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Antropometria Pediátrica

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ANTROPOMETRIA PEDIÁTRICA
PESO
- Variações do peso corporal ocorrem a intervalos mais curtos de tempo que as da estatura.
- Lactentes (até 24 meses de idade): Recomenda-se o uso de balança pediátrica. O peso corporal deve ser aferido com o lactente despido.
- Maiores de 2 ano: Recomenda-se o uso de balança tipo adulto. Vestir o mínimo de roupa possível.
ESTATURA
- Lactentes (até 24 meses): O comprimento deve ser medido com o lactente deitado sobre superfície macia e firme. O lactente deverá estar em decúbito dorsal sobre superfície plana horizontal, com haste fixa (zero) ajustada à cabeça (sem compressão), e o cursor móvel será ajustado ao plano plantar, que deverá formar ângulo reto com a superfície horizontal. Deve-se sempre estar atento à posição da crinça, para que ela não interfira com a medição, como por exemplo os pés de bailarina. O instrumento adequado é a régua antropométrica.
- Crianças maiores de 2 anos: A altura deverá ser medida em crianças maiores de 2 anos que já consigam permanecer em pé (sem apoio) e manter a atitude correta durante o exame. O instrumento adequado para essa medida é o estadiômetro vertical (escala móvel). Duas medidas devem ser realizadas e, se a diferença entre elas for menor que 1 cm, a média deverá ser considerada; caso a diferença ultrapasse 1 cm, todo o procedimento deverá ser repetido.
PERÍMETRO CEFÁLICO
 A medida do perímetro cefálico deve ser realizada em toda a consulta pediátrica nos 3 primeiros anos de vida em função do rápido crescimento cerebral durante esse período. Posteriormente, a avaliação anual deve fornecer dado complementar ao exame físico. 
 A fita métrica deverá ser posicionada sobre os pontos de referência (occipício e glabela), por onde a fita deverá circundar toda a cabeça e não deverá passar sobre o pavilhão auricular. 
SEGMENTOS CORPORAIS
 Ao ser traçada uma linha imaginária que divide o corpo em duas metades iguais, ao nascimento, essa linha situa-se pouco acima da cicatriz umbilical; aos 6 anos de idade, a linha situa- se na espinha ilíaca ântero-superior e, no adulto, deverá situar-se sobre a borda inferior da sínfise púbica. Isso ocorre devido às diferenças no ritmo de crescimento entre os membros superiores e inferiores; os membros inferiores apresentam velocidade superior à do tronco.
- O segmento corporal inferior é definido pela distância entre a borda superior da sínfise púbica até o chão, estando o indivíduo ereto, com os pés ligeiramente afastados, suficiente para o posicionamento da fita métrica.
- O segmento corporal superior pode ser calculado considerando a diferença entre a altura e o valor obtido para o segmento inferior.
- A relação entre os segmentos superior e inferior (SS/SI) é estimada em 1,7 ao nascimento, cerca de 1,3 aos 3 anos de idade e aproxima-se de 1,0 dos 7/8 anos até o final da adolescência. Valores inferiores a 0,9 nes- sa relação, em qualquer faixa etária, são sugestivos de alterações na proporção corporal.
ENVERGADURA
 A avaliação da relação entre envergadura e estatura (Envergadura–Estatura) deverá ser calculada durante o processo de crescimento e poderá indicar a presença de doença quando alterada a proporção descrita segundo a idade e o gênero.
 As diferenças entre as medidas da envergadura e estatura mais frequentemente encontradas são: –3 cm do nascimento até os 7 anos de idade; entre os 8 e 12 anos, aproxima-se de 0; e, aos 14 anos, os valores esperados chegam a +1 cm para as meninas e +4 cm para os meninos.
 A medida da envergadura deverá ser realizada utilizando-se fita métrica maleável e inextensível. A criança deverá ser mantida ereta ou sentada corretamente, evitando-se desvios do eixo longitudinal do tronco, e os braços abertos formando ângulo reto com o corpo. A fita métrica inextensível deverá ser estendida da ponta de um dos dedos médio até a extremidade do outro dedo médio.
