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COMERCIO INTERNACIONAL REGULAR 13

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www.pontodosconcursos.com.br 1
Oi, pessoal. 
 
Hoje vamos ver a parte em negrito do tópico 13 do edital de AFRF, 
exceto as formas de pagamento, que já foram vistas na aula anterior. 
O que não está em negrito será visto na próxima aula. 
“13. Formas de pagamento no comércio internacional. 
Operações prontas e operações futuras. Arbitragem. Swaps. 
Modalidades de financiamento à exportação e à importação. Câmbio. 
Tipos de taxas cambiais. Contratação, prazos e liquidação. 
Garantias. Controle cambial no Brasil.” 
 
Câmbio 
 
O controle cambial no Brasil é executado pelo Banco Central. Consiste 
em fiscalizar se as remessas e os recebimentos de recursos externos 
estão sendo feitos dentro da legalidade. 
Como são feitas as remessas para pagamento de alguma coisa? 
Os bancos mantêm contas entre si. O Banco Itaú tem conta no 
Citibank de Nova York. Tem também no banco japonês e no italiano e 
no francês. Enfim, em quase todos os países. “Quase”? Sim, quase. O 
banco não é bobo de colocar dinheiro em banco russo nem em banco 
turco. 
Você abriria uma conta num banco argentino? Eu, hein... 
Pois bem, os bancos têm contas entre si e é dessas contas que saem 
os recursos para os exportadores estrangeiros. Mas não só para eles. 
Caso a Petrobrás decida fazer um investimento na Venezuela, como 
isso será feito? 
A Petrobrás entrega o valor em reais para o banco Bradesco ou algum 
onde tenha conta (provavelmente o Banco do Brasil), e este banco 
brasileiro disponibiliza a moeda estrangeira para a Petrobrás no 
exterior. 
A empresa pode então usar o dinheiro no investimento, comprando 
material, pagando salários, enfim usando o dinheiro para fazer a 
construção ou o investimento que quiser. 
Quando a gente dá uma olhada em como o Governo brasileiro age 
sobre as importações e exportações, vemos que há três espécies de 
controle: 
1) O controle administrativo – que é o controle efetuado para se 
permitir ou não a entrada (ou a saída) de determinada mercadoria. 
Este controle precede o despacho aduaneiro, pois primeiramente tem 
que ser autorizada a importação ou a exportação para que depois a 
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mercadoria seja apresentada à Receita para ser conferida. O controle 
administrativo é gerido pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), 
que está na estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior; 
2) O controle fiscal – que é o controle que a Receita Federal faz 
sobre a mercadoria “in loco”. Por este controle, a Receita procede ao 
despacho aduaneiro, que é o procedimento fiscal destinado a verificar 
a regularidade da importação/exportação. Repito: O despacho 
somente ocorre depois que a mercadoria já passou pelo controle 
administrativo. 
3) O controle cambial – Por este controle, o Banco Central verifica 
como estão sendo feitos os pagamentos internacionais. O BC define 
as formas ou modalidades de pagamento (vistas na aula anterior), 
define os prazos, define alguns limites para as operações dos bancos, 
enfim define tudo que se refira à matéria cambial. O Banco Central 
não verifica se os impostos foram corretamente recolhidos. Isto é 
competência da Receita Federal. 
Atenção: O pagamento que o Banco Central fiscaliza não é o dos 
tributos, mas o pagamento pela mercadoria. 
 
Contrato de câmbio 
 
Como o importador brasileiro paga ao exportador estrangeiro? Já 
vimos na aula anterior que o dinheiro sai da conta que o banco 
brasileiro mantém em um banco estrangeiro. Mas como é feita esta 
troca de moedas? Quantos reais serão necessários para que o 
Bradesco libere US$ 10.000,00 (dez mil dólares) ao exportador 
estrangeiro? 
A conversão, ou câmbio, das moedas é feita a partir de um contrato 
de câmbio. O importador, precisando pagar ao exportador um valor 
de US$ 10.000,00, recorre a um banco, qualquer banco autorizado a 
operar em câmbio, e lhe pergunta: “Ei, tô precisando mandar US$ 
10.000,00 para o exportador francês. Qual é tua taxa de câmbio (ou 
quanto você me cobra em R$ para liberar os US$ lá para fora)?” 
O banco vai dizer: “Minha taxa é US$ 1 = R$ 2,30”. 
O importador pode gostar ou não da resposta. Se não gostar, vai ficar 
repetindo a mesma pergunta para os outros bancos até conseguir a 
taxa que mais lhe agrade. 
É fácil visualizar isto no pagamento antecipado, onde o pagamento 
acontece antes que venham os documentos de embarque do exterior. 
Os documentos não estão com banco algum e, por isso, o importador 
tem liberdade de contratar o câmbio. 
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É fácil também visualizar isto na remessa sem saque, já que não 
houve intervenção bancária na chegada dos documentos. O 
importador também está livre para pegar a melhor taxa. 
Mas, e na modalidade cobrança, se os documentos estão com um 
banco, será que o importador vai poder ficar procurando outros 
bancos em busca da melhor taxa? Parece óbvio que não. Se os 
documentos estão com um banco, é claro que o pagamento tem que 
ser feito para ele. O câmbio tem que ser contratado com ele. Será 
que o banco vai entregar os documentos ao importador se este pagar 
para um outro banco? Será que uma loja entrega uma televisão para 
mim se eu der um dinheiro para outra pessoa como, por exemplo, 
para a minha esposa? Ah! como seria legal... Todo dia eu ia dar um 
dinheiro para a minha esposa e ia correndo lá na loja dizer: “Olha, 
me dá aquela televisão, aquela geladeira e aquele som e sem 
reclamar, porque eu acabei de pagar para minha esposa.” 
Na prática, o que acontece na modalidade cobrança é que o 
importador faz esta cotação de taxas antes de os documentos serem 
enviados pelo exportador para que, quando os documentos vierem, 
eles venham direto para o banco que eu, importador, indicar. Mas 
isso se o exportador concordar... Se o exportador só confiar em um 
banco no seu país e se este banco somente confiar em um banco 
brasileiro, haverá alguma chance de a cobrança se dar com um banco 
escolhido pelo importador? Parece óbvio que não... 
E, na modalidade carta de crédito, o importador pode ficar fazendo 
cotação de taxa? Não. O câmbio vai ter que ser fechado com o banco 
que emitiu a carta de crédito. 
 
