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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro UFF /UAB/CEDERJ Aluna: Matrícula: Curso: Administração Pública Polo: Volta Redonda Disciplina: FILOSOFIA E ÉTICA ATIVIDADE - Aula 8 Leia os capítulos 9 e 10 da Unidade 8 de Marilena Chauí, Convite à Filosofia, e responda: 1. Explique o contexto em que nasceu a concepção política de Maquiavel. 2. O que é o contrato social e o que ele pretende explicar? 3. Aponte 3 diferenças entre liberalismo, socialismo e anarquismo. Respostas: 1. O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural. Uma delas foi de Maquiavel, que procurava fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens. Sua pretensão tinha como modelo as ciências naturais que estavam em plena descoberta, estabelecidas por Galileu e com o próprio ideal renascentista de domínio da natureza. Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse aplicada também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha como pressuposto uma natureza humana imutável. Para ele, se há uniformidade nas leis gerais das ciências naturais, também deveria haver para as ciências humanas. Isso foi necessário para manter a ordem dentro do Estado burguês então nascente, que precisava desenvolver suas atividades e prosperar. Maquiavel se dedicou ao estudo da filosofia política, buscando investigar a política pela política, sem utilizar em sua análise conceitos morais, éticos e religiosos que pudessem direcionar seus estudos. A política em sua filosofia tem a capacidade de se auto-governar, de buscar suas próprias decisões de forma livre, sem que outras áreas do conhecimento interfiram em suas conclusões. Em seus estudos aparecem interesses históricos, pois busca a recriação de uma nação italiana com inspiração na República Romana. Assim, ele busca na origem latina da Itália inspiração para seus estudos políticos. Procura em Roma um retorno aos fundamentos da comunidade italiana e para que seja possível esse retorno aos fundamentos é necessário conhecer a história dos princípios sobre os quais se fundaram essa comunidade. O estudo desses princípios é feito através do realismo e não dos conceitos morais ou religiosos. A fim de unir novamente a Itália na forma de uma nação republicana nos moldes romanos Maquiavel busca um príncipe que possa agrupar e dirigir os vários pequenos estados em que está fragmentada a Itália da sua época. E esse príncipe político em seu empreendimento não pode contar somente com a boa vontade das pessoas, porque elas não são naturalmente nem boas nem más, mas podem ser tanto uma como outra. O príncipe político que desejar ter sucesso em seu empreendimento deve partir da regra de que as pessoas são más e que na primeira oportunidade elas demonstrarão essa maldade, geralmente traindo o seu superior. Ele não deve ter a bondade como fundamento de suas ações, mas deve saber ser bom ou mau conforme a necessidade política. Se puder, deve ser bom, mas se necessário deve usar da maldade, evitando sempre o meio termo. O problema para Maquiavel, entretanto, é saber a quem serve a ciência política e o que fazer para se manter no poder. Apesar de, obviamente, ser um defensor da burguesia, não se sabe ao certo qual a sua preferência de forma de governo. Mesmo assim, ele tende ora para a República, ora para a Monarquia. Para ele, essa questão é secundária, pois a sua concepção de história era cíclica e os governos sempre se degeneravam: da monarquia à tirania, desta à oligarquia e à aristocracia, que, por sua vez, recaíam na democracia que, enfim, só terá solução com um ditador. Isso acontece (e se repete) porque os seres humanos têm uma essência universal: é o desejo de poder e os vícios a que são acometidos os homens (governantes e seus sucessores) que fazem com que o governo se degenere. Ele lança mão de dois conceitos chaves: virtu e fortuna. Este diz respeito à grande maioria dos homens, é a sorte, o destino a que estão determinados; e aquele é a excelência que poucos homens têm de previsão, capazes de fazê-los manter o poder máximo possível e para isso podem matar, roubar, mentir, sem nenhum escrúpulo. 2. Contrato social pode ser definido por teorias que tentam explicar os motivos ou caminhos que levam pessoas a formarem Estados e/ou manterem a ordem social. Essa ideia de contrato implica que as pessoas abrem mão de certos direitos para um governo ou outra autoridade a fim de obter as vantagens da ordem social. Assim, o contrato social seria um acordo entre os membros da sociedade pelo qual reconhecem a autoridade, igualmente sobre todos, de um conjunto de regras, de um regime político ou de um governante. O que deu início à maioria dessas teorias é o exame da condição humana na ausência de qualquer ordem social estruturada, normalmente chamada de "estado de natureza”. Nele, as ações das pessoas estariam limitadas por seu poder e sua consciência. A partir desse ponto em comum, os proponentes das teorias do contrato social tentam explicar, cada um a seu modo, como foi do interesse racional do indivíduo abdicar da liberdade que possuiria no estado de natureza para obter os benefícios da ordem política. Essas teorias sobre o contrato social foram difundidas entre os séculos XVI e XVII como forma de explicar a origem dos governos e as obrigações políticas dos governados. Rousseau questiona porque o homem vive em sociedade e porque se priva de sua liberdade. Em sua visão, no contrato social, os bens são protegidos e a pessoa, unindo-se às outras, obedece a si mesma, conservando a liberdade. Hobbes e Locke postulavam um “estado de natureza” onde não haveria nenhuma autoridade política e argumentavam que era do interesse individual entrar em acordo com os demais para o estabelecimento de um governo comum. O "Contrato social", quando considera que todos os homens nascem livres e iguais, define o Estado como objeto de um contrato, onde os indivíduos não renunciam a seus direitos naturais, mas ao contrário, entram em acordo para a proteção desses direitos, onde o Estado é criado para preservar. É a passagem do estado de natureza a sociedade civil. Os indivíduos abrem mão da liberdade natural e da posse de bens, riquezas e transferem a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis. 3. O anarquismo é uma doutrina política embasada no postulado que os homens são bons e sociáveis por natureza, devendo organizar-se em comunidades sem necessidade do Estado ou de um governo. Em outras palavras, seria uma forma de governo “sem governo”, englobando métodos, ações e teorias que tem como objetivo eliminar o Estado e sua autoridade. É contra a divisão de classes, e também contra qualquer forma de opressão. No anarquismo, as leis deixam de existir e dão espaço para uma sociedade na qual o bem comum é resultado da conjugação dos interesses de cada um. Pode-se dizer que o anarquismo é a única filosofia política inimiga absoluta do Estado. Outros dois movimentos que se assemelham e compartilham ideias com o anarquismo: o socialismo e o comunismo. Porém, enquanto esses dois movimentos tem como objetivo alterar o Estado e dar o poder ao proletariado, o anarquismo defende sua total abolição, acreditando que, cedo ou tarde, o Estado possa se tornar um regime opressor, autoritário e de exclusão. O liberalismo, é um sistema econômico no qual o estado não intervêm na economia, política ou religião. Seus principais ideais são igualdade e liberdade. Ele considera a vontade individual como fundamentodas relações sociais, defendendo as liberdades individuais, seja de pensamento, culto, opinião, etc. Seus seguidores defendiam ideias como direitos civis, eleições democráticas, liberdade de religião, liberdade de imprensa, propriedade privada e livre comércio. Já o socialismo tinha como princípio transformar a sociedade através de uma distribuição equilibrada de propriedades e riquezas, com a intenção de diminuir a distância entre os pobres e os ricos. Karl Marx foi um dos pais do socialismo e defendia que o mesmo só seria alcançado após uma reforma social com revolução do proletariado e luta de classes, uma vez que no sistema socialista não poderia haver propriedade privada ou classes sociais. Para eliminar as diferenças econômicas entre as pessoas, as propriedades e bens particulares seriam de todos.
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