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CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES

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Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Classificação das Constituições 
 
 
1 É PROIBIDO REPRODUZIR OU COMERCIALIZAR www.estudioaulas.com.br 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
3 – CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
Há diversos critérios de classificação das constituições, variando de autor para autor, tomaremos 
como referência aquelas classificações mais usuais. 
3.1 QUANTO À FORMA 
Quanto à forma as Constituição são classificadas em constituições escritas ou não escritas. 
3.1.1 – CONSTITUIÇÃO ESCRITA 
A constituição escrita é um documento solenemente elaborado para servir de estrutura fundamental 
do Estado. 
São também denominadas de reduzida (a constituição é reduzida a um único texto formal), 
unitextual (texto único), consolidada. Veja que todas as denominações remetem à ideia de que estamos 
diante de um texto único capaz de estabelecer os critérios mínimos de funcionamento do Estado. 
3.1.2 – CONSTITUIÇÃO NÃO ESCRITA 
Constituição não-escrita forma-se de textos esparsos, sem obedecer a nenhuma formalidade 
constitucional, aos quais os costumes e a jurisprudência dão status de preceitos constitucionais. Não há, na 
Constituição não escrita, uma solenidade de formação da Constituição do país, há um evoluir onde os 
preceitos (legislativos ou não) por tratarem de matérias constitucionais, ganham esse status 
independentemente de reconhecimento jurídico-formal. 
É assim a Constituição da Inglaterra, que é formada de diversos textos. Os usos, os costumes e a 
jurisprudência daquele país conferiram a tais preceitos (leis, tratados, contratos, etc...) a função de 
Constituição, a saber: - Magna Charta Libertatum, outorgada por João Sem Terra em 15 de junho de 1215; 
- Petição de Direitos, de 7 de junho de 1628, lei feita no reinado de Eduardo I; - Lei do Habeas Corpus, de 
1679; - Declaração de Direitos, de 13 de fevereiro de 1689; - Ato de Estabelecimento, de 12 de junho de 
1701; - Lei sobre o Parlamento, de 18 de agosto de 1911; - Lei sobre o Parlamento, de 16 de dezembro de 
1949, que introduziu modificações na lei anterior. 
3.2 – QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
Quanto ao modo de elaboração as Constituição são classificadas em: dogmáticas e históricas. 
3.2.1 – CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA 
As constituições dogmáticas nascem a partir de dogmas (idéias já estabelecidas) da ciência política e 
jurídica dominantes em seu tempo. 
 
 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Classificação das Constituições 
 
 
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3.2.2 – CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA 
As constituições históricas nascem de vagaroso processo de evolução das tradições de determinado 
povo que se transmudam na Constituição de um Estado. 
3.3 – QUANTO ÀO ORIGEM 
Quanto à origem as constituições são classificadas em outorgadas e populares (democráticas). 
3.3.1 – CONSTITUIÇÃO OUTORGADA 
As constituições outorgadas são aquelas impostas pelos governantes ao povo de determinado 
Estado, lembrando que tal imposição decorre da elaboração do texto constitucional por quem não detém o 
poder constituinte legítimo, cujo exclusivo titular, pela teoria do poder constituinte, é o povo. Esse tipo de 
Constituição nasce de poder constituinte usurpado, como foi o caso da Constituição brasileira de 1967 
onde o Congresso Nacional da época, que não era detentor de poder constituinte, elaborou a Constituição. 
São Constituições outorgadas no Brasil as de 1824, 1937, 1967 e 1969 (considerando a EC nº 1 como 
uma nova Constituição). 
3.3.2 – CONSTITUIÇÃO POPULAR 
As constituições populares, ao contrário das outorgadas, decorrem do legítimo poder constituinte 
onde o povo, titular do poder constituinte, escolhe seus representantes para o fim específico de elaborar 
uma Constituição. 
São Constituições populares no Brasil as de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
Alguns denominam também esse tipo de constituição como promulgada, apesar de equivocada a 
expressão, é muito utilizada. 
3.4 – QUANTO À ESTABILIDADE 
Considerando a estabilidade conferida às constituições estas podem ser rígidas, flexíveis ou semi-
rígidas. 
3.4.1 – CONSTITUIÇÃO RÍGIDA 
A Constituição rígida é aquela que exige, para seu processo de alteração, procedimento legislativo 
especial que torna mais difícil a sua alteração (ex.: Constituição brasileira de 1988). 
3.4.2 – CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL 
A Constituição flexível é aquela que pode ser alterada pelo mesmo processo de elaboração das 
normas infraconstitucionais. 
3.4.3 – CONSTITUIÇÃO SEMIRRÍGIDA 
Semirrígida ou semiflexível: quando parte da Constituição é rígida e parte flexível. A Constituição 
brasileira de 1824 era semi-rígida e previa um processo legislativo especial para as normas de conteúdo 
 
