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Modernismo primeira fase

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MODERNISMO NO BRASIL (1a FASE)
O que você deve saber sobre
O Modernismo representou um rompimento de artistas e intelectuais com a arte acadêmica e o tradicionalismo cultural no Brasil. Influenciados pelos movimentos de vanguarda na Europa, os modernistas brasileiros da primeira fase adotaram uma postura radical e destrutiva em suas produções artísticas.
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Sequência temática: Modernismo
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MODERNISMO NO BRASIL (1a FASE)
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Professor: utilize, nesse momento da aula, a segunda aba da sequência. Abaixo, você encontrará uma breve descrição do conteúdo de cada uma das abas.
● Portugal: chegada: apresentação do contexto histórico em que o Modernismo surgiu, inspirado nas vanguardas europeias. Explica como o Modernismo se desenvolveu em Portugal, antes de chegar ao Brasil, e apresenta as revistas Orpheu e Presença, que embasaram o Modernismo português, chegando à literatura e à poesia contemporâneas em Portugal.
● Brasil: primeira geração: aborda o Modernismo no Brasil, iniciando com a Semana de 1922 e contextualizando a realidade vivida em nosso país no período. Expõe os ideais modernistas, que caracterizaram as obras da primeira geração, e explica o que foram os manifestos modernistas.
● Brasil: segunda geração: contextualiza a segunda geração historicamente e apresenta autores e obras do período.
● Romance de 1930: apresenta José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Erico Verissimo, Dyonelio Machado e Graciliano Ramos.
● Geração de 1945: o bloco trata da literatura brasileira pós-modernista. 
● Brasil: prosa pós-moderna: analisa a prosa pós-moderna, destacando as obras de Guimarães Rosa e Clarice Lispector. 
Contexto histórico
MODERNISMO NO BRASIL (1a FASE)
 1911: “política das salvações”
 1912: aumento da inflação e greves operárias em São Paulo
 1914: retorno da política do café com leite; Venceslau Brás 
elege-se presidente da República. Início da Primeira Guerra Mundial
 1922: fundação do Partido Comunista Brasileiro
 1925-1927: Coluna Prestes
 1929: quebra da Bolsa de Nova York; queda do preço do café; falência de fazendeiros; lançamento da candidatura de Getúlio Vargas à presidência do Brasil
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Fases do Modernismo brasileiro
 1922-1930 (1a fase): “fase heroica” marcada pelo radicalismo, pela releitura e ruptura com o passado brasileiro. Principais autores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
 1930-1945 (2a fase): consolidação das ideias pós Semana de Arte Moderna; prosa regionalista e amadurecimento da poesia brasileira. Principais autores: Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Erico Verissimo, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Jorge de Lima.
 1945... (Pós-Modernismo): intensa pesquisa estética, fragmentação da narrativa e experimentação. Principais autores: Guimarães Rosa, Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto.
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Antecedentes da Semana de 22
 Criação de O Pirralho, por Oswald de Andrade e Emílio Menezes, 
em 1911
 Em 1912, Oswald de Andrade divulga ideias cubistas e futuristas.
 Exposição de Lasar Segall, 
em 1913
 Ronald de Carvalho participa da criação da revista Orpheu, em 1915.
 1917: publicações de Manuel Bandeira, Mário de Andrade e a crítica “Paranoia ou mistificação”, 
de Monteiro Lobato
A estudante, c. 1917, de Anita Malfatti 
MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO
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Semana de 22 – o evento
A Semana de Arte Moderna aconteceu entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, e apresentou música, dança, pintura, escultura e literatura de vanguarda. 
Capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna, de autoria de Di Cavalcanti
BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO
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Semana de 22 – o evento
A reação do público foi de perplexidade e choque.
O dia 15 foi o mais agitado. Menotti Del Picchia iniciou a noite com uma conferência. Entre vaias e urros do público, Ronald de Carvalho declamou “Os sapos”, de Manuel Bandeira, ridicularizando os poetas parnasianos. 
