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AULA 6 MÓDULO DE PROCESSO TRIBUTÁRIO CEJ 21.09.2011

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MÓDULO DE PROCESSO TRIBUTÁRIO – PROF. ANDREA – CURSO CEJ – 21/09/2011
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL/TRIBUTÁRIO – PAT OU PAF
PRINCÍPIOS GERAIS DE PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Princípios que se aplicam na área tributária nos três níveis.
. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL
Típico de processo administrativo. O julgador não fica adstrito ao que esteja constando do processo administrativo do ponto de vista formal, nos autos, aos documentos, informações, podendo solicitar documentos e provas não expressas, não apresentadas pelo contribuinte o que dá maior liberdade ao julgador administrativo. 
O processo administrativo é mais informal. Mas é claro que se deve ter um mínimo de indício e justificativa para solicitar diligências. Esse princípio deve ser usado com cuidado para não ficar convertendo em diligência todos os julgamentos e nunca findar o processo, evitando eternizar os processos administrativos tributários em busca dessa verdade material.
. PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE
PAT é informal, ou seja, não tem as formalidades de um processo judicial. Isso não quer dizer que não haja um procedimento a ser seguido. 
Geralmente os prazos não prevêem sanções pelo seu descumprimento. Há uma informalidade maior na prática dos atos.
O sujeito passivo não precisa estar representado por advogado durante o PAT em nenhum dos níveis (previsão contida em todas as legislações). Ele mesmo pode impugnar, sustentar oralmente nos Conselhos. Isso é interessante e cria uma informalidade muito grande e muitas vezes suscitam argumentos até mesmo sem fundamentação legal. 
. PRINCÍPIO QUE GARANTE A AMPLA DEFESA, CONTRADITÓRIO E DEVIDO PROCESSO LEGAL
São princípios constitucionais que se aplicam à fase administrativa – art. 5, LIV e LV da CF/88.
. PRINCÍPIO QUE ESTABELECE QUE NÃO VEDADO A REFORMATIO IN PEJUS
Típico do PAT. Pode haver sim a reformatio in pejus, pois não há vedação para que isso ocorra.
Durante o curso do julgamento do processo, a autoridade fazendária tem acesso a algum documento ou informação que faz prova contra o sujeito passivo e pode se utilizar disso no julgamento para julgar improcedente ou modificar uma decisão mesmo que só a parte tenha recorrido. 
Ex.: IPTU -> contribuinte impugna o lançamento discutindo o valor venal, saindo do campo abstrato da estimativa e vai para o campo real. Fiscal vai ao local verificar o apartamento. Ao comparecer no imóvel, descobre que a parte fez um “puxadinho” que não foi comunicado à Fazenda que estava lançando o IPTU com base em uma área, mas na verdade a área era maior. Além de rejeitar a impugnação ou negar provimento ao recurso, ainda vai alterar no cadastro aquela área e esse erro de fato quanto à área dá ensejo à revisão do lançamento de ofício e a Fazenda vai rever o lançamento efetuado e lançar diferenças (art. 149 CTN) e permite essa revisão para o passado, nos últimos 5 anos, e vai lançar as diferenças. Isso é possível e é pacífico. 
Toda vez que se fizer impugnação a um lançamento deve-se verificar todas as circunstâncias que envolvem o lançamento porque a regra é o PRINCÍPIO DA IRREVISIBILIDADE DO LANÇAMENTO (ART. 145 CTN), mas uma das hipóteses que permite a revisão lançamento para mais ou para menos é quando o contribuinte impugna o lançamento (art. 145, I CTN) 
. PRINCÍPIO DE QUE NÃO PODE ARGUIR INCONSTITUCIONALIDADE DE TRIBUTOS NO CURSO DE UM PAT
Poder argüir, na verdade, até pode, mas isso não será examinado. O órgão julgador não vai analisar nenhuma alegação de inconstitucionalidade de lei no curso de um PAT isso porque somente o Chefe do Executivo poderá deixar de aplicar uma norma por considerá-la inconstitucional. Fiscais, auditores, Conselhos de Contribuintes, órgão da Fazenda não podem deixar de aplicar uma norma por considerá-la inconstitucional, salvo se houver um ato do Chefe do Executivo determinando isso, um ato formal do Chefe do Executivo determinando à Administração a não aplicação da norma por entendê-la inconstitucional (pode ser um parecer, um decreto ou outro ato formal). Esse é o posicionamento majoritário na doutrina e jurisprudência.
Na área federal está expresso no art. 26, a, do Decreto 70235/72 que regulamenta o PAF na área federal. Esse artigo tem um p. 6 que prevê algumas hipóteses em que a inconstitucionalidade poderá ser examinada, como no caso da decisão do Chefe do Executivo, ou quando tiver declaração de inconstitucionalidade daquela norma por decisão plenária do STF. Obviamente, se houver súmula vinculante, não tem como escapar porque a Administração também deve observar. Esse p. 6 também faz referência a súmulas e pareceres do AGU que também funcionarão como vinculantes para a Administração e ato declaratório do PGRF (Procurador-Geral da Fazenda Nacional).
