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1 INTRODUÇÃO LUZ: energia radiante produzida por uma fonte de luz. Chega aos nossos olhos diretamente da fonte ou pode ser refletida por algum objeto. Muito se tem estudado, observado e discutido acerca das teorias sobre a luz. Há séculos o homem procura por todas as respostas, mas algumas delas ainda estão longe de ser elucidadas. O que é a luz? Como se propaga? Velocidade de 3 x 108 m/s? Como é produzida? Porque razão os objetos apresentam cores diferentes sob fontes de luz diferentes? O certo é que, mesmo não dominando totalmente a teoria sobre a luz, a ciência “Iluminação” tem conseguido avanços fantásticos e resultados que deixariam enciumado até mesmo o nosso astro-rei. Desde Alva Edson a humanidade caminha a passos largos no sentido de otimizar a transformação de energia elétrica em energia luminosa. No lighting design, tanto quanto conhecer técnicas, cálculos e metodologia de projeto é necessário saber “enxergar”. O projeto de iluminação é um projeto artístico-científico, onde técnica e sensibilidade são aliadas e o caráter científico pode e deve estar presente nesta e naquela. Como escreveu Rubem Alves: “O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido”. O mais importante para se começar a projetar iluminação é observar e, com essa observação conseguir enxergar além do que se vê. É aguçar a curiosidade, é ter um espírito crítico e a sensibilidade treinada para reagir a estímulos. É tomar como modelo os efeitos dos raios do sol sobre a arquitetura urbana, é raciocinar sobre pequenos enigmas da física, é ter consciência de que a luz pode criar ou desfazer a sombra, é discernir sobre o que é uma boa ou má solução de iluminação, é pensar colorido, é encantar-se ao perceber que a lua não passa de um imenso refletor da luz irradiada pelo sol. Com a iluminação artificial podemos “substituir” a luz do sol durante a noite ou em ambientes fechados; valorizar formas e cores; manter vigilância; enfim, prosseguir vivendo à noite como se fora dia... 2 METODOLOGIA DE PROJETO DE LIGHTING DESIGN A metodologia para a elaboração do projeto de iluminação é basicamente a mesma utilizada na elaboração do projeto de design, seja ele de arquitetura ou arquitetura de interiores e deve se guiar por alguns parâmetros para que satisfaça plenamente seus objetivos: que as funções solicitadas sejam satisfatoriamente cumpridas; que cada parte do projeto seja coerente com o todo, respeitando-se assim o conceito do projeto arquitetônico ou de design de interiores; que o consumo energético seja voltado para a economia, dentro das possibilidades do projeto e com os olhos sempre voltados para a sustentabilidade; que se observe a preservação do meio ambiente tanto na escolha de aparelhos e fontes de luz, quanto na observância de fatores como, por exemplo, o ciclo circadiano* de plantas e animais; que o foco seja a otimização dos espaços direcionada ao conforto e bem estar humanos, lembrando-se sempre do conforto visual. Comparativo entre níveis de iluminância em diferentes situações: Luz do sol ao meio-dia: 80.000 a 100.000 lux Luz da lua cheia (céu aberto): 0,1 a 0,5 lux Residências: 100 a 200 lux Escritórios comerciais: 300 a 500 lux Iluminação pública: de 5 a 20 lux, podendo chegar a 60 lux * Ciclo Circadiano (latim Circa Dies): série de fatores biológicos que ocorre nos seres vivos em um período de 24 horas, com alternância de luz e sombra. Cortisol: hormônio da produtividade / Melatonina: hormônio do relaxamento. 3 A NATUREZA DA LUZ Físicos e matemáticos brilhantes, gigantes intelectuais dos últimos séculos têm formulado inúmeras teorias sobre a luz. Homens como Huygens, Isaac Newton, Fresnel, Faraday, Maxwell, Planck e Einstein tentaram explicar definitivamente todos os mistérios da luz, mas a cada nova teoria formulada percebe-se que nenhuma das anteriores é exatamente correta ou incorreta. A discussão acerca da natureza da luz está intimamente ligada à análise de fenômenos associados à emissão, absorção e propagação da energia luminosa. Já na antiguidade se sabia que a luz se reflete ao encontrar superfícies convenientemente polidas; que alguns objetos são atravessados pela luz e outros não; que os objetos opacos projetam sombras cujo contorno é semelhante ao seu próprio contorno. A primeira teoria que se propõe a explicar a natureza da luz e sua propagação é devida a Christiaan Huygens, o chamado “Arquimedes da Holanda”. Ele escreveu o “Tratado da Luz” publicado em 1690, que defendia que a luz, a exemplo do som, consistia numa forma de movimento vibratório. A dúvida ficava no fato de que então, precisaria haver um meio próprio que a conduzisse e com isso não se poderia explicar como a luz atravessa o vácuo. Isaac Newton não concordava com a Teoria Ondulatória. Traduzindo a sua mentalidade mecanicista, que conseguiu influenciar todo o mundo por mais de um século, desenvolveu a “Teoria Corpuscular”, segundo a qual a luz era um fluxo de corpúsculos infinitamente pequenos que atravessam o ar com extraordinária rapidez. Isto também explicaria o fato de que a luz não faz curvas. Não explicava porém o fato de a luz atravessar superfícies transparentes ainda que muito densas como por exemplo: o vidro. Em 1815 o francês Jean Fresnel apresentou uma teoria sobre a luz, na qual defendia também a Teoria Ondulatória da luz, porém com uma diferença 4 fundamental: as ondas luminosas não eram longitudinais como as sonoras mas sim transversais como as ondas do mar. Ficava explicada então a propagação retilínea da luz. Ondas longitudinais Ondas transversais Michael Faraday conseguiu demonstrar que magnetismo, eletricidade e luz estão ligados entre si. James Clerk Maxwell, continuando o trabalho de Faraday, formulou a famosa “equação do campo eletromagnético” que se aplicava tanto ao eletromagnetismo como à luz. Em termos mais simples, afirmava que ondas luminosas não passam de ondas eletromagnéticas curtas. Mais tarde Heinrich Rudolf Hertz, na Alemanha, demonstrava a existência das ondulações elétricas. Estavam assim confirmadas as previsões da teoria eletromagnética da luz de Maxwell, quanto à possibilidade de produção de ondas 5 de natureza idêntica à da luz, porém de comprimentos mais longos, invisíveis à nossa vista. A energia “luz” se propaga através de ondas eletromagnéticas curtas e é a única porção entre todas as ondas eletromagnéticas (sejam elas raios gama, raios X, ultra-violeta, infra-vermelho e correntes alternadas) que é visível ao olho humano. Onda eletromagnética Cor violeta anil azul verde amarela laranja vermelha nm 380 460 480 520 570 630 780 Nanometro: 1nm = 10-9 m Comprimento de onda do espectro visível Em 1905 Albert Einstein concluiu que um facho luminoso se propaga concentrado em quantidades discretas de energia, chamadas “quanta” de luz ou “fótons” (Teoria Quântica). 