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FISIOLOGIA ANIMAL Aula 13 •Sistema respiratório – parte II •Sistema urinário – parte I Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 1 Fisiologia da respiração • Gases: oxigénio (hemoglobina), dióxido de carbono (22* mais solúvel que oxigénio), nitrogénio (menos) e vapor de água • Física dos gases • Lei de Boyle: volume do gás varia inversamente com a pressão • Lei de Charles: volume do gás aumenta proporcionalmente com a temperatura • Lei de Henry: volume do gás dissolvido em água depende da pressão e da solubilidade desse mesmo gás • Volume = pressão * coeficiente de solubilidade • Pressões parciais (P): pressão exercida por determinado gás numa mistura de gases (soma = pressão total) • a, v e A Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 2 Solubilidade dos gases em água Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 3 Fisiologia da respiração • Composição do ar atmosférico (760mmHg) • 20.93% oxigénio (PO2 = 159 mmHg) reduzida nos alvéolos • 0.03% dióxido de carbono (CO2 = 0.23 mmHg) • 79.0% nitrogénio (PN2 = 600mmHg) Particularidades da respiração: • PO2 arterial pode ser mais baixa do que PO2 alveolar porque as artérias pulmonares podem sofrer “shunts” (passa diretamente às artérias sistémicas sem oxigenação) http://www.vetsurgerycentral.com/pss.htm • PCO2 arterial e PCO2 alveolar são iguais devido ao alto coeficiente de difusão do CO2 • O nitrogénio está em equilíbrio virtual porque não é consumido nem produzido • O vapor de água é constante porque os gases são transportados em meio líquido • Cada gás difunde-se em resposta à sua própria pressão parcial e independentemente dos outros gases: da zona de maior pressão parcial para a zona de menor pressão parcial Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 4 Ventilação • Ventilação: processo através do qual um gás num espaço fechado é trocado/renovado (processo de troca de gases entre as vias respiratórias e os alvéolos) • Ventilação total: volume de ar que entra e sai das vias aéreas e dos alvéolos em determinado período de tempo • Ventilação por minuto/volume respiratório por minuto: volume de ar que entra e sai num minuto • VE = f * VT (ventilação por minuto = frequência * volume tidal médio) • Normoventilação: ventilação na qual se mantém uma PACO2 de 40mmHg • Hiperventilação: ventilação alveolar superior às necessidades metabólicas e mantendo uma PACO2 inferior a 40mmHg. Causa uma alcalose respiratória • Hipoventilação: ventilação alveolar inferior às necessidades metabólicas e mantendo uma PACO2 superior a 40mmHg. Causa uma acidose respiratória • Sabemos que: VT = Vmorto + Valveolar (arfar) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 5 Ventilação/perfusão • Rácio = VA/Q (aproximadamente 1) • É necessário um balanço entre a ventilação e a perfusão, que garanta um equilíbrio entre as trocas de oxigénio e dióxido de carbono • Valor inferior: menor ventilação mas perfusão mantém-se adequada • Valor superior: ventilação excede a perfusão • Partes dorsais do corpo têm maior rácio do que partes ventrais • Posteriormente causam hipoxemia Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva Bronquite crónica Enfisema pulmonar 6 Ventilação/perfusão Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 7 Ventilação/perfusão • Os alvéolos não são todos igualmente ventilados e não têm igual perfusão sanguínea (baixa resistência e alta complacência) • Consequências da hipoxia • Quando a PAO2 (alveolar) diminui músculo liso das arteríolas da região hipóxica contrai condução do sangue para as zonas oxigenadas • Ex: altitudes acima de 2100 metros onde a PO2 atmosférica é inferior a 100 mmHg ocorre vasoconstrição generalizada, aumentando a pressão pulmonar arterial e a contração do coração direito Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 159 mmHg 100 mmHg 8 Ventilação/perfusão Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 9 Ventilação/perfusão • A resposta vascular do músculo liso pulmonar varia com a espécie • Os bovinos e os galináceos são os mais responsivos e potencialmente suscetíveis à hipertensão pulmonar, podendo levar a insuficiência do coração direito e acumulação de edemas: doença de “brisket” (peito inchado); ascite hipóxica nas galinhas Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 10 Membrana respiratória Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 11 Membrana respiratória • Os gases difundem-se através da membrana respiratória (distância mínima) • Epitélio alveolar • Membrana basal