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A realidade tenebrosa dos efeitos de um Poder Constituinte egoísta

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A realidade tenebrosa dos efeitos de um Poder Constituinte egoísta
Após a leitura e análise dos textos disponibilizados, chegamos à conclusão de que o Poder Constituinte é algo ilimitado e quando exercido ele é a manifestação da soberania. No entanto, o que está acontecendo no Brasil é que o sentido de constituição está sendo abandonado pelo Poder Constituinte. Ou seja, há em nossa Constituição, inúmeros artigos com assuntos desnecessários de estarem lá, pois não tem o valor adequado e não deveria estar fixado como algo tão importante. 
O Poder Constituinte não é exercido pela sociedade, não é algo direto, pelo contrário, é completamente indireto, apesar de ser a própria sociedade quem elege as pessoas que lá estão. E com isso, iniciam-se as demandas de corrupção, de egocentrismo e de egoísmo. É devido à esse Poder Constituinte tão falho, tão insensato que hoje temos uma sociedade com vários ápices: temos o ápice da desigualdade e em contrapartida temos o ápice da riqueza. Muitos estão morrendo de fome enquanto outros escolhem a dedo o que querem comer. As leis não são para todos; é visível que elas favorecem uma pequena parcela da sociedade e essa parcela obviamente não são os subalternos, logo, não são aqueles que mais necessitam. 
O que ocorre de questionador na questão do Poder Constituinte é que ele não se diz respeito à algo jurídico, pois não é ilimitado e em contrapartida a grande questão do direito é que ele trata de limitação e relativização, duas coisas que não encontramos nele e por isso os juristas encontram dificuldade em aceitar e interpretar as normas advindas dele. Então, podem ser criadas diversas normas incontestáveis que não são diretamente ligadas ao o que a Constituição deveria defender ou falar e isso é incontestável, tendo em vista que o Poder Constituinte é ilimitado.
Levando em consideração também tudo o que fora estudado durante esse semestre, Direito Constitucional I, é indispensável dizer que o Poder Constituinte muitas vezes deixa a sociedade à mercê dos seus direitos. São inúmeras as vezes que as pessoas ficam vendo seus direitos serem ameaçados, e não podendo fazer nada para contestar, pois é em vão. Mas, isso não seria ir contra o que está na própria Constituição? Que temos nossa liberdade de expressão, logo, temos “poder” para sairmos ás ruas e gritarmos pelos nossos direitos! O que é também deplorável se chegar a essa situação. O correto e justo seria que todos nos sentíssemos representados por aqueles que estão no poder, o justo seria que nós não tivéssemos que clamar pela igualdade e pelos nossos direitos básicos. 
Garantias é algo que a Constituição está recheada. No entanto, não leva realmente ao pé da letra. Não garante o que é necessário. Ela está lá para nos amparar no que precisarmos (na teoria), mas inúmeras vezes não somos protegidos e confortados por ela. São nesses casos que vemos o falta de importância que o governo tem com os brasileiros em geral. São em momentos nos quais os mais necessitados suplicam por ajuda e proteção que o Estado falha e em muitas vezes não cumpre o que é seu dever, mas nós, devemos cumprir, mesmo que não tenhamos nossos direitos praticados, e sim somente escritos, o que infelizmente não está mudando a realidade das pessoas.
Ferdinand Lassalle defendia a tese de que a Constituição é uma mera folha de papel. Obviamente, essa já foi superada. Mas quando encaramos situações como essas que vivenciamos: de decadência dos nossos direitos (até mesmo dos básicos), nos faz refletir se realmente essa ideia já foi completamente superada. Lassalle abordava o sentido sociológico da Constituição e defendia tal ponto de vista pois considerava que não eram todas as pessoas que tinham acesso ao o que lá estava redigido. Portanto, para ele, a Constituição estava viva, tinha vigor, mas não tinha eficácia, uma vez que as pessoas menos instruídas não tinham acesso e não sabiam de que forma utilizar.
Agora, cabe a nós, estudantes de Direito, não deixarmos que a ideia de Ferdinand Lassalle venha à tona novamente. É completamente inadmissível que vivamos em um país onde as leis são para poucos e esses poucos não se importam com os outros. A nossa Constituição pede por socorro, e nós devemos salvá-la, para assim, indiretamente, sermos salvos.
Referencias: BERCOVICI, G. 2013. O Poder Constituinte do Povo no Brasil, Um Roteiro de Pesquisa Sobre a Crise Constituinte. São Paulo. Lua Nova.
BERCOVICI, G. 2013. O Processo Constituinte Brasileiro, A Transição e o Poder Constituinte. São Paulo. Lua Nova.
OLIVEIRA, M. A. C. 2006. Poder constituinte e patriotismo constitucional: o projeto constituinte do estado democrático de direito na teoria discursiva de Jürgen Habermas. Belo Horizonte: Mandamentos.
CANOTILHO, J. J. G. 2001. Constituição dirigente e vinculação do legislador: contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas. Coimbra: Coimbra
FERNANDEZ, Bernardo Gonçalves. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Lumem Juris, 2014.
BULOS, Uadi Lamego. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva, 2014.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO CERRADO DE PATROCÍNIO
CURSO: DIREITO DIURNO
Trabalho referente ao Poder Constituinte e suas influências no Brasil atual. 
Docente: Nery dos Santos de Assis.
Discentes: Ádrilla Borges de Matos Silva;
Ana Karolina Freitas Silva;
Ana Laura Nunes Peres;
Gabriela Maria Machado Dornelas;
Vanessa Milena Cortes.
PATROCÍNIO
2017.

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