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Crédito Tributário

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Crédito Tributário 
 
1. Conceito: 
Crédito tributário é a quantia devida a título de tributo. É o objeto da obrigação jurídica tributária. “O crédito 
decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta” (art. 139 do CTN). 
 
Geralmente, o crédito tributário surge ilíquido, não podendo ser voluntariamente pago pelo contribuinte e nem 
exigido pela Fazenda Pública, dependendo, portanto, de uma liquidação (seja certo quanto à existência e 
determinado quanto ao objeto). Tal liquidação é feita pelo lançamento. Com o lançamento a obrigação jurídica 
tributária que já existia, mas é ilíquida e incerta, passa a ser líquida e certa, exigível em data e prazo 
predeterminado. 
 
2. Lançamento: 
Lançamento é o ato administrativo que torna líquido o crédito tributário. É o ato que consubstancia o crédito 
tributário, declarando formal e solenemente quem é o contribuinte e quanto ele deve a Fazenda Pública. 
 
O lançamento é um mecanismo jurídico que dá liquidez, certeza e exigibilidade ao tributo que lhe é lógica e 
cronologicamente anterior, assim não é o lançamento que dá nascimento ao tributo, mas sim a ocorrência do 
fato imponível. 
 
3. Características do lançamento: 
 
- O lançamento tem que trazer respostas em caráter oficial à cinco indagações com base na lei: Quem é 
o contribuinte; Quanto ele deve ao fisco; Onde ele deve efetuar o pagamento do tributo; Como ele deve 
efetuar o pagamento do tributo; Prazo em que deve efetuar o pagamento. 
 
 
Quando a lei não fixar prazo para o pagamento do tributo, será de 30 dias após a notificação do 
lançamento ao sujeito passivo (art. 160 do CTN). A legislação tributária pode conceder desconto pela 
antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça (art. 160, parágrafo único do CTN). 
 
- O lançamento é um ato administrativo declaratório. Produz efeitos “ex tunc”, isto é, retroage seus 
efeitosàa data da ocorrência do fato imponível e rege-se pela lei vigente na época do fato imponível, 
mesmo que a lei tenha sido modificada, revogada ou que a nova seja mais benéfica (art. 144 do CTN). 
A lei tributária também goza de ultratividade para que seja prevalecido o “tempus regit actum”. 
 
Relevante lembrar que a lei mais benéfica em regra não retroage, salvo se trouxer disposição expressa 
de retroação. 
 
 
“O lançamento é procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador, a 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, 
identificar o sujeito passivo e sendo o caso, propor aplicação de penalidade cabível”. Mas, na verdade, 
não se trata de procedimento administrativo e sim de ato administrativo, que dele pode resultar, mas 
que com ele não se confunde (art. 142 do CTN). 
 
 
O lançamento não é constitutivo, pois não faz nascer a obrigação jurídica tributária. Ao dizer que ele é 
declaratório não significa que não produz efeitos, produz, apenas não o faz em relação à constituição do 
tributo. 
 
Aplica-se ao lançamento a legislação posterior a ocorrência do fato gerador, que tenha instituído novos 
critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando a investigação ou outorgando ao crédito 
maiores garantias, exceto neste último caso se for para atribuir responsabilidade à terceiros (art. 144, 
§1º do CTN). 
 
- O lançamento goza das presunções de legitimidade e de veracidade até prova em contrario. 
 
- O lançamento é um ato administrativo vinculado (praticado nos estritos limites da lei sem margem de 
escolhas, pois estas já foram feitas pelo legislador) e obrigatório (agente fiscal não é livre para lançar, 
deve obedecer à lei tributária), sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único do 
CTN). 
 
