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AULA 2 MÓDULO DE PROCESSO TRIBUTÁRIO CEJ 10.08.2011

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EXECUÇÃO FISCAL E FALÊNCIA
A decretação da falência não suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
SÚMULA 44 TFR – súmula que está sendo aplicada pelo STJ até hoje 
1 – decretação da falência é posterior ao ajuizamento da execução fiscal bem penhorado – leilão - preço da arrematação – ERESP 536033 RJ – está pacificado no STJ
2 – decretação da falência é anterior à execução fiscal – massa falida - citar o administrador judicial – penhora no rosto dos autos – intimar da penhora o administrador. A execução será proposta em face da massa falida. Citar o administrador judicial. Penhora no rosto dos autos, quando não se pode penhorar bens determinados (ofício da Vara de Fazenda Pública para a Vara onde corre a Falência para que seja feita reserva de bens suficientes à satisfação do crédito tributário. Feita a penhora, a próxima fase é intimar da penhora o administrador, que pode, querendo, embargar a execução. Não pode levar à leilão, pois não há bem específico penhorado. Assim, a execução fiscal vai ter que ficar “parada”, aguardando a solução do processo falimentar. 
Considerando essa dificuldade da Fazenda, há questionamento sobre possível habilitação da Fazenda no processo de falência. O entendimento do STJ é no sentido de que é uma faculdade da Fazenda habilitar-se ou não no processo falimentar. O risco que ela corre é a ocorrência da prescrição, pois o processo falimentar não suspende o prazo prescricional. Ela só não ajuíza execução fiscal quando o valor está abaixo do mínimo previsto geralmente em suas leis para ajuizamento da execução. Nesses casos, na prática, ela se habilita na falência e fica aguardando o término do processo falimentar. Acima deste valor mínimo que autoriza que ela ajuíze a execução fiscal, a Fazenda geralmente ajuíza sim a execução fiscal e não se habilita na falência.
Na prática, algumas Fazendas ajuízam a execução fiscal e se habilitam no processo falimentar. 
Súmula 44 do TRF execução fiscal – anteriormente à falência e contra a massa falida – penhora – procedimentos. 
Ajuizada a execução fiscal anteriormente à falência, com penhora realizada antes desta, não ficam os bens penhorados sujeitos a arrecadação no Juízo Falimentar, proposta a execução fiscal contra a massa falida, a penhora far-se-á no rosto dos processo da quebra, citando-se o síndico. 
RITO/PROCEDIMENTO DA LEF:
Art. 7 – despacho do juiz que recebe a inicial da execução fiscal. 
Na LEF, o IMPULSO É OFICIAL. Na hora em que o juiz defere a inicial e determina o “cite-se” já gera como conseqüência que o cartório tome todas as providências. 
Quando o juiz depacha o “cite-se” já determina o percentual de honorários para o caso de pagamento voluntário (o executado é executado para pagar ou nomear bens à penhora). 
Aqui no RJ está acordado fixar o percentual de 10% de honorários caso haja pagamento voluntário. Mas pode haver também condenação em 10% nos embargos (STJ diz que não há problema em cumular os honorários porque execução e embargos são ações distintas) e assim chega-se aos 20% da área federal dessa forma. 
Na área federal prevalece o Decreto-lei 1025/69 que tem previsão de que os honorários serão fixados em 20% (União já coloca esse valor na sua inicial) que vai envolver tanto a execução quanto os eventuais embargos que sejam opostos (somente um percentual). Não haverá soma de percentual. Esse percentual poderá ser reduzido se houver pagamento antecipado. 
Em alguns casos os juízes estão extinguindo as execuções fiscais, até mesmo antes da citação, por considerarem os débitos irrisórios. Fazem isso de ofício sob fundamento de que os débitos são irrisórios, alegando falta de interesse de agir, sem julgamento do mérito. 
Na área federal o limite era de R$1mil e passou depois para R$10mil. 
Poderia o juiz fazer isso de ofício, sem ao menos citar a parte?
Súmula 452 STJ o juiz não pode extinguir a execução por vários motivos:
- o crédito fazendário é indisponível, somente a lei pode prever os casos onde aquele crédito será extinto (caso de remissão, perdão). Não pode o juiz se sobrepor à vontade da Fazenda e extinguir a execução e não cabe ao juiz dizer se o débito é ou não irrisório, se a Fazenda tem ou não interesse de agir, principalmente no caso da Fazenda já que para ela vale o princípio da legalidade.
- o que o juiz pode fazer é a possibilidade de arquivar, algo que a lei federal estabelece expressamente. Arquiva a execução fiscal esperando que novos créditos sejam ajuizados para reunir as execuções fiscais esperando que alcance aquele mínimo para ajuizar. – Lei 10522/2002 – essa lei prevê expressamente o arquivamento.