Quando o importador e o banco definem a taxa de câmbio estão 
fazendo a contratação. 
Todo contrato de câmbio tem duas etapas: a contratação e a 
liquidação. 
A contratação corresponde à assinatura do contrato. No 
contrato fica então definida a taxa de câmbio, o exportador para o 
qual o banco deve disponibilizar os recursos, a data desta 
disponibilização, entre outros dados. 
Já a liquidação é o efetivo pagamento. 
Vamos fazer a seguinte analogia: Eu saí de casa para comprar uma 
televisão na loja. Chego lá, olho, olho, olho (do verbo olhar) e saio 
(eu nunca compro nada na primeira loja em que eu entro.) Como 
também não compro nada na segunda loja, eu vou entrar na terceira. 
Aí eu falo para o vendedor: “Olha, nas outras lojas eu consegui o 
preço tal, você me vende a televisão por menos do que tal?” 
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Se ele aceitar, vamos fazer a contratação da televisão. Só que eu só 
vou pagar em 30/60/90 dias. Três parcelas sem entrada e sem juros. 
Mesmo que o preço da televisão aumente entre o dia em que comprei 
e o dia do pagamento, haverá mudança no preço que eu tenho que 
pagar? Óbvio que não, o preço já está fechado e ele não se altera 
mais. 
A mesma coisa ocorre com a taxa de câmbio. Depois de fechado o 
contrato de câmbio, a taxa de câmbio pode ser alterada? NÃO. Pela 
contratação, define-se a taxa de câmbio, a qual não pode mais ser 
alterada. Aaaah,como isso cai em prova... 
No 30o dia, ocorre a liquidação da primeira parcela. E, depois, a 
liquidação das segunda e terceira parcelas. 
 
Existem dois tipos de contratação: a pronta e a futura. 
Vamos fazer uma analogia: eu estou querendo viajar de férias para a 
linda Natal. Já comprei a passagem de ida. Agora estou numa dúvida 
cruel: será que já compro a passagem de volta? 
Se eu não comprar e o preço da passagem subir muito neste meio 
tempo, eu vou me dar mal. Mas, se eu comprar e a companhia aérea 
fizer uma promoção neste meio tempo? Ou se o dólar cair muito, 
gerando queda nos custos da companhia aérea e ela reduzir o valor 
da passagem? Pôxa, se eu tivesse deixado para comprar depois, eu 
me daria muito bem. 
Oh! Dúvida cruel... 
É uma dúvida análoga àquela que acomete o importador brasileiro. 
“Tenho que pagar pela mercadoria daqui a 90 dias. Será que é mais 
vantajoso eu ir correndo ao banco e contratar a taxa OU será que é 
mais vantajoso eu ficar quietinho no meu canto ‘pagando para ver’ e 
só fazer a contratação na véspera ou no dia da liquidação? Tenho 
duas opções: 1) contratar hoje para liquidar daqui a 90 dias e 2) 
contratar E liquidar daqui a 90 dias.” 
Quando entre a contratação e a liquidação, há mais do que dois dias 
úteis, diz-se que a contratação é futura. Quando o prazo é menor ou 
igual a dois dias úteis, a contratação é chamada pronta. 
Quando se faz contratação pronta, a taxa de câmbio é chamada taxa 
pronta. Quando se faz contratação futura, a taxa de câmbio é 
chamada taxa futura. 
Qual a vantagem de uma e de outra? 
Na taxa pronta, a vantagem é que você pode aproveitar 
desvalorizações cambiais. Se o preço do dólar cair, como você ainda 
não contratou, você aproveita esta queda de preço. Mas a 
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desvantagem é que você também fica ao sabor do vento, podendo a 
taxa de câmbio também aumentar... 
Na taxa futura, a grande vantagem é a segurança do comprador da 
moeda estrangeira – o importador – visto que a taxa já fica definida e 
não será alterada em caso de desvalorização do R$. 
Mas a taxa futura tem a desvantagem de ser uma taxa naturalmente 
mais “salgada” do que a taxa pronta. Pense o seguinte: Quando você 
compra uma mercadoria na loja à vista, você não pede desconto? 
Sim. Pelo menos, eu peço (Se a sua resposta foi negativa, você 
precisa aprender a pechinchar...). 
Mas se você compra uma mercadoria (ou, analogamente, a moeda 
estrangeira) para pagar em 90 dias, o preço da mercadoria não será 
mais alto do que o preço à vista? Sim. 
Imagine a situação do banco ao fechar um contrato futuro de câmbio. 
O que ele faz para calcular a taxa futura? 
Bom, ele vê a taxa de hoje (R$ 2,20, por exemplo), analisa as 
variáveis econômicas e tenta projetar a taxa de câmbio para daqui a 
90 dias (Ou qualquer outro prazo inferior a 360 dias: O Banco Central 
impõe que o prazo entre a contratação e a liquidação não pode 
exceder 360 dias na importação e 570 dias na exportação.) 
O banco projeta a taxa de R$ 2,40 para daqui a 90 dias. Ele acredita 
que esta será a taxa naquele dia. O que ele faz? Ao celebrar o 
contrato de câmbio hoje, ele coloca o valor de US$ 1,00 = R$ 2,40 já 
que para o dia da liquidação ele está projetando este valor? 
Óbvio que não. Vocês já viram banco apresentar prejuízo no balanço 
anual? Eu nunca vi. Banco e prejuízo são antônimos. 
Se o banco projeta uma taxa de R$ 2,40, ele não vai colocar este 
valor no contrato de câmbio. Ele vai pensar o seguinte: “Bom, se eu 
colocar R$ 2,40 no contrato, depois eu tenho que honrar por este 
valor, não vai dar para aumentar, mesmo que o R$ desvalorize. Ah! 
Então, eu vou fazer o seguinte: vou jogar um valorzinho em cima 
para me resguardar. Como eu estou me arriscando em deixar fixada 
a taxa de câmbio, eu vou embutir o risco a que estou sujeito e vou 
fixar a taxa futura em R$ 2,45 ou R$ 2,50. Se houver qualquer 
instabilidade na economia, eu ainda tenho uma folga para não ter 
prejuízo.” 
A taxa futura então é calculada partir da taxa de hoje (taxa pronta), 
considerando-se as variáveis econômicas e o risco do banco. Por isso, 
normalmente ela sai mais cara do que se o importador tivesse 
deixado para contratar no próprio dia de liquidar. 
Portanto, em resumo: o importador que recebe uma mercadoria hoje 
para pagar em 60 ou 90 dias, por exemplo, tem duas opções: 
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1) contrata hoje, já deixando a taxa fixada, sem medo de ser feliz; 
e liquida daqui a 60 ou 90 dias. Esta é a taxa futura e 
2) não contrata hoje. Deixa para contratar no dia de liquidar. Está 
sujeito às instabilidades da economia. Esta é a taxa pronta. 
Pelo amor de Deus, não confunda o seguinte: Se eu estou 
contratando HOJE para liquidar daqui a 90 dias, a taxa é FUTURA. E 
se eu deixar para contratar só no FUTURO, a taxa é PRONTA. Em 
aula, sempre me perguntam: 
“Querido professor, se eu estou contratando HOJE, por que a TAXA é 
FUTURA? E se eu estou contratando no futuro, por que a taxa é 
pronta? O senhor pode me explicar?” 
“Posso, desde que você pare de me chamar de senhor. Olha só, você 
tem que ver o período entre a contratação e a liquidação. Se este 
período for superior a dois dias úteis, a taxa é futura. Se for menor 
ou igual a dois dias úteis, a taxa é pronta. 
Se você está contratando HOJE e vai liquidar no futuro, a taxa é 
FUTURA, porque de hoje até o futuro, vão se passar mais do que dois 
dias úteis. 
Se você não contrata hoje e deixa para contratar no futuro, a 
liquidação vai estar ocorrendo praticamente no mesmo momento da 
contratação. Por isso, a contratação será pronta. Entendeu agora?” 
 
