Buscar

(20161113221031)RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

HIPÓTESES DE RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC
O Código de Defesa do Consumidor prevê duas hipóteses de responsabilidade civil do fornecedor, ambas objetivas:
a) Responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço;
b) Responsabilidade por vício do produto ou do serviço.
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO - A responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço é decorrente de danos materiais ou pessoais provocados pelo produto ou serviço, sendo denominados acidentes de consumo. Nessa direção, a doutrina entende que o fato do produto é todo e qualquer acidente provocado por defeito de produto ou de serviço que causar dano ao consumidor ou a terceiros, que são a ele equiparados para esse efeito, como visto linhas atrás.
Os artigos 12, § 1º, e 14, § 1º, da Lei nº 8.078/90 definem respectivamente produto defeituoso e serviço defeituoso. O produto e o serviço são considerados defeituosos quando não oferecem a segurança que deles legitimamente se espera. Devem ser levadas em consideração para a configuração da característica de defeituoso algumas circunstâncias, a saber: apresentação do produto e o modo de fornecimento dos serviços; o uso, os resultados e os riscos que razoavelmente deles se esperam e, finalmente a época em que foram disponibilizados no mercado.
A responsabilidade principal é do fabricante, produtor, construtor ou importador. Como analisado precedentemente, o comerciante só responde subsidiariamente, quando os responsáveis principais não puderem ser identificados, ou quando o mesmo não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Aquele que efetivar o pagamento da indenização, conserva o direito de regresso contra os demais obrigados, na medida de sua participação, eis que nos termos do parágrafo 1o, do artigo 25, combinado com o parágrafo único do artigo 7o, do CDC, a responsabilidade é solidária.
ação de responsabilidade civil por danos causados por fato do produto ou do serviço é sujeita a prazo prescricional de cinco anos. O dies a quo de contagem do prazo é o dia em que restaram conhecidos o dano e sua autoria.
RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO - O Código de Defesa do Consumidor, em seus artigos 18, 19 e 20, prevê a responsabilidade civil do fornecedor por vício do produto ou do serviço, ao mesmo tempo em que disciplina as respectivas sanções a serem impostas por iniciativa do consumidor a ser ressarcido. 
Tais vícios podem inquinar a qualidade ou a quantidade dos produtos ou serviços, ensejando, por igual, a responsabilização do fornecedor. Aqui, diferente do que se dá na responsabilidade por fato do produto ou do serviço, a responsabilidade decorre de vícios inerentes, intrínsecos, aos bens ou serviços, os quais provocam o dano na própria coisa, isto é, in re ipsa.
O legislador previu a responsabilidade solidária de todos os que intervierem no fornecimento de produtos ou serviços. Diante disso, o consumidor, destinatário final, em razão da solidariedade passiva, tem direito a responsabilizar o fornecedor imediato do bem ou do serviço, seja o fabricante ou até mesmo o comerciante. Aquele que efetivamente responder pelos danos conservará direito de regresso contra os demais coobrigados, na medida de sua participação no evento. 
A lei prevê sanções para a reparação do vícios do produto e do serviço, dotando o consumidor do direito de exigir do fornecedor responsável que as cumpra. As sanções variam, conforme se trate de vício de qualidade ou de quantidade do produto ou de qualidade do serviço, da seguinte forma:
a) No caso de vício de qualidade do produto, concede-se ao fornecedor o prazo de 30 (trinta) dias, para que substitua as partes viciadas do produto. Expirado o prazo, sem que o vício tenha sido sanado, são previstas as seguintes sanções, alternativamente exigíveis pelo consumidor (art. 18, § 1o, CDC):
substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; 
restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
abatimento proporcional do preço. 
b) sanções alternativamente exigíveis no caso de vício de quantidade do produto (art. 19, CDC):
substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo; 
complementação do peso ou medida; 
abatimento proporcional do preço; 
restituição imediata da quantia paga, com correção monetária, acrescida de perdas e danos. 
c) sanções alternativamente exigíveis no caso de vício de qualidade do serviço (art. 20, CDC):
reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; 
restituição imediata da quantia paga, com correção monetária, acrescida de perdas e danos; 
abatimento proporcional do preço. 
O direito à reparação em face de vícios do produto ou serviço se sujeita aos seguintes prazos decadenciais: 30 (trinta) dias, tratando-se de produto ou serviço não-durável, e 90 (noventa) dias, tratando-se de produto ou serviço durável.
Registre-se que tais prazos, no caso de vícios aparentes ou de fácil constatação, começam a contar a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço. Tratando-se de vícios ocultos, o prazo começa a contar no momento em que for evidenciado o defeito.
A relativa exigüidade dos prazos decandenciais, pode induzir à errônea impressão de que o recurso ao Judiciário deva ser uma medida a ser tomada o mais urgente possível sob pena de se perder a oportunidade de fazê-lo. Pertinente esclarecer-se que aquelas sanções em epígrafe podem e devem ser, antes, exigidas extra-judicialmente. Tal procedimento, de per si, não estimula o fornecedor a esperar e impor delongas com o fito de ver o tempo passar e fazer operar-se o decurso daqueles prazos. Ocorre que o fornecedor chamado à responsabilidade extra-judicialmente não se estimula a lançar mão de semelhante ardil, na medida em que a reclamação, comprovadamente formulada perante ele pelo consumidor, faz com que o curso do prazo decadencial seja obstado (suspensão) até a resposta negativa correspondente.

Outros materiais