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Disciplina Trabalho e Sociabilidade Grupo: Andrielle, Christephânia, Dionísia e Izabela. Apresentação dia 27/10/2017 Breve argumentação e apresentação sobre os trechos 15 e 16 da obra Manifesto contra o trabalho, do Grupo Krisis. 15. A luta de interesses Durante o Fordismo, de 1945 a 1970, e a conquista de novos mercados, o sistema capitalista e grande parte da massa operária experimentaram um processo de bem estar social que era composto por variáveis interligadas diretamente, sendo elas: aumento do consumo e consequente aumento da produção e de operários nas linhas de produção; aumento da exploração, aumento da produção de mais valia, aumento do consumo de produtos por parte também dos operários devido ao aumento dos seus salários; aumento da arrecadação do Estado e consequente aumento nas políticas de assistência ao trabalhador. Embora tenha ocorrido essa relação de integração entre as classes – burguesia e proletariado -, ficando claro que a luta de classes “esfriou” quando se evidenciou que a relação trabalho versus capital são pólos opostos de uma mesma dinâmica, esse bem estar social deu lugar ao apartheid, uma vez que, após 1970, o mundo todo estava capitalizado e, ao iniciar a Revolução Técnico-científico internacional e advento da automação, ficou evidente a identidade logica da ordem econômica vigente. Com esse processo de apartheid, a união da classe trabalhadora deu lugar a individualização como principal sintoma da crise do trabalho. O aumento da libertação social em paradoxo com o abastardamento das representações da força de trabalho enquanto mercadoria complicou ainda mais aquele cenário. Cada trabalhador estava preocupado em garantir a venda da sua força de trabalho, mesmo que isso lhe custasse sacrifícios. Os inimigos agora são os semelhantes. A ausência de solidariedade entre os trabalhadores em si e entre os trabalhadores e empresários fica evidente quando enseja-se a ideia de que o bem-estar humano está associado tão somente à sua valorização rentável. Analogamente, o trabalhador não reconhece a si próprio e nem ao seu semelhante como fica evidente no trecho “O aposentado torna- se o adversário natural do contribuinte, o doente o inimigo de todos os assegurados e o imigrante objeto de ódio de todos os nativos enfurecido.” (pág. 49). Uma significativa mudança se faz intimamente presente na ruptura com a sociedade trabalho, sendo este um ponto positivo na formação de uma integração de massas e contorno/prevenção de alienação do trabalhador. Ao invés de se construir uma luta unificada contra o apartheid e com programa geral contra o trabalho, ocorre construção de uma fictícia universalidade, na forma de crítica social, e mantendo alheia às verdadeiras demandas dos trabalhadores. Portanto, em nada se altera realmente a dinâmica do trabalho e este continua como principal agente explorador e alienante. A verdadeira preocupação dos reformistas entusiastas da renda mínima, por exemplo, está em manter estáveis os sujeitos enquanto consumidores das mercadorias. Ao homem restaria uma falsa sensação de liberdade. Sensação essa capaz de inibir a verdadeira faceta de interesse do capital, que fornece ao trabalhador, no fim, a possiblidade de fazer escolhas dentro de determinadas restrições impostas e mascaradas pelo capital. Considerando uma situação em que a força de trabalho não pode mais ser vendida, as necessidades mais rudimentares são consideradas como artigo de luxo e logo devem ser limitadas ao mínimo. Por conseguinte, o programa de renda mínima se torna um bom plano de redução de custos estatais em um polo enquanto em outro só representa aumento na miséria social. 16. A superação do trabalho A ruptura com o trabalho consiste na conscientização de que este processo não é algo automático e que, passou a ser tratado como algo natural quando passou a interferir negativamente na humanização do indivíduo e na produção de mercadorias eu não muito além da esfera de atendimento das necessidades básicas dos indivíduos. Partindo-se da identificação do caráter alienador do trabalho, que se torna capaz de controlar o ser humano em sua totalidade, a crítica deve escancarar o fato de que a sociedade do trabalho está em seu fim, embora isso não esteja tão evidente para a maioria das pessoas. Ainda nesse processo, é preciso considerar a construção de instruções com finalidade de guiar uma sociedade além do trabalho, onde os homens possam completar seu processo de humanização e sejam capazes de construir relações sociais num nível superior e positivo. A luta contra a dominação dos meios de produção e dos recursos sociais pelas forças burguesas (mercado e Estado) também se faz presente e necessária para a construção desse novo tipo de sociedade. Considerando a propriedade estatal, esta nada mais é senão uma forma procedente da propriedade privada, estando presente ou não na sociedade socialista. E, na crise do trabalho, ambos os tipos de propriedade se tornam arcaicos porque inferem do processo de valorização. Os meios de produção devem então ser comandados por associações livres (que não atuem sob coerção estatal e jurídica) para que se possam ser produzidos para mercados institucionais e atender suas demandas, iniciando uma análise sobre o uso sensato dos recursos. Há a importância da construção de uma identidade social entre produtores e consumidores. Quanto às instituições, elas serão substituídas por um sistema de livres associações que serão responsáveis por determinas o fluxo de recursos de acordo com as demandas de razão sensível social e ecológica. Com o trabalho deixando de ser fator determinante sobre a vida e tomando posição organizativa na busca da produção de riqueza com finalidade de atender às necessidades, esse novo modelo de produção tornará dispensável também a questão das fronteiras possibilitando o trânsito livre das pessoas. Por conseguinte e não menos importante, se encontra a distinção entre o sujeito econômico e o cidadão, ou seja, entre o homem enquanto figura trabalhadora e o homem enquanto figura portadora de tempo livre, favorecendo assim o desenvolvimento de suas potências e de seu processo de humanização.
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