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Resumo de Civil 1

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Resumo – Direito Civil I
CODIGO CIVIL BRASILEIRO
O Direito Civil é o principal ramo do Direito Privado, é instrumento de realização dos direitos fundamentais nas relações privadas, regulando as relações entre particulares, tendo como fundamento a igualdade jurídica e autodeterminação.
Fenômeno da codificação -> Organização das leis por meios de códigos para uniformizar as condutas esperadas dos indivíduos pelo Estado.
 
O campo de incidência do Código Civil -> Se refere a área que abrange seu alcance. No Livro Geral, trata das situações que envolvem o direito subjetivo relacionado as pessoas, aos bens e aos fatos jurídicos. Na Parte Especial, trata da regulação do direito das obrigações, do direito empresarial, do direito das coisas, do direito de família e, finalmente, do direito das sucessões.
PRINCIPIOS GERAIS DO DIREITO
	(Art. 4º do Decreto-Lei 4657/42)	quando a lei for omissa (oculta), o Juiz decidirá o caso de acordo com a analogia (semelhança), os costumes e os princípios gerais do direito, respectivamente.
	Princípios Gerais do Direito são ideias fundamentais que formam a base do Direito, geralmente relacionados a um ramo do Direito.
	Os Princípios Gerais <setoriais> do Direito tanto auxiliam o Poder Legislativo no momento de elaborar uma lei, quanto o Judiciário no momento de resolver uma lacuna existente na lei.
Princípio da eticidade: As relações jurídicas reguladas pelo código civil devem ser inspiradas em valores éticos, promovendo a honestidade, a segurança, o respeito, etc.
Princípio da socialidade: Havendo conflitos entre interesses coletivos e particulares, prevalece os interesses coletivos.
Princípio da operabilidade: O Código Civil de 2002 foi redigido em uma linguagem simples para facilitar a sua interpretação e aplicação.
Clausulas Gerais -> São conceitos propositalmente vagos que não possuem a definição de seu conteúdo ou das suas consequências jurídicas. Proporciona uma maior flexibilização do sistema jurídico e possibilidade de interpretação do Juiz para a aplicação da norma. Exemplo: Boa fé.
Conceitos jurídicos indeterminados -> São conceitos jurídicos propositalmente vagos sem a definição de seu conteúdo, mas com a definição de suas consequências jurídicas. Exemplo: Atividade de risco.
DIREITO CIVIL E A CONSTITUIÇÃO DE 1988
(Art. 1º, inciso III, CF) Dignidade da pessoa humana
(Art. 3º, inciso I, CF) Solidariedade social
(Art. 5º, CF) Isonomia 
Pessoa natural é o nome que o direito civil atribui ao ser da espécie humana, considerando enquanto sujeito de direitos e deveres (Art. 1º CC). Para ser pessoa natural, basta existir.
Personalidade civil ou jurídica é a aptidão genérica para ser titular de direitos e deveres. Se adquire no momento do nascimento com vida (Art. 2º CC) e dura até sua morte.
TEORIAS SOBRE O MOMENTO AQUISITIVO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Nascituro – O ser humano em estágio fetal, que se mantem vivo e ligado a mãe.
Natimorto – Já se acha morto, embora ainda ligado ao útero materno.
Natalista -> Defende que a personalidade jurídica tem início a partir do nascimento com vida. 
Concepção -> Sustenta que a personalidade jurídica se inicia a partir da concepção.
Personalidade condicional -> Entende que desde a concepção o nascituro possui direitos existenciais e ao nascer com vida adquire direitos patrimoniais. 
O nascituro faz jus aos seguintes Direitos:
Titularidade de direitos personalíssimos.
Receber doação.
Direitos sucessórios.
Direito a um curador do ventre.
Alimentos para garantir uma gravidez saudável.
CAPACIDADE CIVIL/JURÍDICA E SUAS CLASSIFICAÇÕES
A capacidade jurídica é a exigência feita pelo ordenamento civil para que a pessoa possa exercer direitos.
Capacidade de direito -> Todas as pessoas possuem, basta nascer com vida.
Capacidade de fato -> Exige aptidão descrita na lei (maioridade civil ou por emancipação). *Quem não possui capacidade de fato, é tido como INCAPAZ.
Capacidade plena -> Quando a pessoa possui tanto a capacidade de direito, quanto a capacidade de fato.