OBS.; é claro que não poderá arquivar a execução eternamente até mesmo porque o arquivamento não é causa de suspensão do prazo prescricional e vai durar o arquivamento enquanto não prescrito o crédito (prazo de 5 anos para não prescrever).
A Fazenda pode fazer um arrolamento sumário. No momento em que ajuíza, poderia indicar bens a serem penhorados como qualquer credor (seguindo os moldes do CPC. Doutrina majoritária admite a aplicação subsidiária do CPC nesse caso por considerar a LEF lacunosa). Contudo, na prática, é muito difícil a Fazenda saber quais bens do executado indicar para fins de penhora porque a execução fiscal acaba sendo automática, via sistema. 
	
- CITAÇÃO: parte é efetivamente citada. 
Art. 8 – executado para pagar a dívida ou para garantir a execução (integralmente: juros, principal, encargos) no prazo de 5 dias. Ele não é citado para se defender. Esse prazo de 5 dias não é fatal, ele não será penalizado se não pagar ou não garantir o juízo nesse prazo, mas dá para a Fazenda a possibilidade de ela mesma indicar bens/pedir penhora.
Se ele não pagar nem garantir o juízo, a Fazenda vai pedir a penhora de bens.
. Modos de Citação:
A regra é a citação pelos Correios – AR. Se a Fazenda não quiser citação pelos correios, deve pedir expressamente.
A citação será considerada válida mesmo que não seja o próprio que assina o AR. Isso é muito comum em caso de dívida de IPTU, quando é o porteiro que assina o AR. E a execução vai prosseguir. Se o AR não for assinado pelo próprio, a conseqüência única disso é que a intimação da penhora deverá ser pessoal – Art. 12, p. 3 (único caso em que a intimação pessoal será obrigatória.).
Só passará para outra modalidade de citação se o AR for devolvido sem ter ninguém assinado ou se o AR não for devolvido – art. 8, III – se o AR não retornar no prazo de 15 dias da entrega da carta à agência postal, passa-se para a citação por oficial de justiça ou Edital. O inciso III coloca o “ou”, edital ou oficial de justiça. A Fazenda pedia a citação por Edital. Contudo, essa é uma citação ficta. STJ entendeu que na verdade não se trata de uma opção, alternativa. Primeiro vai citar por oficial de justiça e depois por Edital (é uma ordem: primeiro cita-se por oficial de justiça que é uma citação pessoal e só depois por Edital que é a ficta) súmula 414 do STJ. 
 
A citação por Edital exige a nomeação de um curador especial. Nesse caso vai aplicar o CPC – art. 9, II. Essa nomeação é obrigatória sob pena de se tornar nula a execução fiscal. A partir do momento em que se nomeia o curador especial, ele é que será nomeado para as demais fases, ele que será nomeado para embargar, por ex – Súmula 196 STJ. (geralmente as Fazendas se esquecem disso e lá na frente verificam a falta de nomeação de curador especial).
Na execução fiscal não há previsão para citação por hora certa e o entendimento aqui prevalente é de que se trata de silencio eloqüente da LEF, não é uma lacuna e por isso não se aplica subsidiariamente o CPC. 
Da mesma forma não existe citação por carta rogatória. Se o executado estiver fora do país, a solução da LEF é citar por Edital – art. 8, p. 1 da LEF (não adianta fugir para o Paraguai, que será citado por Edital e será nomeado curador especial).
Existe possibilidade de citação por carta precatória no art. 20 da LEF (carta precatória para citar, para penhorar bens, para avaliar – o art. 20 trata da cartaprecatória para qualquer fim).
Citado para pagar ou garantir o juízo.
- GARANTIR O JUÍZO – art. 9 elenca os bens que ele pode oferecer:
. efetuar depósito em dinheiro (valor principal, juros, multas e encargos) à ordem do juízo em estabelecimento oficial de crédito que garanta a atualização monetária – inciso I deve ser combinado com o art. 32 da LEF que estabelece qual será o banco e sua responsabilidade no caso de depósito judicial. Combinado com o art. 9, p. 4 da LEF: somente o depósito em dinheiro na forma do art. 32 faz cessar a responsabilidade pela atualização monetária e juros de mora. OBS.: as outras formas de garantia constituem um risco porque o bem pode se desvalorizar. A partir do momento em que se faz o depósito, o banco passa a ser responsável por esses acréscimos (correção monetária e juros de mora) e se a Fazenda ganhar, ela não poderá pedir mais nada do executado). Se oferecido bem à penhora, no final do processo, a Fazenda poderá sim pedir reforço à penhora porque o bem pode se desvalorizar. 
. oferecer fiança bancária – não é qualquer fiança, mas somente a bancária e tem que atender os requisitos que estão previstos no p. 5 do art. 9: a fiança bancária respeitará as condições pré estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional – Resolução 724 de 1982. 