- O lançamento é passível apenas de anulação (em razão de ilegalidade: lançamento nulo), mas nunca 
de revogação (se dá por razões de conveniência e oportunidade). Assim, o lançamento é válido ou nulo. 
A anulação pode ser feita na esfera administrativa ou na esfera judicial. 
 
o Esfera administrativa: A anulação pode ser feita de ofício ou a requerimento da parte 
interessada (contribuinte ou terceiro a quem aproveite a anulação do lançamento) 
 
o Esfera jurídica: A anulação só pode ser feita mediante provocação da parte interessada 
(contribuinte ou terceiro) através de ação anulatória do débito fiscal (rito ordinário). 
 
4. Espécies de lançamento: 
Tal classificação leva em conta o grau de participação do fisco e do contribuinte para sua efetivação. 
 
- Lançamento misto ou por declaração: É aquele realizado pelo fisco em concurso com o contribuinte. Ex: 
IR; II; IE; ITCMD; ITBI. 
 
 
“O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou 
outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matérias 
de fato, indispensáveis a sua efetivação” (art. 147 do CTN). 
 
 
“A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou excluir tributo, 
só é admissível mediante comprovação de erro em que se funde e antes de notificado o lançamento do 
mesmo” (art. 147, §1º do CTN). “Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão 
retificadas de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela” (art. 147, §2º do 
CTN). 
 
- Lançamento direto ou de ofício: É aquele feito exclusivamente pelo Fisco, sendo o contribuinte apenas 
notificado do crédito tributário a saldar. Ex: IPTU. 
 
 
O lançamento é feito dessa forma quando a lei determinar; quando o tributo não tenha sido lançado de 
outra forma; quando haja alguma irregularidade na declaração e etc. (art. 149 do CTN). 
 
 
- Lançamento por homologação ou autolançamento: É aquele realizado pelo contribuinte “ad referendum” 
da Fazenda Pública (sob fiscalização da Fazenda Pública). Ex: ICMS; IPI; ISS; IOF; 
 
O pagamento antecipado pelo obrigado extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior 
homologação do lançamento (art. 150, §1º do CTN). Se a lei não fixar prazo à homologação, será de 5 
anos a contar da ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação (art. 150, §4º CTN). 
 
5. Alteração do lançamento: 
O lançamento só pode ser alterado: 
 
- Impugnação do sujeito passivo (art. 145, I do CTN). 
 
- Recurso de ofício (art. 145, II do CTN). 
 
- Iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos casos previstos no art. 149 (art. 145, III do CTN). 
 
6. Notificação do lançamento: 
O lançamento só produzirá seus efeitos junto ao contribuinte se este for notificado. Notificação do lançamento é 
o ato administrativo que confere eficácia ao lançamento. 
 
A notificação do lançamento deve operar-se na pessoa do contribuinte. Admite-se que seja feita por carta com 
aviso de recebimento 
 
Notificação é uma realidade acessória em relação ao lançamento que é a realidade principal. Se o lançamento 
for válido e a notificação nula, basta que se produza uma notificação válida, não precisando de outro 
lançamento. Entretanto, se este for nulo a notificação válida também é nula, precisa fazer tudo de novo. 
 
 
Causas suspensivas do crédito tributário 
 
1. Causas suspensivas do crédito tributário: 
Depois que o contribuinte é notificado do lançamento, o tributo está em condições de ser recolhido pelo 
contribuinte e recebido pela Fazenda Pública, mas nada impede que ocorra um evento novo, previsto em lei, 
adie a exigibilidade do tributo. Estes eventos que adiam a exigibilidade do crédito tributário são as causas 
suspensivas do crédito tributário. 
 
Uma vez constituídoo crédito, a autoridade não pode dispensá-lo sem expressa autorização legal, sob pena de 
responsabilidade funcional. “O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou 
tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos em lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas 
garantias” (art. 141 do CTN). 
 
2. Hipóteses de causas suspensivas do crédito tributário: 
O artigo 151 parágrafo único do Código Tributário Nacional estabelece que embora suspensa a exigibilidade do 
tributo, não ficará suspenso o dever de cumprir as obrigações acessórias. Ex: Dever de preencher livros fiscais, 
emitir notas fiscais, dever de emitir faturas. 
 