 Capacidade limitada -> Quando possui capacidade de direito, mas não possui capacidade de fato.
INCAPACIDADE
Incapacidade absoluta: O incapaz é representado, sendo nulo qualquer ato do incapaz.
Incapacidade relativa- A lei permite aos relativamente capazes que pratiquem atos na vida civil, desde que assistidos; se praticarem atos sozinhos, o ato será anulável. São relativamente capazes os: Os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais (alcoólotra) e os viciados em toxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os pródigos (gasta demasiadamente).
A incapacidade civil é cessada aos 18 anos. (Art. 5º CC)
Tutela > Encargo atribuído pela Justiça a um adulto capaz, para que proteja, zele, guarde, oriente, responsabilize-se e administre os bens de crianças e adolescentes cujos pais são falecidos ou estejam ausentes até que completem 18 anos de idade. 
Curatela > Encargo atribuído pelo Juiz a um adulto capaz, para que proteja, zele, guarde, oriente, responsabilize-se e administre os bens de pessoas judicialmente declaradas incapazes, que em virtude de má formação congênita, transtornos mentais, dependência química ou doenças neurológicas estejam incapacitadas para reger os atos da vida civil, ou seja, compreender a amplitude e as consequências de suas ações e decisões (impossibilitadas de assinar contratos, casar, vender e comprar, movimentar conta bancária, etc.). 
SUPRIMENTO DA INCAPACIDADE CIVIL (EMANCIPAÇÃO)
Emancipação voluntária: Ocorre por concessão dos pais, em comum acordo. É indispensável o consentimento harmônico dos pais. Não pode ser requerida pelo menor e independe de homologação judicial, sendo feita diretamente no cartório. A partir dos 16 anos.
Emancipação judicial: É concedida pelo juiz através de um processo judicial, na ausência dos pais e ouvindo o tutor. A partir dos 16 anos.
Emancipação legal: A lei descreve determinados fatos em que a pessoa natural supre sua incapacidade civil. Por exemplo: casamento; exercício de emprego público efetivo; colação de grau em curso de ensino superior; abertura de estabelecimento civil ou comercial ou relação de emprego, desde que possua economia própria. Independe de escritura pública e registro, surtindo efeitos a partir do dia do fato jurídico.
NOME CIVIL
Os elementos fundamentais de individualização do homem civil, são o nome, o estado civil e o domicílio. O nome civil é um direito da personalidade da pessoa natural.	
	O nome civil é composto por duas partes: prenome e sobrenome (Art. 16 CC).
Imutabilidade do nome: Como regra geral, o nome é imutável. Todavia a legislação e a jurisprudência admitem a alteração em alguns casos: erro gráfico; prenome ridículo; nome estrangeiro de difícil pronúncia; adoção; casamento; união estável; mudança de sexo; homonímia; reconhecimento de filiação; divórcio; apelido público e notório; e entre 18 e 19 anos. – (Lei n. 6.015/73) Lei dos Registros Públicos.
ESTADO CIVIL
É a situação de uma pessoa em relação ao matrimónio ou estado conjugal. De acordo com as leis brasileiras existem apenas 5 tipos de estado civil: solteiro, casado, separado, divorciado e viúvo. 
Domicílio é o local onde a pessoa é encontrada, onde ela vai responder por suas obrigações, exercer seus direitos e celebrar seus negócios jurídicos. (Art. 70) – Residência (intenção de ali permanecer).
	O domicílio tem dois elementos:
Objetivo = o lugar, o local
Subjetivo= a intenção de permanecer com ânimo definitivo.
Art. 71 do CC: Se a pessoa tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Se a pessoa não tem uma residência habitual aplicasse o art. 73 do CC: Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, o lugar onde for encontrada. Ex: integrantes de circo; ciganos; andarilhos, etc.
Domicílio profissional (art. 72 do CC): É também domicílio da pessoa natural, quanto as relações concernentes à profissão, o lugaronde esta é exercida. 
Domicílio legal (art. 76 do CC) é o domicílio determinado pela lei.
Incapaz = domicílio de seu representante.
Servidor público = o lugar onde exerce suas funções.
Marítimo = onde o navio estiver matriculado.
Militar = onde servir.
Preso = onde cumprir pena.
A morte extingue a personalidade jurídica (art. 6 do CC).