O parecer para ser aplicado deve ser normativo que são aprovados pelo Chefe do Executivo como regra. Somente o parecer normativo é que vincula, pois o torna obrigatório para a Administração Pública. No caso do AGU, contudo, como há uma lei federal com regra específica, o parecer não precisa ser o normativo, já que a lei só faz menção a súmulas e pareceres do AGU e não diz que deve ser aprovado por Ministro.
A parte administrativa vai depender muito das leis dos entes. Mas, em princípio, se não houver legislação, o parecer deve ser normativo e expedido pelo Chefe do Executivo.
. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE DA DURAÇÃO DO PROCESSO
Art. 5, LXXVIII da CF exige que os processos administrativos e judiciais tenham uma duração razoável.
O problema é determinar esse ser razoável porque essa norma constitucional não foi regulamentada por lei. Doutrina começou a discutir o que seria razoável. 
Art. 24 da Lei 11457/2007 -> tudo está sendo arrecadado e fiscalizado pela Receita Federal. Essa regra estabelece que a Fazenda deve em 360 dias se manifestar em relação à cada impugnação e cada recurso que for interposto pelo sujeito passivo/contribuinte (isso se ele não tiver um prazo específico, por exemplo, para a certidão ele terá 10 dias) e esse prazo de 360 dias é para cada fase e não para o PAT inteiro.
A área estadual e municipal no RJ não tem regra semelhante.
A lei, contudo, não prevê nenhuma sanção. Mesmo havendo legislação prevendo algum prazo, ela não prevê sanção para o seu descumprimento. Se a Fazenda demorar 2 anos para julgar e não respeitar os 360 dias para aquela fase? 
Quando existe a norma da duração razoável, há 3 consequência/correntes para esse descumprimento:
- A Fazenda perderia o direito de cobrar judicialmente o seu crédito, como se ele prescrevesse (professora alerta que essa seria uma conseqüência bem radical, pois estaria alegando uma prescrição intercorrente na fase administrativa além do que prescrição é norma geral e esta deve estar prevista em Lei Complementar de caráter nacional, que se aplica ao país como um todo e a lei que traz esse prazo de 360 dias é ordinária e federal).
- Não haveria conseqüência prática alguma enquanto não for regulamentada essa norma com lei ou decreto trazendo sanções (aplicação mínima da norma, como se ela fosse apenas programática).
- Entendimento de que se a Fazenda não se manifestar naquela prazo, ocorrerá uma omissão da Fazenda que pode ser corrigida através da impetração do Mandado de Segurança por Omissão – o prazo de 120 dias da omissão começa a contar do final do prazo que a Fazenda teria para realizar aquele fato, ou seja, ao término do prazo de 360 dias que ela teria para julgar o PAT (juiz vai determinar que a Fazenda julgue o PAT).
Há quem impetre o MS até mesmo quando não há previsão legal para o julgamento do PAT, considerando que, por exemplo, 2 anos é prazo razoável para julgar.
COMPETÊNCIA PARA REGULAMENTAR O PAT
É uma competência considerada legislativa concorrente – art. 24, XI da CF/88. Trata de procedimento e a competência para regulamentar procedimentos com caráter processual é concorrente.
Cada ente vai poder criar o seu PAF também no âmbito da sua competência tributária cada um dos entes e terá autonomia plena para criar suas próprias regras.
Não hánormas gerais que se apliquem a todos os entes.
Portanto, há especificidades em cada PAF.
- Decreto 70235/72: regulamenta o PAT na área federal e foi recepcionado pela CF/88 com status de lei ordinária (todas as alterações são feitas por lei ordinária). Envolve tudo: tributos, contribuições previdenciárias e outros.
- Lei 9784/99: lei geral na área federal para o processo administrativo que vai se aplicar subsidiariamente quando há lacuna no Decreto, no PAT. Se for compatível com o PAT, poderá aplicar os prazos previstos na Lei 9784.
- Arts. 205 a 282 do Decreto-Lei 05/75 no Rio de Janeiro: esse DL é o Código Tributário do Estado.
- Decreto 2473/79 na área estadual do RJ
- Lei 5427/2009: normas gerais sobre procedimento administrativo no RJ. Essa lei será aplicada subsidiariamente somente se os prazos forem compatíveis.
- Decreto 14602/96: no Município do RJ. Há uma delegação da lei para o Chefe do Executivo criar o PAT pelo artigo 242 da Lei 691/84 que é o Código Tributário Municipal e por isso que aqui no município o PAT é regulamentado por decreto. 
Com base nessa legislação, será analisado o PAT, primeiramente sendo enumerados os aspectos e discussões comuns.
PAT/PAF CONTENCIOSO: inicia-se com a impugnação do lançamento
A Fazenda vai lançar o tributo e esse lançamento será notificado ao sujeito passivo (contribuinte ou responsável). O tipo de notificação varia de ente para ente. O entendimento dos Tribunais é que essa notificação deve ser feita preferencialmente de forma pessoal (essa seria a regra), ou pela assinatura no auto de infração, mas também se considera como pessoal a feita por Aviso de Recebimento – AR – o problema, contudo, é quando o AR não é assinado pelo próprio porque ele é notificado do lançamento para exercer sua ampla defesa e contraditório. Se não for o próprio contribuinte que assinou, a jurisprudência admite que seja um preposto ou funcionário da empresa, representante legal, se tem procuração, se for filho, nesses casos vai admitir como válida a notificação.