6 PRINCÍPIOS BÁSICOS EM ILUMINAÇÃO Coloração A luz branca ou luz solar está composta de ondas eletromagnéticas com diferentes comprimentos de onda dentro de um intervalo visível de 380 a 780 nm, que contém todas as cores do arco-íris. Quando se tem um conjunto de vários corpos, é muito comum nos referirmos a um deles caracterizando-o pela cor. Por exemplo, me traga o corpo de cor azul. Convémfrisar que tal afirmativa, sob o ponto de vista conceitual, não é correta, pois a cor como tal não se produz nele. A impressão da cor de um corpo depende da composição espectral da luz que o ilumina e de suas propriedades de refletir, transmitir e absorver. Quando qualquer objeto é iluminado pela luz do sol, temos a certeza de que o estamos percebendo tal qual ele é (principalmente em relação à cor) pois o sol irradia todos os comprimentos de onda visíveis. A iluminação artificial, por mais que tente imitar a luz do sol, produz distorções nas cores, pois cada tipo de lâmpada emite ondas de diferentes comprimentos. IRC - Índice de reprodução cromática A capacidade de reprodução de cor de uma lâmpada é medida através do “índice de reprodução cromática”- IRC. O IRC classifica a qualidade relativa de reprodução de cor de uma fonte e a escala varia de 0 a 100. Quanto maior for o IRC, menor será a distorção da cor do objeto iluminado. 7 Um IRC de 100 indica que não há alteração de cor, se comparada com uma fonte de referência, e quanto mais baixo for o IRC, mais pronunciadas as alterações poderão ser. Temperatura de cor A temperatura de cor descreve como a lâmpada aparenta quando acesa. É medida em Kelvin, variando entre 9000K ( cuja aparência é azul ) e 1500K ( cuja aparência é laranja / vermelho ). As fontes de luz situam-se numa faixa entre esses dois valores, com lâmpadas de alta temperatura de cor 4000K ou mais, chamadas “frias”, e lâmpadas de baixa temperatura de cor 3100K ou menos, chamadas “quentes”. Convém salientar que a temperatura de cor de uma lâmpada não tem nenhuma relação com a temperatura do filamento. 8 Temperatura de cor 9 D I S T R I B U I Ç Ã O E S P E C T R A L D A S F O N T E S L U M I N O S A S Gráfico 1 - Luz solar Gráfico 4 - Lâmpada vapor de sódio Gráfico 2 - Lâmpada incandescente Gráfico 5 - Lâmpada fluorescente comum Gráfico 3 - Lâmpada incandescente Gráfico 6 - Lâmpada multi vapores halógena metálicos (metal halide ou iodeto metálico) 10 GRANDEZAS E UNIDADES UTILIZADAS EM ILUMINAÇÃO Conceituaremos agora as principais grandezas e unidades da luminotecnia, que serão indispensáveis à prática projetual da iluminação. Tais termos e unidades estarão de acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT ) e suas unidades legais. Fluxo luminoso Fluxo luminoso (φ) é a “grandeza característica de um fluxo energético, exprimindo sua aptidão de produzir uma sensação luminosa no ser humano através do estímulo da retina ocular, avaliada segundo os valores da eficácia luminosa relativa admitidos pela Comissão Internacional C.I.E”. A unidade de fluxo é o lúmen ( lm ). Iluminamento ou iluminância Iluminância ( E ) é o “fluxo luminoso incidente por unidade de área iluminada”. Podemos também defini-la ( em um ponto de uma superfície ) como “a densidade superficial de um fluxo luminoso recebido”. E = φ / S A unidade brasileira de iluminamento é o lux ( lx ). 1 lx = 1lm / 1m² Intensidade luminosa Intensidade Luminosa ( I ) é o “limite da relação entre o fluxo luminoso em um ângulo sólido em torno de uma direção dada e o valor desse ângulo sólido, quando esse ângulo sólido tende para zero”. A unidade de intensidade luminosa no nosso sistema legal é a candela ( cd ). Luminância Luminância ( L ) é o limite da relação entre intensidade luminosa e a área aparente da superfície sobre a qual esta intensidade incide, quando esta área tende para zero. Em outras palavras, é a intensidade luminosa refletida por uma determinada área. 11 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS Altura de montagem ( h ): é a distância entre o plano de referência ( plano de trabalho ) e o plano da luminária. Conforto visual: é o grau de satisfação visual produzido pelo ambiente iluminado. Luz difusa: é a luz dispersa exteriormente ao facho de um projetor. Luz direcionada: é a luz que se projeta através de refletores, tendo por isso um fluxo luminoso direcionado. o Efeito Spot: o facho da lâmpada refletora é bem concentrado, com passagem brusca do claro para o escuro; o Efeito Flood: o facho da lâmpada refletora é menos concentrado, com passagem suave do claro para o escuro; o Efeito Laser: Fachos de luz extremamente concentrados e que saem de um pequeno orifício da luminária; o Efeito Wall Wash (lavar parede): Efeito de iluminação através da colocação sequencial de lâmpadas refletoras no teto e próximas a parede, resultando em um banho de luz. Luz rebatida: é a luz indireta, ou seja, é refletida por algum objeto ou anteparo que recebeu a luz da fonte. Ofuscamento: condição de visão onde existe desconforto ou uma redução na capacidade de ver objetos significantes graças à uma distribuição ou um valor inadequado de iluminância. Difusor: dispositivo para alterar a distribuição espacial de um fluxo radiante ou luminoso (refrator ). Refletor: dispositivo usado para redirecionar o fluxo luminoso de uma fonte de luz, primariamente pelo processo de reflexão. LED's: semicondutores em estado sólido que convertem energia elétrica diretamente em luz. A emissão luminosa se dá a partir do fenômeno em que o átomo recebe energia e a perde na forma de luz. 12 Transformador: dispositivo que “transforma” a corrente elétrica adequando-a a necessidade de voltagem da qual o aparelho ou a lâmpada necessitam. Reatores: são dispositivos utilizados para operação adequada das lâmpadas de descarga (fluorescentes, vapor de mercúrio, vapor de sódio e vapores metálicos). Os reatores atuam de forma a limitar a corrente na lâmpada. Driver: dispositivo que ao mesmo tempo limita a corrente e a corrige para adequá- la às necessidades de voltagem da lâmpada. Seu uso é associado aos LED’s. Dimmer: dispositivo que possibilita variar o fluxo luminoso das lâmpadas numa instalação, a fim de ajustar o nível de iluminância. Louvre: proteção feita de componentes translucentes ou opacos, posicionados geometricamente para