A COMORIÊNCIA E A AUSÊNCIA: CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS JURÍDICOS
Comoriência – Quando dois ou mais indivíduos vierem a falecer no mesmo tempo, havendo dúvidas a quem tenha morrido primeiro, a legislação civil permite a aplicação da presunção de que tenham morrido ao mesmo tempo (Art. 8 do CC).
Ausência (art. 22 do CC) – Se aplica quando a pessoa desaparece de seu domicílio sem deixar notícias. Para garantir a continuidade das relações jurídicas e manter a segurança jurídica, o Estado permite a aplicação da morte presumida pela ausência da pessoa, existindo 3 fases:
Curadoria dos bens do ausente: A ausência ainda é muito recente e, por esse motivo, o juiz arrecadará os bens, nomeará curador e publicará editais de 2 em 2 meses, anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse de seus bens. – Pode durar 1 ano (não deixando representantes) ou 3 anos (deixando representante).
Sucessão provisória (art. 26 do CC): Após 1 ou 3 anos do primeiro edital, poderá ser aberta a sucessão provisória, passando-se aos herdeiros a posse dos bens, desde que prestem garantia (caução) de devolve-los integralmente caso o ausente apareça – 10 anos. 5 anos caso o ausente tiver mais de 80 anos.
Sucessão definitiva (art. 37 do CC): Os interessados poderão requerer sucessão definitiva levantando as cauções que prestaram em juízo. Caso o ausente apareça nos anos seguintes, receberá os bens no estado em que se encontrarem.
Aberta a sucessão definitiva, a morte presumida extingue o vínculo conjugal.
TEORIA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE
Direito da personalidade são direitos subjetivos conferidos a todas as pessoas naturais (seres humanos) com o intuito de proteger a sua integridade física, moral e intelectual.
	Todos os direitos da personalidade encontram fundamento no princípio da dignidade humana, consagrado no inciso III do art. 1º da Constituição Federal de 1988. Este princípio é uma cláusula geral de proteção da pessoa humana.
	O conceito de personalidade está relacionado ao exercício de direitos existenciais
	O conceito de capacidade está relacionado ao exercício de direitos patrimoniais. 
*Entes despersonalizados – Não possuem personalidade, mas possuem capacidade e com ela, eles são sujeitos de direito. Jamais poderão titularizar relações patrimoniais (podem celebrar contrato, mas jamais sofrerá dano moral) EX: condomínio, herança jacente.
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DA PERSONALIDADE
Intransmissíveis: Os direitos da personalidade não podem ser transferidos para outras pessoas. Nascem e se esgotam com a própria pessoa. EX: Não posso transmitir minha identidade para outra pessoa pois minha identidade é intransmissível.
Irrenunciáveis: Os direitos da personalidade são irrenunciáveis porque o seu titular não pode abdicar desses direitos. EX: Não posso renunciar minha filiação por não gostar de meus pais, pois a filiação é irrenunciável.
Ilimitados: Os direitos da personalidade são ilimitados porque não existe um número certo de direitos da personalidade, por esse motivo eles não podem ser quantificados.
Absolutos: são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à coletividade o dever de respeitá-los
Extrapatrimoniais: Não estão inseridos na esfera patrimonial da pessoa, não estão sujeitos a valores ou aferição econômica. EX: Não se pode valorar a vida ou a honra de uma pessoa.
Impenhoráveis: Não podem servir como garantia de pagamentos de dívidas, são insuscetíveis de valoração econômica
Indisponíveis: A pessoa não pode dispor da forma que bem entender dos seus direitos de personalidade. EX: Não posso doar o meu coração para um filho, porque o meu direito a vida é indispensável.
Imprescritíveis: Podem ser exercidos a qualquer tempo, não se extinguem pelo seu uso, nem pela sua inércia. EX: Mesmo que eu tiver 50 anos de idade tenho o direito de ajuizar uma ação de investigação de paternidade para reconhecer a minha filiação.
Vitalícios: Acompanham a pessoa do seu nascimento até o momento da sua morte.
Alguns direitos da personalidade persistem mesmo após a morte da pessoa, como por exemplo o direito a honra e a imagem.
Alguns direitos da personalidade, também, surgem antes do nascimento, no caso da proteção ao nascituro.
PESSOA JURÍDICA
Pessoa jurídica é a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídica para adquirir direitos e contrair obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 cc), ou diretamente da lei que a institui. 
OBS: A pessoa jurídica, quando formadas por pessoas naturais:
Tem vida própria e autônoma, não se confundindo com a vida de seus membros.