Só para arrematar o assunto “operações prontas e operações 
futuras”, cabe falar do nome dos Mercados onde tais taxas são 
negociadas: 
1) Taxas Prontas são negociadas no “Mercado de Câmbio à Vista” 
e 
2) Taxas Futuras, no “Mercado de Câmbio a Termo” (por favor, 
não é mercado de câmbio “a prazo”, isto não existe). 
 
Veja como a ESAF tem pedido isso em prova. 
 
(AFRF/2003) Na contratação de câmbio de exportação cujo 
saque deverá ocorrer num prazo de 30 dias, 
a) tendo em vista que o prazo para liquidação não ultrapassa 30 
(trinta) dias, configura-se uma operação cambial à vista. 
b) considerando-se que esse prazo, nas transações comerciais 
internacionais, é relativamente curto, com pequena margem de risco 
nas flutuações cambiais, aplica-se à operação descrita no texto uma 
taxa de câmbio pronta. 
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c) a taxa cambial aplicável será fixada na data da liquidação do 
câmbio. 
d) tratando-se, no caso, de um fechamento de câmbio futuro, as 
normas do Banco Central permitem aos intervenientes liberdade no 
prazo para fixação da taxa cambial, desde que ocorrida dentro do 
prazo constante no contrato de câmbio. 
e) configurando-se, no caso, uma operação cambial a termo, o valor 
da taxa cambial é livremente convencionado entre as partes, por 
meio de cláusula constante no contrato de câmbio, desde que o valor 
pactuado não venha a caracterizar uma evasão cambial ou sonegação 
fiscal. 
 
Resp.: A ESAF usou uma palavra muito ruim no enunciado: “saque”. 
No comércio internacional, saque é sinônimo de cambial, letra de 
câmbio. Mas no enunciado, a ESAF usou “saque” como sinônimo de 
recebimento dos valores da exportação. 
Vejamos as respostas. 
A letra E está perfeita. A taxa futura é uma operação ocorrida no 
mercado de câmbio a termo. A taxa é livremente convencionada, já 
que a moeda estrangeira é do banco e ele a vende por quanto quiser, 
desde que não se configure um crime contra o sistema financeiro. 
A letraA está errada, porque no mercado de câmbio à vista o prazo 
entre a contratação e a liquidação não excede dois dias úteis, e não 
30 dias. 
Para a letra B, a explicação é a mesma da letra A. Taxa pronta: 2 
dias úteis. 
A letra C é incorreta, pois, nos contratos de câmbio, a taxa é fixada 
na contratação e não na liquidação. Na liquidação, ocorre tão-
somente o pagamento, usando-se a taxa fixada na contratação. 
A letra D é incorreta, pois, no contrato futuro, não há liberdade para 
se fixar a taxa de câmbio. A taxa é (enésima vez!) fixada no dia da 
contratação. Se o contrato de câmbio foi firmado, a taxa já está 
fixada. 
 
(AFTN/1996) Em uma operação de câmbio futuro, o(a): 
a) Câmbio é comprado ou vendido por ocasião do fechamento do 
contrato de compra e venda com base na taxa praticada neste 
mesmo dia 
b) Câmbio é contratado e liquidado por ocasião do embarque da 
mercadoria e com base na taxa praticada neste mesmo dia 
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c) Contratação de câmbio ocorre após a celebração do contrato de 
compra e venda, devendo a sua liquidação se dar antes do embarque 
da mercadoria, tomando por base a taxa praticada no dia de sua 
liquidação 
d) Câmbio é comprado ou vendido em data pré-determinada no 
contrato comercial com base na taxa praticada no dia do embarque 
da mercadoria 
e) Câmbio é comprado ou vendido para entrega futura, contra 
pagamento na entrega, em data predeterminada e com base na taxa 
praticada no dia de sua contratação 
 
Resp.: 
A letra E é o próprio conceito de contratação futura. Taxa fixada na 
contratação e pagamento feito em data futura (superior a dois dias 
úteis). 
Letra A: FALSO. Na contratação futura não se usa a taxa praticada no 
dia do contrato de compra e venda (feito entre importador e 
exportador). Usa-se a taxa do dia do contrato de câmbio (feito entre 
banco e importador) e é uma taxa projetada embutindo-se ainda um 
valor a título de risco do banco. 
Letra B: FALSO. Explicação aproveitada da letra A. 
Letra D: FALSO. Explicação aproveitada da letra A. 
Letra C: FALSO. Tanto no contrato futuro quanto no pronto, a taxa é 
fixada no dia da contratação e não no dia da liquidação. 
Obviamente que um contrato de câmbio de importação pressupõe a 
existência prévia de um contrato de compra e venda. 
Liquidação antes do embarque? Lógico que não é obrigatório, 
inclusive usei um exemplo no texto em que a contratação futura 
aconteceu após a chegada da mercadoria. “A mercadoria chega e há 
um prazo de 60 ou 90 dias para o importador. Ele tem duas opções 
...” Logo, o embarque pode acontecer antes da liquidação. 
Posso ter contrato futuro combinado com pagamento antecipado? E 
com remessa sem saque? E com cobrança? E carta de crédito? 
Sim. Sim. Sim. Sim. 
Posso ter contrato pronto combinado com ...? 
Sim. Sim. Sim. Sim. 
 
Como acontece um contrato futuro com pagamento antecipado? 
Imagine que a mercadoria vai embarcar para o Brasil daqui a 90 dias. 
Posso pagar antecipadamente ao embarque? Sim. Vimos na aula 
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anterior que o pagamento pode ser antecipado na importação em até 
180 dias da data prevista para o embarque. 
Então, digamos que eu vá fazer um pagamento antecipado. Posso 
fazer contrato pronto ou futuro. 
Imagine que o exportador estrangeiro exija que o pagamento seja 
feito em até 30 dias antes do embarque. 
Vou colocar algumas datas para simplificar: 
Hoje – 15/12/2006 
Data prevista para embarque – 15/03/2007 (daqui a três meses) 
Data em que devo pagar – 15/02/2007 (um mês antes do embarque) 
 
Quais são minhas opções? 
1a) Ir ao banco hoje fazer o contrato de câmbio. E liquidar o câmbio, 
entregando os R$ no dia 15/02/2007 (contrato futuro) 
2a) Ir para a praia hoje e ir ao banco no dia 14/02/2007 para 
contratar o câmbio. E voltar ao banco no dia seguinte para liquidar o 
câmbio, entregando os R$ (ou se você conhecer o gerente, já deixa o 
cheque na mão dele no dia 14/02/2007 para não ter que voltar ao 
banco no dia seguinte). (contrato pronto) 
 
Viu como é possível pagamento antecipado com contrato pronto e 
também com contrato futuro? Não vou fazer exemplo de cada 
modalidade de pagamento, pois a lógica já foi dada. 
As modalidades de pagamento são ajustes entre o importador e o 
exportador. E a contratação do câmbio são ajustes entre o 
importador e o banco. Portanto, são coisas independentes e que não 
se excluem. 
 
(ACE/97) Em operações futuras, a taxa cambial 
a) é fixada no momento da contratação do câmbio 
b) é fixada no momento da liquidação do câmbio 
c) é determinada pelo Banco Central 
d) corresponde ao valor médio das taxas praticadas nos dias da 
contratação e da liquidação do câmbio 
e) corresponde à taxa praticada no dia da entrega da mercadoria 
 
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Resp.: 
Em contratos futuros, a taxa é definida no momento da contratação. 
Letra A. 
 
