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QUEIXA CRIME

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO __º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE GOIÂNIA - GOIÁS
INQUÉRITO POLICIAL Nº 99//17
THARLES RODRIGUES DE SOUSA, brasileiro, solteiro, servente, portador da Cédula de Identidade nº 5650823, inscrito no CPF sob o nº 042.859.171-06, residente e domiciliado à Avenida Gercina Borges Teixeira, Qd. 22, Lt. 25, Casa 02, Jardim São José, Goiânia, Goiás, CEP 74.494-650, e-mail tharlesrodrigues.trdss@gmail.com, vem, respeitosamente, perante à presença de Vossa Excelência, através de seu advogado infra-assinadao, conforme procuração com poderes especiais anexa, com escritório profissional Núcleo prática jurídica da Faculdade Cambury, Avenida T-2, nº 3.531, Setor Sol Nascente-Goiânia-GO, CEP: 74410-220, de que esta subscreve, com fulcro nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, artigo 61 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), bem como nos artigos 100, § 2º, 138 caput do Código Penal, oferecer a presente
QUEIXA–CRIME
 Em face de DEUSIENE CORREIA DA SILVA, brasileira, solteira, costureira, RG sob o nº 5463235, SPTCO e CPF n.º 931.197.471-49, residente e domiciliada na Rua dos Flamingos, quadra 11, lote 5, Sítio Recreio Paraíso Tropical, Goiânia, Goiás, CEP 74210060, pelos motivos que a seguir passa a expor.
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
O querelante requer os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA por ser pobre na forma da Lei, conforme declara no documento anexo, não podendo arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do próprio sustento termos do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal, e, ainda, com base nos artigos 98 a 102 do CPC/2015.
2. DOS FATOS
A Querelada imbuído de animus caluniandide, alardeou que o Querelante havia praticado crime de abuso de menor vulnerável (estupro de vulnerável) contra a sua própria filha, a menor impúbere Bruna Rodrigues da Silva, de apenas quatro anos de idade, tipificado no art. 217-A, do Código Penal Brasileiro e mesmo sem provas e de forma arbitraria o acusou publicamente, causando total vexame para o Querelante, que diante da situação ficou muito constrangido.
O crime, segundo consta no inquérito, hoje arquivado pela autoridade policial por falta de provas, teria ocorrido no dia 12 de fevereiro de 2017, com base em relatos feitos pela própria criança no Setor Jardim São José, em Goiânia, Goiás.
À pedido da autoridade policial judiciária foi realizado laudo psicológico, exame médico legal e todo o procedimento necessário, sem que se apresentasse qualquer indício ou prova que pudesse corroborar o que teria dito a criança, faticamente, por meio de declarações de sua mãe, Deusiene Correia da Silva. 
Eis o que diz o laudo do exame médico legal, constante no inquérito policial: “Exame pericial não evidenciou vestígios de conjunção carnal e atos libidinosos diversos da conjunção carnal”.
Da forma preconizada pela jurisprudência dominante, a palavra da vítima para assumir o papel preponderante na escala da valoração da prova deve sempre se apresentar de Forma verossímil, coerente, segura e harmônica com os demais elementos de convicção produzidos na instrução criminal, o que não aconteceu no presente caso, em que a pretensa vítima, que é filha do Querelante, traz uma versão fantasiosa dos fatos, alegadas pela Querelada com a intenção de macular a honra do Querelante versão fantasiosa dos fatos, impossível de existir no campo e na esfera da realidade.
 Por outro lado, Excelência, a doutrina especializada tem de forma contundente, proclamado que o depoimento infantil deve ser analisado com redobrada e elevada cautela devido vários fatores de ordem psico-fisiológicos, próprios da falta de amadurecimento sugestionabilidade, fertilidade da imaginação, percepção distorcida e fantasiosa, etc., comumente verificadas nas primeiras fases da vida humana.
O Código de Manu, o direito romano, bem como o direito bárbaro prescrevia que os menores eram absolutamente incapazes de prestar testemunho, nesse caso seus testemunhos eram equiparados aos alienados mentais (Código de Manu, Liv.III).
 As Ordenações Filipinas, germe do direito penal brasileiro, em seu Livro III titulo 56, nº 6, já proclamava essa incapacidade: 
“Os menores de 14 anos não podem ser testemunha em nenhum feito.” O motivo que levou os legisladores a considerar os menores absolutamente incapazes de depor e não permitir que se defira compromisso aos seus depoimentos é de fácil compreensão. As crianças, como é notório, não têm ainda uma total percepção dos fatos e a devida compreensão das coisas, em função do seu incompleto desenvolvimento orgânico. 