evitar a visão direta das lâmpadas num determinado ângulo Luxímetro: aparelho para medição da iluminância. A luz incide sobre uma fotocélula, esta gera uma corrente que indica no marcador quantos lux estão incidindo sobre aquela superfície. Eficiência energética: uso racional e otimizado de qualquer forma de energia, de maneira a obter os resultados mais eficientes dentro do menor consumo possível. Retrofit: melhoria na iluminação de um ambiente feita sem alteração das luminárias e dos pontos de luz já existentes. Faz-se apenas com a substituição de alguns componentes. (Por exemplo: lâmpadas, reatores ou sistemas ótico/refletores). Payback: é o tempo decorrido entre o investimento inicial e o momento no qual o lucro líquido acumulado se iguala ao valor desse investimento. C.I.E.: Comissão Internacional de Iluminação. IESNA (IES): Illuminating Engineering Society of North America13 IP (índice de proteção): classifica as luminárias de acordo com o grau de proteção contra a entrada de corpos estranhos, poeira e umidade. A designação é feita pelas letras “IP” seguidas de dois algarismos onde o primeiro algarismo indica a proteção contra a entrada de corpos estranhos e poeira (de 0 a 6) e o segundo algarismo indica o grau de vedação contra água (de 0 a 8). Por exemplo: IP65. Tab. I - Graus de proteção contra a penetração de objetos sólidos estranhos indicados pelo primeiro numeral característico Numeral Descrição sucinta do grau de proteção 0 Não protegido 1 Protegido contra objetos sólidos de Ø 50 mm e maior 2 Protegido contra objetos sólidos de Ø 12 mm e maior 3 Protegido contra objetos sólidos de Ø 2,5 mm e maior 4 Protegido contra objetos sólidos de Ø 1,0 mm e maior 5 Protegido contra poeira 6 Totalmente protegido contra poeira Tab. II - Graus de proteção contra a penetração de água indicados pelo segundo numeral característico Numeral Descrição sucinta do grau de proteção 0 Não protegido 1 Protegido contra gotas d'água caindo verticalmente 2 Protegido contra queda de gotas d'água caindo verticalmente com invólucro inclinado até 15° 3 Protegido contra aspersão d'água 4 Protegido contra projeção d'água 5 Protegido contra jatos d'água 6 Protegido contra jatos potentes d'água 7 Protegido contra efeitos de imersão temporária em água 8 Protegido contra efeitos de imersão contínua em água 14 Curva fotométrica ou curva de distribuição de intensidade luminosa: curva, geralmente polar, que representa a variação da intensidade luminosa de uma fonte segundo um plano passando pelo centro, em função da direção. As curvas fotométricas podem se referir a fontes de luz ( lâmpadas ) ou às luminárias que abrigam estas fontes. Curvas Fotométricas Horizontais e Verticais de uma Lâmpada Incandescente Curva fotométrica vertical de uma luminária especial para iluminação pública. Valores para 1000 lm da lâmpada tomados na direção do eixo da rua; Ɵ = 90º. 15 O controle de ofuscamento pode ser analisado através do diagrama composto por curvas de luminâncias dos planos transversal e longitudinal da luminária e curvas de limitação de ofuscamento para ângulos de visualização críticos (entre 45º e 85º) conforme CIE. Note que a altura da visão é de 120cm e os ângulos partem de uma normal do teto aos olhos do observador. Cada curva de limitação de ofuscamento (de "a" a "h") refere-se a um certo nível de iluminância para classes de qualidades distintas: Classe A (qualidade muito elevada) e Classe C (qualidade média). Para analisarmos se uma luminária é adequada a uma certa atividade, basta verificar o nível de iluminância desejado e sua respectiva curva de limitação (a, b, c, d, e, f, g ou h) para o nível de qualidade requerido. Se as curvas de luminância se mantiverem à esquerda da curva de limitação selecionada, significa que a luminária é apropriada, de acordo com o nível de controle exigido, em termos de ofuscamento. 16 TIPOS DE LÂMPADAS – PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO As lâmpadas da família das incandescentes imitam a luz solar. As de descarga como as fluorescentes, as de mercúrio, as de sódio e as de multivapores metálicos imitam a descarga elétrica produzida por um relâmpago. O terceiro tipo abrange os led’s (diodos emissores de luz) que funcionam por luminescência, imitando os vagalumes. Incandescente - Primeira lâmpada comercialmente viável, ela funciona quando a corrente elétrica passa pelo filamento de tungstênio e o aquece, deixando-o em brasa. Emite mais calor do que luz - na prática, apenas 10% do que consome de energia é transformado em luz visível, e o restante é transformado em calor. Sua durabilidade é de, no máximo, mil horas pelo fato de o filamento ir se tornando mais fino devido ao aquecimento, causando a depreciação do fluxo luminoso até o momento em que o filamento se rompe e a lâmpada queima. Lâmpada incandescente 17 Incandescente halógena - Seu funcionamento segue o mesmo princípio da lâmpada incandescente, da qual é considerada uma versão evoluída. A diferença está no fato de que o gás halogênio no interior do bulbo devolve ao filamento as partículas de tungstênio que se desprendem com o calor. Com isso, ela ganha estabilidade de fluxo luminoso e um aumento de durabilidade que pode chegar a 5 mil horas. Seu IRC é 100. Ciclo do halogênio Fluorescente - A corrente elétrica atravessa o reator, que dá a partida da lâmpada e estabiliza essa corrente, enviando-a para o interior da lâmpada, onde há um filamento recoberto por uma pasta emissiva. Quando aquecido, esse filamento provoca a movimentação dos elétrons no interior da lâmpada que, por sua vez, provoca a vaporização do mercúrio, produzindo a emissão de raio ultravioleta. A parede interna da lâmpada é pintada com pó de fósforo e, quando os raios UV atravessam essa pintura, eles são transformados em luz visível. A 18 pintura é feita hoje com o trifósforo nas três cores básicas (vermelho, verde e azul), o que resulta em maior fidelidade de reprodução de cores. As fluorescentes tubulares têm vida útil de até 20 mil horas. Lâmpada fluorescente Sódio - Atualmente usada na iluminação pública, a lâmpada de sódio oferece luz amarelo-laranja que distorce as cores - seu IRC é de no máximo 30. Em contrapartida, oferece grande fluxo luminoso com baixo consumo. Seu funcionamento é parecido com o das fluorescentes, exceto pela presença do sódio no lugar do mercúrio. A partida requer reator específico e ignitor (espécie de starter que eleva a tensão na hora da partida para 4.500 volts). Multivapores metálicos - Tipo de lâmpada também conhecida como metálica, contém iodetos