A negra, 1923, de Tarsila do Amaral. Óleo sobre tela, 100 × 80 cm.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA/USP,SÃO PAULO/ TARSILA DO AMARAL EDUCAÇÃO
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Consequências da Semana
Isoladamente, a Semana de Arte Moderna não representou uma mudança significativa para as artes brasileiras. Mas desencadeou uma efervescência cultural que consolidou o Modernismo no Brasil.
Da esquerda para a direita, Pagu, Anita, Benjamin Peret, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Elsie Houston, Álvaro Moreira, Eugenia Álvaro Moreira e um anônimo 
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MUSEU DA REPÚBLICA, RIO DE JANEIRO
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Professor: a imagem não se encontra no caderno impresso. Utilize-a para destacar a produção cultural de alguns artistas presentes na fotografia.
Manifestos, revistas e grupos
Manifestos: Poesia Pau-Brasil, Antropófago e Nhengaçu 
Verde-Amarelo.
Revistas: Klaxon, Revista de Antropofagia, Terra Roxa e Outras Terras, Estética, Festa, Verde e 
A Revista.
Grupos: Pau-Brasil, Antropófago, Verde-Amarelo, Grupo 
Modernista-Regionalista 
de Recife e Grupo de Porto Alegre.
Primeiro número da revista Klaxon, lançada em São Paulo em maio de 1922
REPRODUÇÃO
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Mário de Andrade (1893-1945)
Além de artista, Mário de Andrade foi um importante teórico do Modernismo brasileiro. Textos como Prefácio interessantíssimo (1922) e A escrava que não é Isaura (1925) foram essenciais para o movimento. 
Retrato de Mário de Andrade, 1927, por Lasar Segall. Óleo sobre tela, 73 × 60 cm.
COLEÇÃO DE ARTES VISUAIS DO IEB/USP, SÃO PAULO
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Mário de Andrade (1893-1945)
Mário publicou Há uma gota de sangue em cada poema (1917), Pauliceia desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Primeiro andar (1926), Clã do jabuti (1927), Amar, verbo intransitivo (1927), Macunaíma (1928), Remate de males (1930), e Contos novos (1946). 
Batizado de Macunaíma, 1956, de Tarsila do Amaral. Óleo sobre tela, 132 x 250 cm. 
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COLEÇÃO PARTICULAR 
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Professor: a imagem não se encontra no caderno impresso. Utilize-a para ressaltar que Macunaíma – o herói sem nenhum caráter (1928) é um misto de rapsódia e romance, e que a mistura de lendas, mitos, tradições e linguagens de diferentes regiões do país ilustra a proposta cultural do Movimento Antropófago.
Oswald de Andrade (1890-1954)
Parte do espírito demolidor e irreverente da primeira fase do Modernismo pode ser atribuída a Oswald de Andrade. 
Além dos manifestos, Oswald publicou textos de teatro como O rei da vela (1937), romances como Memórias sentimentais de João Miramar (1924) e coletâneas de poemas como Pau-Brasil. 
Manifesto antropófago, de Oswald de Andrade, publicado na primeira edição da Revista de Antropofagia
REPRODUÇÃO
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Manuel Bandeira (1886-1968)
 Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, Bandeira mostrou sua face modernista em Libertinagem (1930). 
 São marcas de sua obra a liberdade formal, simplicidade, humildade, ironia, paixão, alumbramento e dramaticidade. 
 Publicou Estrela da manhã (1936), Lira dos cinquent’anos (1948), Belo belo (1948) e Mafuá do malungo (1954), entre outras obras.
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(ITA-SP) 
As questões 5 e 6 referem-se ao poema de Manuel Bandeira a seguir.
