absorção da energia fornecida ao resíduo pela queima do combusTvel é rápida, mas não instantânea (0,8 a 2 seg.). Turbulência – Escoamento turbulento dos gases para uma distribuição constante da temperatura. Excesso de Ar – A combustão completa de um resíduo exige a presença de oxigênio, em quan7dade adequada. (Deve ser constantemente monitorado a quan7dade de CO no fluxo da chaminé) Fatores que influenciam a destruição dos resíduos Emissões Atmosféricas Tóxicas • HCl • Óxido de Nitrogênio (NOx) • Metais (As, Cd, Cr, Be, Sb, Ba, Pb, Hg, Ag e Ta) • Subprodutos – Combustão incompleta (Dioxinas e Furanos) Mutagêncios e carcinogênicos; alterações sexuais, problemas reprodu7vos, supressão do sistema imunológico, diabetes,..) • Material par7culado CO2 + H2O GASES ÁCIDOS (800 a 1000 oC) Controle de Emissão RESFRIAMENTO (200 a 300oC) CALOR/ ÁGUA QUENTE (energia) PRECIPITADOR ELETROSTÁTICO Material Particulado LAVADOR DE GASES Gases Ácidos Co-Processamento } Processo de valorização de resíduos industriais, que consisteno reaproveitamento/reciclagem de resíduos industriais ou misturas de resíduos (materiais secundários), como substitutos parciais do combustível e/ou da matéria-prima (na etapa de clinquerização), necessários ao processo de produção de cimento. } A atividade é chamada de CO-PROCESSAMENTO, os resíduos ou misturas de resíduos (materiais secundários) estão sendo alimentados ao processo de clinquerização, em vias e taxas de alimentação pré-definidas, para uso como substitutos parciais de combustível e/ou matéria-prima – Resultado na formação de um produto: Clinquer } A parcela orgânica dos resíduos é destruída termicamente, havendo o aproveitamento energético. } A parcela inorgânica é inertizada e se combina com os elementos ja ́ existentes nas matérias-primas do cimento, não havendo geração de resíduos. } Resíduos oleosos: borras, lodos, óleos e graxas } Catalisadores gastos } Materiais de refino e resíduos de refinarias de petróleo } Pneus } Lodos de ETE } Solventes e resíduos orgânicos não clorados (sólidos, pastosos e líquidos); } Borras de tinta e resíduos de processo de pintura; } Solos e areias contaminadas com HC (sem organoclorados e/o agrotóxicos) } Materiais radioativos; } Lixo hospitalar; } Pilhas, baterias; } Lixo doméstico ou urbano; } Vidro; } Embalagens metálicas } Agrotóxicos } Substâncias explosivas Resíduos que podem ser co-processados Resíduos que não podem ser co-processados Pneus PlásYcos Químicos Borras Ácidas Matéria-‐Prima e Combus:vel AlternaYvo com especificação conhecida de poder calorífico e máximo de contaminantes, garanYda por análise de laboratório Análises de laboratório de cada resíduo para assegurar que nada possa afetar o cimento ou aumentar as emissões ETR AFR Descrição de uma linha típica de produção de cimento Co-processamento Vantagens: • Altas temperaturas e longo tempo de residência • Elevado índice de destruição • Processo com auto-‐lavagem dos gases • Alta eficiência energéYca • Incorporação das cinzas no clínquer Desvantagens: • Limitações aos Ypos de resíduos e quanYdades “Landfarming” São sistemas que utilizam as propriedades químicas, físicas e a intensa atividade microbiana do solo para transformar, biodegradar, destoxificar os resíduos tratados, reduzindo os riscos de contaminação no meio ambiente. Os processos que ocorrem no "landfarming" são: } biodegradação } volatilização } percolação } lixiviação superficial. } As técnicas operacionais de um landfarming incluem ainda: aeração do solo; umidificação; adição de nutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio – macronutrientes); e, em alguns casos, bioaumentação com microrganismos previamente selecionados. Fonte: MRSU -‐ Ibam Fonte: Silva, L.J, 2009 } A estabilização é um pré-tratamento onde os elementos perigosos de um resíduo são transformados, para que se tornem menos tóxicos e menos solúveis. } As alterações ocorrem através de reações químicas, que retêm os constituintes tóxicos em polímeros impermeáveis ou cristais estáveis. } A solidificação é um pré-tratamento que produz um bloco de resíduo tratado, melhorando as características físicas e a estrutura, de modo a facilitar o manuseio, o transporte do resíduo e, ainda, a sua preservação na forma sólida, pelo tempo necessário à sua degradação. São objetivos destes dois pré-tratamentos: } Melhorar as características físicas e de manuseio dos resíduos; } Reduzir a área de superfície por onde possa ocorrer migração dos poluentes; } Restringir a solubilidade ou retirar a toxicidade dos elementos perigosos do resíduo; Resíduos indicados: } os resíduos perigosos, gerados em grandes quantidades; } alguns não-perigosos, como lodos de limpeza de unidades de gaseificação; } fluidos de perfuração de poços. Técnicas de Fixação Química e Solidificação • Baseadas em Cimento; • Baseadas em TermoplásYcos; • Baseadas em Polímeros orgânicos; • Encapsulamento • Auto-‐solidificação • Atentar para a CompaYbilidade dos Resíduos e AdiYvos Tecnologias Desenvolvidas e Aplicadas 1) Técnicas baseadas em cimento e outros materias pozolâmicos Adição do composto ao resíduo. Devido ao pH ob7do na mistura, diversos cá7ons são conver7dos em carbonatos e hidróxidos insolúveis. 