metálicos. Seu funcionamento é similar ao da lâmpada de sódio - requer reator e ignitor para elevar a tensão de partida. Tem grande fluxo luminoso, IRC de 90 e é indicada para locais onde é necessário haver iluminação profissional, como quadras de tênis, grandes eventos, jogos de futebol etc. Na hora de substituir uma lâmpada metálica por uma de outra marca, deve-se trocar também o reator e o ignitor, pois eles são incompatíveis. Também podem receber as nomenclaturas: metal halide ou iodeto metálico. Reatores - Os antigos reatores eletromagnéticos grandes e pesados, que funcionam em 60 hertz, vêm sendo substituídos pelos modelos eletrônicos, que 19 economizam energia e têm menor carga térmica. Os reatores eletrônicos trabalham em 35 kilohertz, o que evita a intermitência conhecida como cintilação e o efeito estroboscópico, ambos responsáveis pelo cansaço visual. Os reatores de baixa performance são os chamados “acendedores” e servem apenas para acender lâmpadas em ambientes residenciais. Os de alta performance são equipados com filtros que evitam interferências no sistema elétrico e são indicados para instalações comerciais, hospitais, bancos, escolas etc. Há ainda os reatores eletrônicos dimerizáveis, que permitem a dimerização de fluorescentes - possibilidade inimaginável há alguns anos. Seu uso permite a integração da luz natural com a artificial - quando combinado a sensores, ele vai aumentando ou diminuindo a intensidade luminosa das lâmpadas conforme a necessidade, de modo que a luz artificial seja usada apenas como complemento à luz natural. Também possibilita a criação de diferentes cenários de luz. LED - Há alguns anos,o LED só era usado como indicador luminoso de aparelhos como rádio, TV ou computador ligados. Com a evolução, ele deixou de ser um marcador para se transformar em emissor de luz visível e a cada ano os módulos de LED estão praticamente dobrando seu fluxo luminoso. LED é a sigla de Light Emissor Diod (diodo emissor de luz). Não possui filamentos nem descarga elétrica, trabalha em baixa tensão, normalmente 10 ou 24 volts, e consome em média de 1 a 12 watts, o que proporciona extrema economia de energia. Sua vida útil pode ser de até 50 mil horas, o que dispensa manutenção, e ainda tem a vantagem de não emitir radiações infravermelha e ultravioleta. Oferece a possibilidade de criar cenas no modo RGB (sigla em inglês para as três cores básicas: vermelho, verde e azul), comandadas por controle remoto ou computador. Pode se apresentar sob forma de lâmpadas refletoras, tubos como as fluorescentes, fitas flexíveis, balizadores ou em luminárias completas. As lâmpadas de LED têm sido oferecidas no mercado na versão bivolt, o que facilita em muito a escolha. Para que a construção de um LED atenda à todas as expectativas de utilização ela precisa ter alguns componentes básicos. 20 O driver (ou fonte como alguns costumam chamá-la) vai estabilizar a corrente e corrigir a voltagem. O dissipador de calor será essencial para aumentar a vida do LED pois a energia liberada na passagem da corrente gera certo calor e ele precisa ser direcionado para trás. As "bolinhas de luz" que são os LED's propriamente ditos emitem a luz em 180 graus e necessitam da ótica secundária para dirigir seus fachos para frente como um refletor e finalmente a ótica terciária funciona como lentes que configuram as formas e aberturas do facho de luz. Componentes do LED O mercado oferece lâmpadas de LED com formatos idênticos às já existentes incandescentes, halógenas e fluorescentes. Isto facilitou bastante a aceitação e comercialização desta nova tecnologia uma vez que as luminárias que acomodam estas lâmpadas são exatamente as mesmas que utilizamos para as outras fontes de luz. Por outro lado luminárias de LED são unidades de iluminação completas. Possuem fonte de luz, sistemas de controle e alimentação, elementos que distribuem, posicionam e protegem a fonte de luz e dispositivos para montagem e instalação. A tendência é que o mercado comece a oferecer cada vez mais as luminárias de LED. Devido ao longo tempo de duração desta fonte de luz a troca da luminária a cada 30.000h (mais de 6 anos para uso contínuo de 12 horas) pode ser justificada. 21 Algumas vantagens do uso da tecnologia LED: 1) Vida útil – possuem vida mediana de até 50 mil horas. Dependendo do uso diário isto pode significar até 17 anos. 2) Fluxo luminoso – praticamente não altera a intensidade do fluxo com o uso. 3) Economia de energia – normalmente é prevista uma economia de 10 a 80% dependendo da fonte de luz com que se compara. Tipo de lâmpada Potência (WATTS) Fluxo (LUMENS) Rendimento (LM/W) Incandescente leitosa 100 950 9,5 Halógena Eco Classic A55 42 630 15 Fluorescente compacta espiral 15 940 63 LED A65 E27 12 1000 83 4) Não gera calor – como não emite raios infravermelhos não gera calor, ou seja, a superfície iluminada por LED fica na temperatura ambiente. A luminária em si pode aquecer mas nada comparado a uma incandescente. 5) Zero emissão de ultravioleta e infravermelho – exceto o LED, todas as fontes de luz artificial conhecidas hoje (lâmpadas incandescentes, halógenas, vapor de sódio, vapor metálico) emitem esse tipo de radiação. 6) Não oferece risco no contato direto – por trabalhar com baixa tensão, pode ser usado em ambientes úmidos sem risco de choques. Luminárias de uso residencial podem ser instaladas em lugares baixos sem risco de queimadura por contato. 7) Resistência a uso severo – como se trata de um componente sólido, suporta bem a vibração, variação de temperatura e uso pulsante constante sem problemas. Resiste a temperatura entre -20°C e 50°C. 22 ESPECIFICAÇÃO DE LÂMPADAS E LUMINÁRIAS Banho _____________________________________________________________ Na iluminação do banheiro, temos que nos preocupar com a luz geral e com a luz localizada sobre a bancada da pia. A iluminação geral pode ser feita com lâmpadas fluorescentes ou incandescentes e para a iluminação localizada deve-se usar, de preferência, a incandescente pois é a lâmpada que menos distorce as cores. Estando o ponto de luz localizado na parede, podemos utilizar arandelas com vidro jateado para minimizar os efeitos de sombra e, no caso de tetos rebaixados, usaremos plafons embutidos com lâmpadas incandescentes sobre a bancada. Cozinha _____________________________________________________________ Cozinhas são locais de trabalho, portanto a iluminação mais adequada é a fluorescente. Ela produz menos efeitos de sombras e é mais eficiente em termos de fluxo luminoso e economia de energia. Utilizando lâmpadas