É relevante destacar que as causas suspensivas do crédito tributário também suspendem o prazo 
prescricional. 
 
“Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito 
tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias” (art. 111, 
I, II e III do CTN). 
 
- São causas de suspensão do crédito tributário: 
 
o Moratória (art. 151, I do CTN). 
 
o Depósito do seu montante integral (art. 151, II do CTN). 
 
o Reclamações e os recursos, nos termos da lei, reguladoras do processo tributário 
administrativo (art. 151, III do CTN). 
 
o Concessão de medida liminar em mandado de segurança (art. 151, IV do CTN). 
 
o Concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial (art. 151, V do CTN): Foi introduzido com a LC 104/01, mas a doutrina já admitia esta 
hipótese. 
 
o Parcelamento (art. 151, VI do CTN): Foi introduzido com a LC 104/01, mas a doutrina já 
o admitia. Há autores que afirmam que o parcelamento nada mais do que uma modalidade de 
moratória, visto que encontra-se na mesma seção da moratória. 
o O parcelamento deve ser concedido por meio de lei específica (art. 155- A do CTN). 
“Salvo disposição em contrári,a o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência de 
juros e multas” (art. 155-A §1º do CTN). “Aplica-se, subsidiariamente ao parcelamento as 
disposições desta lei, relativas à moratória” (art. 150-A, §2º do CTN). 
 
3. Moratória: 
Moratória é uma medida de política fiscal, concedida por meio de lei, que prorroga o prazo normal do 
recolhimento do tributo. 
 
- Medida de política fiscal: A moratória é concedida após um episódio que diminui a capacidade 
econômica do contribuinte. Ex: calamidade publica 
 
- Por meio de lei: A moratória só pode ser concedida por meio de lei da pessoa política competente para 
instituí-lo (princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público). 
 
- Adia o prazo normal de recolhimento: Normalmente a lei fixa o prazo normal de recolhimento do tributo, 
sendo indicado no lançamento, mas se assim não o fizer, será de 30 dias a contar da notificação do 
lançamento (art. 160 do CTN). 
 
- Moratória pode ser concedida em caráter geral ou individual: 
 
 Moratória em caráter geral pode ser concedida: 
 
o Pela pessoa política competente para instituir o tributo a que a moratória se refira (art. 
152, I, “a” do CTN). 
 
o Pela União, em relação a tributos de competência dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, quando simultaneamente também conceder aos tributos de competência 
federal e às obrigações de direito privado (art. 152, I, “b” do CTN). Roque Antonio 
Carrazza afirma que a concessão pela União a tributos dos outros entes da federação é 
inconstitucional, pois ofende ao princípio federativo e princípio da autonomia estadual, 
distrital e municipal. 
 
 Moratória em caráter individual: concedida por despacho da autoridade administrativa, desde que 
autorizada pr lei (art. 152, II do CTN). 
 
“A lei concessiva de moratória pode circunscrever a sua aplicabilidade a determinada região do 
território da pessoa política competente, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos 
passivos” (art. 152, parágrafo único do CTN) 
 
A concessão da moratória individual não gera direito adquirido, podendo ser revogada de oficio 
quando apurado que o beneficiário: Não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições; não 
cumpriu ou deixou de cumprir os requisitos. Nestes casos, será cobrado o crédito e mais juros 
de mora, e a revogação só pode ocorrer antes da prescrição. Se for caso de dolo ou simulação 
ainda haverá penalidade e não será computada a prescrição se a revogação não ocorrer até 
esse prazo (art. 155, I, II e parágrafo único do CTN). 
 
"Salvo disposição de lei em contrario, a moratória somente abrange os créditos definitivamente 
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado 
àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo” (art. 154 do CTN). “A moratória não 
aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele” 
(art. 154, parágrafo único do CTN). 
 