Resumo dessas condições:
O banco deve abrir mão do benefício de ordem (o fiador, em regra, tem direito ao benefício de regra, mas nesse caso da LEF, deve abrir mão). Essa fiança deve alcançar o principal e todos os acréscimos constantes da CDA, deve ser integral (não pode ser parcial). Tem que ser por prazo indeterminado, tem que durar enquanto durar a execução fiscal, do contrário, o credor Fazendário não seria garantido. 
Art. 15 – em qualquer fase do processo será deferida pelo juiz:
I – ao executado, a substituição de penhora por dinheiro ou fiança bancária
II – à Fazenda, a substituição dos bens penhorados por outros independentemente da ordem do art. 8 bem como reforço da penhora insuficiente.
Sujeito apresenta uma fiança bancária aceita pela Fazenda porque cumpria as exigências. Mas depois a Fazenda descobre que o executado tem dinheiro e ela pede a substituição (e não reforço porque aquela fiança é suficiente) da penhora da fiança por dinheiro. A Fazenda pode fazer isso? Na hora em que aceitou a fiança bancária, ela fica impedida de pedir a substituição em dinheiro?
STJ a Fazenda pode sim pedir essa substituição porque o art. 15, II da LEF diz que ela pode a qualquer tempo pedir a substituição e independentemente de ordem. E a melhor forma de penhora é sempre dinheiro. No caso da fiança, a Fazenda terá que executar essa fiança e se o Banco não cumprir, o Banco passa a ser executado também, para o pólo passivo, e isso demanda tempo e recursos. Por isso que a Fazenda pode sim pedir a substituição da fiança por dinheiro se descobrir depois que o executado tem dinheiro. 
Quem oferece a fiança como penhora fundamenta-se no art. 620 do CPC EXECUÇÃO MENOS ONEROSA POSSÍVEL PARA O DEVEDOR. O executado alega que a apresentação da fiança, que já é complicada, que deve preencher vários requisitos, ainda assim é menos onerosa para ele do que penhorar seu dinheiro. 
Só que STJ diz que o art. 620 CPC é aplicado com ponderações no caso da execução fiscal porque se trata de credor fazendário que é privilegiado sim e seu interesse é pela penhora em dinheiro que para a Fazenda é muito melhor. Deixaria de aplicar o art. 620 CPC porque não é no interesse da Fazenda inclusive porque existe norma especial expressa no art. 15, II da LEF. 
Como a Fazenda pode pedir reforço da penhora e substituição de bens, o STJ não vem distinguindo entre os arts. 9 e 11 da LEF e dá sim à Fazenda essa faculdade de escolher os bens a serem penhorados. 
STJ – a ordem do art. 11 da LEF não é absoluta e por isso que o art. 620 do CPC deve ser aplicado à execução fiscal com ponderações, porque entre o interesse da Fazenda e a menor onerosidade ao executado, o juiz vai dar preferência ao interesse da Fazenda. 
Quem tem o poder de pedir substituição de penhora e reforço é a Fazenda! O executado só pode pedir a substituição se for para dinheiro. O inciso I fala em dinheiro e fiança bancária e isso era outra discussão: a fiança bancária nunca estará acima do dinheiro. Pode até a fiança bancária estar acima de bem imóvel, mas nunca acima de dinheiro. Se ofereceu o executado dinheiro, ele jamais poderá depois pedir substituição por fiança. Se o executado ofereceu dinheiro, ele depois não poderá pedir substituição alguma. Dinheiro tem sempre prioridade, nada vai prevalecer sobre o dinheiro.
Execução fiscal de IR e o contribuinte ajuíza anulatória para discutir contribuição previdenciária e faz depósito nessa anulatória e ganha a ação. No caso da anulatória, o contribuinte que ganhou a ação, ele poderia levantar esse valor. Mas se ele perder na execução fiscal de IR, poderá sim a Fazenda pedir penhora desse valor depositado em juízo na anulatória porque é dinheiro e passará a ficar à disposição do juízo da execução fiscal, especialmente por se tratar de mesmo ente. Pode sim fazer isso e a jurisprudência admite. Mas a procuradoria deve agir de forma rápida para poder pedir penhora daquele valor depositado em juízo da anulatória e que o contribuinte executado poderia depois levantar. 
Art. 9, IV: indicar à penhora bens oferecidos por terceiros e aceitos pela Fazenda Pública
O terceiro deve oferecer e aceitar oferecer isso. Nesse caso a LEF exige que seja aceito pela Fazenda Pública. Esse é um bem que não pode ser imposto à Fazenda porque é um terceiro estranho que será trazido para aquela execução fiscal e a Fazenda só vai aceitar no último caso mesmo, somente se não tiver mais nada para aceitar. 