do epitélio • Espaço intersticial • Membrana basal do endotélio capilar • Endotélio capilar Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 12 Membrana respiratória Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 13 Pressões respiratórias • Pressão intrapulmonar/alveolar/intra- alveolar • Inspiração: subatmosférica • Expiração: mais alta que a atmosférica • Pressão intrapleural/intratorácica • Pressão no tórax fora dos pulmões (incluindo mediastino) • Espaço entre pleura parietal e visceral • Sempre menor que a pressão intrapulmonar porque pulmão está sempre aderido à parede torácica, a expansão torácica permite a expansão pulmonar: contrariando • Tensão de superfície alveolar • Forças elásticas Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 14 Pressões respiratórias • Patologias • Pneumotórax: ar entra entre a pleura parietal e a pleura visceral,causando o colapso do pulmão e a asfixia do animal • Pressão no espaço mediastínico • Durante a inspiração, a pressão negativa intrapleural também se transmite ao mediastino (veia cava, ducto linfático e esófago), ajudando ao retorno venoso • Tensão de superfície (atração entre átomos e moléculas) • Lei de Laplace P = 2 T/r (pressão no interior dos alvéolos diretamente proporcional à tensão de superfície interna e inversamente proporcional ao raio interno) • Surfactantes (substâncias activas pouco hidrófilas que causam uma redução na tensão de superfície por afastamento da água) • Surfactante pulmonar: complexo lipoproteico com 30% proteínas e 70% lípidos. Diminui a tensão de superfície na expiração (pequeno volume alveolar), facilitando a inspiração e estabilizando os alvéolos Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 15 Pressões respiratórias Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 16 Pressões respiratórias Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 17 Controlo da respiração • É controlada por vários recetores distribuídos pelo corpo • Recetores de distensão: nas paredes dos brônquios e bronquíolos. Quando o pulmão está distendido enviam impulsos pelo nervo vago ao centro inspiratório do cérebro, para que cesse a inspiração e se estimule a expiração (pelo centro apneustico): reflexo de Hering- Breuer • Quimiorrecetores: detectam oxigénio e pH (> CO2 causa < pH) • Periféricos: corpos aórticos e corpos carotídeos (O2) • Centrais: medula cerebral (CO2) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 18 Controlo da respiração • Centro respiratório • Vários núcleos com funções específicas de regulação da respiração • Quatro regiões específicas: • Grupo dorsal respiratório (DRG): recebe informação do nervo vago e glossofaríngeo (reflexo de Hering-Breuer) – atividade inspiratória – nervo frénico – diafragma • Grupo ventral respiratório (VRG): sobretudo expiração (também inspiração) durante o exercício • Centro pneumotáxico (PC): inibem a inspiração, regulando o volume e a frequência • Centro apneustico: pouco conhecido, nãohá consenso Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 19 Controlo neural da respiração 1. Reflexo de Hering-Breuer: recetores nos pulmões, brônquios e bronquíolos, transmitido pelo nervo vago • Reflexo de inibição da inspiração ou inflação – ativado com a inflação inibe DRG e estimula VRG • Reflexo inspiratório ou deflação – ativado com a deflação para iniciar a seguinte inspiração (compressões) 2. Recetores periféricos: por exemplo na pele, enviam a informação para os nervos vago e glossofaríngeo 3. Reflexos das passagens aéreas superiores: quando há estimulação das mucosas ocorre inibição da respiração. Por exemplo quando engolimos, inibe-se a inspiração; tosse; espirros (proteção do epitélio respiratório) 4. Alteração dos barorrecetores: seios aórtico e carotídeo (reduzem a respiração quando a pressão circulatória aumenta) 5. Controlo voluntário Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 20 Controlo humoral da respiração • Controlo químico: O2 CO2 H + 1. Aumento da PCO2 causa aumento da ventilação alveolar, diretamente proporcional 2. Aumento dos iões H+ causa aumento da ventilação alveolar, diretamente proporcional 3. Diminuição da PO2 causa aumento da ventilação alveolar, inversamente proporcional • Equilíbrio ácido-base • Desvio positivo da PaCO2 (>40 mmHg) causa acidose respiratória • Desvio negativo da PaCO2 (<40 mmHg) causa alcalose respiratória • Existem mecanismos compensatórios para ambos desvios Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 21 Controlo humoral da respiração • Mecanismos renais compensatórios 