 
No tópico 13 do edital, temos o seguinte: 
Formas de pagamento – vistas na aula anterior 
“Operações prontas e futuras”, “Câmbio” e “Contratação, prazos e 
liquidação” – acabamos de ver 
Vamos fechar com “Tipos de Taxas Cambiais. Arbitragem. Swaps.” 
Para a próxima aula, veremos “Garantias. Controle Cambial no Brasil. 
Modalidades de Financiamento à exportação e à importação.” 
 
Tipos de Taxas Cambiais 
 
Neste tópico, há muitos conceitos a serem guardados. Vejamos. 
As taxas de câmbio podem ser classificadas de cinco formas distintas: 
 
1) Quanto ao prazo de liquidação: Prontas x Futuras 
2) Quanto à forma de liquidação: Câmbio Manual x Câmbio 
Sacado 
3) Quanto às operações com o Banco Central: Repasse x 
Cobertura 
4) Quanto à variação: fixas, estáveis, flexíveis e flutuantes 
5) Quanto à parte que negocia com o banco: primária x 
secundária 
 
O primeiro tipo de classificação nós já vimos. Taxa pronta é 
aquela em que entre a contratação e a liquidação não se passam 
mais do que dois dias úteis. Na taxa futura, o prazo entre a 
contratação e a liquidação é maior do que dois dias úteis. 
O segundo tipo de classificação é quanto à forma de liquidação. 
Quando você pega seus reais e entrega para o banco, ele vai te 
entregar dólares na mão ou vai fazer uma transferência 
(débito/crédito) bancária? 
Se te entregar dólares na mão, é chamado câmbio manual. 
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Se a entrega for por meio de débito na conta que o banco mantém no 
exterior, é chamado câmbio sacado. Há um saque (débito) na conta 
bancária. 
Por favor, pelo amor de Deus, não fique achando que, ao 
importarmos mercadorias, o banco pode colocar dólares na nossa 
mão. No comércio exterior, os pagamentos são feitos sempre por 
câmbio sacado. 
Se existe o câmbio manual, e existe, não é para operações de 
comércio exterior. O câmbio manual é usado, por exemplo, quando o 
brasileiro quer fazer turismo no exterior e vai comprar moeda 
estrangeira em espécie (dinheiro vivo, bufunfa, grana) ou traveller 
checks (cheques de viagem). 
O terceiro tipo de classificação é quanto às operações com o 
Banco Central. 
Os bancos autorizados pelo Banco Central a operar no mercado de 
câmbio podem comprar do ou vender moeda estrangeira para o 
próprio Banco Central. 
Não é raro um banco comprar moeda estrangeira demais e se 
empanturrar com elas. Mas, no Regulamento Cambial (RMCCI) criado 
pela Circular BACEN 3.280/2005, havia sido definido que, se um 
banco tivesse uma posição comprada superior a US$ 6 milhões, o 
excesso deveria ser depositado no Banco Central.(Deixo registrado que esta exigência acabou em 02/01/2006. Mas 
vamos à explicação do que era esta regra para entendermos as taxas 
de repasse e de cobertura.) 
O que é posição comprada? 
O cálculo é feito da seguinte forma: no primeiro dia de 
funcionamento, um banco vai fechando contratos de compra e 
contratos de venda de câmbio. Somam-se todos os contratos de 
compra (independentemente se são contratos prontos ou futuros) e 
somam-se também os contratos de venda fechados no dia (também 
não se distinguem os contratos prontos dos contratos futuros). 
O resultado do primeiro dia de funcionamento do banco pode ser uma 
posição: 
- comprada, se o valor total comprado excedeu o valor total 
vendido; 
- vendida, se o valor total vendido foi superior ao valor total 
comprado; e 
- nivelado, se os somatórios se igualaram. 
 
O cálculo do segundo dia de funcionamento e posteriores leva em 
conta, além das compras e vendas do dia, o saldo do dia anterior. 
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No passado, portanto, ao impor que os bancos não podiam manter 
posições compradas superiores a US$ 6 milhões, o Banco Central 
evitava especulação com a moeda estrangeira, ou seja, evitava que 
os bancos comprassem demais com intuito de depois forçar uma alta 
da moeda. 
Caso um banco tivesse passado do limite de posição comprada, ele 
teria que depositar o excesso no Banco Central. Este depósito era 
remunerado, mas o banco podia achar que faria melhor negócio se 
vendesse a moeda para o Banco Central em vez de depositar. Neste 
caso, seria usada a taxa de câmbio de repasse. 
Pode um banco também comprar dólares ou outra moeda estrangeira 
do Banco Central. Neste caso, a taxa de câmbio é de cobertura. 
O quarto tipo de classificação diz respeito à variação das taxas de 
câmbio. 
A taxa fixa é definida pelo Banco Central. Não se quer dizer que é 
uma taxa imóvel. Pode até ser uma taxa que varia, mas toda vez que 
isso acontece, o Banco Central intervém, comprando ou vendendo 
moeda estrangeira, e assim faz a taxa voltar para o valor que ele 
havia definido. 
Na taxa estável, o Banco Central define o valor máximo e o mínimo 
da taxa de câmbio. E, dentro deste intervalo, o mercado opera como 
quiser. É o exemplo das bandas cambiais usadas no Brasil de 1995 a 
1999. 
Na taxa flexível, o próprio Banco Central vai alterando periodicamente 
a taxa de câmbio. Foi o que aconteceu, por exemplo, na época do 
regime militar, em que o governo brasileiro desvalorizava o R$ 
diariamente com o intuito de aumentar as exportações. As taxas 
flexíveis são também chamadas de “crawling pegs”. 
Na taxa flutuante, o mercado é que decide a taxa de câmbio. A taxa é 
determinada pela Lei da Oferta e da Procura, ou seja, quanto mais 
uma moeda for demandada (procurada), maior o seu valor, e quanto 
mais uma moeda for ofertada, menor o seu valor. 
No regime de flutuação, existe uma variante que é a flutuação suja. 
Significa que o Banco Central pode intervir esporadicamente no 
mercado para lhe dar estabilidade. No Brasil, o regime atual é o de 
flutuação suja e nele, o Banco Central definiu que “...poderá intervir 
no mercado ... com o objetivo de conter movimentos desordenados 
das taxas de câmbio.” (Comunicado 6.565/99 do BACEN) 
O quinto tipo de classificação diz respeito à parte que negocia com 
o banco. Num contrato de câmbio, uma das partes é um banco que 
está comprando ou vendendo a moeda estrangeira. Tem que olhar a 
outra pessoa: se ela for outro banco, a taxa é chamada interbancária 
(ou secundária). Se a outra pessoa não for um banco, a taxa é 
chamada primária. Primária porque o objetivo final de todo banco não 
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é ficar comprando e vendendo para outros bancos, senão eles se 
fechariam em si mesmos. 
O objetivo primário de um banco é atender um cliente (que não é 
banco). Por isso, a taxa leva o nome de taxa primária. 
 