4. Depósito integral do montante tributário: 
O contribuinte que entende que o tributo não é devido e pretende litigar com a Fazenda Pública pode fazer o 
depósito integral do montante tributário, na esfera administrativa ou judicial, para se precaver, caso ocorra um 
revés na ação promovida. 
 
Se efetuar o depósito para ingressar com ação anulatória (antes do lançamento) ou declaratória de nulidade 
(após o lançamento) fica suspensa a exigibilidade do crédito. Se não efetuar, poderá sofrer inscrição da divida 
ativa, execução fiscal e penhora dos seus bens. 
 
- Depósito integral do montante do tributo: “O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito 
tributário se for integral e em dinheiro” (súmula 112 do STJ). 
 
- Facultatividade do depósito: O depósito é facultativo para a defesa de direitos, sendo inconstitucional a 
lei que o condiciona à ação de depósito para a defesa de direitos. Tal lei agride o princípio da igualdade 
e da universalidade de jurisdição, pois somente que tivesse melhores condições financeiras poderia ter 
acesso à prestação jurisdicional. 
 
“Não constitui pressuposto da ação anulatória do débito fiscal o depósito de que cuida o art. 38 da LEF” 
(súmula 247 do TRF). 
 
- Resultado da ação: 
 
 Se o contribuinte ganhar: levanta o depósito com atualização monetária. 
 
 Se o contribuinte perder: O depósito vai servir de pagamento. Daí a denominação de conversão 
de deposito em renda. Os juros e correção serão cobertos pelos rendimentos do depósito. 
 
5. Interposição de recurso administrativo com efeito suspensivo: 
O contribuinte pode enveredar pelo contencioso administrativo, mas não é obrigado percorrer as vias 
administrativas para ir ao Judiciário, podendo ir neste diretamente. Não há trânsito em julgado administrativo, 
por força do princípio da universalidade de jurisdição. 
 
Se a decisão administrativa for favorável ao contribuinte, segundo a posição mais aceita, a Fazenda Pública 
poderia ingressar nas vias judiciais em razão do princípio da universalidade de jurisdição. Entretanto, há quem 
entenda que faltaria interesse de agir à Fazenda Pública, já que ela decidiu que o contribuinte tem razão. 
Critica-se essa segunda posição, pois não é a Fazenda Pública que decidiu dessa forma, mas sim o Tribunal 
administrativo (Tribunal de Impostos e Taxas na esfera estadual e Conselho de Contribuintes na esfera federal). 
 
Há decisões do Supremo Tribunal Federal considerando como constitucional o depósito recursal para que o 
contribuinte recorra na esfera administrativa. Roque Antonio Carraza afirma que é inconstitucional, pois fere a 
ampla defesa. 
 
6. Concessãode liminar em mandado de segurança: 
Para a concessão de medida liminar em mandado de segurança devem estar presentes o “fumus boni iuris” e 
o “periculum in mora”. 
 
A liminar não vincula o Juiz, podendo ser cassada a qualquer tempo e até mesmo ser denegado o mandado 
de segurança. 
 
 
Causas extintivas do crédito tributário 
 
1. Nomenclatura: 
A nomenclatura é questionada, pois na verdade vamos estudar as causas extintivas do tributo. Extinguindo-se o 
crédito tributário (objeto da obrigação jurídica tributária) normalmente extingue-se o próprio tributo. 
 
2. Causas extintivas do crédito tributário previstas pela doutrina: 
Além das causas previstas no artigo 156 do Código Tributário Nacional a doutrina ainda aponta a confusão e o 
desaparecimento do sujeito ativo ou sujeito passivo do tributo. 
 
- Confusão: Na Confusão o Fisco, por qualquer motivo, torna-se ao mesmo tempo credor e devedor do 
mesmo tributo, fazendo com que o tributo desapareça. Ex: Herança vacante. 
 
- Desaparecimento sem sucessor do sujeito ativo ou do sujeito passivo do tributo: Se qualquer deles 
desaparece também desaparece a obrigação jurídica tributária. 
 