Além do mais não tem noção da importância do ato que irão praticar diante da autoridade judicial. Como bem observa Binet, a criança “avalia mal a exatidão do que diz e do que faz; é tão inábil no espírito como o é nas mãos; é notável sua facilidade em satisfazer com palavras, ou em deixar de perceber que não está compreendendo. Sua inteligência se assemelha à de um imbecil adulto”.
 É nesse mesmo sentido que o insuperável mestre germânico Mittermayer: 
 “Por maior que seja o valor que se dê a candura, nas suas ingênuas palavras, que, sem macular as consequências , só exprimem o que realmente caiu sob os seus sentidos, o legislador deverá recear da leviandade natural de seu espírito, da falta de seus meios de observação, do seu hábito de só verem as coisas superficialmente e se contentarem-se com as primeira impressões”.
Além dos enganos inerentes à idade, em que a criança pode incorrer, salienta-se que a facilidade ser enganada e manipulada, constitui outro motivo para que sempre se recebam com redobradas cautelas seus testemunhos. 
Acrescenta-se a isto tudo, poder de imaginação do infante. Como é sabido, fortis imaginatio generat casum (uma robusta imaginação cria acontecimentos por si mesma). 
No caso em preço a vítima, de apenas quatro anos de idade atribui, ao Querelado o pai, de forma fantasiosa um fato de extremo relevo na resposta penal imposta pelo Estado, porém, sua versão restou isolada no contexto probatório, portanto insuficiente, por si só, para lastrear eventual decreto condenatório.
O Querelante, conforme depoimento da testemunha, demonstrou ser bom pai, pessoa trabalhadora, com família regularmente constituída, sustentada exclusivamente com os frutos de seu labor, goza no meio social em que vive do respeito e consideração não tendo personalidade voltada para senda criminosa, é radicado nesta cidade desde criança.
E a má fé não prevaleceu, assim como não deve prevalecer diante da justiça brasileira, sob a égide da impunidade e do desvio do real propósito da moralidade e da ética das leis brasileiras.
3. FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
Da caracterização do Crime de Calúnia
 Calúnia é a imputação falsa a alguém de fato definido como crime. Nas palavras de Euclides Custódio da Silveira, honra “é o conjunto de dotes morais, intelectuais, físicos, e todas as demais qualidades determinantes do apreço que cada cidadão desfruta no meio social em que vive”
 Desta forma, trata-se a calúnia de uma espécie de “difamação agravada”, pois não imputa a vítima apenas um fato desonroso, mas sim, um fato definido por lei como criminoso.
 Sabe-se ainda que a calúnia tem por finalidade a proteção da honra objetiva do sujeito, qual seja, a sua reputação perante a sociedade em que vive. Nas, bem colocadas, palavras de Cezar Roberto Bitencourt,
“[...] é o sentimento do outro incide sobre as nossas qualidades ou nosso atributos, ou seja, enquanto a honra subjetiva representa o sentimento ou a concepção que temos a nosso respeito, a honra objetiva constitui o sentimento ou o conceito que os demais membros da comunidade têm sobre nós, sobre nossos atributos. [...]”.
 Agindo assim, a Imputada comete crime de calúnia,conforme o dispositivo 138 caput do Código Penal.
 A calúnia tem sua consumação no momento em que a falsa imputação chegar a terceiros, não tendo, necessariamente que chegar a pessoa do ofendido, pois o que se lesa pelo crime é o aspecto externo da honra e não o interno, devendo haver a publicidade da imputação ilícita.
4. DOS DIREITOS
“Um culpado punido
é exemplo para os delinquentes
Um inocente condenado preocupação
para todos homens de bem.”
(La Bruyere)
Como o próprio inquérito policial concluiu por arquivar a denúncia, o caso fica aqui claramente tipificado como ‘crime de calúnia’, já que atribuiu ao Querelado um crime não cometido. Fez um duro ataque à sua honra, e, de maneira objetiva, o ‘monstrualizou’ para a sociedade.
Eis o que diz o artigo 138, do Código Penal, que claramente tipifica o que vem a ser o crime de calúnia, o mesmo incorrido pela Querelada:
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Exceção da verdade
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Cabe, portanto, a querelada responder pelo art. 138, caput do Código Penal Brasileiro.