No caso do IPTU, STJ tem jurisprudência pacificada no sentido de que a notificação do lançamento se dá pela remessa do carnê ao seu endereço - Súmula 397 do STJ. Mas essa súmula só se aplica ao carnê do IPTU normal, aquele que todo ano é enviado às casas porque as pessoas sabem que vão receber esses carnês (porque se não receberem, vão até a Fazenda buscar). Essa súmula não se aplica aos lançamentos suplementares/complementares que são excepcionais e porque o contribuinte não está esperando cobranças retroativas e por isso esse lançamento deve ser notificado pessoalmente.
Excepcionalmente a jurisprudência admite notificação por publicação no DO e geralmente quando a pessoa está em local incerto e não sabido. Mas isso é claro que não será a regra. 
Cada ente às vezes chama o lançamento de algo diverso como, por exemplo, lavratura de auto de infração e este será um lançamento de ofício. 
Sujeito sonega informação e não emite nota fiscal e a Fazenda vai lavrar um auto de infração e isso será um lançamento de ofício.
Só há auto de infração, todavia, se envolver uma penalidade. O auto de infração poderá envolver somente a penalidade ou esta mais o tributo. Se não houver penalidade, não será auto de infração. Pode haver um único auto de infração para aplicar a pena e lançar o tributo.
Se não houver penalidade, a nomenclatura utilizada é Nota de Lançamento que só envolve o tributo em si. 
Na área federal há a NFLD que é comum com contribuições.
Em todos os casos, o sujeito passivo deve ser notificado.
No IPVA, é a “tripinha” que se leva para pagar no Banco que é o lançamento.
- OBJETIVO DA NOTIFICAÇÃO: desta começa a contar o prazo para impugnação pelo sujeito passivo. Poderá impugnar na esfera administrativa ou judicial. Para propor anulatória, MS, o termo inicial será o mesmo para impugnação judicial ou administrativa.
OBS.: proposta a ação judicial, automaticamente a parte administrativa termina.
- QUAL O PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO? Em regra geral, o prazo será de 30 dias para impugnar o lançamento. 
Essa impugnação vai estar sujeita a uma decisão de Primeira Instância que será proferida por um órgão julgador que é definido em cada um dos PATs que pode ser singular (somente uma pessoa julgará) que é o caso do Município do RJ – quem julga é um coordenador – mas também poderá ser proferida por órgão colegiado. No estado do RJ e União, a decisão é proferida por órgão colegiado.
Quando for órgão singular, é necessário que esse órgão não seja o mesmo responsável pela efetivação do lançamento porque isso fere o contraditório e ampla defesa, do contrário, quem lança seria quem julga e isso seria tendencioso. 
Essa decisão de Primeira Instância pode acolher a impugnação ou pode rejeitá-la, no todo ou em parte.
Se acolher a impugnação, o lançamento será anulado.
Se rejeitar a impugnação, o lançamento será mantido.
- Essas decisões de Primeira Instância não admitem pedido de reconsideração.
Dessas decisões de Primeira Instância, pode caber ou não um recurso.
Existe grande controvérsia na doutrina se a CF assegura ou não o Duplo Grau na esfera administrativa, pois não há nenhuma regra expressa na CF que preveja esse duplo grau e por isso há muitos municípios que não prevêem essa segunda instância.
Logo, o PAT com instância única não é inconstitucional, mas sim uma escolha da Fazenda. 
No caso federal, há sim uma Segunda Instância.
- Se acolher a impugnação e anular o lançamento, caberá o RECURSO DE OFÍCIO – art. 145, II do CTN: é uma das hipóteses de revisão do lançamento. Caberá sempre das decisões que são contrárias à Fazenda. Tecnicamente, contudo, ele não é um recurso e será muito parecido com um instituto da esfera judicial do Reexame Necessário no caso de decisão contrária à Fazenda. 
Alguns entes prevêem hipóteses de dispensa da interposição do Recurso de Ofício em função do valor. A princípio seria uma regra, mas somente acima de um valor. Outras leis já dizem que o recurso só caberá acima de determinado valor, mas não como regra.
- Se rejeitar a impugnação ao lançamento, caberá o RECURSO VOLUNTÁRIO – na área federal e estado do RJ, as leis previam para interposição do recurso voluntário a efetivação de um depósito recursal como se fosse um requisito de admissibilidade do recurso e era de 30% do valor do débito e não suspendia a exigibilidade do crédito tributário. As leis federal e estadual para permitir que em vez de depositar os 30%, pudesse garantir com o arrolamento de bens e fiança bancária que também era requisito para interposição do recurso. Essas leis começaram a ser questionadas quanto à sua constitucionalidade porque violariam os princípios da ampla defesa e contraditório.
Num primeiro momento o STF considerou como constitucionais com base no fato de que a Segunda Instância não é garantida no PAT. Todavia, o STF mudou o seu entendimento no sentido de que se a lei prevê a segunda instância, não se pode condicionar o exercício do recurso ao depósito de garantia porque, do contrário, nem todos poderão ter acesso à Segunda Instância – SÚMULA VINCULANTE N. 21 DO STF + SÚMULA 373 DO STJ.
No município do RJ nunca houve depósito ou arrolamento. 