Entretanto se o sujeito ativo desaparece e deixa sucessor este sub-roga-se nos direitos e deveres do 
sucedido e, se o sujeito passivo desaparece e deixa sucessor este não responderá pela obrigação 
jurídica tributária, senão até os limites da herança. 
 
 
3. Causas extintivas do crédito tributário previstas no Código Tributário 
Nacional: 
Todas estas causas extintivas têm a mesma força de fazer desaparecer o crédito tributário (de gerar certidão 
negativa do crédito fiscal). O rol não é taxativo. 
 
- Pagamento (art. 156, I do CTN). 
 
- Compensação (art. 156, II do CTN). 
 
- Transação (art. 156, IIII do CTN). 
 
- Remissão (art. 156, IV do CTN). 
 
- Prescrição e decadência (art. 156, V do CTN). 
 
- Conversão do depósito em renda (art. 156, VI do CTN). 
 
- Pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no art. 150, §§1º e 4º 
(art. 156, VII do CTN). 
 
- Consignação em pagamento, nos termos do disposto no §2º do art. 164 (art. 156, VIII do CTN). 
 
- Decisão administrativa irreformável, assim entendida definitiva na órbita administrativa, que não possa 
mais ser objeto de ação anulatória (art. 156, IX do CTN): A decisão tem que ser favorável ao 
contribuinte para extinguir o crédito. 
 
- Decisão judicial passada em julgado (art. 156, X do CTN): A decisão tem que ser favorável ao 
contribuinte para extinguir o crédito. 
 
- Dação em pagamento em bens imóveis, na forma e nas condições estabelecidas em lei (art. 156, XI do 
CTN). Ex: O contribuinte pode dar o bem imóvel para pagar IPTU ou ITR. 
 
4. Pagamento ou Remição: 
É o cumprimento do objeto da prestação tributária. Não é um fenômeno apenas tributário, mas sim jurídico, pois 
esta presente em todos os ramos do direito. 
 
- Tempo do pagamento: Normalmente a lei fixa o prazo normal de recolhimento do tributo, sendo 
apontado no lançamento, mas se assim não o fizer será de 30 dias a contar da notificação do 
lançamento do tributo (art. 160 do CTN). 
 
 
A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento (art. 160, parágrafo 
único do CTN). 
 
- Lugar do pagamento: “Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento é efetuado 
na repartição competente onde o contribuinte encontrar-se domiciliado ou sediado” (art. 159 do CTN). 
Hoje os Bancos estão credenciados a receber tributos. 
 
- Modo do pagamento: Em moeda corrente ou equivalentes cujo valor nela possa se exprimir. Ex: 
pagamento em cheque, em titulo da dívida pública resgatável; pagamento em selo ou papel selado ou 
estampilha (art. 162, I e II do CTN). 
 
 Titulo da divida pública resgatável (já conversível em pecúnia): Se o contribuinte tem obrigações 
do tesouro nacional em seu favor já vencida, poderá pagar tributos com estes títulos. É uma 
forma de compensação, mas não deixa de ser pagamento. 
 
 Pagamento em selo. Ex: marcas de cigarro, (ICMS); zona azul (taxa de serviço); bebidas 
alcoólicas. 
 
“O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização daquela, ressalvado o 
disposto no art. 150” (art. 162, §3º do CTN). “A perda ou destruição da estampilha, ou erro no 
pagamento por esta modalidade não dá direito à restituição, salvo nos casos expressamente previstos 
na legislação tributária, ou naquele em que o erro seja imputável a autoridade administrativa” (art. 162, 
§4º do CTN). 
 
 Cheque: No pagamento em cheque recebe-se uma quitação provisória até a compensação do 
mesmo. “O crédito pago com cheque somente se considera extinto com o resgate pelo sacado” 
(art. 162, §2º do CTN). Na prática, os bancos relutam em receber pagamentos em cheque. 
 