2) Técnicas baseadas em termoplásYcos Os resíduos são secos, aquecidos e dispersos através de uma matriz plás7ca aquecida, mistura esta normalmente disposta em uma contenção secundária (p.ex., tambor de aço). Tecnologias Desenvolvidas e Aplicadas 3) Técnicas baseadas em termoplásYcos Os resíduos são secos, aquecidos e dispersos através de uma matriz plás7ca aquecida, mistura esta normalmente disposta em uma contenção secundária (p.ex., tambor de aço). 4) Técnicas de polímeros orgânicos Sistema uréia-‐formaldeído (UF). Resíduos secos ou úmidos são misturados com um pré-‐ polímero. Adiciona-‐se um catalisador e transfere a mistura para um container. O material polimerizado não se combina quimicamente com o resíduo, mas forma uma massa esponjosa que captura as parTculas sólidas Tecnologias Desenvolvidas e Aplicadas 5) Técnicas de encapsulamento Encapsulamento propriamente dito é aquele no qual os resíduos são inicialmente aglomerados e, a seguir, envoltos por uma camisa de material inerte (em geral o polie7leno). 6) Técnicas de auto-‐solidificação (cal) Resíduos industriais proveniente da dessulfurização ou os lodos de limpeza de exaustão. Estes resíduos contêm grandes quan7dades de sulfato ou sulfeto de cálcio. Resíduo é parcialmente desidratado e hidratado novamente para a formação de uma argamassa } Processo que retira a umidade do lodo gerado em diversas atividades industriais. } Para que o lodo seja disposto em aterros industriais, é necessário que o material tenha um teor de umidade baixo (<70%). Os métodos mais comumente empregados são: } centrifugação, } filtragem em filtros-prensa } filtragem a vácuo } leitos de secagem.§ Industrial Classe I-‐ projetados, instalados e operados especialmente para receber resíduos industriais perigosos; § Industrial Classe II-‐ projetados, instalados e operados especialmente para receber resíduos industriais não perigosos; § Sanitário Classe I – projetados, instalados e operados especialmente para receber resíduos urbanos, que, em face de suas condições hidrológicas e de operação, são aptos a receber além de resíduos sólidos não perigosos alguns 7pos de resíduos a critério do órgão estadual de controle do meio ambiente; } Impede o fluxo ou transporte de contaminantes e adsorve ou atenua a concentração de material suspenso ou dissolvido; } Propriedades químicas e físicas adequadas; } Disposto sobre uma base que não seja susceptível a recalques ou deformações. Esquema de um Aterro Sanitário. Alterna7va de des7nação de resíduos industriais que se u7liza de técnicas que permitem a disposição dos resíduos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e minimizando os impactos nega7vos inflamáveis ou reativos, a menos que sejam previamente tratados -neutralização, absorção, entre outros, de forma que a mistura resultante deixe de apresentar essas características; resíduos incompatíveis entre si. Estes não devem ser dispostos em uma mesma célula, a menos que se tomem as devidas precauções para evitar reações adversas Resíduos que não devem ser dispostos em aterros resíduos com menos de 30% de sólidos totais (em massa); resíduos que contenham contaminantes que podem ser facilmente transportados pelo ar, a menos que sejam previamente tratados; Resíduos que não devem ser dispostos em aterros resíduos ou mistura de resíduos que apresentem solubilidade em água superior a 20% em peso, a menos que sejam devidamente tratados de forma a reduzir sua solubilidade; Características Favoráveis § baixo potencial de contaminação do aqüífero; § baixo índice de precipitação pluviométrica; § camada insaturada de pelo menos 1,5m, entre o fundo do aterro e o nível mais alto do lençol freático; § pouca declividade e ausência de depressões naturais; § área não sujeita a inundação; Condições na Seleção da Área § Subsolo não constituído essencialmente por material com coeficiente de permeabilidade (k) > 1 x10 -4 cm/s § Distância mínima estabelecida de de qualquer corpo d'água e áreas urbanas; § Estudos e impacto ambiental; Aterro Industrial
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