Esses dois recursos – RECURSO DE OFÍCIO E RECURSO VOLUNTÁRIO – são julgados em Segunda Instância por órgão colegiado (embora não seja obrigatório haver esse julgamento por órgão colegiado, o que foi uma escolha do Estado e União). Na área estadual será julgado pelo Conselho de Contribuintes e na federal será Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 
São órgãos paritários: com representantes da Fazenda e dos contribuintes. Tende a ser um órgão um pouco mais imparcial por ter representante dos contribuintes, mas nem por isso deixa de ser órgão fazendário. Vai integrar a Fazenda. 
Há muitos municípios no estado de SP que não têm órgão de segunda instância colegiada e da decisão de primeira instância vai direto para o Secretário de Fazenda e isso é uma escolha.
- Nos três níveis, há uma instância especial e quem julga o recurso é o Chefeda Fazenda – cabe recurso ao Ministro da Fazenda, ao Secretário da Fazenda – é uma instância especial direcionada ao chefe. Isso é muito criticado porque há uma decisão de colegiado que será passível de revisão por um singular que é o Chefe da Fazenda. Mas é considerado válido porque o Conselho é órgão da Fazenda e acima do Conselho só há mesmo o Chefe da Fazenda. No caso da União e do Estado do RJ, a Instância especial só é assegurada à Fazenda, só esta poderá recorrer e o contribuinte não. Por isso que no Estado do RJ e na União também é chamado de RECURSO HIERÁRQUICO. 
STJ tem diversos acórdãos no sentido de que o RECURSO HIERÁRQUICO É CONSTITUCIONAL! No STF a questão ainda não foi julgada. O fundamento do STJ é que o recurso hierárquico se justifica exatamente para equilibrar as partes, para atender o princípio da isonomia porque entende que o sujeito passivo sempre poderá ir ao Judiciário quando a decisão do Conselho lhe for desfavorável (inafastabilidade do Poder Judiciário), mas entende o STJ que o mesmo não acontece em relação à Fazenda que não pode ir ao Poder Judiciário (embora isso seja muito discutido pela doutrina, é pacífico no STJ) para anular uma decisão que é do Conselho dos Contribuintes e por isso vai interpor um Recurso Hierárquico ao seu Chefe. Para o STJ, havendo decisão do Chefe, ela se torna definitiva para a Fazenda e se mantiver a decisão do Conselho para anular o lançamento, a Fazenda deve respeitar e anular mesmo o lançamento. Assim pensa o STJ -> Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 11.920 e RESP 799724.
Possibilidade de o ente, representado por sua Procuradoria, propor ações anulatórias de acórdãos do Conselho de Contribuintes ou até mesmo de decisões do Secretário ou Ministro da Fazenda -> é anulatória de decisão administrativa! A Procuradoria não faz parte da Secretaria da Fazenda e não necessariamente ela é ouvida no curso do PAF (depende muito da regulamentação) e será que ele poderá ir a juízo? Quem admite vai dizer que não é em qualquer caso: quando a decisão viola alguma lei – Princípio da Legalidade, quando é inconstitucional ou quando é contrária aos fatos. São casos extremos!
A Fazenda Nacional tem um parecer famoso da PGFN n. 1087/2004 que estabelece que é possível sim ir a juízo para anular decisões nesses casos e o fundamento é o princípio da Legalidade (como princípio constitucional genérico – só pode fazer aquilo que a lei determina) e se for contrária à lei, poderá anular em juízo.
Quem é o réu nessa ação? União representada pela PFN propõe ação para anular decisão do Conselho de Contribuinte. Quem será o réu? A União? Poderá ter a União nos dois pólos? Poderá ser o Conselho de Contribuintes? Não! Porque o Conselho é órgão e não tem personalidade jurídica. O réu, segundo a PGFN será réu o sujeito passivo que se beneficiou daquela decisão. 
Há muitos autores que dizem que essa ação não faz sentido porque é sem razão ir a juízo discutir um ato da sua própria Administração e é por isso que existe o exercício da Auto Tutela e do Recurso Hierárquico e por isso faltaria para a Fazenda o interesse de agir para propor essa anulatória. A professora concorda com essa corrente, mas verifica um problema fático: por que a PGFN expediu parecer nesse sentido? Porque na verdade e muitas vezes a Procuradoria não participa das decisões que muitas vezes sequer são técnicas e são contrárias à jurisprudência e à legislação e o próprio superior hierárquico não é um órgão jurídico e por isso poderia ter sim interesse do ente para ir ao Judiciário. Hugo de Brito Machado e Ives Gandra entendem que não têm interesse de agir.
STJ não admite a ação anulatória porque considera constitucional o Recurso Hierárquico e entende que deve ir ao Superior Hierárquico. 
OBS.: Em outros processos administrativos nem sempre haverá previsão do recurso hierárquico, mas há uma discussão envolvendo a AVOCATÓRIA. Em alguns casos, a Avocatória está sendo levada para o PAT – art. 124, III do Decreto Estadual do RJ 2473/79.
Quando caberá a Avocatória? Quando houver interesse na defesa da ordem pública, justiça fiscal e legalidade. 