“A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento em cheque ou vale 
postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda” (art. 162, §1º 
do CTN). 
 
- Imputação: Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito passivo para 
com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a diferentes tributos, ou 
provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a autoridade administrativa competente para 
receber o pagamento determinará a respectiva imputação, obedecida as seguintes regras, nas orem em 
que enumeradas (art. 163 do CTN): 
 
 1º os débitos por obrigação própria; 2º os decorrentes de responsabilidade tributária (art. 163, I do 
CTN). 
 
 1º as contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim os impostos (art. 163, II do CTN). 
 
 Na ordem crescente dos prazos de prescrição (art. 163, III do CTN). 
 
 Na ordem decrescente dos montantes (art. 163, IV do CTN). 
 
- Repetição do indébito: O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, a 
restituição total ou parcial do pagamento indevido, ressalvado o disposto no art. 162, §4º do CTN (art. 
165 do CTN). A Fazenda Pública não pode ficar com aquilo que não lhe é devido. 
 
 Prescrição da ação de repetição do indébito na esfera judicial: em 5 anos a contar 
 
o Da extinção do crédito tributário (art. 168, I do CTN): No caso de cobrança ou pagamento 
espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido (art. 165, I do CTN); erro na 
identificação do sujeito passivo, na determinação de alíquota aplicável, no cálculo do 
montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao 
pagamento (art. 165, II do CTN): 
 
o Da data em que tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão 
judicial que tenha reformado anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória (art. 
168, II do CTN): no caso de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão 
condenatória (art. 165, III do CTN). 
 
 Prescrição da ação anulatória na esfera administrativa: em 2 anos da decisão administrativa que 
denegou o pedido de repetição (art. 169 do CTN). 
 
O prazo prescricional é interrompido pelo inicio da ação judicial, recomeçando o seu curso, pela 
metade, a partir da data da intimação validamente feita ao representante judicial da Fazenda 
Pública interessada (art. 169 parágrafo único do CTN). 
 
 Restituição de tributos que comportem transferência do encargo financeiro (tributos indiretos): Só 
é possível quando o contribuinte de direito estiver autorizado pelo contribuinte de fato a ingressar 
com o pedido de restituição ou quando o contribuinte de direito não tiver repassado ao 
contribuinte de fato a carga econômica do tributo. 
 
O Supremo Tribunal Federal afirmou na súmula 546 que o artigo 166 é válido. “Cabe a restituição 
do tributo pago indevidamente, quando reconhecido, por decisão, que o contribuinte de jure não 
recuperou do contribuinte de fato o quantum respectivo”. 
 
5. Consignação em pagamento: 
Hipóteses de consignação judicial do crédito: 
 
- Recusa do recebimento ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou penalidade, ou ao 
cumprimento de obrigação acessória (art. 164, I do CTN). 
 
- Subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal (art. 
164, II do CTN). 
 
- Exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público de tributo idêntico sobre mesmo fato 
gerador (art. 164, III do CTN). 
 
Sendo improcedente a consignação, no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros da mora, sem 
prejuízo das penalidades cabíveis (art. 164, §2º do CTN). 
 
6. Remissão: 
É uma medida de política fiscal semelhante à moratória, que confere o perdão ao débito tributário, por meio de 
lei. Não se confunde com remição, que é pagamento. 
 
- Por meio de lei: A Fazenda Pública não pode perdoar débitos tributários sem respaldo na lei, em razão 
da indisponibilidade do interesse público. 
 
Somente lei específica da pessoa política competente para instituir o tributo (lei remissiva) pode 
conceder remissão ao crédito tributário. “Qualquer subsídio, isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só 
poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule 
exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem 
prejuízo do disposto no artigo 155, §2º, XII, “g”” (art. 150, §6º da CF). Com relação ao ICMS cabe a lei 
complementar regular a forma como, mediante liberação dos Estados e Distrito Federal, isenções, 
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
 
“A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado, remissão 
total ou parcial do crédito tributário, atendendo: I - à situação econômica do sujeito passivo; II - ao erro 
ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato; III - à diminuta importância do 
crédito tributário; IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoas ou 
materiais do caso; V - as condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante” 
(art. 172, I, II, III, IV e V do CTN). O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, assim a 
remissão pode ser revogada de ofício, conforme o artigo 155 do CTN. 
 