Três observações para fechar os “Tipos de Taxas Cambiais”: 
1) Existem as taxas cruzadas, que, na verdade, são taxas apenas 
teóricas e que decorrem de pura matemática. 
Se um dólar = R$ 2,50 e 
Se uma libra esterlina = R$ 5,00, então, por cruzamento das duas 
taxas, podemos criar uma terceira taxa: uma libra = dois dólares. 
Esta taxa é chamada taxa cruzada ou cross rate. 
2) Havia no passado uma classificação de dólar comercial e dólar 
turismo. Mas isto não existe mais desde abril de 2005, porque o novo 
Regulamento Cambial fundiu os mercados de câmbio. 
3) Dólar paralelo é ilegal. É a moeda estrangeira negociada por 
“baixo dos panos”. Comprar ou vender moeda estrangeira no paralelo 
é crime, apesar de o William Bonner e a Fátima Bernardes, toda 
noite, falarem: “O dólar paralelo fechou a R$ 2,... no Rio de Janeiro e 
a R$ 2,.... em São Paulo.” Dar preço de coisa ilegal é o fim da picada. 
 
Vamos fazer três questões sobre tipos de taxas cambiais. 
 
(AFTN/1998) São diversos os tipos de mercados de câmbio. 
Indique, nas opções abaixo, a afirmação que não é correta 
sobre os mercados de câmbio. 
a) Mercado de Câmbio a termo é o mercado onde são realizadas 
operações cambiais futuras, ou seja, a contratação, pelo câmbio 
atual, para entrega em uma data futura. 
b) O Mercado paralelo de Câmbio compreende todas operações 
conduzidas por meio de pessoas físicas ou jurídicas não autorizadas a 
lidar com câmbio. 
c) Mercado de Câmbio primário é o mercado onde são realizadas 
operações cambiais entre os bancos e seus clientes não-bancários 
d) Mercado de Câmbio à vista é o mercado onde são realizadas 
operações cambiais "Prontas", ou seja, para entrega em até dois dias 
úteis. 
e) O Mercado de Câmbio manual é aquele onde o comércio de 
dinheiro é em espécie, quando pelo menos uma das moedas 
transacionadas for de país estrangeiro. 
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Resp.: 
É falsa a letra A, pois nas operações cambiais futuras, a contratação 
não é pelo câmbio atual, é pelo câmbio futuro, cujo cálculo leva em 
conta sim o câmbio atual, mas não é ele. A taxa futura também leva 
em conta as variações esperadas e embute o risco do banco. 
Veja a letra B. Lá está escrito: “Dólar paralelo é crime, apesar do 
Jornal Nacional.” 
As outras opções já vimos anteriormente. 
 
(AFTN/1998) A Taxa de Câmbio, nada mais é do que o preço, 
em moeda nacional, de uma unidade estrangeira. Quanto aos 
tipos das Taxas de Câmbio, não se pode afirmar que 
a) a taxa de repasse é aquela pela qual o Banco Central do Brasil 
adquire a moeda estrangeira dos bancos comerciais. 
b) as taxas cruzadas são as taxas teóricas resultantes da 
comparação das respectivas cotações de duas moedas. 
c) a taxa estável é um tipo de taxa fixa que prevê uma certa 
variação dentro de determinados limites. 
d) as taxas livres são aquelas provenientes das condições de 
oferta e procura de divisa em um mercado de câmbio livre, não 
havendo, portanto, a intervenção do Estado nas taxas. 
e) Crawling Pegs é um sistema onde as paridades variam 
periodicamente em pequenos intervalos de tempo. 
 
Resp.: 
Mesmo nas taxas livres, pode haver sim intervenção do Estado nas 
taxas. Basta ver o nosso modelo atual: flutuação sim, mas com 
intervenção do BACEN. É a chamada “flutuação suja”. Por isso, a letra 
D está incorreta. 
As demais letras foram explicadas acima. 
 
(AFTN/1996) Nas operações de compra e venda de moeda 
estrangeira junto aos bancos comerciais, o Banco Central do 
Brasil aplica as seguintes taxas para cada operação: 
a) Taxa livre nas operações de compra e taxa oficial nas operações de 
venda 
b) Taxa de repasse nas operações de compra e taxa de cobertura nas 
de vendaCURSOS ONLINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL - PROF. RODRIGO LUZ 
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c) Taxa cruzada nas operações de compra e taxa pronta nas operações 
de venda 
d) Taxa fixa nas operações de compra e taxa variável nas operações 
de venda 
e) Taxa pronta nas operações de compra e taxa futura nas operações 
de venda 
 
Resp.: Letra B. Não precisa explicar de novo, né? 
 
 
Arbitragem 
 
Arbitrar é comprar algo onde o preço está mais baixo e vendê-lo onde 
o preço é mais alto. 
Eu sempre uso o exemplo das camisas de Petrópolis, cidade perto do 
Rio de Janeiro, que é um pólo de produção de roupas. 
Imaginando que uma camisa seja lá vendida por R$ 10,00 e uma 
camisa idêntica seja vendida no shopping no Rio de Janeiro a R$ 
100,00, o que pode acontecer em decorrência de tal disparidade de 
preços? 
Uma coisa fácil de ocorrer é o surgimento de camelôs que vão a 
Petrópolis comprar um mundo de camisas, para vender nas 
proximidades do shopping. Eles vão gastar R$ 10,00 por camisa mais 
alguns custos adicionais, tipo passagem de ônibus, refeições e uma 
ou outra despesa pequena. Mas compensa. 
Se o custo unitário por camisa sair no final por R$ 13,00, o cara pode 
vender as camisas dele no Rio de Janeiro por R$ 70,00 e vai 
conseguir vender tudo. 
Só que essas oportunidades não são vistas por apenas uma pessoa. 
O que começa a acontecer é o seguinte: todos os camelôs das 
proximidades vão ver que aquelas camisas de R$ 70,00 estão saindo 
igual água e vão também a Petrópolis. 
Haverá uma demanda aumentada em Petrópolis, o que vai gerar o 
aumento dos preços lá (Lei da Oferta e da Procura: aumento de 
demanda aumenta o preço). 
Ao mesmo tempo, haverá um aumento de oferta das camisas nos 
camelôs no Rio de Janeiro (Lei da Oferta e da Procura: aumento de 
oferta reduz o preço). 
Os preços das camisas em Petrópolis passam de R$ 10,00 para R$ 
20,00. 
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Os preços das camisas nos camelôs do Rio de Janeiro passam de R$ 
70,00 para R$ 50,00. 
E assim caminha a humanidade, ou melhor, assim caminham os 
preços. Aumentando em Petrópolis, reduzindo no Rio, até o dia em 
que a diferença de preços entre as duas cidades vai ser tão pequena 
que não vai compensar pegar ônibus no Rio para comprar camisa em 
Petrópolis. 
A arbitragem é comprar e vender mercadorias ou moedas em duas ou 
mais praças diferentes com o intuito de ganhar na diferença das 
cotações. 
A conseqüência da arbitragem, como vimos, é a aproximação, ou 
igualdade, dos preços nos dois ou mais locais diferentes. 
O que é pedido no edital não é a compra e venda de camisas, mas a 
arbitragem cambial, que, em suma, funciona quase igual. A única 
diferença é que na arbitragem a compra e a venda são simultâneas 
para garantir que haverá lucro na operação. 
 