Art. 10: não ocorrendo pagamento nem garantia da execução, a penhora poderá recair sobre qualquer outro bem do executado exceto os que a lei declare como absolutamente impenhoráveis – art. 30 da LEF e art. 184 do CTN
. Art. 30 da LEF: sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, responde pelo pagamento da dívida a totalidade dos bens e rendas, do sujeito passivo, espólio ou massa, inclusive os gravados de ônus real, ou com cláusula de impenhorabilidade, inalienabilidade, salvo aqueles declarados em lei como absolutamente impenhoráveis. 
A Fazenda poderá penhorar praticamente qualquer coisa. Bem gravo com ônus real: usufruto, hipoteca -> Fazenda poderá penhorar e levar à leilão e não importa a data de constituição do ônus. 
Não importa também se está gravado com cláusula de impenhorabilidade ou inalienabilidade que não são oponíveis ao Fisco, não produzem efeitos em relação ao Fisco e o bem poderá sim ser penhorado e levado à leilão.
Esse art. 30 da LEF aplica-se aos créditos tributários e não tributários lembrar da multa de trânsito! 
É um privilégio fundamental da Fazenda.
O artigo faz menção ao sujeito passivo. Quem é o sujeito passivo no caso de crédito tributário? Contribuinte e responsável e poderá sim penhorar esses bens, mesmo os gravados com ônus real ou os impenhoráveis e poderá sim aplicar a regra para o responsável. 
Execução de dívida decorrente de não pagamento de IPTU adquirente do bem imóvel – sucessão: o responsável responderá sim com todo seu patrimônio mesmo nesse caso. Não adianta alegar obrigação propter rem e poderá sim penhorar bens do adquirente além do bem imóvel.
A única exceção diz respeito aos herdeiros art. 131, II CTN: herdeiros só respondem como sucessores de acordo com as quotas que receberem, dentro das forças da herança (isso é expresso). 
Para outros casos de sucessão, será aplicado o CTN e o art. 30 da LEF. 
Únicos bens que a Fazenda não poderá penhorar são aqueles que a lei declara como absolutamente impenhoráveis. 
- art. 649 CPC – traz os bens que são absolutamente impenhoráveis. O inciso I, contudo, não é oponível à Fazenda, porque trata da cláusula de impenhorabilidade e inalienabilidade e vai aplicar a LEF que afasta essas cláusulas não vai atingir salário, material para trabalho.
-Bem de Família, com algumas peculiaridades: Lei 8009/90 – o único que a lei considera como absolutamente impenhorável é esse bem de família, porque o Código Civil admite que por cláusula/contrato identifique-se algo como bem de família. Esse bem de família fixado por cláusula com base no CC não é oponível à Fazenda e poderá sim ser penhorado. Bem de família do Código Civil poderá sim ser penhorado, somente o da Lei 8009 que não poderá.
Art. 3 da Lei 8009/90 prevê hipóteses em que o próprio bem de família poderá ser penhorado por débitos tributários e não tributários – exceções!
Inciso IV do art. 3 -> estabelece que se pode penhorar bem de família por impostos, taxas e contribuições que incidam sobre o imóvel. Nesses casos o próprio bem de família poderá ser penhorado. 
.Impostos que incidem sobre bem imóvel: IPTU e ITR (impostos fundiários). 
.Taxas tributárias que incidem sobre o imóvel: incêndio e lixo (taxas fundiárias). 
.Contribuições que podem incidir sobre o bem: contribuição previdenciária está no inciso I, COSIP (iluminação pública é considerada fundiária) + contribuição de melhoria. 
Súmula 205 + 364 + 449 do STJ são muito aplicadas em matéria de execução fiscal.
Lei 5106/66 FGTS é considerado absolutamente impenhorável.
- BEM PÚBLICO: absolutamente impenhorável também – arts. 98 a 103 do CC. 
Há alguns bens dominicais que podem ser desafetados e eventualmente alienar e poderia ser objeto de penhora, mas como regra ele é absolutamente impenhorável. Isso, contudo, é muito controvertido no Direito Administrativo.
São esses acima os únicos que a lei considera como absolutamente impenhoráveis. 
Como bem público é absolutamente impenhorável, se uma Fazenda executar outra Fazenda, existe grande controvérsia se essa execução vai se submeter ao rito da LEF e também porque o bem público é impenhorável. 
Estado do RJ promove execução contra Município para cobrar taxa de incêndio. Imunidade tributária recíproca só alcança imposto. Poderia também o Município mover uma execução contra o Estado para cobrar taxa de coleta de lixo. Qual o rito que vai seguir já que o bem público é absolutamente impenhorável? Essa é uma discussão grande e vem predominando na doutrina e jurisprudência que o rito será o do Art. 630 do CPC basicamente, mas pode se basear na CDA como título executivo extrajudicial para propor a execução (mesclando um pouco a LEF no que tange à CDA, podendo emendar a CDA, por exemplo). Vai aplicar a LEF no que tange à CDA e o art. 630 do CPC porque não vai penhorar o ente executado o qual será citado para embargar. Não vai citar por AR, mas sim oficial de justiça por se tratar de ente público. 