trifósforo a distorção das cores vai diminuir bastante. É suficiente colocarmos uma luminária no ponto central do teto mas a quantidade e potência das lâmpadas devem ser dimensionadas de acordo com a área da cozinha. Quartos _____________________________________________________________ São os ambientes mais pessoais de uma residência. Cada pessoa tem uma preferência em termos de iluminação portanto, em primeiro lugar, devemos respeitar estas preferências. Comumente usamos plafons externos no ponto central do teto com 2 ou 3 lâmpadas incandescentes de 60W. Estas lâmpadas podem ser substituídas pelas fluorescentes compactas que são mais econômicas e têm a vantagem de não produzir calor. Existem fluorescentes compactas de baixa temperatura de cor (mais amareladas) que não vão tirar do quarto aquele clima aconchegante que as lâmpadas incandescentes proporcionam. Para a mesa de cabeceira, abajures com lâmpadas fluorescentes compactas ou LED’s. A correta adequação das fontes de luz artificial aos ambientes 23 Quarto de Bebê _____________________________________________________________ O quarto do bebê deve ter uma boa iluminação até para sua própria segurança, mas devemos ter a opção de diminuir a intensidade de luz para as horas de descanso. Com o uso do dimmer, tudo fica resolvido. É interessante também que o bebê não tenha contato visual com a fonte de luz, o ideal é que ela seja indireta. Garagem / Guarita _____________________________________________________________ Se as lâmpadas de garagem forem ficar acesas durante toda noite, devemos usar LED’s ou fluorescentes e optar por baixos níveis de iluminância por questão de economia. Na guarita, de preferência, lâmpadas de LED com dimmer, pois o interior da guarita deve ser quase escuro. O lado de fora é que deve estar bem iluminado, neste caso, podem ser usadas luminárias com lâmpadas halógenas e sensor de presença. Lavabo _____________________________________________________________ A iluminação do lavabo deve ser bem trabalhada, afinal ele é quase uma continuação do estar. Como são ambientes pequenos, na maioria das vezes, podemos iluminá-los bem com uma ou duas lâmpadas dicróicas de baixa potência sobre a bancada da pia. Arandelas decorativas também podem ser uma boa idéia. Adega _____________________________________________________________ Na adega é “expressamente proibido” o uso de lâmpadas fluorescentes. Este tipo de lâmpada irradia certa quantidade de ultra-violeta que prejudica a composição do vinho. Se usarmoslâmpadas incandescentes é necessário que as usemos com moderação pois, como sabemos, a temperatura da adega deve ser baixa (em torno de 12ºC) e estas lâmpadas produzem calor. O uso de LED’s é bastante indicado pois não existe radiação de infra-vermelho e ultra-violeta. Sala de Jogos _____________________________________________________________ A iluminação geral da sala de jogos deve ser boa. Pode ser feita com lâmpadas fluorescentes em sancas ou luminárias que permitam iluminação semi-indireta ou indireta. Sobre as mesas de sinuca, xadrez, cartas etc., devemos acrescentar ainda iluminação localizada com lâmpadas halógenas ou LED’s. 24 Varanda _____________________________________________________________ No caso de pequenas varandas ou sacadas é aconselhável que usemos uma iluminação tênue através de pazinhas varre-teto ou embutidos de parede. Assim teremos uma iluminação suave e propícia para que possamos observar a vista. Em varandas maiores, onde possam ser feitas leituras ou trabalhos manuais, teremos que nos preocupar com uma iluminação localizada que seja satisfatória. Home Theater _____________________________________________________________ Nenhuma iluminação deve se interpor entre a tela e o espectador. O ideal é uma iluminação indireta que possa ser regulada para ocasiões diferentes. Pendentes de luz indireta no ponto central com lâmpadas halógenas e dimmer seriam uma boa opção. Deve haver boa iluminação para manuseio dos controles e, no caso de se colocarem abajures, é preferível que suas cúpulas sejam escuras ou opacas para evitar a reflexão da lâmpada na tela. Sala de Jantar _____________________________________________________________ Devemos usar sobre a mesa de jantar lâmpadas que reproduzem fielmente as cores, portanto: incandescentes, halógenas ou halógenas dicróicas. Lâmpadas fluorescentes, ainda que com boa reprodução de cores, devem ser usadas como apoio e não como foco único sobre a mesa. Podemos usar lustres ou pendentes que devem se posicionar na altura entre 0,90 e 1,20m acima do tampo da mesa e no centro desta. No caso de este posicionamento não coincidir com o ponto de luz já existente, sempre se pode fazer um balanço com o fio deslocando-se a luminária até a posição desejada. Se o lustre não produz iluminação suficiente, podemos otimizá-la colocando plafons embutidos em suas laterais no teto direcionados para baixo ou com fachos cruzados. Outra opção é colocar-se somente plafons embutidos alinhados sobre a mesa com uma dicróica no centro, para os dias especiais, e duas laterais com lâmpadas fluorescentes compactas ou LED’s para serem utilizadas no dia a dia. Podemos ainda usar o recurso de sancas com lâmpadas fluorescentes ou fitas de LED circulando o perímetro da mesa ou de toda a sala. Deve-se iluminar também algum outro ponto de interesse como aparadores, buffets ou cristaleiras para que a iluminação não fique toda concentrada em um só ponto. Temos que nos preocupar ainda com a luz de passagem que deverá estar ligada em three way pois normalmente a sala de jantar está entre a cozinha e o resto da casa. Ela deve ser feita com lâmpada incandescente, halógena ou LED, uma vez que será acionada somente por alguns minutos. 