DOBRAS CUTÂNEAS
- Devem ser medidas para avaliar a quantidade de tecido adiposo. É necessário aparelho específico denominado plicômetro ou paquímetro.
- As medidas deverão ser realizadas com as crianças eretas, e as regiões mais indicadas para a verificação dessa variável são:
Dobra tricipital
- Deve ser medido no ponto médio entre o acrômio e o olecrano. 
- No ponto determinado, pinça-se com o dedo indicador e o polegar o tecido a ser medido, aplicando-se o aparelho medidor a cerca de 1 cm do ponto pinçado.
Dobra subescapular Dobra supra-ilíaca
- Abaixo do ângulo inferior da escápula. 
Dobra abdominal
- Cerca de 1 cm da cicatriz umbilical (em um dos bordos laterais).
CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL
Para a correta realização da medida, a criança deve estar em pé, apoiada em ambos os pés, os quais deverão estar separados entre si em 25 a 30 cm. O examinador deverá posicionar-se sentado ao lado da criança; a borda inferior da última costela e a crista ilíaca ântero-superior deverão ser identificadas e marcadas, utilizando fita métrica inextensível; define-se o ponto médio entre esses dois limites, o qual deverá ser também marcado. Esse procedimento deverá ser repetido nos dois lados do abdome; a fita métrica deverá passar sobre esses pontos, contornando todo o abdome e mantendo o plano horizontal, sem comprimir os tecidos; a medida deve ser realizada ao final de uma expiração normal.
AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO
É no período fetal que se verifica a maior velocidade de crescimento de toda a vida do indivíduo. Os dois primeiros anos de vida têm uma grande velocidade, conhecida como primeiro estirão. Após os 2 anos de idade e até o início do estirão pubertário, os ganhos de peso e de estatura passam a exibir aumentos de menores intensidades, mantidos de modo mais contínuo, mantendo-se dentro do denominado “canal de crescimento” esperado segundo a idade e o gênero. 
A avaliação do crescimento da criança pode ser realizada por métodos clínicos, físicos (radiologia: maturação óssea), antropométricos e bioquímicos (dosagens de ferro, proteínas, cálcio). Os métodos clínicos têm como base a anamnese e o exame físico, e são usados em conjunto com os exames subsidiários e com a antropometria. Soma-se a esses fatores a avaliação da velocidade de crescimento, compondo uma série de requisitos para uma abordagem ampla do processo de crescimento da criança.
ANTROPOMETRIA – ÍNDICES E CURVAS DE REFERÊNCIA 
- Os índices mais utilizados na criança são: peso para idade (P/I), estatura para a idade (E/I), peso para estatura (P/E) e índice de massa corpórea ou IMC (peso em quilogramas dividido pela estatura em metros quadrados).
- O P/I é um índice de massa corporal e sua interpretação isolada pode ter pouco valor, exceto nos primeiros 2 anos de vida, durante os quais os déficits podem indicar emagrecimento.
- Déficits de E/I podem indicar uma criança normalmente baixa ou com parada de crescimento decorrente de um processo patológico crônico.
- Altos índices de E/I são menos frequentes e geralmente estão associados a doenças cromossômicas, genéticas ou hormonais. 
- A relação peso para estatura (P/E) avalia o peso corporal relativo à estatura da própria criança e tem a vantagem de dispensar o conhecimento da idade, diferenciando melhor a perda súbita de peso do emagrecimento ou perda grave. 
- Altos índices de P/E e IMC indicam condições de sobrepeso e obesidade.
- Os índices podem ser analisados como porcentagem da mediana, percentil, desvio-padrão ou escore Z. 