É uma hipótese em que uma Fazenda vai se submeter à ordem de precedente de precatório da outra Fazenda. A regra é o precatório já que não pode penhorar bem público.
Art. 11 da LEF estabelece a ordem de preferência da penhora:
O art. 11 tem uma ordem diferente do art. 655 do CPC. Não vai aplicar subsidiariamente o Art. 655 do CPC. A LEF tem ordem especial. 
A penhora ou arresto de bens observará a seguinte ordem:
. DINHEIRO – o art. 655, I do CPC diz que o primeiro item da lista é dinheiro em espécie, em depósito em instituição financeira, aplicação financeira. O CPC foi reformado e a LEF não foi. E tem o CPC uma vantagem que é o art. 655-A que cuida da penhora online para facilitar a penhora de dinheiro, depósito ou aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exeqüente, vai determinar a penhora online.
A discussão primordial aqui é se a penhora online vai ser aplicada ou não para a Execução fiscal porque a LEF não foi alterada, não contém essa regra e não faz menção nem à aplicação financeira nem ao depósito. Será que vai se aplicar?
STJ julgou em Recurso Repetitivo – RESP 1184765 – esse art. 655-A do CPC foi introduzido pela Lei 11382/2006 que teve uma vacatio legis e só produziu seus efeitos a partir de 20 de janeiro de 2007 e há um posicionamento anterior a 20 de janeiro de 2007 e outro posterior. 
STJ entende que essa lei se aplica à execução fiscal a partir de janeiro de 2007, aplicando a penhora online na execução fiscal, tornando indisponível na conta o valor até o limite do crédito. Mas isso só vale a partir de janeiro de 2007. Antes de 2007 o STJ tinha jurisprudência antiga que foi reafirmada no sentido de que a penhora online, que na verdade era um ofício enviado ao Banco Central (um pouco diferente da penhora online de hoje) e só poderia ser admita em casos excepcionais e se o credor Fazendário comprasse que tinha esgotado todas as providências necessárias para encontrar bens do devedor. Ou seja, o credor não poderia simplesmente pedir ofício ao Banco Central. Teria que comprovar que tomou as providências necessárias todas para localizar bens do devedor, mas que não encontrou. 
Antes da alteração do CPC o entendimento do STJ era no sentido de prevalecer o sigilo bancário e não poderia quebrar o sigilo só porque a execução estava tendo dificuldade no seu andamento.
Com a alteração do CPC, a penhora online passou a ser regra.
STJ aplica a penhora online para o credor Fazendário apesar de não ter lacuna na LEF com base na TEORIA DO DIÁLOGO DA FONTES – vai aplicar a norma geral que é o CPC porque é a mais benéfica e porque não é possível que o credor privado possa fazer penhora online sem qualquer tipo de providência prévia e exigir que a Fazenda esgote as providências para localizar bens do devedor para só depois pedir penhora online. 
Julgamento recente no STJ no sentido de não ser obrigado o juiz a se inscrever no sistema Bacen-jud e fará uma penhora online de ofício. Esse entendimento será aplicado somente à execução privada? Não! Esse entendimento vai sim ser aplicado para a Fazenda Pública!
Ocorre que na hora em que o juiz envia ofício, até ir e voltar para o Banco Central, o executado já retira o dinheiro da conta. A penhora online deveria ser online exatamente para evitar isso, para ser rápido. Mas o STJ reconheceu que os juízes não são obrigados a se inscreverem no sistema Bacen-Jud.
O esgotamento das providências para localizar bens do devedor para só depois partir para a penhora online não é mais exigido hoje em dia. 
- > Segunda discussão que envolve dinheiro (inciso I) envolve PENHORA DE FATURAMENTO – faturamento é receita bruta da empresa. Quando faz penhora de faturamento, está fazendo penhora dessa receita bruta mensal. 
STJ tem jurisprudência pacificada e antiga no sentido de que penhora de faturamento não era penhora de dinheiro e por isso não se insere no inciso I. Faturamento ou renda é valor futuro e incerto. Pode ter um movimento em um mês que não se repete no mês seguinte. 
Penhora de dinheiro deve ser penhora de valor existente.
Penhora de faturamento só pode ser aceita excepcionalmente mediante a nomeação de um administrador judicial. Determinava a penhora de um percentual mensal e nomeava um administrador que iria fiscalizar, acompanhar essa penhora e esse administrador cobra para isso e a Fazenda deve antecipar os honorários do administrador para isso – arts. 677, 678 e 719 do CPC – só em casos excepcionais e não pode ser a regra.
Doutrina majoritária aplica também a penhora de faturamento no caso do art. 655-A, p. 3 do CPC – trata da penhora de faturamento e de renda e em vez de indicar administrador judicial o gerente a empresa que ficará como depositário. Ao invés de nomear terceiro, a própria empresa representada por seu gerente ficará responsável por depositar todo mês aquele valor. A doutrina majoritária entende que essa nova regra que veio com a reforma do CPC é sim compatível com o rito da LEF. 