25 Sala de Estar _____________________________________________________________ Normalmente é aqui que se tem um maior cuidado com a decoração: materiais mais nobres, obras de arte e provavelmente muito esmero por parte dos donos da casa. Estes ambientes poderão ser usados de diversas maneiras e, por isso, a iluminação pode acompanhar a cada uma delas. É muito agradável ouvir-se música ou namorar em um ambiente com luz suave que vem de abajures ou arandelas mais fechadas. Por outro lado, receber visitas informais e conversar sob iluminação de uma sanca é bastante interessante pois a luz é rebatida e se espalha resultando em pouquíssimas sombras, o que torna as pessoas até mais bonitas. Nos dias de festa e visitas mais cerimoniosas, nada como misturar a iluminação indireta com a direcionada; com lâmpadas dicróicas e PAR 36 destacando obras de arte, plantas e esculturas teremos um efeito quase teatral e valorizaremos todos os recursos de decoração utilizados. Um wall wash feito com lâmpadas de LED vai valorizar uma parede especial sem elevar a temperatura ambiente e com baixo consumo. Finalmente, não podemos nos esquecer da iluminação de passagem. Aquela que será utilizada apenas para que cruzemos o ambiente sem ter que, necessariamente, acender todo o resto. Escritórios _____________________________________________________________ A iluminação para escritórios requer a elaboração de cálculos luminotécnicos precisos pois não só a produtividade mas, mais importante, a saúde dos usuários está diretamente envolvida. Lâmpadas fluorescentes de alta temperatura de cor são normalmente as mais indicadas. Usualmente são solicitados para escritórios níveis de iluminância que variam entre 500 e 1000 lux e para obtermos um bom resultado teremos que levar em conta o pé direito do ambiente, índices de reflexão dos materiais utilizados, curvas fotométricas das luminárias, etc. Mesmo depois de efetuados os cálculos nos depararemos com dois problemas importantes e muito frequentes: 1. A distribuição das luminárias: Se o espaço estiver iluminado todo ele uniformemente, isto poderá causar um certo tédio em seus usuários. Por isso se colocarmos níveis de iluminância diferentes em circulações e estações de trabalho por exemplo, estaremos “movimentando” mais a atividade do escritório. A luz de tarefa também ajuda a diminuir o consumo energético. 2. O reflexo das lâmpadas nos visores dos computadores: Onde existem terminais de computadores devemos colocar a iluminação sobre eles e nunca por trás do operador. Porém muitas vezes isso não é possível. Recomenda-se então o uso de difusores de vidro ou acrílico ou ainda a colocação de louvres (grelhas) que minimizem os efeitos de ofuscamento e reflexão. A solução mais indicada, no entanto, seria o uso 26 de iluminação semi-indireta ou indireta através de luminárias próprias ou mesmo de sancas. Lojas _____________________________________________________________ Lojas de departamentos requerem iluminação geral e mais intensa, com destaque apenas para alguns pontos. Usualmente a temperatura de cor das lâmpadas é mais alta para incentivar maior agilidade nas compras. Já em lojas menores e com conceito de exclusividade, a iluminação será mais pontual e com baixa temperatura de cor criando-se assim um clima intimista, elegante e aconchegante. As vitrines devem ser muito bem iluminadas, com níveis de iluminância por volta de 3.000 lux (para lojas de shopping). Lâmpadas diferenciadas, trilhos eletrificados, circuitos divididos; tudo isso possibilitará ao vitrinista que ele customize a iluminação. Não devemos nos esquecer de iluminar nenhum produto exposto na loja pois: - Produto não iluminado é produto encalhado! O IRC (índice de reprodução de cores) das lâmpadas deve ser o mais alto possível para não distorcer as cores dos produtos. Os caixas devem ser iluminados com luz difusa e os provadores “vendem” melhor se a luz for indireta e com baixa temperatura de cor. Restaurantes _____________________________________________________________ Restaurantes fast food necessitam de maiores níveis de iluminância e lâmpadas com temperatura de cor mais alta pois a rotatividade dos clientes deve ser incentivada. Já restaurantes mais finos pedem ambientes com luz e sombra e lâmpadas que façam lembrar a luz de velas. O aconchego é essencial nestes locais e normalmente a luz direcionada exatamente sobre as mesas é a mais importante. O IRC daslâmpadas deve ser de 100 e o facho de luz não deve ultrapassar o diâmetro da mesa. Algum apoio pode vir de arandelas ou sancas invertidas. Já na cozinha, luz farta com alta temperatura de cor. O projeto luminotécnico da cozinha deve atender as normas brasileiras e os critérios de exigência da vigilância sanitária. 27 Lâmpadas fluorescentes e lâmpadas de descarga em geral não devem ser acionadas a todo momento. Uma vez acesas, devem permanecer assim por algum tempo. Portanto dispositivos como minuterias e sensores de presença não devem se associar a elas. Esses recursos devem utilizar lâmpadas incandescentes ou incandescentes halógenas. Células foto-elétricas podem ser uma boa opção para lâmpadas de descarga uma vez que o acionamento (acendimento ou desligamento) da luminária se dará somente na ausência ou presença da luz do sol. O dimmer (dispositivo que possibilita variar o fluxo luminoso das lâmpadas numa instalação, a fim de ajustar o nível de iluminância) é indicado para lâmpadas incandescentes e incandescentes halógenas. Pode-se utiliza-lo para lâmpadas fluorescentes desde que seja adquirido todo o conjunto específico para este propósito. A dimerização tem sido um recurso extremamente utilizado em ambientes que utilizam a automação na iluminação. A temperatura de cor da lâmpada é outro fator que deve ser observado para uma correta especificação. Ambientes de trabalho e que exijam produtividade devem ter lâmpadas com alta temperatura de cor (brancas) e ambientes que pretendam ser mais aconchegantes devem utilizar lâmpadas com baixa temperatura de cor (amarelas). Para ambientes onde a reprodução das cores seja relevante deve-se especificar lâmpadas com elevado IRC (índice de reprodução de cores). Parâmetros a serem observados na especificação dos tipos de lâmpadas 28 ATENÇÃO: Outro fator importante mas que quase nunca é lembrado: o descarte das lâmpadas e seus equipamentos auxiliares (reatores, transformadores e drivers). Existem pelo menos doze elementos que são utilizados em lâmpadas que podem originar impactos ambientais negativos. Essas substâncias são as seguintes: mercúrio, antimônio, bário, chumbo, cádmio, índio, sódio, estrôncio, tálio, vanádio, ítrio e elementos de terras raras. As únicas lâmpadas que podem ser descartadas em lixo comum são as incandescentes e halógenas. Os LED's são também considerados "lixo limpo" pela pequena quantidade dos elementos utilizados em sua fabricação. Mas em muitas das lâmpadas de LED os drivers se encontram inseridos. Portanto, excetuando-se as lâmpadas incandescentes e halógenas, o ideal é que todas as lâmpadas e equipamentos auxiliares sejam encaminhados à reciclagem. Eles não devem ser descartados no lixo comum por serem tóxicos e não devem ser descartados no coletor de recicláveis pois não são recicláveis. Por lei, estabelecimentos comerciais que realizam a revenda de tais produtos são obrigados a recebê-los e enviá-los para tratamento adequado. Estes materiais são desmontados e os produtos tóxicos podem ser utilizados na confecção de novos produtos, não sendo necessário desperdiçar matéria-prima. 