Possui patrimônio próprio.
Não podem exercer atos que sejam privativos de pessoas naturais. EX: requerer indenização por danos morais por violação a integridade física
Podem ser sujeito ativo ou passivo de atos civis e criminais.
Requisitos para a constituição da pessoa jurídica 
Vontade humana, caracterizada pelos estatutos ou contratos sociais.
Observância dos critérios legais
Fim lícito
CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
Quanto as suas funções ou atividades executadas:
a) Pessoa jurídica de direito público: 
*Externo: os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
*Interno: I- a União; II- os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III- os Municípios; IV- as autarquias, inclusive as associações públicas; V- demais entidades de caráter público criadas por lei.
b) Pessoa jurídica de direito privado:
I- as associações; II- as sociedades; III- as fundações; IV- as organizações religiosas; V- os partidos políticos; VI- as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Quanto a estrutura interna:
a) Corporações: São formadas pela coletividade de pessoas reunidas para atingir determinada finalidade. EX: associações.
b) Fundações: Consiste na reserva de determinado patrimônio para o atingimento de um interesse humano.
Quanto a nacionalidade:
a) Pessoa jurídica nacionais: Registrada em território brasileiro.
b) Pessoa jurídica estrangeira: Registrada em território estrangeiro.
RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA JURÍDICA
(art. 43 cc) O direito brasileiro adotou a Teoria Publicista para determinar a Responsabilidade Objetiva do Estado por danos causados a terceiros.
Para que se configure a responsabilidade objetiva do Estado é necessário apenas comprovar (Teoria do Nexo de Causalidade):
Ato lesivo lícito ou ilícito do agente público ou prestador de serviço público
Danos a terceiros
Nexo de causalidade entre o ato lesivo e o dano causado a terceiro. 
OBS: A responsabilidade subjetiva depende da comprovação da culpa.
A responsabilidade objetiva independe da comprovação da culpa.
Requisitos para responsabilidade civil
Atividade humana
Dano
Nexo de causalidade
Culpa
RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
As pessoas jurídicas de direito privado respondem com seu próprio patrimônio pelos danos que causarem a terceiros e pelas obrigações assumidas pelos seus administradores, nos limites estabelecidos em seus estatutos.
A regra geral para as pessoas jurídicas de direito privado é a responsabilidade subjetiva nos casos em que a sua atividade implicar risco aos direitos de outrem, pelos produtos colocados em circulação e pelos danos causados pelos seus agentes.
Nos casos exemplificados por lei, é objetiva.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE DA PESSOA JURÍDICA
(art. 50 cc) Ocorre quando o juiz desconsidera a autonomia patrimonial da pessoa jurídica para que o patrimônio de seus sócios, ou administradores, respondam pelas obrigações da empresa.
O código civil exige o abusoda personalidade (Teoria maior), enquanto o código de defesa do consumidor não exige o abuso da personalidade (Teoria menor).
Requisitos para desconsideração da personalidade
Insolvência (estado do devedor que não é comerciante e se encontra sem recursos, financeiros ou patrimoniais, para saldar as obrigações contraídas; inadimplência.)
Ato abusivo
Desconsideração inversa
É o afastamento da personalidade da pessoa física para permitir a responsabilização dos bens que integram a pessoa jurídica de direito privado.
ASSOCIAÇÕES
As associações são pessoas jurídicas de direito privado formada pela união de pessoas que se organizam para desenvolver uma atividade lícita que não tenha intuito lucrativo. EX: sindicatos, grêmios estudantis, escolas de samba, clubes esportivos.
Diferenciam-se das fundações por serem formadas pela coletividade de pessoas, e não de bens, e diferenciam-se das sociedades por não terem finalidade lucrativa.
A ausência de intuito lucrativo não as impede de ter patrimônio e desenvolver atividades visando arrecadar valores para que possam atingir seus fins. O lucro pode ser o meio, mas nunca o fim de uma associação, sendo absolutamente proibida qualquer repartição de valores entre os associados.
Constituição de uma associação
Somente adquire personalidade jurídica por meio do registro do seu ato constitutivo (estatuto) no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas.