Avocatória é um resquício da época da ditadura -> um superior hierárquico poderá chamar o processo para ele julgar. Ela se baseia na hierarquia que é um dos princípios do direito Administrativo. Um Ministro da Fazenda avoca um processo que está no Conselho dos Contribuintes ou depois do seu julgamento, porque não há prazo para essa Avocatória.
Doutrina critica muito e entende ser inconstitucional porque fere ampla defesa, contraditório, devido processo legal e por ser uma figura ditatorial. Mas STJ tem vários precedentes considerando que na área tributária é constitucional porque decorre da hierarquia e da auto tutela e porque como a Fazenda não pode ir ao Poder Judiciário, poderá sim o Chefe da Fazenda avocar. Tem que ser uma decisão justificada do Chefe para avocar.
No município do RJ é comum ter a avocatória, apesar de não ter previsão expressa no PAT, mas existe a previsão expressa em outras normas gerais. Geralmente vai avocar quando há parecer da Procuradoria, pois como não é um órgão jurídico e quando houver uma decisão do Conselho, só vai o Secretário da Fazenda avocar quando for algum caso bem importante. 
PAT federal não faz referência à Avocatória e por isso seria omisso. Há quem alegue aplicação das normas gerais de forma subsidiária. 
- Desde o momento em que se impugna até a última decisão na esfera administrativa/do processo (chamada de PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA), estará suspenso a exigibilidade do crédito tributário – art. 151, III, CTN. O fisco não poderá inscrever em dívida ativa nem ajuizar execução fiscal. 
A suspensão da exigibilidade não significa dizer que se o PAT for rejeitado ou julgado improcedente que não incidirão os juros de mora retroativamente. O PAT vai suspender a exigibilidade do crédito e tão somente que a cobrança está suspensa. Se o contribuinte ganhar, será anulado o lançamento, mas se perder, estará em mora desde o vencimento porque os acréscimos moratórios decorrem fora d prazo e a Fazenda vai cobrar com os acréscimos moratórios. A única forma de evitar esses acréscimos é se fizer o depósito na esfera administrativa – depósito na fase administrativa junto ao Tesouro e tem os mesmos efeitos de um depósito judicial (não vão correr juros de mora e a correção monetária será de responsabilidade do Tesouro). Nesse caso, com o depósito, o contribuinte fica 100% seguro. 
Ao final, o que acontece com o depósito? Para a Fazenda converter em renda, tem que ter autorização do sujeito passivo. Em alguns casos vai intimar para ele se manifestar. Alguns PATs prevêem uma concordância tácita e se o sujeito passivo não se manifestar em determinado prazo, aí sim vai converter em renda. Mas o importante é que não converte em renda automaticamente e essa conversão em renda vai extinguir o crédito tributário. 
Se perder a fase administrativa, pode levantar o depósito administrativo para ingressar em juízo e realizar o depósito em juízo.
Alguns PATs, como no caso do município do RJ, que permitem que esse depósito administrativo permaneça e fique vinculado à eventual ação judicial. Aqui no RJ tem prazo para ajuizar a ação em 30 dias e aí ficará vinculado. É uma opção do contribuinte e aí não precisaria levantar o depósito na via administrativa para efetuar novo depósito na via judicial
Como a Fazenda devolve o depósito administrativo? No prazo fixado na legislação a depender do PAT e não tem nada a ver com precatório, corrigido com juros como se fosse um Banco. 
Enquanto durar o PAF, como está suspensa a exigibilidade do crédito, também está suspenso o prazo prescricional para a Fazenda cobrar e só começa a correr o prazo prescricional do art. 174 do CTN que a Fazenda tem para inscrever em dívida ativa e cobrar só começa a correr com o fim da fase administrativa e a partir daí que poderá cobrar em juízo.
Existe prescrição intercorrente na esfera administrativa?
A lei geral do Estado prevê prescrição intercorrente se o processoadministrativo ficar parado durante um prazo. Esse prazo que está na norma geral aplica-se ao PAF? Se a Fazenda demorar 5 anos para julgar, poderá dizer que prescreveu na esfera administrativa? Vai aplicar subsidiariamente nesse caso a regra geral? NÃO! PORQUE PRESCRIÇÃO DEVE ESTAR PREVISTA EM LEI COMPLEMENTAR E A NORMA GERAL DO CTN É QUE O PRAZO PRESCRICIONAL SÓ COMEÇA A CONTAR DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO QUE SÓ OCORRE COM O FIM DA FASE ADMINISTRATIVA PARA STJ E STF E POR ISSO QUE PELO CTN NÃO HÁ PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NO PAF/PAT. Nesse caso, a aplicação da norma geral não é compatível!
Depósito administrativo -> vai à Fazenda e pede-se uma guia e vai depositar na conta do Tesouro e geralmente é no mesmo prazo da impugnação que é de 30 dias. Quando for notificado de um lançamento, deve-se ler a lei do PAT para saber o prazo para impugnação e para efetuar o depósito e geralmente a própria notificação já traz o prazo. Como se fosse mesmo um depósito judicial.
PAF FEDERAL – DECRETO 70235
- Prazo para Impugnação: prazo de 30 dias – art. 15. Esse é o prazo geral qualquer que seja o tributo. Tem 30 dias da data da notificação de que foi intimado para apresentar a impugnação.
- Julgamento de Primeira Instância: quem julga são as Delegacias da Receita Federal de julgamento – art. 25, I.