29 SIMBOLOGIA NO PROJETO LUMINOTÉCNICO O projeto luminotécnico consiste em 03 plantas e cortes. A primeira planta é a de teto (ou de gesso). Os cortes, que fazem parte dela, mostram os detalhes do rebaixamento. A segunda planta é a luminotécnica que mostra a posição e especificação de lâmpadas e luminárias no projeto. Sua simbologia ainda não é normatizada por isso os profissionais podem lançar mão de símbolos diferenciados para fazer as representações. A terceira planta é a de setorização de circuitos que mostra a posição dos comandos elétricos (tomadas, interruptores, quadros de distribuição de carga, etc) no projeto. Neste caso a simbologia segue as normas do projeto elétrico. Esta planta é apenas uma sugestão para o engenheiro eletricista pois cabe à ele a elaboração do projeto elétrico. 30 Legenda do projeto luminotécnico (exemplo) 31 Legenda do projeto de setorização de comandos elétricos (exemplo) 32 CÁLCULO PELO NÚMERO DE WATTS (para fluorescentes) 02 CORRESPONDÊNCIA ENTRE LUX E WATTS PRECISANDO SERÁ NECESSÁRIO POR M2 INCANDESCENTE FLUORESCENTE 100 LUX X 5 WATTS 150 LUX X 7 WATTS 200 LUX X 10 WATTS 250 LUX X 12 WATTS 300 LUX X 15 WATTS 400 LUX X 20 WATTS 500 LUX X 24 WATTS Obs.: Valores considerando pé direito normal e paredes e tetos brancos 03 Para fazer o cálculo da iluminação necessária, multiplique a área do ambiente pelos watts equivalentes à medida de iluminância (lux) que deseja. Este é um cálculo aproximado, portanto só é válido para projetos residenciais onde são usadas lâmpadas fluorescentes compactas e/ou tubulares. TABELA DE ILUMINAÇÃO 01 LUX NECESSÁRIOS PARA CADA TIPO DE AMBIENTE SALAS DE ESTAR GERAL LOCAL: (leitura, escrita, bordado, etc...) 150 LUX 500 a 1000 LUX COZINHAS GERAL LOCAL: (fogão, pias, mesa de trabalho, etc...) 150 LUX 250 a 500 LUX QUARTOS GERAL LOCAL: (espelho, penteadeira, etc...) 150 LUX 250 a 500 LUX ESCRITÓRIOS GERAL LOCAL: (mesa de trabalho, arquivos, etc...) 200 LUX 300 a 500 LUX BANHEIROS GERAL LOCAL: (lavatórios, espelhos, etc...) 150 LUX 250 a 500 LUX HALL, ESCADARIAS E GARAGENS GERAL 100 LUX 33 EXEMPLOS Banheiro Exemplo de cálculo para 150lux Banheiro com 3,0m2 Embutido com vidro difusor e lâmpadas fluorescentes compactas de 15w Nº de watts = 3m2 X 7w/m2 Nº de watts = 21w Nº de lâmpadas = 21w/15w Nº de lâmpadas = 1,4 1,4 X 1,5 = 2,1 ≈ 2 lâmpadas 15w Banheiro com 3,0m2 Calha com lâmpadas fluorescentes tubulares de 16w Nº de watts = 3m2 X 7w/m2 Nº de watts = 21w Nº de lâmpadas = 21w/16w Nº de lâmpadas = 1,3 ≈ 2 lâmpadas de 16w Escritório Exemplo de cálculo para 200lux Escritório com 8m2 Calha com lâmpadas fluorescentes tubulares de 32w Nº de watts = 8m2 X 10w/m2 Nº de watts = 80w Nº de lâmpadas = 80w/32w Nº de lâmpadas = 2,5 ≈ 3 lâmpadas de 32w Escritório com 8m2 Sanca com lâmpadas fluorescentes tubulares de 32w Nº de watts = 8m2 X 10w/m2 Nº de watts = 80w Nº de lâmpadas = 80w/32w Nº de lâmpadas = 2,5 2,5 X 2 = 5 lâmpadas de 32w 34 CÁLCULO PELA NECESSIDADE DE LUMENS (para LED's) Valores de iluminância nos ambientes de uma residência e sua correspondência aproximada em lumens: EXEMPLO Exemplo de cálculo para 150lux Banheiro com 3,0m2 Embutidos para lâmpadas A60 de LED com 960lm de fluxo luminoso Calculando pela necessidade de lumens: Nº de lumens = 3m2 X 600lm/m2 Nº de lumens = 1800lm Nº de lâmpadas = 1800lm/960lm Nº de lâmpadas = 1,87 ≈ 2 lâmpadas AMBIENTE NÍVEL DE ILUMINÂNCIA LUMENS POR METRO QUADRADO HALL / ESCADAS GARAGEM 100 LUX 400 LUMENS/M2 SALA DE ESTAR / BANHO QUARTO / COZINHA 150 LUX 600 LUMENS/M2 ESCRITÓRIO 200 LUX 800 LUMENS/M2 35 FATORES DE DEPRECIAÇÃO DAS LUMINÁRIAS TIPO DE LUMINÁRIA CONDIÇÃO DO AMBIENTE FATOR DE DEPRECIAÇÃO (d) Aberta para iluminação deinteriores Muito limpo Limpo Médio Sujo Muito sujo 0,95 0,89 0,81 0,72 0,61 Fechada para iluminação de interiores Muito limpo Limpo Médio Sujo Muito sujo 0,94 0,88 0,82 0,77 0,71 Fechada para iluminação de áreas externas 0,87 36 TAXAS DE REFLETÂNCIA ÚTEIS PARA SUPERFÍCIES INTERNAS (segundo Nbr 8995) teto.....................................0,6 - 0,9 paredes..............................0,3 - 0,8 planos de trabalho..............0,2 - 0,6 piso.....................................0,1 - 0,5 37 PAISAGISMO Um belo Jardim não deve ser apreciado somente durante o dia. Na ausência da luz do sol, a iluminação artificial pode valorizar ainda mais os projetos paisagísticos, criando formas e efeitos. A iluminação para paisagismo requer principalmente bom senso. Não são feitos cálculos pormenorizados uma vez que o que se deseja é a valorização de alguns volumes. Obviamente não podemos deixar de levar em conta fatores como temperatura de cor e abertura e alcance de facho de lâmpadas e luminárias. Escadas, entradas e caminhamentos devem ser melhor iluminados por questão de segurança. Podemos destacar árvores e arbustos e realçar o colorido das flores com iluminação direta e com a indireta determinar espaços sem focar em algo especifico. Quando se destaca algum volume, árvore ou escultura, deve-se tomar cuidado para que a fonte de luz não ofusque o observador. Se a luz for colocada à frente do objeto, teremos valorizadas suas cores e texturas. Por outro lado se a fonte for colocada por trás, conseguiremos uma valorização de seu contorno. Postes, mini-postes e arandelas colocados no chão ou em muros iluminarão uma área uniformemente ao passo que luminárias direcionadas oferecerão iluminação de destaque e mais dramática. É importante lembrar também que se deve separar os comandos para acendimento das luminárias de forma racional. Não é necessário, por exemplo, que todo o aparato fique aceso durante a noite, pois isso influenciaria inclusive no ciclo circadiano de plantas e animais, mas pontos estratégicos devem permanecer acesos para possibilitar o trabalho de vigia. Para estas luminárias devemos optar por lâmpadas de baixo consumo como fluorescentes e LED’s. Assim, pode-se ter, no mesmo jardim, desde uma iluminação mais econômica, com apenas alguns pontos de luz (iluminação de segurança), até algo mais apropriado para recepcionar pessoas ou realizar festas. 