Arbitragem Cambial é comprar uma moeda num país para vender no 
outro país e ganhar na diferença entre as duas cotações. Pode 
acontecer de ter que envolver mais de dois países para ganhar 
alguma coisa: Por exemplo, compro a moeda do país A para vender 
em B. Depois, pego a moeda do país B para vender em C e aí lucro 
alguma coisa que valha a pena. 
Quando envolve dois países, a arbitragem é direta, também chamada 
arbitragem de duas praças ou de dois pontos. 
Quando envolve mais de dois países, a arbitragem é indireta, 
também chamada arbitragem de três praças ou de três países. 
Vocês querem ver como banco não perde nunca? 
Adivinha o que acontece com o banqueiro enquanto ele dorme. 
Ganha mais dinheiro. Como assim? 
Os sistemas dos bancos funcionam 24 horas por dia. Se o mercado de 
câmbio no Brasil está fechado, em outros países o mercado estará 
aberto. 
Há corretoras, bancos correspondentes ou até funcionários dos 
bancos brasileiros no exterior alimentando os sistemas em tempo 
real. 
Então, a cada nova informação sobre alteração do preço de uma 
moeda, informação que chega ao banco brasileiro de madrugada, 
este analisa as várias opções de compra e venda para ver se existe 
alguma lacuna para arbitrar. O sistema já está programado para 
fazer as zilhões de combinações (compra aqui / vende ali / compra lá 
/ vende acolá) para ver se há a possibilidade de ganhar algum. 
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Quando encontra alguma chance, emite as ordens de compra e de 
venda instantaneamente e o banco aumenta seus lucros. E o 
banqueiro dormindo já pode contar com mais alguns tostões no seu 
bolso. 
Não confundam arbitragem cambial com especulação cambial. 
Na arbitragem, o lucro é certo, pois as ordens de compra e venda são 
simultâneas. Não há chance de perder. 
Na especulação cambial, nada é certo. Especular é “esconder” a 
moeda para tentar forçar uma alta do seu valor, em decorrência da 
Lei da Oferta e da Procura (menor oferta implica aumento de preço). 
Pode ter sucesso ou não. 
A ESAF ADORA perguntar sobre arbitragem. 
 
(AFRF/2003) A remessa de moedas de uma praça para outra 
com o objetivo de auferir vantagem advinda de diferenças 
temporárias no valor das taxas cambiais configura 
a) uma especulação cambial 
b) uma operação de SWAP 
c) uma arbitragem cambial 
d) um hedging financeiro 
e) uma operação day–trade 
 
Resp.: Letra C. 
 
(AFRF/2002-1) Assinale a opção correta. 
a) A arbitragem, em matéria cambial, designa a compra e venda 
simultânea de câmbio objetivando a obtenção de lucros em razão de 
discrepâncias entre as taxas cambiais vigentes na mesma época em 
diferentes centros, ou entre margens futuras (forward) para 
diferentes vencimentos. 
b) A arbitragem, em matéria cambial, designa a emissão de um 
título representativo de crédito internacional. 
c) A arbitragem, em matéria cambial, designa a compra e venda 
não simultânea de câmbio objetivando a obtenção de lucros em razão 
de discrepâncias entre as taxas cambiais vigentes na mesma época 
em diferentes centros, ou entre margens futuras (forward) para 
diferentes vencimentos. 
d) A arbitragem, em matéria cambial, designa a emissão de um 
título representativo de crédito bancário intercambiável. 
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e) A arbitragem, em matéria cambial, designa a compra e venda 
simultânea de câmbio objetivando a obtenção de lucros por não 
haver discrepâncias entre as taxas cambiais vigentes na mesma 
época em diferentes centros, ou entre margens futuras (forward) 
para diferentes vencimentos. 
 
Resp.: 
A resposta da letra A traz algo que eu não comentei no texto, mas 
aproveito para comentar agora. Arbitragem pode ser a compra e 
venda simultânea de câmbio futuro (“margens futuras”), não só 
pronto. 
Como assim arbitragem de câmbio futuro? 
O mais normal é a gente comprar algo agora e vendê-lo 
simultaneamente e assim auferir o lucro na diferença das cotações. 
Mas imagine a seguinte situação abstraindo do câmbio: eu tenho uma 
loja que compra e vende automóveis usados. 
Hoje de manhã, chegou um cliente lá querendo comprar um Fusca 
rosa. Obviamente, eu não tenho Fusca na minha loja, muito menos 
rosa. Só que eu lembrei que a minha vizinha de cima, aquela dos 
gatos fedorentos, acabou de morrer, e achei que eu nunca ia fazer 
isso, mas vou lá ver se ela (ela não, porque ela morreu, mas o filho 
dela) me vende o fusca rosa. O filho responde: “Rapaz, eu até te 
venderia, mas o fusca rosa entrou no inventário e ele só vai estar 
liberado daqui a um mês.” 
“Beleza. Para mim está ótimo. Vamos acertar o preço e, daqui a um 
mês, eu te pago e você me dá o fusca. Como eu tenho certeza que 
este é o único fusca rosa da cidade do Rio de Janeiro, o prazo não é 
problema. Me dá só o tempo de confirmar se o meu clienteainda 
quer o carro.” 
“Fechado.” 
Aí, eu saio correndo para a loja e ligo esbaforido para o cliente de 
hoje de manhã. “Consegui! Consegui o teu fusca rosa.” 
E, sendo algo raro, o cara também fica feliz da vida, e assina um 
contrato de compra e venda comigo e, SIMULTANEAMENTE, eu 
fecho outro contrato de compra e venda com o filho da vizinha. 
A entrega do carro vai ser futura e a entrega do valor também. 
Analogamente, fiz uma arbitragem de algo futuro. O meu cliente vai 
me pagar no futuro e, no dia seguinte, eu vou transferir uma parte 
para o filho da vizinha. A diferença entre o preço que eu vou pagar e 
o que vou receber é o lucro que vai para o meu bolso. 
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Trazendo o carro, quer dizer, o caso para a matéria cambial, funciona 
do mesmo jeito: “Compra e venda simultânea de algo que só vai ser 
liquidado no futuro.” 
Na arbitragem, o que é simultâneo é a contratação e não a 
liquidação. 
 
(AFRF/2002-1) A operação de câmbio em que ocorre a compra 
e venda simultâneas da mesma moeda, com o objetivo de 
obter lucros em razão de diferenças entre as taxas cambiais 
vigentes em diferentes centros, é denominada 
a) operação futura 
b) swap 
c) operação simbólica 
d) arbitragem 
e) hedging 
 
(ACE/97) A remessa de moedas de uma praça a outra feita 
com o propósito de obter vantagens de diferenças de preços é 
uma operação de: 
a) swap 
b) hedging 
c) arbitragem 
d) especulação cambial 
e) clearing 
 
 (ACE/2002) A remessa de moedas de uma praça a outra feita 
com o propósito de auferir lucro com as diferenças de preços 
entre elas denomina-se: 
a) clearing 
b) arbitragem 
c) swap 
d) operação simbólica 
e) especulação cambial 
 
Respostas das 3 questões: D, C e B, respectivamente. 
 