Essas Delegacias são órgãos colegiados e a decisão de primeira instância, portanto, não é por uma pessoa só. Pode acolher a impugnação ou rejeitar e não cabe pedido de reconsideração.
- Recurso Voluntário: prazo de 30 dias do art. 33 do Decreto e tem efeito suspensivo. 
Art. 33, p. 2 do Decreto exigia um depósito prévio e depois o arrolamento de bens e foi considerado inconstitucional. ADI 1976 julgou a questão do arrolamento + RE 388359.
- Recurso de Ofício: art. 34 do Decreto. O recurso será cabível quando exonerar o sujeito passivo do pagamento de multa ou penalidade acima de determinado valor fixado pelo Ministro da Fazenda, logo, o recurso de ofício não será cabível sempre. O valor varia em função dos tributos/tipo de penalidade. 
- Julgamento do Recurso de Ofício e Voluntário: Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, art. 25, II e art. 37. É um órgão colegiado paritário e é dividido em seções que são divididas em câmaras e além disso pode haver seções especializadas por matérias. Há também uma Câmara Superior de Recursos Fiscais, como se fosse um Pleno do Conselho, que julga eventuais Recursos de Divergência entre as seções e câmaras, uniformizando jurisprudência ou eventuais recursos das decisões dessas seções ou câmaras.
- Art. 26 do Decreto: RECURSO AO MINISTRO DA FAZENDA – só pode ser interposto pelo Procurador da Fazenda Nacional que funcione junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Vai caber das decisões das câmaras ou do Conselho mesmo, mas somente pelo Procurador. O contribuinte não tem acesso cuja participação na fase administrativa termina dentro do Conselho. É o conhecido RECURSO HIERÁRQUICO.
PAF ESTADUAL – Decreto Lei 05/75
- Impugnação: prazo de 30 dias, art. 238. Tem efeito suspensivo expresso
- Decisão de Primeira Instância: Quem julga é uma Junta de Revisão Fiscal que é um órgão colegiado composto por 3 Auditores Fiscais – art. 246
- Julgamento de Primeira Instância: art 254 – prazo de 30 dias para o Recurso Voluntário para o conselho de Contribuintes é órgão paritário composto por representantes dos contribuintes e da Fazenda (auditores fiscais).
- Instância Especial: só caberá recurso a essa instância especial quando a decisão for não unânime e essa instância especial será julgada pelo Secretário da Fazenda e só terá acesso a ela o Procurador do Estado que funciona junto ao Conselho de Contribuinte. Só o representante judicial da Fazenda terá acesso e por isso é um Recurso Hierárquico – art. 266. Cabe esse recurso especial quando for decisão desfavorável à Fazenda mas essa decisão tem que ser4 contrária à legislação tributária ou às provas dos autos. 
PAF DO MUNICÍPIO DO RJ
- Prazo de Impugnação, como regra, é de 30 dias, salvo quando for impugnação do IPTU (por conta do valor venal e comprovação) e da taxa de lixo (cobrados juntos no mesmo carnê) cujo prazo de impugnação será de 60 dias – art. 27, II do Decreto 14602.
- Decisão de Primeira Instância: é um órgão singular que será o Coordenador da Coordenadoria de Revisão e Julgamentos Tributários – art. 91.
- Recurso Voluntário dessa decisão de Primeira Instância é de 30 dias (o prazo é único aqui, mesmo para o caso do IPTU) – art. 27, II, 3 do Decreto.
- Recurso de Ofício: a regra é o recurso quando o recurso for desfavorável, as exceções decorrem do valor (abaixo de determinados valores). Art. 99.
- Quem julga Recurso Voluntário e de Ofício é o Conselho de Contribuintes. No município do RJ não há procuradores funcionando junto ao Conselho. Os Procuradores podem ser nomeados como Conselheiros e serão representantes da Fazenda (o representante da Fazenda pode ser um Procurador ou um auditor fiscal).
- Instância Especial: aqui não é um recurso hierárquico tecnicamente porque tanto o contribuinte como o representante da Fazenda poderão recorrer ao Secretário da Fazenda. Só vai caber esse recurso especial se a decisão do Conselho não for unânime. O prazo desse recurso (acaba sendo um recurso mesmo) é de 30 dias – art. 106.
O Conselho de Contribuinte só tem um órgão que é o Plenário aqui no município do RJ e se a decisão não for unânime, caberá recurso ao Secretário. Se for unânime, o PAF acabará no Conselho.
PROCESSO ADMINISTRATIVO NÃO CONTENCIOSO:
CONSULTA:
O que é uma consulta? Está prevista nos 3 PATs. É um requerimento que o sujeito passivo faz à Fazenda porque tem uma dúvida objetiva acerca da aplicação da legislação tributária. Não sabe se a legislação tributária vai aplicar ou não, dúvida sobre a alíquota, ou se está incluído ou não naquela legislação, entre outras dúvidas objetivas.
A fase administrativa não é um órgão consultivo, portanto, para fazer essa consulta, tem que ter ocorrido o fato gerador ou está para ocorrer e tem dúvida sobre como interpretar (o mesmo que já foi dito sobre MS preventivo, pois não pode fazer consulta sobre lei em tese).