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam todos os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
– Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
– Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
RESPOSTA: C
Apesar de ser um poema modernista, esse texto de Bandeira apresenta alguns traços herdados do Romantismo. Sobre tais traços, considere as seguintes afirmações:
I. O poema é marcadamente autobiográfico, já que apresenta referências à família do escritor.
II. No poema, há a rememoração um tanto saudosista da infância do poeta, vista como um período de grande felicidade.
III. No poema, há a presença de elementos da cultura popular – festa de São João –, que são valorizados no texto.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I
b) I e II
c) I e III
d) apenas III
e) todas
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
RESPOSTA: C
Esse poema, contudo, não é propriamente romântico, não só porque o autor não pertence historicamente ao Romantismo, mas, sobretudo, porque:
a) o poema faz uma menção ao universo urbano (“o ruído de um bonde”), o que o afasta da preferência dos românticos pela natureza.
b) as pessoas de que o poeta se lembra estão mortas (“Dormindo / Profundamente”).
c) não há no poema o chamado “escapismo” romântico, nem a idealização do passado, mas sim a consciência de que este não volta mais.
d) o poema não possui nenhum traço emotivo explícito, o que o afasta da poesia romântica, que é marcadamente emotiva e sentimental.
e) não há, no poema de Bandeira, a presença do amor, que é um tema recorrente na poesia romântica.
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(Ufac) 
Leia a passagem da “Carta pras icamiabas” da obra Macunaíma de Mário de Andrade (cap. IX):
Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas.
Trinta de maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis, 
São Paulo.
Senhoras:
Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura dessa missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saudade muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes – não sois conhecidas por “icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélida Clássica; e assim sois chamada.*
* Mantida a grafia do autor.
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Professor: essa questão trata do capítulo IX de Macunaíma, a “Carta pras icamiabas”. Leia com atenção o fragmento apresentado na questão e retome uma das defesas dos modernistas da fase heroica: o uso de uma língua escrita que não fosse tão distante da falada ou, como escreveu Manuel Bandeira, “língua errada do povo/Língua certa do povo/Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil”.
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
RESPOSTA: D
Considerando-se esse excerto do romance de Mário de Andrade, Macunaíma – o herói sem nenhum caráter, pode-se afirmar que:
a) A linguagem utilizada no capítulo IX, em que consta a carta, é a mesma utilizada nos demais capítulos.
b) A linguagem reverencia elementos linguísticos da fala portuguesa, característica referendada ideologicamente pelo movimento Modernista, do qual o autor é um dos representantes.
c) A linguagem retoma aspectos discursivos e ideológicos da crônica de viagem Carta do Achamento, de Pero Vaz de Caminha.
d) Inserida no interior do romance, a linguagem utilizada na “Carta pras icamiabas” reveste-se de intenções irônicas sobre o distanciamento entre a língua escrita e a língua falada.
e) Inserida no interior do romance, a linguagem utilizada
retoma aspectos estilísticos da estética barroca.
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
(UFRRJ) 
Leia o texto a seguir e responda à questão 15.
Máquina-de-escrever
B D G Z, Remintom.
Pra todas as cartas da gente.
Eco mecânico.
De sentimentos rápidos batidos.
Pressa, muita pressa.
Duma feita surrupiaram a máquina-de-escrever do meu
 [mano.
Isso também entra na poesia
Porque ele não tinha dinheiro para comprar outra.
(...)*
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. 4. ed.
São Paulo: Martins, 1974. p. 70-71. Em: MAIA, João Domingues.
Literatura: textos & técnicas. São Paulo: Ática, 1995. p.170.
* Mantida a grafia do autor.
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Professor: outra possível resposta para a questão seria: “Porque a arte, para os modernistas, deveria contemplar também os elementos mais prosaicos e banais da vida”. Com base nas influências que os artistas modernistas receberam das vanguardas europeias, a arte deveria admitir em sua composição a inserção de elementos antes considerados como não poéticos ou não artísticos, como os aspectos práticos da sobrevivência (a falta de dinheiro mencionada nos últimos versos). 
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EXERCÍCIOS ESSENCIAIS
RESPOSTA:
Porque a arte, para os modernistas, deveria contemplar também os elementos mais prosaicos e banais da vida. Com base nas influências que os artistas modernistas receberam das vanguardas europeias, a arte deveria admitir em sua composição a inserção de elementos que não são controlados racionalmente pelo poeta.
Explique por que o conteúdo dos três últimos versos do poema exemplifica a proposta modernista de dessacralização da arte.
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