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Trabalho pós alienação parental

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FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VITÓRIA
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL
DISCIPLINA: DESAFIOS DA FAMÍLIA NA CONTEMPORANEIDADE
DOCENTE: HOSANA LEANDRO DE SOUZA DALLORTO
ACADÊMICA: CAROLINE GUIMARÃES SOUSA LEITE
MATRÍCULA: 201604101733
EXERCÍCIO SOBRE ALIENAÇÃO PARENTAL
QUESTÃO 01
O medo da inversão da guarda por si só não justifica a alienação parental. Trata-se de um processo mais complexo e que enseja sem dúvida em dano afetivo. A alienação parental pode ser entendida como a tentativa de um dos genitores de desqualificar o outro em razão de uma má elaboração do luto pela perda do relacionamento afetivo. Não raras vezes a ruptura da vida conjugal pode acarretar em um dos cônjuges fortes sentimentos de rejeição que acabam, quando não devidamente elaborados, levando a atitudes destrutivas e vingativas. Tais atitudes seguem no sentido de desmoralizar o ex-companheiro e os filhos acabam por serem envolvidos nesse esquema de ódio. 
Freqüentemente, é a mãe a maior causadora desse mal, pois normalmente a guarda fica com a genitora, ficando o pai alijado do convívio com os filhos em decorrência dessa má resolução do vínculo conjugal. 
Uma forma que tem se mostrado eficaz para evitar tal situação é a guarda compartilhada dos filhos. Isto porque tal modalidade de guarda traz em sua essência uma forma mais didática e autêntica de participação de ambos os genitores na vida dos seus filhos.
Esta modalidade de guarda seria capaz de reduzir a alienação parental em razão do equilíbrio de poder atribuído aos genitores do infante. Logo, tudo o que a mãe do menor impúbere resolver sobre sua vida, deverá ser discutido e consentido pelo genitor desta.
QUESTÃO 02
Em relação ao afastamento imediato do genitor suspeito de praticar abuso é preciso compreender que se trata de uma situação bastante delicada. Quando tal notícia é levada ao Poder Judiciário, a primeira conduta do Magistrado normalmente é promover o afastamento completo da criança do genitor sob suspeição de prática de abuso sexual. Há o receio de que se a denúncia for de fato verdadeira haverá o agravamento da situação já demasiado traumática. 
Mas, por outro lado, caso em que esteja ocorrendo alienação parental com a implantação de falsas memórias, há o risco de que a criança seja privada do convívio com o genitor que na realidade nunca lhe causou mal.
Em tal situação, diante deste tipo de denúncia, enquanto ocorre a investigação acerca do abuso sexual, a convivência da criança com o genitor é cessada. Ocorre que muitas vezes este afastamento pode perdurar por um longo tempo até que haja a avaliação do caso, que em muitas situações nem chega a ser conclusiva.
Tal afastamento pode incorrer em uma série de prejuízos para criança que pode estar vivenciando uma situação de alienação. Sob a perspectiva da criança há o sentimento de abandono em relação ao genitor que acaba sendo impedido de conviver com a criança. O sentimento para elas pode ser devastador por não compreender o motivo pelo qual o pai supostamente as abandonou.
Neste aspecto, para evitar situações como esta, é preciso haver cautela do Magistrado ao lidar com situações de abuso sexual, não só no sentido de proteger a criança provável vítima de abuso, mas de protegê-la também nos casos de alienação, pois o afastamento do genitor também é deletério para o seu desenvolvimento.
Assim, a melhor medida nos casos de suspeita de abuso sexual não é o afastamento completo, mas um convívio supervisionado até que a avaliação da situação demonstre a ocorrência ou não da violência, para que então seja tomada uma decisão definitiva em relação ao convívio com o genitor.
QUESTÃO 03
A Lei da Alienação Parental indica como uma das práticas alienadoras a mudança de domicílio como forma de promover o afastamento da criança do genitor alienado. Neste sentido, a mencionada Lei permite a fixação cautelar do domicílio do menor, seja de ofício ou por requerimento da parte, conforme art. 6°, inciso VII, com a finalidade de prevenir o afastamento do genitor e também o deslocamento da competência. 
Ao se constatar uma mudança de domicílio abusiva o Magistrado pode inverter a obrigação de levar o menor até a convivência com o outro genitor e até mesmo retirar o filho da residência do genitor abusivo por ocasião da alternância dos períodos de convivência, nos termos do art. 6°, § único. 
Nestes casos, o que se verifica é que a alteração do domicílio acaba por se tornar irrelevante para a determinação da competência, pois ao se constatar a possibilidade de alienação, deve o Magistrado tomar as medida cabíveis de modo a coibir o abuso.
REFERÊNCIA
DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 10. ed. rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.

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