Eis aí, portanto, a clara intenção da Querelada em ofender a dignidade e o decoro do Querelante, por isso, o animus, caluniandi se configura quando a autora de tais aleivosias manifesta opinião ofensiva contra a vítima, em evidente intenção de macular e prejudicar a sua honra, sem se importar com o que aplica as leis brasileiras.
Já, nossa jurisprudência, entende a impossibilidade de absolver aquele ou aquela que pratica o crime da calúnia, tendo em vista os animus caluniandi vel injuriandi. Eis o que entendeu o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, provocado sobre assunto semelhante: 
TJ-MG - Apelação Criminal APR 10338110022039001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 18/06/2014
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIMES CONTRA A HONRA -PRELIMINAR DE DEFEITO NA PROCURAÇÃO - REJEIÇÃO - MÉRITO - CALÚNIA E DIFAMAÇÃO - ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - DOLO COMPROVADO - ERRO DE TIPO - INEXISTÊNCIA - CONDENAÇÃO MANTIDA - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - CONTINUIDADE DELITIVA ENTRE OS DELITOS DE MESMA ESPÉCIE E MANUTENÇÃO DO CONCURSO MATERIAL ENTRE OS DELITOS DE CALÚNIA E DIFAMAÇÃO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. A procuração outorgada pela parte querelante deve conter, dentre outros requisitos, a menção ao fato criminoso, sendo necessário, inclusive, a indicação do artigo de lei que entende violado. 2. O conjunto probatório encontra-se suficientemente hábil para ensejar a condenação, valendo destacar que a simples negativa de autoria está dissociada das demais provas dos autos, não sendo possível a aplicação do in dubio pro reo. 3. Comprovado nos autos, pela prova documental, o especial fim de agir do agente, consubstanciado no animus caluniandi vel diffamandi, consistente no ânimo de denegrir, ofender a honra dos apelados, não há que se falar em absolvição por ausência de dolo. 4. Não há que se falar em princípio de consunção entre os delitos de calúnia e difamação, quando se verifica que várias foram as oportunidades em que o autor ofendeu a honra dos apelados, ou seja, as condutas não estão inseridas num mesmo contexto fático. 5. Em se tratando da prática de mais de um crime, se eles foram cometidos nas mesmas condições de tempo, local, e modo de execução, configura-se a continuidade delitiva.
Encontrado em: REJEITARAM A PRELIMINAR E DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO Câmaras Criminais / 6ª CÂMARA CRIMINAL 18/06/2014 - 18/6/2014 Apelação Criminal APR 10338110022039001 MG (TJ-MG) Denise Pinho da Costa
 Assim sendo, a Querelada cometeu o crime de Calúnia tipificado no artigo 138 do Código Penal, incidindo, ainda, na causa de aumento prevista no artigo 141, inciso III, do mesmo código.
5. DOS PEDIDOS:
Ante o Exposto, requer a Vossa Excelência:
Os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declarações em anexo;
Seja decretado “Segredo de Justiça” ao presente procedimento criminal, tendo em vista que os fatos da demanda são demasiadamente constrangedores para o Querelante, devendo os autos ser entregues apenas às partes, sob pena de responsabilidade;
Seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) para eventual composição e transação penal, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, CITADA a Querelada para responder aos termos da ação penal;
Em não sendo a mesma encontrada, sejam os autos enviados para a Justiça Criminal Comum, a fim de citá-la por EDITAL, bem como para realização da instrução processual, abrindo-lhe a oportunidade para COMPOR OS DANOS CIVIS;
A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público para se manifestar no feito, nos termos do artigo 45 do Código de Processo Penal;
A intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas;
Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos sofridos pelo querelante, nos termos do artigo 387, inciso IV do Código de Processo Penal.
E, ao final desta, depois de confirmada judicialmente a autoria e materialidade dos delitos dos autos, seja a Querelada condenada, julgando-se procedente a presente Queixa-Crime, nas penas cominadas no Artigo 138 caput do Código Penal brasileiro.
Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova admitidos em Direito inseridos nesta exordial, como também especialmente pela juntada posterior de documentos, ouvida do noticiado, depoimentos das testemunhas abaixo arroladas, perícias, diligências e tudo mais que se fizer necessário para a prova real no caso “sub judice”. 
 Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
 Goiânia, 10 de novembro de 2017
Moisés Rocha da Silveira
 OAB/GO 000000000
 Tharles Rodrigues de Sousa.
Rol de Testemunhas:
ADEJANE ALVES MONTEIRO RG nº (não e CPF residente e domiciliado na cidade e Comarca de (ibidem), (rua, número, bairro e CEP).

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