1. Alcalose respiratória: rins diminuem excreção de H+ e reabsorção de HCO3 - pH desce 2. Acidose respiratória: rins aumentam excreção de H+ e reabsorção de HCO3 - pH sobe • Mecanismos respiratórios compensatórios: 1. Alcalose metabólica: a diminuição nos iões H+ (provenientes do metabolismo) tem um efeito inibidor sobre a respiração, aumentando a PCO2 pH acidifica 2. Acidose metabólica: os iões H+ estimulam a respiração, diminuindo a PCO2 pH alcaliniza Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 22 Controlo humoral da respiração • Quimiorrecetores centrais: • Superfície ventral da medula • Sensíveis a alterações nos iões H+ no fluido intersticial do cérebro • Excitam o Centro respiratório, causando aumento do volume tidal e da frequência • Quimiorrecetores periféricos: • Corpos aórticos e carotídeos detetam alterações nas pressões parciais de O2 CO2 e H + • Afetam o centro respiratório por transmissão dos impulsos pelos nervos glossofaríngeo e vago (denervação dos corpos carotídeos causa hipoventilação crónica) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 23 Controlo humoral da respiração Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva >PaCO2 >PCO2 LCR >CO2 >H + Quimiorrecetor central >VENTILAÇÃO Aumento PO2 Diminuição PCO2 >PaCO2 >CO2 >H + Quimiorrecetor periférico <PaO2 F e e d b a c k n e g a ti v o F e e d b a c k n e g a tiv o 24 FISIOLOGIA ANIMAL Aula 13 • Sistema urinário – parte I Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 25 Anatomia do sistema urinário Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 26 Rins • Região dorsolombar • Esquerdo ligeiramente mais caudal • Retroperitoneais (debaixo da lâmina parietal do peritoneu) • Produção de urina • Ureteres (2) • Bexiga • Uretra (micção) • Vascularização • Artéria renal (ramo da aorta abdominal), recebendo 20% do output cardíaco a uma elevada pressão sanguínea • Glomérulo: rede capilar entre arteríolas aferentes e eferentes (sistema porta) • Veia renal (veia cava) • Inervação – SNA Simpático Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 27 Produção de urina Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 28 Rins • Envolto na cápsula renal (fibrosa) • Córtex • Camada externa • Contêm a maior parte de cada nefrónio (incluindo glomérulo) • Medula • Camada interna • Ordenada em estruturas piramidais • Ductos coletores enviam urina para as papilas renais • As papilas juntam-se no cálice, formando a pélvis renal Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 29 Rins • Funções • Manter a homeostase (balanço de água e eletrólitos nos fluidos corporais) • Eliminação de urina (armazenada na bexiga) 1. Eliminação de produtos de excreção do nitrogénio (ureia e creatinina) 2. Regulação do volume e constituintes químicos dos fluídos corporais (osmoregulação) 3. Secreção da eritropoietina (formação de eritrócitos) em resposta a baixos níveis de oxigenação sanguínea 4. Ativação da vitamina D (após síntese na pele) 5. Armazenamento de urina na bexiga, prévio à micção Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 30 O nefrónio • A unidade funcional do rim é o nefrónio 1. Cápsula glomerular ou de Bowman 2. Glomérulo 3. Túbulo contornado proximal 4. Ansa de Henle 5. Túbulo contornado distal 6. Ducto coletor Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 31 O nefrónio • Número de nefrónios varia entre espécies mas não entre raças (entre um cão de pequeno e grande porte, o que aumenta é o volume e não a quantidade de nefrónios) • Nos mamíferos podem classificar-se 2 tipos de nefrónios, dependendo • Da localização dos glomérulos • Da profundidade de penetração das ansas de Henle na medula Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva * Em cada rim 32 O nefrónio • Nefrónios com glomérulos no córtex superfícial ou médio e com ansas de Henle na medula superficial: nefrónios corticomedulares (B) • Nefrónios com glomérulos no córtex profundo e ansas de Henle extendem-se profundamente na medula: nefrónios justamedulares (A) • Porcino 3% • Gato 100% • Humano 14% Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 33 O nefrónio 1. Cápsula glomerular ou de Bowman: camada dupla de células achatadas com uma membrana basal perfurada formando uma estrutura oca em forma de copo 2. Glomérulo: rede de capilares enrolados, adjacentes à membrana basal da cápsula glomerular. É onde ocorre a ultrafiltração: o plasma é forçado dos capilares para o espaço glomerular • Proteínas de alto peso molecular e hormonas ou moléculas associadas não atravessam • Moléculas pequenas como aminoácidos, glucose, eletrólitos, toxinas e proteínas de baixo peso molecular (ex. hemoglobina) atravessam 3. Túbulo renal: desde a cápsula glomerular até ao ducto coletor, composto por epitélio simples, pode dividir-se em três zonas: 1. Túbulo contornado proximal: reabsorve 65% da água e eletrólitos do filtrado (córtex renal) 2. Ansa de Henle: desce desde o córtex até à medula, associada aos capilares provenientes das arteríolas eferentes. Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 34 O nefrónio Ansa de Henle descendente é permeável à água e ascendente é permeável aos eletrólitos (sódio e cloro), terminando na mácula densa (segmento mais grosso) 3. Túbulo contornado distal: no córtex renal, termina no ducto coletor cortical (recebe fluido cortical de vários nefrónios) 4. Ducto coletor: quando ducto coletor cortical penetra na medula (aumentam de diâmetro até se unirem na pélvis renal) • Circulação sanguínea: • Artéria aorta Artérias renais Arteríolas aferentes • Capilares • Arteríolas eferentes • Capilares peritubulares • Vasos retos • Vénulas e veias renais veia cava Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 35Nefrónio funcional com circulação 1. Cápsula de Bowman 2. Túbulo proximal 3. Ansa de Henle descendente 4. Ansa de Henle ascendente (fina) 5. Ansa de Henle ascendente (grossa) 6. Túbulo distal 7. Túbulo conector 8. Tubo coletor cortical 9. Tubo coletor medular (externo) 10. Tubo coletor medular (interno) 11. Arteríola aferente 12. Glomérulo 13. Arteríola eferente 14. Capilares peritubulares 15. Vasos retos 16. Veia renal Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 36 Nefrónio funcional Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 37 Ansa de Henle • Composta por três segmentos: porção descendente fina, porção ascendente fina e porção ascendente grossa (diferenças nas células epiteliais e não no lúmen) • Porção ascendente grossa passa perto do ângulo entre as arteríolas aferentes e eferentes as células epiteliais do lado tubular que entra em contato com as arteríolas constituem a mácula densa • A mácula densa constitui o início do túbulo distal • As células do músculo liso das arteríolas aferentes que contactam com a mácula densa denominam-se células justaglomerulares (JG) granulares e contêm renina/angiotensinogenase (enzima proteolítica) – angiotensina I • A zona entre as arteríolas e a mácula densa é a região mesangial ou mesângio (células e matriz mesangial) que confere suporte e proteção Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 38 Aparelho justaglomerular • Mácula densa • Mesângio • Células JG granulares Regulação do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 39 Formação da urina 1. Filtração glomerular 2. Reabsorção tubular 3. Secreção tubular Filtrado glomerular Fluido tubular Urina (pélvis) • Exceção: equinos é adicionado muco à urina Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 40 Circulação • Fluxo sanguíneo renal: sangue que flui para os rins (mL/min) • Fluxo plasmático renal: plasma (maior componente do filtrado glomerular) que flui para os rins (mL/min) • Taxa de filtração glomerular: velocidade à que se forma o filtrado glomerular (mL/min) • Fração filtrada = taxa de filtração glomerular / fluxo plasmático renal (% de plasma que se converte em filtrado glomerular) • A quantidade de células e proteínas nas arteríolas eferentes é bastante maior (há uma maior concentração do sangue por diminuição da fração plasmática) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 41 Função renal normal em cão de 11,35kg Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 42 Função do rim 1. Filtração glomerular 2. Transporte tubular – reabsorção para o plasma ou excreção na urina • Formação do filtrado • Glomérulo: capilares com alta pressão hidrostática que favorece a filtração • Capilares peritubulares: baixa pressão hidrostática que favorece a reabsorção • Ultrafiltrado plasmático passa através do endotélio fenestrado, da membrana basal glomerular e do epitélio glomerular da cápsula de Bowman para o espaço capsular • A pressão hidrostática favorece a filtração • A pressão coloidosmótica das proteínas plasmáticas e a pressão hidrostática do filtrado contrariam a filtração Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 43 Ultrafiltrado glomerular Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 44 Ultrafiltrado glomerular • Proteínas (>70,000) e células sanguíneas não são filtradas • Albumina (69,000) aparece em 0.2 a 0.3% do filtrado • Hemoglobina (68,000) aparece em 5% da sua