E quanto às imunidades e isenções? As regras da consulta aplicam-se a eles. 
Alguns PATs têm regras específicas para o reconhecimento de imunidade e isenções. São procedimentos administrativos específicos e a eles aplicam-se as regras da consulta (em alguns PATs são idênticos).
Pode ingressar em juízo para obter declaração de uma imunidade ou isenção ou administrativamente.
Área Federal – arts. 46 a 58 do Decreto 70235.
Tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal há uma legislação específica da Lei 9430/96 (arts. 48 ao 50).
No Estado do RJ, a consulta está nos arts. 273 a 282 do Decreto-Lei 05/75.
Questões controvertidas envolvendo a consulta:
Consultas, em geral, são julgadas em única instância e não cabe recurso das decisões dos processos de consulta. 
Não cabe pedido de reconsideração como regra. Não é a mesma sistemática do PAT. Na consulta não vai chegar até o Chefe/Secretário.
Pode ser que eventualmente que algum PAT fixe uma exceção prevendo um recurso.
Regra da consulta que está no CTN – art. 161, p. 2 (único artigo que trata da consulta no CTN). Trata da incidência de juros de mora e diz que quando não paga o tributo no vencimento, estará sujeito a juros de mora e multa moratória. Esses acréscimos moratórios, contudo, não incidirão se apresentar consulta dentro do prazo de vencimento do tributo. Tem que apresentar a consulta dentro do prazo do vencimento, porque a consulta tem que ser prévia. Depois que lançar, vai impugnar o lançamento. A consulta tem que ser depois da ocorrência do fato gerador ou na sua iminência, mas antes do lançamento. Não há consulta após o lançamento.
Se a consulta for feita depois do prazo do vencimento, ela vai gerar incidência dos acréscimos moratórios. Se o resultado da consulta por desfavorável ao contribuinte, a Fazenda cobrará o principal e os juros de mora.A única forma que o contribuinte tem para se proteger, nesse caso, é fazer o depósito. 
Durante o curso da consulta, enquanto a Fazenda não julga a consulta, não se pode dar início a nenhum processo de fiscalização àquele sujeito passivo relativo à matéria que seja objeto da consulta porque, afinal de contas, não se sabe ainda se incide ou não incide. Não pode lavrar auto de infração envolvendo aquele objeto daquela consulta, não pode iniciar uma fiscalização – art. 48 do Decreto 70235 e art. 280 do DL 05/75.
Durante o curso da consulta não deve ser aplicada penalidade em relação àquela matéria que é objeto da consulta até mesmo porque não se sabe se está sujeito àquela legislação.
Depois que julga a consulta, vai abrir prazo para a pessoa pagar se a consulta for sobre pagamento. Prazo de 30 dias para pagar e atender a consulta e se não fizer, aí sim incidirão os acréscimos moratórios e poderá iniciar a fiscalização. 
Art. 49 do Decreto 70235 (área federal) que estabelece que a consulta não suspende o prazo de pagamento -> se fez a consulta fora do prazo de pagamento incidirão todos os acréscimos. Não suspende o prazo para apresentação de declaração de rendimentos nem de retenção na fonte (se for empregador, vai ter que reter na fonte mesmo com a consulta).
A consulta se aplica à sede e filial. Não precisa apresentar consulta por cada estabelecimento para evitar pluralizar as discussões e ter decisões diferentes, mas é claro que se a discussão for a mesma.
Repetição de Indébito cabe na esfera judicial e administrativa. Pode-se repetir através de crédito por meio de compensação tributária. 
O prazo de repetição é comum para a fase administrativa ou judicial – 5 anos para repetição do art. 168 do CTN – é tudo junto! A fase administrativa não suspende o prazo para a fase judicial. O prazo para compensar é o mesmo prazo para repetir, logo, esses 5 anos também é o prazo para a compensação. 
Os efeitos da consulta só vinculam a Fazenda somente com relação ao consulente que ingressou com a consulta. 
Art. 146 do CTN – qualquer alteração referente a critério jurídico utilizado para efetivação de lançamento para determinado sujeito passivo só produz efeitos para fatos geradores novos, para o futuro. Quando a Fazenda faz um lançamento com base em um critério e depois altera o critério, essa alteração só vale para o futuro. A consulta vincula a Fazenda em relação àquele sujeito passivo. Se o resultado da consulta disser que não incide o imposto, só vai atingir o sujeito passivo para fatos geradores novos e para o futuro. 
Nos três entes, os sindicatos e entidades associativas podem ingressar com consultas ou impugnações. Como são coletivos, o resultado da consulta ou impugnação só vai atingir os associados que já o eram no momento da impugnação e que tenham sido relacionados como tais na peça de consulta e impugnação (semelhante à idéia de MS coletivo). 
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO – ART. 164 CTN
A importância do crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo.
Só há consignação judicial. Não se aplica em matéria tributária a consignação administrativa (depósito extrajudicial – art. 890, p. 3 e 4 do CPC). A consignação em banco não se aplica às Fazendas Públicas isso porque vai consignar perante o banco que manda consignação ao credor e se não se manifestar em 30 dias, vai considerar extingo o crédito o que é incompatível com o crédito tributário porque há interesse público em jogo e porque essas regras de extinção do crédito tributário devem estar previstas em lei complementar.