STJ entende que não pode ser um percentual que inviabilize o funcionamento da empresa que precisa ter recurso, capital de giro para manter suas atividades. Em geral tem sido de 5%. STJ entende que 30% é o percentual máximo. Mais do que 30%, o STJ não admite.
 
. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA – inciso II. Não é qualquer título, mas sim título da dívida pública que tenha cotação em bolsa. 
Título sem cotação passa a ser enquadradono inciso VIII – direitos e ações – será um crédito qualquer. 
. PEDRAS E METAIS PRECIOSOS
. IMÓVEIS
. AERONÁVEIS
. VEÍCULOS
. DIREITOS E AÇÕES
PRECATÓRIOS: discussão se pode ser oferecido como garantia na execução fiscal créditos em precatório, inclusive aqueles que não sejam referentes ao próprio exeqüente.
Entendimento pacífico do STJ é no sentido de que pode sim oferecer, mas entra no inciso VIII e por isso, se o sujeito oferecer o crédito em precatório, a Fazenda poderá rejeitar se tiver outros bens anteriores. 
Art. 656 CPC – fundamentos para rejeitar por não observância da ordem – Fazenda tem que fundamentar a rejeição e vai dizer QUE FALTA LIQUIDEZ. (Complicado alegar que falta liquidez quando ela é a devedora). Pode não aceitar dizendo que o executado tem dinheiro que é o crédito que tem maior liquidez. Fazenda não é obrigada a aceitar e não deveria simplesmente alegar que falta liquidez do precatório porque ele mesmo é o próprio devedor do precatório, devendo alegar outro argumento.
Poderia aplicar o art. 620 CPC com a peculiaridade de que o credor é fazendário e não pode impor à Fazenda um crédito sem liquidez se tem outros bens com liquidez.
Se o precatório já estiver depositado em juízo e só aguardando levantamento, aí não será penhora de crédito, mas sim de dinheiro – dinheiro depositado em juízo. Enquanto não estiver depositado, será penhora de crédito. 
OBS.: o artigo fala que a Fazenda pode pedir a substituição do bem penhorado ou seu reforço a qualquer tempo e a jurisprudência não tem fixado tempo para isso, não vai precluir para a Fazenda esse seu direito de pedir substituição ou reforço. 
OBS.: nada impede que a Fazenda peça reforço. A questão é que há várias causas de suspensão. Ex.: Parcelamento é causa de suspensão da execução e da exigibilidade. Juiz no caso concreto pode entender que a Fazenda não tenha interesse em pedir substituição do bem dado em penhora. 
Na área federal há alguns parcelamentos que exigem garantia. Poderia a Fazenda pedir substituição com essa execução suspensa? Às vezes a Fazenda vai dizer que pode pedir garantia porque seria para o parcelamento e não para a execução. Só que as decisões estão sendo muito casuísticas.
O problema é que o art. 15 fala que a Fazenda pode pedir a qualquer tempo a substituição e vai pedir penhora online. Muitas vezes o juiz defere e outras não defere porque a execução fiscal está suspensa e faltaria interesse. 
Art. 12: INTIMAÇÃO DA PENHORA
Faz a garantia do juízo e passa para a parte seguinte que é intimar da penhora que se dá por publicação no DO. A regra é que a intimação será por publicação no DO e não será pessoal (único caso de intimação pessoal é quando o AR não for assinado pelo próprio devedor). 
Art. 12, p. 2 – se a penhora recair sobre imóvel, faz-se intimação ao cônjuge observadas as regras previstas para citação. É obrigatória a intimação do cônjuge independentemente do regime de casamento porque a idéia é que está penhorando o bem da família e vai intimar em todo caso. Cônjuge não é executado! Ele é intimado na forma estabelecida para a citação e vai ser intimado por AR. 
O cônjuge, que não é o executado, pode oferecer embargos de terceiro para defesa da sua meação (em embargos de terceiro só poderá discutir a sua meação), como também embargos à execução embora não seja o executado para discutir o crédito – Súmula 134 STJ. 
Súmula 241 STJ: estabelece que a meação só vai responder se o credor Fazendário comprovar que aquele débito foi contraído em favor da família. O ônus da prova é da Fazenda. O cônjuge vai embargar de terceiros para proteger a sua meação. 
Imagine-se que o cônjuge tenha direito a que sua meação não responda pelo débito fazendário --> questão que chegou ao STJ: o imóvel é um só e como vai fazer para penhorar e levar a leilão metade de imóvel para ficar em condomínio com o cônjuge do executado? Quem voluntariamente vai adquirir isso?