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Swaps 
 
Swap é palavra em inglês que significa “troca, permuta”, segundo o 
dicionário. 
Troca de quê? 
Em Economia, a gente estuda vários tipos de swap: Swap cambial é 
troca de moeda. Swap de juros é troca de juros. Swap de dívida é 
trocar uma dívida por outra. E assim vai. 
Aqui nos interessa apenas o swap cambial. 
Imagine a seguinte situação: a Petrobrás pega um empréstimo com 
um banco no exterior de US$ 100.000,00 para pagar juros de 1% ao 
ano. 
Por que a Petrobrás pegou empréstimo lá e não pegou aqui? 
Ora, eu não queria lembrar, mas já que perguntou: a taxa básica de 
juros aqui é de 14 ou 15% ao ano. E a Petrobrás consegue captar lá 
fora porque tem receita em moeda estrangeira e qualquer banco 
adora emprestar para quem ganha bem... 
O banco estrangeiro disponibiliza então o dinheiro para a Petrobrás, 
mas não faz isso na conta dela, mas na conta do Itaú ou do 
Bradesco, que é o banco que ofereceu a melhor taxa de câmbio para 
a Petrobrás. 
O banco estrangeiro coloca o dinheiro estrangeiro na conta do Itaú e 
este entrega à Petrobrás, por contrato de câmbio, o equivalente em 
R$. A ótica é sempre a do banco. Neste caso, o contrato é de compra 
(o Itaú comprou a moeda estrangeira e pagou em R$) e é contrato 
pronto. Se a Petrobrás quisesse o dinheiro para daqui a um mês, ele 
já teria pego o empréstimo para ficar com o dinheiro parado por um 
mês? Não. Então, se pegou o empréstimo é para já usar o dinheiro. 
Contrato pronto, portanto. 
Só que, voltando um pouco, a Petrobrás, na hora de celebrar o 
contrato de câmbio para receber o dinheiro do Itaú, pensa o 
seguinte: “Daqui a 6 meses, eu tenho que quitar o empréstimo. Ô, 
meu Deus, será que eu faço já um contrato futuro para assegurar a 
taxa? Ou será que deixo o tempo correr e, na véspera de liquidar, eu 
faço a contratação? Ó duvida cruel.” 
O grande problema da Petrobrás é que ela teve uma economia 
assombrosa pegando a uma TAXA DE JUROS muito mais baixa do que 
a taxa interna. E ela tem medo de perder esta economia em função 
da TAXA DE CÂMBIO, porque neste meio tempo, pode ocorrer uma 
desvalorização do R$. Se o US$ dobrar de valor neste período, a 
Petrobrás vai ter que gastar em R$ o dobro do valor que havia 
recebido do Itaú seis meses antes. Apesar de a taxa de juros ser 
baixa, a taxa de câmbio jogou pelo ralo a economia da Petrobrás. 
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Por conta disso, a Petrobrás decide não arriscar e celebra, 
simultaneamente ao contrato de entrada dos recursos, um contrato 
de câmbio para a saída dos recursos. 
O dinheiro entrou para a Petrobrás por meio de um contrato pronto 
de compra. 
E a Petrobrás vai celebrar simultaneamente com o Itaú um contrato 
futuro de venda. 
Futuro porque vai ser fechado hoje para assegurar a taxa de câmbio 
para o dia do retorno do dinheiro. E contrato de venda porque a ótica 
é a do banco. O banco vai vender dólares para a Petrobrás. 
SWAP é isso: Celebração simultânea de dois contratos, sendo um 
pronto, o outro futuro, um de compra, o outro de venda. E 
envolvendo quantidades equivalentes de duas moedas diferentes. 
Pode ser: 
1) pronto de compra com futuro de venda OU 
2) pronto de venda com futuro de compra 
 
A função do SWAP é promover a proteção cambial ou, simplesmente, 
o HEDGE. 
 
(AFRF/2002-2) As operações de “SWAP” são definidas como 
a) remessa de moeda de uma praça a outra objetivando auferir 
lucros advindos das diferenças entre as taxas cambiais. 
b) remessa de divisas através do mercado de câmbio para outro 
país, com o objetivo de auferir vantagens provindas de diferenças nas 
taxas de juros entre dois países. 
c) compra e venda simultânea de câmbio de uma mesma moeda, 
com a finalidade de se equilibrar o fluxo cambial, mantendo-se uma 
posição nivelada (operações casadas). 
d) compra e venda de câmbio pronto contra a simultânea venda 
ou compra de câmbio futuro, compreendendo quantidades 
equivalentes de duas moedas diferentes. 
e) compra e venda simultânea de câmbio, feitas na mesma moeda 
e por igual valor, com finalidade de se regularizarem operações 
cambiais decorrentes de importações, exportações, transações 
financeiras e conversão em investimentos de créditos não remetidos. 
 
Resp.: 
A letra A é arbitragem. 
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A letra B é absurda. 
A letra C está errada, porque o SWAP não é para deixar o fluxo 
cambial equilibrado, mas para dar segurança ao contratante. Posição 
nivelada é algo que existe para bancos. E o SWAP surge a partir do 
desejo da Petrobrás (no exemplo da aula) e não do banco. 
A letra E é invenção. 
A letra D é a correta. 
 
(AFRF/2002-2) A operação cambial que possibilita aos 
investidores protegerem-se, por tempo determinado, de 
eventuais perdas ocasionadas por variações do câmbio, e 
também empregada para obter recursos em moeda 
estrangeira a serem usados para financiar exportações, 
realizar aplicações ou investimentos, envolvendo a compra ou 
venda de câmbio pronto contra a compra ou venda simultânea 
de câmbio futuro denomina-se: 
a) swap 
b) dual pricing 
c) arbitragem de dois pontos 
d) especulação cambial 
e) arbitragem de três pontos 
 
(AFTN/1996) O swap é uma operação que consiste na: 
a) Compra ou venda de câmbio para entrega futura 
b) Remessa de moedas de uma praça a outra com o objetivo de auferir 
lucros provindos das diferenças entre as taxas cambiais 
c) Compra e venda simultânea de câmbio de uma mesma moeda feita 
com o propósito de estabilizar o fluxo cambial 
d) Compra ou venda de câmbio pronto contra venda ou compra de 
câmbio futuro, compreendendo quantidades equivalentes de duas 
moedas diferentes. 
e) Remessa de divisas, através do mercado cambialpara outro país, 
objetivando vantagens provindas de diferenças nas taxas de juros 
entre dois países. 
 
Respostas das 2 últimas questões: A e D, na ordem do texto. 
 
Na prova de TRF-2005, a questão 29 versou sobre a matéria da aula 
de hoje, mas a ESAF a anulou. Vejamos. 
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(TRF/2005) 29 - Assinale a opção correta. 
a) A desvalorização cambial de um país contribui para o aumento de 
suas importações. 
b) No Brasil, é facultativa a intervenção bancária para a operação de 
compra e venda de divisas estrangeiras. 
c) No que atine à estrutura do mercado cambial, os exportadores se 
incluem no grupo comprador de divisas, ao passo em que os 
importadores fazem parte do grupo vendedor de divisas. 
d) O swap cambial consiste na diferença entre o valor de compra da 
moeda estrangeira e seu valor de venda, e representa o ganho do 
banco. 
e) A arbitragem de câmbio refere-se à transferência de moedas de 
uma praça para outra, com vistas à obtenção de vantagens relativas 
à diferença temporária de preços. 
 