7. Compensação: 
É o encontro de contas do Fisco e do contribuinte quando forem credor e devedor um do outro. No direito 
tributário só há compensação legal (autorizada por lei), em razão da indisponibilidade do interesse público. 
 
“A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à 
autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, 
vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública” (art. 170 do CTN). 
 
- Requisitos para a compensação legal: 
 
 A lei autorizadora tem que ser específica e da pessoa política tributante. 
 
O artigo 66 da lei 8383/91 determina que é possível compensar tributos federais indevidos ou recolhidos 
a maior com outros da mesma espécie. Segundo a doutrina, diferentemente da Fazenda Pública, tributo 
da mesma espécie é tributo do mesmo tipo. Ex: imposto com imposto. Não precisa ser IR com IR. 
 
 As partes devem ser as mesmas e seus créditos devem ser líquidos e certos. 
 
Embora a compensação não possa ser deferida por medida liminar, pode ser pleiteada em mandado de 
segurança (súmula 213 do STJ). 
 
Não é possível utilizar crédito cuja existência está em controvérsia judicial para fins de compensação tributária. 
“É vedada a compensação mediante o aproveitamento do tributo, objeto de contestação pelo sujeito passivo, 
antes do trânsito em julgado da respectiva decisão” (art. 170-A do CTN). 
 
8. Transação: 
É um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte pelo qual as partes mediante 
concessões recíprocas põe fim a um litígio judicial (art. 171 do CTN). 
 
- Lei: É necessário que haja uma lei específica autorizando a transação. A Fazenda Pública não pode 
transacionar livremente com o contribuinte por força do princípio da legalidade e da indisponibilidade do 
interesse público. 
 
 
“A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso” (art. 171, parágrafo 
único do CTN). 
 
9. Prescrição e Decadência: 
São categorias gerais de direito que pertencem a todos os ramos do direito. Antes do lançamento podemos ter 
a decadência, mas depois somente a prescrição. 
 
Assim, quem paga o crédito tributário prescrito não pode repetir o que pagou, mas quem paga crédito que decai 
pode repetir. 
 
Decadência é a perda do direito pelo seu não exercício durante certo lapso de tempo. Desaparece o próprio 
direito e com ele a ação que viabiliza. Já a prescrição é a perda da pretensão (ação) inerente ao direito e de 
toda sua capacidade defensiva por seu não exercício durante certo lapso de tempo. 
 
 
Decadência 
 
1. Decadência do direito de lançar tributos que aceitam lançamento direto 
(de ofício) ou por declaração (misto) se dá em 5 anos a contar (art. 173 do 
CTN): 
 
- Do 1º dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido realizado (art. 173, I do 
CTN). A lei aponta a data em que o lançamento será efetuado. Ex: IPTU em 01/01. 
 
- Da data em que fora anulado por vício formal o lançamento anteriormente realizado (art. 173, II do 
CTN). A Fazenda Pública tem um prazo de 5 anos para anulá-lo e mais 5 anos para lançá-lo a contar da 
anulação. Tal oportunidade só se abre uma vez. 
 
- Da tomada de qualquer providência administrativa conducente ao lançamento (art. 173, parágrafo único 
do CTN): Tal providência só pode ser tomada durante o exercício em que o lançamento teria que ser 
realizado. Ex: notificação do contribuinte para prestar declarações necessárias ao lançamento. Na 
prática, esta hipótese é absorvida pela primeira. 
 