STJ entende que o Fisco pode penhorar tudo, levar tudo a leilão e quando for depositado o preço da arrematação, vai converter a meação em dinheiro, passando para o cônjuge a metade e quem for adquirir o imóvel, vai adquirir como um todo e poderá receber um valor bem inferior ao valor do imóvel porque é o valor da arrematação que será considerado (no segundo leilão, se no primeiro não houver interessado, o bem pode ser arrematado por valor inferior ao da avaliação).
EMBARGOS À EXECUÇÃO:
- 30 DIAS PARA OFERECER EMBARGOS
. Durante muito tempo, prevaleceu na jurisprudência que os 30 dias eram contados da data da efetivação do depósito. SÓ QUE O STJ MUDOU DE POSICIONAMENTO no sentido de que o prazo começa a contar da INTIMAÇÃO DO DEPÓSITO. Será juntado aos autos o comprovante do depósito e será intimado o executado e daí contarão os 30 dias. Para a professora isso é um absurdo porque o executado sabe muito bem quando ele deposita e deveria contar da efetivação do depósito. ERESP 767505 + ERESP 1062537.
Para os que advogam na área, é melhor contar da data em que se efetivou o depósito porque o STJ muda de posicionamento a todo tempo!
OBS.: fiança tem outros requisitos e é diferente do depósito VERIFICAR NA LEI, ART. 12, SE O PRAZO SERÁ CONTADO DA INTIMAÇÃO DO DEFERIMENTO/ACEITAÇÃO DA FIANÇA BANCÁRIA (CREIO QUE SIM!) OU SE DO PRÓPRIO OFERECIMENTO DA FIANÇA. 
. Contado da intimação da penhora se ofereceu bens a penhora. Por regra geral, a intimação se dá por publicação do DO e vai contar da publicação. As vezes, contudo, o cartório, ao invés de publicar, expede mandado de penhora/intimação e o prazo de 30 dias vai contar da data em que assinou o mandado e não será da juntada aos autos. Na execução fiscal, se a intimação se deu por oficial de justiça, será da data em que assinou o mandado (no CPC, a regra geral é contar a partir da juntada aos autos) – Resp 1112416 (recurso repetitivo).
NO CPC, NÃO PRECISA MAIS GARANTIR O JUÍZO PARA EMBARGAR. MAS NA LEF AINDA PERMANECE ESSA GARANTIA E COMO É LEI ESPECIAL, PREVALECE A LEF NA EXECUÇÃO FISCAL E VAI SER EXIGIDA A GARANTIA SIM.
OBS.: a exceção de pré executividade, que não exige a garantia, na execução fiscal ainda tem muito interesse por não exigir a garantia.
ART. 739-A CPC: diz que não precisa de garantia para embargar, mas se quiser efeito suspensivo, vai precisar sim garantir. Já na LEF a sistemática é diferente e vai exigir a suspensão sempre.
Tem que pedir ao juiz que dê efeito suspensivo aos embargos na execução fiscal ou por ser sempre exigida a garantia, a suspensão será automática? STJ ENTENDE QUE TEM QUE PEDIR SIM E SERÃO OBSERVADOS OS REQUISITOS PARA QUE O JUIZ CONCEDA O EFEITO SUSPENSIVO. JUIZ VAI VERIFICAR SE ESTÃO OU NÀO PRESENTES OS REQUISITOS PARA CONCESSÃO OU NÃO DO EFEITO SUSPENSIVO. NÃO É AUTOMÁTICO O EFEITO SUSPENSIVO PORQUE A LEF É LACUNOSA E NÃO TEM NENHUM ARTIGO TRATANDO DE EFEITOS DOS EMBARGOS E POR ISSO VAI APLICAR A REGRA DO CPC E VAI TER SIM QUE PEDIR O EFEITO SUSPENSIVO E VAI TER QUE ANALISAR OS REQUISITOS. – aplica-se a regra do art. 739-A do CPC à execução fiscal – RESP 1130689 STJ (não é recurso repetitivo e não tem súmula, mas o STJ entende sempre que tem que requerer e preencher os requisitos para ter efeito suspensivo).
Juiz pode rejeitar o efeito suspensivo dos embargos. Execução fiscal – garantido o juízo – oferecidos embargos – pedido de suspensão – juiz concede o efeito supensivo: VAI SUSPENDER TODA A EXECUÇÃO E NÃO VAI TER COMO PROSSEGUIR NA EXECUÇÃO. E nesse caso vai poder pedir substituição de penhora ou reforço? Tem juiz acha que pode e juiz que acha que não pode porque a execução está toda suspensa – quando diz que suspende a execução significa dizer que não vai levar para a fase expropriatória. 
Hoje tem prevalecido que tudo vai depender do efeito que foi dado pelo juiz na hora em que examina os embargos porque pode dar um efeito suspensivo para suspender toda a execução ou pode rejeitar os efeitos. Se deu efeito suspensivo, paralisa tudo e não chegará à fase expropriatória. Se rejeitou o efeito suspensivo, vai prosseguir na execução fiscalaté o fim, podendo expropriar, levar a leilão. 