O sistema de percentis quantifica a população de referência do início até o final da distribuição, desde próximo ao zero até ao 100, e é o mais utilizado na prática pela sua facilidade de análise direta. O percentil 50 é a mediana e estar em um determinado percentil significaocupar uma posição em relação à população de referência. Assim, por exemplo, situar-se no percentil 10 de peso é pertencer a 10% da população de referência que tem o mesmo peso ou menos. Quando a curva é adequada para a população avaliada, é esperado que entre 2 e 4% da população se encaixem abaixo ou acima desse ponto. Os percentis extremos da referência são interpretados como posições pouco frequentes na população e, portanto, de maior risco em relação à população em geral.
O uso dos índices ou de suas combinações em determinadas populações de risco bem definido permite a criação de classificações clínicas que são indicadores de condições nutricionais e do processo de crescimento. 
a classificação do estado nutricional segundo o escore Z, define a relação entre o valor da medida que foi observada (MO) menos a média esperada segundo a idade e gênero (MEIG), sendo dividido o resultado pelo desvio-padrão esperado para a faixa etária (DP).
Escore Z = (MO – MEIG)/DP
A aplicação do conceito do escore Z tem sido ampla- mente utilizada na avaliação nutricional em estudos populacionais. Para qualquer dos índices analisados, escore Z inferior a –2 DP (desvios-padrão) indica inadequação; a baixa estatura é definida quando a estatura está abaixo de –2 DP; são considerados obesos aqueles indivíduos cuja adequação P/E esteja acima de 2 escores Z.
CURVAS DE CRESCIMENTO
As curvas de crescimento de referência são construídas a partir de uma população normal e necessárias para comparar as medidas antropométricas observadas com valores esperados para idade e sexo. 
A OMS adotou a curva de referência do NCHS. A versão atualizada da curva do NCHS, incluindo os percentis 3 e 97 e a extensão da curva até os 20 anos de idade, foi publicada no ano 2000. Esta curva avalia diversos parâmetros como: peso, estatura, perímetro cefálico, P/E e IMC.
- Em 2006 foi lançada a curva da OMS. Trata-se de uma reconstrução da curva do NCHS de 1977, suplementada com os dados de crescimento das crianças menores de 5 anos do estudo da OMS. 
Crescimento nos Primeiros Dois Anos de Vida
É aceito que, durante os primeiros 18 a 24 meses, a criança possa variar sua velocidade de crescimento e oscilar sua posição nos percentis da curva referência até atingir seu curso individual. Além disso, o lactente apresenta, com frequência, situações temporárias de doença e/ou perdas nutricionais que interferem no processo normal de aquisição de peso e/ou estatura; em resposta ocorre uma aceleração compensatória até o retorno ao percentil ou canal original de crescimento.
Principalmente no 1o trimestre de vida, o cálculo do ganho de peso diário (ΔP) deverá ser calculado a partir do peso medido durante a consulta (PM), do qual será subtraído o peso medido na consulta anterior (PP); divide-se o resultado pelo intervalo de tempo entre as duas consultas (Δt).
ΔP = (PM – PP)/ ∆t
Especial atenção deverá ser dada ao cálculo do ganho ponderal durante os primeiros 15 ou 30 dias de vida; nessa fase, sempre que possível, considera-se o peso de alta, que sofre menor influência das perdas fisiológicas, atribuídas à eliminação do mecônio, e das perdas hídricas, associadas à dificuldade de uma amamentação efetiva devido à ejeção do colostro e início da amamentação. Essas perdas correspondem a cerca de 3,5% do peso ao nascer (perda máxima de 5%), que é recuperado aos 7–10 dias de vida.
No 1o ano de vida, a criança, que nasce com cerca de 3.000 g, dobra seu peso até os 6 meses e o triplica aos 12 meses de idade. O ganho ponderal é de 6,5–8 kg no 1o ano de vida e de 3 kg no 2o ano. 
Durante o 1o ano de vida, o lactente cresce cerca de 25 cm, assim, a estatura, ao final do 1o ano de vida,
deve aumentar em cerca de 50% em relação à descrita ao nascimento. Durante o 2o ano de vida, seu crescimento fica em torno de 13 cm.