A criação de uma associação não depende de prévia autorização do Poder Executivo, por ser um direito fundamental da pessoa humana. (art 5º, XVII CF)
Direitos dos associados
Isonomia (art. 55 cc)
Convocação da assembleia geral por 1/5 dos associados (art. 59 e 60 cc)
Garantia de ampla defesa e recurso, na forma do estatuto, no procedimento de exclusão (art. 57)
Exercer direitos ou função legitima (art 58 cc)
OBS: Regra geral, a qualidade de associado é intransmissível (art. 56)
Extinção da associação
(art. 61 cc) Em caso de dissolução de uma associação, os bens remanescentes do seu patrimônio líquido serão destinados a entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, a instituição municipal, estadual ou federal, de fim idêntico ou semelhantes.
FUNDAÇÕES
São pessoas jurídicas de direito privado formadas por um patrimônio, uma coletividade de bens para desenvolver uma atividade lícita que não tenha intuito lucrativo.
Criação e organização das fundações
Dotação patrimonial
Instituição (através de instrumento público ou testamento)
Elaboração do estatuto no prazo de 180 dias (art 65 cc)
Aprovação pelo Ministério Público (art. 66 cc)
Registro
Extinção das fundações
Tornando-se ilícita (objeto contrário ao ordenamento jurídico), impossível (não possui meios para manutenção) ou inútil (objetivo alcançado), os bens da fundação serão transmitidos para outra fundação que tenha finalidade semelhante.
EXTINÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS
A pessoa jurídica pode ser extinta pelas seguintes causas:
Convencional – ato de vontade.
Legal – hipóteses de extinção previstas em lei. EX: morte dos sócios (art. 1.028 cc).
Administrativa – se aplica as pessoas jurídicas que precisam de autorização do poder executivo.
Judicial – quando há um processo judicial e é proferida uma decisão determinando o cancelamento do registro.
BENS
Bens são todos os objetos materiais e imateriais existentes na natureza, que proporcionam uma utilidade as pessoas.
Coisa são os bens que possuem valor econômico e que são suscetíveis de apropriação. É algo que possa tornar titular ou proprietário daquele bem.
Patrimônio é o complexo de relações jurídico-materiais de uma pessoa física ou jurídica, abrangendo os direitos reais e obrigacionais.
Classificação dos bens
Bens considerados em si mesmos: (imóveis e móveis; fungíveis e infungíveis; consumíveis e inconsumíveis; divisíveis e indivisíveis; materiais e imateriais; singulares e coletivos)
Bens reciprocamente considerados: (principais e acessórios)
Considerados em relação ao titular: (particulares e públicos)
Bens imóveis não podem ser transportados, sem destruição de um lugar para o outro. A aquisição da propriedade de bem imóvel ocorre mediante procedimento formal (escritura pública e registro).
a) Bens imóveis por natureza= o solo e tudo que lhe for incorporado naturalmente (solo, arvore).
b) Bens imóveis por acessão artificial= bens incorporados ao solo pelo homem (casa, muro, ponte).
c) Bens imóveis por determinação legal=
I- direitos reais e as ações que as asseguram (usufruto, hipoteca, servidão).
II- direitos que decorrem da sucessão aberta (herança).
Bens móveis podem ser removidos de um lugar para o outro sem alteração de sua substância ou a destinação econômico-social. A aquisição da propriedade de um bem móvel ocorre da maneira informal (tradição).
a) Bens móveis por natureza= os semoventes (se movem por força própria – os animais) e as inanimadas (coisas que possam ser transportadas sem que destruam – carro, lápis, cadeira)
b) Bens móveis por antecipação= São aqueles transformados em bens moveis pelos seres humanos, em atenção para sua finalidade econômica (fruta colhida, madeira cortada, pedra extraída)
c) Bens móveis por determinação legal=
I- As energias que tenha valor econômico.
II- Os direitos reais (direito sobre uma coisa – propriedade, usufruto) sobre móveis e as ações que correspondentes.
III- Os direitos pessoais (direitos da pessoa – direito de crédito, direito autoral, direito de uso de marca) de caráter patrimonial e respectivas ações.
Fungíveis são bens que podem ser substituídos (ex: dinheiro).
* O bem fungível pode se tornar infungível por vontade das partes.
Infungíveis são bens insubstituíveis (obra de arte rara; livro com dedicatória).
Consumíveis o uso importa na sua destruição imediata.
EX: consumo de fato: alimentos, combustíveis
consumo de direito: bens destinados a venda (roupa nova, relógio até ser vendido).
* O critério para o consumo jurídico é estar a venda.