 
Professor Zélio Maia 
Direito Constitucional 
Classificação das Constituições 
 
 
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materialmente constitucionais, sendo que as de conteúdo apenas formalmente constitucionais eram 
objeto de reforma pelo processo legislativo de elaboração das leis em geral, vindo assim redigido o art. 
178: “É só constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos poderes políticos e aos 
direitos políticos e individuais dos cidadãos. Tudo o que não é constitucional pode ser alterado sem as 
formalidades referidas pelas legislaturas ordinárias”. 
3.4.4 – OUTROS TIPOS DE CONSTITUIÇÃO QUANTO À ESTABILIDADE 
Alguns apontam ainda para duas outras constituições nessa classificação, a saber: super rígida e 
imutável. 
3.4.4.1 – CONSTITUIÇÃO SUPER RÍGIDA 
A super rígida consiste na Constituição que contemple matérias que não podem ser subtraídas do 
texto constitucional. Nessa classificação entram todas as Constituições que preveem clausulas pétreas. 
3.4.4.2 – CONSTITUIÇÃO IMUTÁVEL 
As constituições imutáveis são aquelas que não podem ser objeto de qualquer alteração. 
3.5 – QUANTO À EXTENSÃO 
Quanto à extensão as constituições pode ser concisas ou prolixas. 
3.5.1 – CONSTITUIÇÃO CONCISA (RESUMIDA) 
As constituições concisas são resumidas, trazendo em seu bojo apenas os preceitos normativos 
constitucionais básicos, normalmente constituições eminentemente princípiológicas. 
3.5.2 – CONSTITUIÇÃO PROLIXA (ANALÍTICAS) 
As constituições prolixas (analíticas), relativamente comum nos tempos atuais, são muito extensas, 
podendo ser citada como exemplo a própria Constituição brasileira com seus mais de 250 artigos. 
3.6 – QUANTO AO CONTEÚDO 
Quanto ao conteúdo as constituições são classificadas em materialmente constitucionais e 
formalmente constitucionais. 
3.6.1 – CONSTITUIÇÃO MATERIAL 
As constituições vistas sob o aspecto material consistem no conjunto de regras e princípios pertinentes 
à organização, à distribuição de competência, exercício de autoridade, forma e funcionamento da ordem 
política estatal independentemente de tais preceitos estarem ou não inseridos em um texto escrito. É, 
pois, materialmente constitucional tudo que diga respeito a matéria tipicamente constitucional 
independentemente de haver sido inserida em um texto constitucional formal. 
 
 
 
 
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Direito Constitucional 
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3.6.1 – CONSTITUIÇÃO FORMAL 
As constituições vistas sob o aspecto formal estão encartadas em um texto solenemente elaborado 
para servir como Constituição de um Estado podendo, em seu texto, ter preceitos tipicamente 
constitucionais ou não. 
Sob essa perspectiva, portanto, a Constituição formal consistenaquele texto que busca traduzir a 
particular estrutura do Estado a que se destina, a partir de debates provenientes de uma assembléia 
nacional constituinte e posterior geração de uma constituição solene. É uma declaração formal de 
nascimento do Estado. 
3.7 – A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 
A Constituição brasileira de 1988 recebe a seguinte classificação: popular, escrita, rígida, prolixa 
(analítica).

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