2. Decadência do direito de lançar tributos que aceitam lançamento por 
homologação (art. 150, §4º do CTN): 
A decadência ocorre em 5 anos a contar da data do fato imponível sem que a Fazenda Pública tenha 
homologado, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Cabe à Fazenda Pública comprovar dolo, fraude ou simulação, pois estamos diante de uma norma 
sancionatória. Se comprovar, terá o prazo de 20 anos para fazer o lançamento. Segundo a doutrina, o prazo é 
de 10 anos, em razão do Novo Código Civil. 
 
Prescrição 
 
1. Prazo (art. 174 do CTN): 
A prescrição da ação de cobrança do crédito tributário devidamente formalizado pelo lançamento prescreve em 
5 anos contados da data da sua constituição definitiva (da mora do contribuinte, isto é, 30 dias após a 
notificação do lançamento). 
 
Por trás da prescrição, está presente o princípio da segurança jurídica, que não quer que as obrigações 
patrimoniais se prolonguem no tempo. 
 
2. Causas suspensivas da fluência do prazo prescricional: 
 
- Causas suspensivas do crédito tributário (art. 151 do CTN): Estas também são causas suspensivas da 
fluência do prazo prescricional, pois para que a prescrição ocorra deve existir uma ação exercitável e 
durante as causas suspensivas do crédito tributário não há ação exercitável. 
 
- A inscrição da dívida ativa no livro própriosuspende a prescrição por 180 dias ou até a distribuição da 
execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo (art. 2º, §3º da Lei 6830/80). Ex: Se 
faltando um dia para prescrever a Fazenda Pública inscrever a dívida ativa em livro próprio, ficará 
suspenso o prazo prescricional por 6 meses. 
 
- Ajuizada a execução fiscal se o contribuinte não for encontrado para citação ou ainda que encontrado 
se não tiver bens sobre os quais possa recair a penhora, o processo fica suspenso indefinidamente e 
nesses casos não corre o prazo prescricional (art. 40 da Lei 6830/80). Para a doutrina, o prazo não 
pode ficar suspenso indefinidamente, pois dívida fiscal é patrimonial e apenas direitos indisponíveis são 
imprescritíveis. 
 
3. Causas interruptivas da fluência do prazo prescricional (art. 174, 
parágrafo único CTN): 
 
- Para o Código Tributário Nacional é a citação pessoal feita ao devedor (art. 174, parágrafo único, I do 
CTN). Já para a Lei 6830/80 é o despacho do Juiz que ordena a citação (art. 8º, §2º da Lei 6830/80). 
 
Obs: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes 
ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência” (sumula 
106 do STJ). 
 
- Protesto judicial (art. 174, parágrafo único, II do CTN): Trata-se de medida cautelar disciplina no CPC. O 
extrajudicial não interrompe. 
 
- Tomada de qualquer medida judicial capaz de constituir o devedor em mora (art. 174, parágrafo único, 
III do CTN): a doutrina indica a intimação judicial, interpelação judicial, notificação judicial. 
 
- Tomada de qualquer providência ainda que extrajudicial que implique em reconhecimento do débito (art. 
174, parágrafo único, IV do CTN). Ex: Carta do contribuinte à Autoridade Fazendária; Pedido de 
parcelamento do débito. 
 
 
Segundo interpretação doutrinária e jurisprudencial, há prescrição intercorrente em execução fiscal. A 
Fazenda Pública não pode abandonar o processo (deixar de requerer diligencias) por mais de 5 anos. 
 
4. Decadência e Prescrição das contribuições sociais para a seguridade 
social: 
 
- Prescrição da ação de cobrança: se dá em 10 anos (art. 46 da Lei 8212/91) 
 
- Decadência do direito de lançar: se dá em 10 anos (art. 45 da Lei 8212/91). 
 
Para o concurso de procurador do INSS estes artigos são constitucionais, mas para os demais são 
inconstitucionais, pois cabe a Lei complementar veicular normas gerais em matéria de legislação tributária 
especialmente sobre decadência e prescrição (art. 146, III, “b” da CF).

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