Inconsumíveis bens que podem ser usados de forma contínua e reiterada sem que isso importe sua destruição imediata. EX: relógio, livro, carro (desde que não esteja a venda).
* Pela vontade das partes um bem consumível pode se tornar inconsumível. EX: uma garrafa de vinho que por acordo das partes será usada apenas para exposição.
Divisíveis são bens que podem ser fracionados sem alteração, diminuição ou prejuizo na sua substância (dinheiro, alimentos).
Indivisíveis são bens que não podem ser fracionados, sob pena de perder sua utilidade, valor ou quantidade existencial.
a) Bens indivisíveis por natureza= carro, joias.
b) Bens indivisíveis por determinação legal= herança.
c) Bens indivisíveis pela vontade das partes= condomínio.
Singulares aqueles que embora reunidos, se consideram por si só, independente dos demais (um livro, uma arvore, um elefante).
Coletivos ou universais aqueles formados por vários singulares que reunidos, passam a formar uma coisa só (biblioteca, uma floresta, uma manada).
*Universalidade de fato: conjunto de bens reunidos por vontade humana
*Universalidade de direito: conjunto de bens reunidos por determinação legal.
Bens principais são aqueles que possuem vida própria, sua existência independe de qualquer outro bem (o solo; o contrato; a arvore etc)
Bens acessórios aqueles que sua existência é subordinada a existência do bem principal (a casa em relação ao solo; juros em relação ao contrato; frutos em relação a arvore).
*Gravitação jurídica- O acessório segue o principal.
Classificação de BENS ACESSÓRIOS
Frutos – Todas as utilidades que um bem produz de forma periódica e cuja percepção mantem intacta a substancia que a produziu (juros, alugueis, frutos, crias).
*Aos frutos se aplicam os efeitos da gravitação jurídica.
Produtos – bens que se retiram da coisa desfalcando a sua substancia e diminuindo a sua quantidade. São bens que não se renovam (petróleo, arroz, minérios).
*Aos produtos se aplicam os efeitos dagravitação jurídica.
Pertenças – são bens que, não constituindo parte integrante, destinam-se, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento do bem principal. Melhora o uso a serviço do bem principal (corrimão da escada, tapete, chip).
*Regra geral, não se aplicam os efeitos da gravitação jurídica
Parte integrante – bens que se agregam ao principal, formando com ele um todo (roda em relação ao carro; brilhante em relação ao anel; lente em relação aos óculos).
Benfeitorias – toda espécie de despesa ou obra (melhoramento) realizada em um bem.
a) Benfeitoria necessária: objetivo de evitar sua deteriorização.
b) Benfeitoria útil: aumentar seu uso ou valoriza-lo
c) Benfeitoria voluptuária: dar mais comodidade/embelezamento/mero deleite.
*Regime jurídico das benfeitorias: será ressarcido, será indenizado, o possuidor de boa-fé que houver realizado benfeitorias necessárias e uteis.
As benfeitorias voluptuárias não serão indenizadas, podendo ser retiradas desde que não prejudique o bem principal.
*Direito de retenção é a permissão concedida pela norma ao credor de conservar em seu poder coisa alheia até o pagamento do que lhe era devido (benfeitoria uteis e necessárias).
Acessão – é o modo originário de aquisição da propriedade em virtude do qual fica pertencendo ao proprietário tudo aquilo que adere ao imóvel. Construir algo novo na propriedade (ex: um muro ao redor da casa).
*Artificiais: construções e plantações
*Naturais: formações de ilhas
Bens públicos são aqueles que pertencem ou estão sob a administração da pessoa jurídica de direito público interno ou externo.
Classificação quanto a destinação do bem público
* de uso comum do povo: são bens que estão a disposição da coletividade. Ex: ruas; praças; praias; estradas.
* de uso especial: conservado pelo Estado para a prestação de serviços públicos. Patrimônio administrativo. Ex: repartições públicas; cemitérios; museus; aeroportos; navios militares; ambulância; viatura
* dominicais: aqueles bens que não tem finalidade publica. Ex: repartições públicas desativadas, a divida ativa, as terras devolutas.
OBS: Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especial são bens que tem destinação publica, são bens que estão afetados, ligados a uma finalidade publica. (da proteção ao bem)
Desafetação – retira a proteção do bem
Regime jurídico dos bens públicos
Inalienabilidade -> 
Impenhorabilidade
Imprescritibilidade

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