A consignação será feita por sujeito passivo. Quem pode propor a ação? Como todas as ações tributárias, será o contribuinte ou responsável tributário. 
O posicionamento majoritário é no sentido de que não se aplica o art. 890 do CPC que trata do rito da consignatória na parte em que dá legitimidade a um terceiro para pagar. Pelo CPC, um terceiro interessado poderia fazer a consignação. 
A discussão aqui é com relação ao locatário que, pelo CPC, como terceiro interessado, poderia consignar. Mas pelo CTN não! STJ -> LOCATÁRIO NÃO PODE INGRESSAR COM A CONSIGNATÓRIA (SALVO SE A LEI O INDICAR COMO RESPONSÁVEL).
Quem é o réu? É quem tem capacidade tributária ativa (se houver delegação).
Quando caberá consignatória no direito tributário?
I – recusa de recebimento. Quando a Fazenda se recusar a receber, essa recusa deve ser injustificada (quando o contribuinte não quiser pagar tudo) ou quando ela condicionar o pagamento de um tributo ao pagamento de outro tributo ou a uma penalidade.
Ex.: carnê de IPTU que contém o imposto e também a taxa de lixo. Nesse caso, poderá consignar o valor que acha o certo para pagar. Considerando que seja a taxa e depois ingressa com ação anulatória de lançamento para discutir o IPTU e vai efetuar o depósito para evitar os acréscimos moratórios. Se não houver necessidade de dilação probatória, poderá ingressar com MS e também efetua o depósito para evitar os acréscimos moratórios. Fará sim dois depósitos isso porque são dois lançamentos tributários distintos. 
O objetivo da consignatória é somente pagar, extinguir o crédito, é elencada como causa de extinção do crédito – art. 156 CTN. 
O rito é especial no caso da consignatória. Se quiser cumular pedidos com pedido repetitório, declaratório, consignatório, vai ter que optar pelo rito ordinário e assim evita propor duas ações. 
II – não tem nunca aplicação.
III – 90% das consignatórias estão aqui – caso de exigência por mais de uma pessoa de direito público. Jurisprudência entende que o tributo não precisa ser idêntico, desde que haja uma dupla incidência. 
Poderá consignar se o Estado estiver cobrando ICMS e o Município ISS. Ou no caso de IPTU x ITR. Ou quando o município cobra mais de uma vez o IPTU.
Se estiver sendo cobrado por mais de um ente, há um litisconsórcio passivo necessário entre os entes – art. 895 CPC. Todos têm que ser citados. 
Onde vai propor? Art. 891 do CPC – deve propor a consignação de pagamento no foro do local do pagamento, onde for efetuado o pagamento. Deve combinar esse artigo com o art. 159 do CTN que diz que o local do pagamento é o domicílio do sujeito passivo. Se a questão é tributária, o domicílio é o tributário e por isso aplica o art. 127 CTN: regra de domicílio tributário é o da liberdade de escolha e quando se inscreve no cadastro vai escolher o domicílio tributário e é nele que vai ajuizar a consignação.
Pode haver um problema de Justiça competente. No caso de ITR x IPTU -> União x Município. Qual será o juízo competente? Nesse caso será regido por quem tem maior hierarquia ou se tiver um juízo privativo e nesse caso de ITR x IPTU, será na Justiça Federal.
No caso de ISS x ICMS -> vai seguir a regra do que estabelecer o Código de Organização Judiciária porque pode haver uma regra especializada.
Se houver uma consignatória na capital do RJ, a regra aqui é que prevalece a 11 Vara de Fazenda Pública.
Art. 164, p. 1 -> a consignatória, vai consignar o que entende ser devido porque o objetivo é extinguir o crédito, é pagar. Vai consignar o que entende ser devido. O problema é que se a ação for julgada improcedente, incidirão os acréscimos moratórios SOBRE TUDO!
Considerando que o débito seja de R$1mil e o contribuinte consignou R$500. Se julgado improcedente, a Fazenda vai cobrar os acréscimos sobre tudo, mas a diferença é que no que foi consignado pelo contribuinte, quem responde pelos acréscimos é o Banco onde está consignado e sobre o restante, os acréscimos serão pagos pelo contribuinte.
Se a Fazenda levantar o que está consignado, já estarão ali os juros e correção monetária.
Tem Fazenda que não converte em renda o que está consignado. Pelo rito do CPC é opção do credor levantar a parte incontroversa. A Fazenda poderá levantar ou não e geralmente o faz e cobra a diferença.
Não existe suspensão da exigibilidade do crédito tributário em parte. Ou deposita tudo e suspende tudo ou deposita em parte e não suspende nada. Se não suspende nada, a Fazenda poderá inscrever emdívida ativa e executar no todo. 
Muitas Fazendas preferem não levantar o que está depositado na consignatória julgada improcedente e segue na execução fiscal que já esteja em curso e segue cobrando pelo todo.
Se julgada procedente a consignatória, será convertido em renda o valor depositado e extingue o crédito.
O STJ admite a consignação em pagamento para discussão de inconstitucionalidade de tributo. Como o art. 164 faz referência à recusa de pagamento de tributo, STJ entende que isso seria caso de recusa injustificada e admite a consignação para discutir a inconstitucionalidade do tributo.

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