Hoje é importante a análise da decisão que recebeu os embargos e se concedeu ou não o efeito suspensivo. 
Depósito em dinheiro também suspende a exigibilidade do crédito – art. 151 CTN.
Do ponto de vista processual, suspende ou não suspende os embargos? Antigamente a regra era que recebidos os embargos, seria sempre concedido o efeito suspensivo. Se os embargos fossem rejeitados, a execução prosseguia. Mas hoje essa regra mudou!! Agora tem que analisar qual efeito que foi dado pelo juiz na concessão dos embargos isso porque a admissão dos embargos não leva à suspensão automática da execução. Há muitos autores que criticam isso de levar a regra da execução privada para a execução fiscal.
Na prática, todos os juízes concedem a suspensão quando requerida nos embargos. 
- Quando tem depósito visando à suspensão da exigibilidade do crédito (da ação anulatória, por exemplo) do art. 151 do CTN, só poderá converter em renda com o trânsito em julgado. 
Há dois tipos de depósito: um que é causa de suspensão processual e um que é causa de suspensão do art. 151 do CTN que é o depósito integral. 
Pode haver depósito integral feito com duas finalidades diferentes.
No art. 151 CTN, é causa material e a finalidade é suspender a exigibilidade do crédito e da prescrição. 
Há outro depósito que é processual e vai depositar como garantia do juízo para embargar, como também é fiança bancária, bem imóvel. Quando oferecido como garantia, se suspende ou não suspende a execução é uma questão processual e se o juiz não der o efeito suspensivo, a execução poderá prosseguir e a próxima fase é expropriatória. 
O que tem que pacificado no STJ é quanto ao depósito do art. 151 do CTN e nesse caso tem que aguardar sim o trânsito em julgado para converter em renda. 
Na prática os juízes sempre concedem a suspensão requerida nos embargos e fica tudo paralisado. Juiz não dá de ofício a suspensão. Tem que comprovar os requisitos para saber se é caso ou não, de acordo com a regra do art. 739 do CPC. O juiz, em execução fiscal, só não vai dar suspensão se forem embargos protelatórios. Mas na prática ele concede sim e fica paralisado até o julgamento dos embargos.
- GARANTIA DO JUÍZO PARA EMBARGAR
Em alguns casos a jurisprudência tem admitido que se embargue sem que se ofereça garantia integral e uma das hipóteses é a penhora de bem ou faturamento.
Na penhora de renda vai todo mês depositar aquele percentual e muitas vezes só vai alcançar o valor da dívida após certo tempo e nesse caso, o STJ entende que o prazo para embargar vai ser contado da primeira penhora da primeira renda e não precisa mais esperar a garantia integral para dar oportunidade de a ampla defesa e contraditório serem rapidamente formados sem ter que esperar muitos anos para embargar.
Outro caso é quando houver beneficiário de gratuidade de justiça sem patrimônio ou com patrimônio insuficiente. O sujeito pode ser hipossuficiente e não tem como reforçar a penhora e nesses casos a jurisprudência admite que se ofereça os embargos mesmo sem a garantia do juízo, mas somente nos casos em que o juiz deferiu a gratuidade de justiça e faz isso para garantir a ampla defesa e contraditório. 
- PRAZO DE EMBARGOS DE 30 DIAS COMEÇA A CONTAR DA INTIMAÇÃO DO DEPÓSITO, DO OFERECIMENTO DA FIANÇA OU INTIMAÇÃO DA PENHORA QUANDO OFERECIDOS OS BENS se a Fazenda pedir substituição de penhora ou reforço dessa garantia oferecida, nesse caso, será reaberto o prazo para embargos?
STJ entendeu que só vai reabrir o prazo para embargos se a penhora anterior for considerada nula. Se simplesmente for reforçar ou substituir, a regra é que o prazo não será reaberto isso porque a penhora anterior foi válida e o prazo começou a contar corretamente da primeira penhora e isso é a regra.
ÚNICO CASO EM QUE O STJ ADMITE A REABERTURA DE PRAZO É SE OS NOVOS EMBARGOS VIEREM A QUESTIONAR O MOTIVO DO REFORÇO DA PENHORA OU O BEM QUE A FAZENDA PEDE EM SUBSTITUIÇÃO, ou seja, os embargos dirão respeito exclusivamente ao que foi alterado. RESP 1116286
Em regra geral, não reabre o prazo para discutir o crédito como um todo. O que poderia discutir exclusivamente, como se fosse uma complementação aos embargos primeiramente interpostos, seria somente sobre aquela alteração pedida pela Fazenda. Se for só sobre isso, a parte poderia sim opor uma complementação aos primeiros embargos e aí sim reabrir o prazo de 30 dias contados da intimação dessa nova penhora.
Nova penhora conta da intimação dessa nova penhora – regra do art. 12.

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