No lactente, também é importante o seguimento dos ganhos em relação ao perímetro cefálico (PC), considerado um bom indicador da adequação do crescimento do sistema nervoso central. Nos primeiros meses de vida, alterações do PC podem anteceder atrasos do desenvolvimento neuropsicomotor.
Crescimento de 2 a 10 Anos de Idade
Após os 2 anos de idade, há uma lentificação do crescimento linear e da incorporação de massa gordurosa, tornando mais difícil a detecção de problemas ou doenças que se manifestam através da desaceleração ou parada do crescimento. 
As crianças maiores de 2 anos crescem com uma velocidade uniforme, mantendo-se dentro de um canal de crescimento até a adolescência, quando irão redefinir seu processo em direção ao potencial genético. Crescer paralelo ao mesmo percentil ou crescer dentro de um ou dois canais é considerado o mais adequado para as crianças após os 2 anos de vida, e mudanças de canal de crescimento indicariam a necessidade de avaliação mais detalhada diante da possibilidade de ocorrência de doenças, principalmente em relação ao crescimento estatural.
A criança nessa faixa etária mantém seu crescimento relativamente constante (5 a 6 cm/ano), caracterizando o chamado canal de crescimento. Nessa fase, o potencial genético, os fatores hormonais determinam de forma preponderante o ritmo de crescimento. As meninas crescem mais, principalmente de 1–4 anos, e o ganho ponderal para ambos os sexos é de 1,5–2 kg/ano. A velocidade de crescimento anual é de 8 cm aos 2 anos de idade e de 7 cm aos 3 anos. A partir dos 4 anos, a velocidade média de crescimento é de 5 a 6 cm até o início da puberdade. 
PERCENTIL
Percentil é a distribuição dos indivíduos de uma determinada amostra populacional em relação às medidas antropométricas. É a frequência com que ocorre determinado peso ou estatura em um determinado grupo de acordo com sexo, faixa etária ou estado fisiológico.
As curvas de percentis são práticas e proporcionam o diagnóstico da condição nutricional da criança e do adolescente. As curvas do National Center for Health Statistics (NCHS) são consideradas referenciais. 
Com o passar do tempo outras curvas foram propostas, tais como a do Centers for Disease Control (CDC), em 2000. Em relação à sua estruturação, utilizaram-se como referência crianças e adolescentes brancos, por esta razão não são mais indicadas para uso, pois a população de referência citada apresentou excesso de peso.
As curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2006 – para crianças de zero a cinco anos de idade – e as de 2007 – para avaliação de indivíduos entre cinco a 19 anos de idade – são consideradas como padrão de crescimento, pois atendem às condições de nutrição e saúde.
Deste modo, as disponíveis para uso são as que contêm medidas antropométricas de altura, comprimento e peso, totalizando 60 curvas (entre percentis e escore-z), com subdivisões de faixas etárias como do nascimento aos seis meses de vida, dos seis meses aos dois anos, dos dois aos cinco anos, dos cinco aos 10 ou 19 anos de idade; ou do nascimento aos cinco anos e dos cinco aos 19 anos de idade.
ESCORE-Z
Escore-z é a medida de quanto o indivíduo se afasta ou se aproxima da mediana em desvio-padrão (DP). Para calculá-lo, podem-se utilizar as seguintes relações: peso por estatura (P/E), peso por idade (P/I) e estatura por idade (E/I).
Este conceito é mais bem aceito na literatura científica, sendo um ótimo método para estudos dos grupos populacionais epidemiológicos e em pesquisas, porque as curvas da WHO e da NCHS/WHO distribuem seus valores assim como faz com os percentis, não necessitando de cálculos aritméticos para tal, como anteriormente era necessário para obtenção destes resultados.
Nos países em desenvolvimento, o inadequado consumo alimentar e as infecções repetitivas são alguns fatores que podem estar relacionados à avaliação antropométrica, tendo relação com o acesso à alimentação, assistência à saúde e moradia – o que influi em grande parte dos problemasde saúde pública. Desta forma, a avaliação do estado nutricional da população pode constituir-se como um parâmetro indireto de sua qualidade de vida.

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