38 Luminárias utilizadas em jardim devem ser bem vedadas, uma vez que estarão expostas a intempéries, por isso ao adquiri-las devemos verificar qual é a sua classificação de IP (índice de proteção). O tipo de lâmpada utilizado também determina a qualidade do projeto, mas a adequação do produto varia de acordo com a área e o objetivo a ser atingido. Para grandes áreas, as lâmpadas mais adequadas são as de vapor metálico (refletoras ou de luz difusa) disponíveis em vários modelos e potências. Em áreas com flores, em que o colorido deve ser realçado, é importante escolher lâmpadas com alto índice de reprodução de cores, como as lâmpadas PAR 20, 30 ou 38 halógenas. Estas lâmpadas vêm sendo substituídas pelas lâmpadas de tecnologia LED que, apesar de não possuírem IRC de 100, são bem mais econômicas e podem durar até 20 vezes mais. Excluindo raras exceções, lâmpadas com tonalidade entre 2.700K e 3.000K (amarelas) são as mais indicadas para iluminar os jardins. Isto porque trabalhamos nestes locais com baixos níveis de iluminância e essa condição se adapta mais a lâmpadas mais relaxantes e também porque elas nos fazem lembrar a luz proveniente do fogo, tochas, velas, etc. Jardins devem ser verdes porque estão saudáveis e não porque jogou-se luz verde sobre eles... Luz colorida deve ser utilizada com cuidado. De preferência em ambientes temáticos ou festivos. 39 FACHADAS Em situações em que a fachada possui volumetria marcante devemos optar por luminárias discretas e compatibilizadas com cores e revestimentos, revelando a forma arquitetônica como o elemento mais importante. Não é necessário utilizar lâmpadas com potências elevadas, pois o observador está adaptado a uma condição de pouca luz, proveniente da iluminação viária. 40 Espaçamento entre luminárias nos caminhamentos Altura de montagem em função do fluxo luminoso em vias 41 MÉTODO DE CÁLCULO POR RENDIMENTO DOS PROJETORES O método dos rendimentos permite calcular com boa aproximação, o número de projetores necessários à iluminação de uma certa área. Usa-se este método porém quando não se necessita um rigor técnico muito apurado. O fluxo luminoso total emitido pelas lâmpadas ( T ) é afetado por um fator ( ) que leva em conta o rendimento do projetor e as perdas do fluxo luminoso fora da área de superfície (S). Do fluxo luminoso total emitido pelas lâmpadas ( T ) cerca de 25 a 40% é absorvido pelo próprio projetor e perdido por reflexões mútuas nos espelhos. Parte do fluxo realmente emitido pelo projetor incide fora da área a iluminar, assim sendo, oscila na prática, entre 0,25 e 0,35. O número de projetores calcula-se facilmente: S x E N = ------------- x L Onde: N = número de projetores S = área de superfície a iluminar (m2) E = nível de iluminância adotado (lux) = rendimento L = fluxo luminoso da lâmpada (lumens) 42 43 MÉTODO DE CÁLCULO PONTO A PONTO Estas são as fórmulas utilizadas para o cálculo de iluminação de destaque, quando usaremos lâmpadas refletoras. Onde: E = nível de iluminância (lux) I = intensidade luminosa (candelas) d = distância da fonte luminosa ao anteparo (m) Θ = metade da abertura de facho da lâmpada x = metade do diâmetro da luz incidente no anteparo 2d I E d x tg 44 45 46 TABELA DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS Θ senΘ cosΘ tgΘ Θ senΘ cosΘ tgΘ 0 0 1 0 46 0,71934 0,694658 1,03553 1 0,017452406 0,999847695 0,017455065 47 0,731354 0,681998 1,072369 2 0,034899497 0,999390827 0,034920769 48 0,743145 0,669131 1,110613 3 0,052335956 0,998629535 0,052407779 49 0,75471 0,656059 1,150368 4 0,069756474 0,99756405 0,069926812 50 0,766044 0,642788 1,191754 5 0,087155743 0,996194698 0,087488664 51 0,777146 0,62932 1,234897 6 0,104528463 0,994521895 0,105104235 52 0,788011 0,615661 1,279942 7 0,121869343 0,992546152 0,122784561 53 0,798636 0,601815 1,327045 8 0,139173101 0,990268069 0,140540835 54 0,809017 0,587785 1,376382 9 0,156434465 0,987688341 0,15838444 55 0,819152 0,573576 1,428148 10 0,173648178 0,984807753 0,176326981 56 0,829038 0,559193 1,482561 11 0,190808995 0,981627183 0,194380309 57 0,838671 0,544639 1,539865 12 0,207911691 0,978147601 0,212556562 58 0,848048 0,529919 1,600335 13 0,224951054 0,974370065 0,230868191 59 0,8571670,515038 1,664279 14 0,241921896 0,970295726 0,249328003 60 0,866025 0,5 1,732051 15 0,258819045 0,965925826 0,267949192 61 0,87462 0,48481 1,804048 16 0,275637356 0,961261696 0,286745386 62 0,882948 0,469472 1,880726 17 0,292371705 0,956304756 0,305730681 63 0,891007 0,45399 1,962611 18 0,309016994 0,951056516 0,324919696 64 0,898794 0,438371 2,050304 19 0,325568154 0,945518576 0,344327613 65 0,906308 0,422618 2,144507 20 0,342020143 0,939692621 0,363970234 66 0,913545 0,406737 2,246037 21 0,35836795 0,933580426 0,383864035 67 0,920505 0,390731 2,355852 22 0,374606593 0,927183855 0,404026226 68 0,927184 0,374607 2,475087 23 0,390731128 0,920504853 0,424474816 69 0,93358 0,358368 2,605089 24 0,406736643 0,913545458 0,445228685 70 0,939693 0,34202 2,747477 25 0,422618262 0,906307787 0,466307658 71 0,945519 0,325568 2,904211 26 0,438371147 0,898794046 0,487732589 72 0,951057 0,309017 3,077684 27 0,4539905 0,891006524 0,509525449 73 0,956305 0,292372 3,270853 28 0,469471563 0,882947593 0,531709432 74 0,961262 0,275637 3,487414 29 0,48480962 0,874619707 0,554309051 75 0,965926 0,258819 3,732051 30 0,5 0,866025404 0,577350269 76 0,970296 0,241922 4,010781 31 0,515038075 0,857167301 0,600860619 77 0,97437 0,224951 4,331476 32 0,529919264 0,848048096 0,624869352 78 0,978148 0,207912 4,70463 33 0,544639035 0,838670568 0,649407593 79 0,981627 0,190809 5,144554 34 0,559192903 0,829037573 0,674508517 80 0,984808 0,173648 5,671282 35 0,573576436 0,819152044 0,700207538 81 0,987688 0,156434 6,313752 36 0,587785252 0,809016994 0,726542528 82 0,990268 0,139173 7,11537 37 0,601815023 0,79863551 0,75355405 83 0,992546 0,121869 8,144346 38 0,615661475 0,788010754 0,781285627 84 0,994522 0,104528 9,514364 39 0,629320391 0,777145961 0,809784033 85 0,996195 0,087156 11,43005 40 0,64278761 0,766044443 0,839099631 86 0,997564 0,069756 14,30067 41 0,656059029 0,75470958 0,869286738 87 0,99863 0,052336 19,08114 42 0,669130606 0,743144825 0,900404044 88 0,999391 0,034899 28,63625 43 0,68199836 0,731353702 0,932515086 89 0,999848 0,017452 57,28996 44 0,69465837 0,7193398 0,965688775 90 1 0 ∞ 45 0,707106781 0,707106781 1 47 ANEXOS ANEXO I Catálogo Itaim Catálogo Lumini Catálogo Indelpa ANEXO II Tabelas de lâmpadas ANEXO III Exemplo de projeto residencial ANEXO IV Curvas das lâmpadas halógenas refletoras ANEXO V Método de cálculo GE ANEXO VI ABNT Nbr ISO/CIE 8995-1:2013 ANEXO VII Catálogo de lâmpadas Lâmpadas fluorescentes compactas Lâmpadas fluorescentes tubulares e circulares Lâmpadas halógenas Lâmpadas de descarga CDMR CDMR 111 ANEXO VIII Catálogo de Led’s Essential LED GreenSpace LEDlamps MASTER LED Lamps MASTER LED spot LV MASTER LED spot MV MASTER LED spot PAR
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