quantidade plasmática livre (eritrólise) Patologia: eritrólise excessiva causa hemoglobinúria Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 45 Fatores que afetam a filtração 1. Pressão arterial sistémica (80-130 mmHg) 2. Vasoconstrição/vasodilatação das arteríolas aferentes 3. Proteoglicanos da membrana basal glomerular (negativos) têm mais afinidade para iões positivos do que iões negativos (albumina) 4. Má perfusão renal pode alterar a carga eletrostática da membrana glomerular, alterando a filtração • Células da mácula densa • Percepcionam alterações no volume dos túbulos distais – se o volume diminui estas células estimulam a vasodilatação das arteríolas aferentes • Causam a libertação de renina pelas células justaglomerulares das arteríolas aferentes e eferentes: • Angiotensinogénio Angiotensina I Angiotensina II (ECA) 1. Vasoconstrição das arteríolas aferentes e sobretudo eferentes 2. Segundo vasoconstritor mais forte do organismo (vasopressina) 3. Estimula aldosterona (reabsorção de sódio) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 46 Aparelho justaglomerular Sistema renina-angiotensina-aldosterona Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 47 Angiotensina II Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 48 Função do rim 1. Filtração glomerular 2. Transporte tubular – reabsorção para o plasma ou excreção na urina • Transporte tubular: passagem do fluido através do nefrónio e ductos coletores (pressão hidrostática é alta na cápsula de Bowman e baixa na pélvis renal) • Reabsorção tubular – transporte de água e solutos do fluido tubular para os capilares peritubulares • Secreção tubular – transporte de solutos dos capilares peritubulares para o fluido tubular Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 49 Dinâmica dos capilares: reabsorção • Alta pressão coloidosmótica e baixa pressão hidrostática no interior do capilar favorecem a reabsorção • Sódio (65% túbulo proximal), glucose e aminoácidos (baixo peso molecular) atravessam a membrana glomerular e são posteriormente reabsorvidos: • Bomba Na+/K+-ATPase permite realizar cotransporte (sódio e glucose ou sódio e aminoácido) • Contratransporte Na+ – H+ • Gradiente de cloro permite reabsorção de sódio • Porção grossa da ansa de Henle ascendente cotransporte Na+ – K+ – 2Cl- (25%) • Ducto coletor (10%): aldosterona Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 50 Secreção e reabsorção tubular Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 51 Dinâmica dos capilares: reabsorção • Devido ao transporte de solutos, cria-se um gradiente osmótico – reabsorção de água para o espaço peritubular • De forma homóloga ao sódio • 65% absorvida no túbulo proximal • Ureia e outros solutos são concentrados no filtrado • Proteínas e polipéptidos são reabsorvidos por endocitose (concentração de proteína na urina = 23mg/dL com 50% albumina) • Outras moléculas: lactato, citrato, catiões, vitaminas hidrosolúveis • Máximo de reabsorção: no caso da glucose, quando se excede o Tm ocorre glucosúria (por ex. diabetes mellitus) causando diurese osmótica Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 52 Dinâmica dos capilares: secreção • Contratransporte Na+ – H+ permite excreção de hidrogénio • No ducto coletor ocorre secreção ativa de H+ • K+ pode ser reabsorvido ou excretado no túbulo distal, permitindo compensar a ingestão • Ácidos orgânicos e bases • Penicilina (penicilina de longa ação foi modificada de forma a diminuir a sua taxa de secreção) Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 53 Dinâmica urinária • Cada substância presente no plasma possui um padrão típico de filtração, reabsorção e secreção • A taxa a qual uma substância é excretada na urina depende do balanço entre estes três processos renais Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 54 Balanço glomerulotubular • A quantidade de filtrado reabsorvido no túbulo proximal constitui uma percentagem fixado ultrafiltrado glomerular (65% no caso da água e NaCl) Balanço glomerulotubular • Se a taxa de filtração glomerular é baixa, só uma pequena quantidade do filtrado é absorvida no túbulo proximal, deixando o restante para a regulação do nefrónio distal • Se a taxa da filtração glomerular é alta, 2/3 do filtrado são reabsorvidos para que a capacidade de regulação do nefrónio distal não seja saturada Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 55 Próxima aula • Sistema urinário – parte II Fisiologia Animal (13) - Carolina Balão da Silva 56
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