Resp.: 
Friso inicialmente que a questão foi anulada. 
A letra E está correta. É o próprio conceito de arbitragem. 
A letra A está incorreta, pois a desvalorização do R$ gera aumento de 
exportações (porque nossos produtos ficam baratos em US$) e 
redução de importações (porque os importados ficam caros em R$). 
A letra C está incorreta, pois os exportadores vendem aos bancos as 
divisas recebidas por suas vendas ao exterior. E os importadores são 
compradores de divisas junto aos bancos. 
A letra D está incorreta porque o conceito de swap é outro: 
Celebração simultânea de dois contratos, sendo um pronto e um 
futuro; um de compra e um de venda. 
A letra B está incorreta, mas analiso-a por último porque a explicação 
é grande. 
Dizer que a intervenção bancária é facultativa para a compra e venda 
de divisas estrangeiras não pode ser considerado correto. 
Vejamos a lista de instituições que podem celebrar contratos de 
câmbio. A lista consta no Regulamento do Mercado de Câmbio e 
Capitais Internacionais (RMCCI), criado pela Circular 3.280/2005, no 
§ 1o do Capítulo 2 do Título 1: 
 
“1. As autorizações para a prática de operações no mercado de 
câmbio podem ser concedidas a critério exclusivo do Banco 
Central do Brasil a bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos 
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de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas 
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e 
investimento, sociedades corretoras de câmbio ou de títulos e 
valores mobiliários, sociedades distribuidoras de títulos e valores 
mobiliários, agências de turismo e aos meios de hospedagem de 
turismo. 
2. Está prevista em capítulo próprio deste título a utilização de 
cartões de crédito e de débito de uso internacional, bem 
como a realização de transferências financeiras postais 
internacionais, incluindo vale postal e reembolso postal 
internacional. 
3. Os agentes do mercado de câmbio podem realizar as 
seguintes operações: 
a) bancos, exceto de desenvolvimento: todas as previstas neste 
Regulamento; 
b) bancos de desenvolvimento e caixas econômicas: 
operações específicas autorizadas; 
c) sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
sociedades corretoras de câmbio ou de títulos e valores 
mobiliários e sociedades distribuidoras de títulos e 
valores mobiliários: 
I- compra ou venda de moeda estrangeira em cheques 
vinculados a transferências unilaterais; 
II- compra ou venda de moeda estrangeira em espécie, 
cheques e cheques de viagem relativos a viagens 
internacionais; 
III- câmbio simplificado de exportação e de importação; 
IV- operações de compra ou venda, de natureza financeira, 
não sujeitas ou vinculadas a registro no Banco Central do 
Brasil, até o limite de US$ 10.000,00 (dez mil dólares dos 
Estados Unidos) ou seu equivalente em outras moedas; e 
V- operações no mercado interbancário, arbitragens no País 
e, por meio de banco autorizado a operar no Mercado de 
Câmbio, arbitragem com o exterior; 
d) agências de turismo: compra ou venda de moeda 
estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem 
relativos a viagens internacionais; 
e) meios de hospedagem de turismo: exclusivamente 
compra, de residentes ou domiciliados no exterior, de moeda 
estrangeira em espécie, cheques e cheques de viagem 
relativos a turismo no País.” 
 
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Portanto, se olharmos a lista de instituições e as operações que lhes 
são permitidas, vemos que os dois últimos (agências de turismo e 
hotéis) podem fazer contratos de câmbio exclusivamente relativos a 
turismo. 
Olhando a primeira alínea, vemos que os bancos celebram contratos 
de câmbio comerciais (importação e exportação) e financeiros 
(investimentos, empréstimos e demais operações não caracterizadas 
como de câmbio comercial). 
Vemos no RMCCI que as administradoras de cartão de crédito (Visa, 
Mastercard, Amex, entre outras) podem fazer operações financeiras 
de câmbio e também operações comerciais. As instituições citadas 
podem fazer operações de câmbio simplificado de exportação e de 
importação. O câmbio simplificado tem, entre outras características, o 
limite máximo de US$ 20.000,00 (vinte mil dólares) por operação, 
como podemos ver no RMCCI. 
Mesmo sem conhecer o regulamento cambial, você poderia saber a 
resposta à questão da ESAF, bastando responder positivamente a 
alguma das perguntas seguintes: Você já comprou alguma coisa em 
site estrangeiro? Já comprou um livro na Amazon.com ou um 
software que foi entregue na sua casa numa caixinha com manual? 
Se você respondeu positivamente a alguma das duas perguntas, você 
é um importador e não sabia. Você importou uma mercadoria, mas 
foi ao banco celebrar um contrato de câmbio? Acho que não, né? Ué, 
então cumé que o exportador estrangeiro recebeu o dinheiro dele? 
Você pagou na fatura do cartão de crédito e a administradora 
repassou ao exportador. 
Ora, para fechamento deste câmbio não houve intervenção bancária. 
Ah! Então a intervenção bancária não foi obrigatória neste seu caso... 
Portanto, voltando à questão da prova: A intervenção bancária é 
facultativa na compra e venda de divisas? 
Não, a intervenção bancária é obrigatória, salvo se a importação ou a 
exportação entrar no caso específico do câmbio simplificado, ou seja, 
se for até US$ 20.000,00. Neste caso específico, a intervenção 
bancária é facultativa, pois, por exemplo, o exportador brasileiro 
poderá optar entre receber o valor via cartão de crédito ou via banco. 
Portanto, a letra B eu considero incorreta e acho que muitos, se não 
todos, vão concordar comigo. 
A letra B somente poderia estaria correta se estivesse escrito: “b) No 
Brasil, é facultativa a intervenção bancária para a operação de 
compra e venda de divisas estrangeiras nas operações de câmbio 
simplificado.” 
 
Então por que a questão foi anulada? 
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Como a ESAF não informa o motivo das anulações, só posso acreditar 
que a questão foi anulada porque swap e arbitragem estavam no 
edital de AFRF, mas não estavam no edital de TRF. Portanto, a 
anulação decorreu de falta de previsão no edital. 
 
Resumo 
 
Etapas do Contrato de câmbio: 
Contratação – Fechamento do contrato. Fica definida a taxa de 
câmbio. 
Liquidação – Pagamento do contrato. 
 
Tipos de Taxas Cambiais 
1) Quanto ao prazo de liquidação: Prontas x Futuras 
2) Quanto à forma de liquidação: Câmbio Manual x Câmbio 
Sacado 
3) Quanto às operações com o BancoCentral: Repasse x 
Cobertura 
4) Quanto à variação: fixas, estáveis, flexíveis e flutuantes 
5) Quanto à parte que negocia com o banco: primária x 
secundária 
 
Arbitragem é “(ACE/2002) A remessa de moedas de uma praça a 
outra feita com o propósito de auferir lucro com as diferenças de 
preços entre elas.” 
 
Swap (AFTN/1996) “é uma operação que consiste na compra ou 
venda de câmbio pronto contra venda ou compra de câmbio futuro, 
compreendendo quantidades equivalentes de duas moedas 
diferentes.” 
 
 
Um abraço, 
Rodrigo Luz

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