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Obesidade, Cirurgia Bariátrica e Conduta Nutricional SABRINA KAELY VITAL MACHIAVELLI Supervisora de Estágio em Nutrição Clínica - UNIGRAN Nutricionista Graduada pelo Centro Universitário da Grande Dourados – UNIGRAN 2013 Pós Graduanda em Nutrição Esportiva pela Escola Superior de Pesquisa e Pós Graduação Certificada pela FAESI/UNIGUAÇU 2014 OBJETIVOS DA AULA • Conhecer os tipos de obesidade e suas consequências para a saúde, • Função do tecido adiposo; • Conduta nutricional para obesidade; • Tipos de cirurgia bariátrica; • Conduta nutricional pós cirurgia bariátrica. Obesidade • Segundo Ministério da Saúde (2013), metade da população brasileira esta sobrepeso. • Obesidade atinge 17% da população, em 2006 este índice era de 11%. Etiologia da obesidade COMPLEXA E MULTIFATORIAL: • Genética; • Ambiental; • Estilo de vida; • Fatores emocionais Quando nenhum dos pais obesos 9% Quando um dos pais é obeso : 50% Ambos obesos: 80% Ambiente moderno, estímulo a obesidade, sedentarismo (ABESO, 2009). Etiologia da obesidade Fatores Genéticos Obesidade mórbida, IMC superior à 40kg/m² e níveis moderados de obesidade < 40kg/m² Fatores Ambientais/Sociais Populações com maior grau de pobreza e menor índice de escolaridade. Alimentos de maior palatabilidade < custo > densidade energética. (ABESO, 2009). • Influencias do ganho de peso: Fase de rebote de peso que ocorre entre os 5 e 7 anos e fase puberal; Ganho de peso excessivo durante a gestação e falta da perda de peso pós parto; Menopausa (estilo de vida); Ex fumante; Casamento (principalmente mulheres) Etiologia da obesidade (ABESO, 2009). O que é obesidade Tipos de Obesidade É a condição em que um indivíduo apresenta excessiva quantidade de gordura corporal. Tecido adiposo LOCALIZAÇÃO (BARBOSA, 2009). CHANCES DE DOENÇAS • Segundo Barbosa (2009), 4 tipos de obesidade. • Tipo I - tem a distribuição da gordura por todo corpo; Tipos de Obesidade • Tipo II é a forma androide, ou seja, aquela cuja gordura esta localizada no abdômen é encontrada principalmente em homens e esta associada a hipertensão e diabetes. Tipos de Obesidade (BARBOSA, 2009). • Tipo III gordura acumulada no compartimento visceral Tipos de Obesidade (BARBOSA, 2009). • Tipo IV conhecida como ginecoide, que é predominantemente em mulheres, onde a gordura acumula-se na parte inferior do corpo. Tipos de Obesidade (BARBOSA, 2009). Qual o tipo de obesidade é considerado como maior risco à saúde?? CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE PORQUE??? (COZZOLINO; COMINETI, 2013). • Obesidade visceral esta ligada fortemente à: Resistência à insulina; Diabetes tipo 2; Aterosclerose; Hipertensão; Isquemia cardíaca; Esteatose hepática; Dislipidemia CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE Redução da expectativa de vida! (COZZOLINO; COMINETI, 2013). • Tecido adiposo além da função de armazenamento, participa da interação do metabolismo sistêmico. • É considerado um órgão endócrino; Secreta: adipocitocinas ou adipocinas, que possuem atividade pró ou anti-inflamatória. CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE (COZZOLINO; COMINETI, 2013). Adipocinas pró- inflamatórias Perda de peso, reverte a situação!! • Esses fatores evidenciam a relação entre obesidade e inflamação... • Tecido adiposo secreta fatores que atuam na resposta pró-inflamatória ou que contribuem para a reversão, com efeitos benéficos à obesidade... • Precisa existir equilíbrio entre eles! CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE (COZZOLINO; COMINETI, 2013). CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE Adipócitos promovem a homeostase metabólica. Macrófagos favorecem a inflamação no local e a produção de citocinas inflamatórias! (COZZOLINO; COMINETI, 2013). Existem dois tipos de tecido adiposo, O branco e o marrom TECIDO ADIPOSO Armazenam trigliceróis em uma única grande gota lipídica que ocupa de 85 à 90% do citoplasma, restante é representado por água e proteínas. Função: reserva de energia. É especializado na produção de calor (termogênese) participa na regulação da temperatura corporal. (COZZOLINO; COMINETI, 2013). Descoberto em 1994, produto do gene ob de camundongos obesos ob/ob LEPTINA (COZZOLINO; COMINETI, 2013). A leptina é responsável pelo controle da ingestão alimentar, agindo nas células neuronais do hipotálamo do sistema nervoso central, sua ação nos mamíferos esta ligada na diminuição da ingestão alimentar e aumento do gasto energético (ROMERO, ZANESCO, 2006). LEPTINA Ratos ob, incapazes de produzir esta substância, consequentemente eram mais pesados. Já o grupo db/db que tinham esta produção , mais magros! Em 1994, outro grupo de pesquisadores clonaram a leptina (do grego leptos que quer dizer magro). (LICINIO, NEGRÃO, 2000). LEPTINA LEPTINA (LICINIO, NEGRÃO, 2000). LEPTINA Para humanos funcionou??? Indivíduos com deficiência de leptina, perderam peso! (LICINIO, NEGRÃO, 2000). • Licinio; Negrão (2000), constataram que alguns indivíduos tratados com leptina não perdiam peso. • Apresentavam hiperleptinemia, ou seja, alta concentração de leptina circulante. LEPTINA Leptina Receptor (LICINIO, NEGRÃO, 2000). • Obesidade grau III é um desafio à parte, pois conjuga três aspectos graves da doença: Prevalência de compulsão alimentar; Resistência ao tratamento clínico; Alta taxa de comorbidades. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) TRATAMENTO CLÍNICO DA OBESIDADE GRAU III • Cirurgia bariátrica faz parte das possibilidades terapêuticas desses pacientes, mas não é a única solução! • Pacientes extremamente obesos precisam de tratamento pré-operatório para reduzir o risco cirúrgico, • Pacientes que recusam cirurgia, ou têm contraindicações. TRATAMENTO CLÍNICO DA OBESIDADE GRAU III (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) • Obesidade, forte associação com fatores ambientais, com: Alimentação hipercalórica, hipergordurosa e sedentarismo. Intervenção dietética continua sendo um dos pilares do tratamento. Revisar os hábitos alimentares, modificar e construir novo hábito alimentar, mais saudável e que favoreça a perda de peso. DIETOTERAPIA (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) • Dietas para o tratamento da obesidade são definidas como dietas de muito poucas calorias (VLCD) e dietas de poucas calorias (LCD). • National Heart, Lung and Blood Institute and North American Association for the Study of Obesity (NHLB/NAASO) recomenda que para indivíduos com IMC maior que 35kg/m² são necessárias dietas de (LDC) com redução de: DIETOTERAPIA 500kcal 1000 kcal Visando a perda de 10% do peso inicial em 3 a 6 meses. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) Essas dietas devem ser balanceadas: Lipídeos: devem ser menores que 30% das calorias; CHO: Maiores que 55% Proteínas 10 a15% Fibra: 25 a 30g/dias E muito baixo teor de álcool. DIETOTERAPIA (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) Dietas LCD (Dietas de poucas calorias) Este tipo de dieta demonstrou ter bons resultados quando oferecidas lista de substituição de alimentos para pacientes, acompanhadas de registro diário de alimentação e acompanhamento em grupo ou individual. Características (Dietas de muito pouca calorias) As VLCD, são adotas desde a década de 1970, para proporcionar perda de peso rapidamente. Fornecem de 400 a 800 kcal/dia; 0,8 a 1,0g de ptn/kg/peso ideal dia (para preservar massa magra) Quantidades adequadas de ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais; Exige consumo de 2 litros/dia de líquidos não calóricos; Duração de 4 a 16 semanas (perda de peso de 15 a 20% em 12 a 16 semanas). DIETOTERAPIA (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) • Desvantagens: Colelitíase; Constipação intestinal; Fadiga; Dores musculares; Intolerância ao frio; Queda de cabelo; Distúrbio hidroelétrolítico. Casos de óbito são relacionados à oferta proteica insuficiente. DIETOTERAPIA (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) Cardápio deve ser formulações líquidas ou consumo de pequenas porções de alimentos sólidos e suplementação de vitaminas e minerais. • Segundo European SCOOP-VLCD, o uso deste tipo de dietas estão associados a sucesso na perda de peso a longo prazo, • Porém seu custo é elevado, pelas formulações utilizadas e suplementos. DIETOTERAPIA (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013) Portaria Nº 30, de 13 de janeiro de 1998 (*) TÉCNICAS CIRURGICAS Companhias de seguro de vida americanas; Década de 50 começaram a ser desenvolvidas; 1954 – foi apresentada à comunidade científica uma técnica cirurgica TÉCNICAS CIRURGICAS Limitação da capacidade de absorção de nutrientes. (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) Riscos e complicações desta técnica: TÉCNICAS CIRURGICAS Sem controle adequado da absorção dos alimentos... Complicações severas de Desnutrição Estados nutricionais incompatíveis com a vida! (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) • São aprovadas no Brasil quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica (além do balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico): Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”); Banda gástrica ajustável; Gastrectomia vertical Duodenal Switch TÉCNICAS CIRURGICAS (SBCBM, 2014) Vídeo 1 Conforme os preceitos médicos, a indicação cirúrgica deve ser decidida sob a análise de três critérios: IMC, idade e tempo da doença. Em relação ao índice de massa corpórea (IMC) • IMC acima de 40 kg/m² , independentemente da presença de comorbidades. • IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades. • IMC entre 30 e 35 kg/m² na presença de comorbidades que tenham obrigatoriamente a classificação “grave” por um médico especialista na respectiva área da doença. É também obrigatória a constatação de “intratabilidade clínica da obesidade” por um endocrinologista. INDICAÇÃO PARA A CIRURGIA (SBCBM, 2014) Em relação à idade • Abaixo de 16 anos: exceto em caso de síndrome genética, quando a indicação é unânime, o Consenso Bariátrico recomenda que, nessa faixa etária, os riscos sejam avaliados por cirurgião e equipe multidisciplinar. A operação deve ser consentida pela família ou responsável legal e estes devem acompanhar o paciente no período de recuperação. • Entre 16 e 18 anos: sempre que houver indicação e consenso entre a família ou o responsável pelo paciente e a equipe multidisciplinar. • Entre 18 e 65 anos: sem restrições quanto à idade. • Acima de 65 anos: avaliação individual pela equipe multidisciplinar, considerando risco cirúrgico, presença de comorbidades, expectativa de vida e benefícios do emagrecimento. INDICAÇÃO PARA A CIRURGIA (SBCBM, 2014) Em relação ao tempo da doença Apresentar IMC e comorbidades em faixa de risco há pelo menos dois anos e ter realizado tratamentos convencionais prévios. Além disso, ter tido insucesso ou recidiva do peso, verificados por meio de dados colhidos do histórico clínico do paciente. INDICAÇÃO PARA A CIRURGIA COTRAINDICAÇÃO PARA A CIRURGIA Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado; Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas; no entanto, quadros psiquiátricos graves sob controle não são contraindicativos à cirurgia; Doenças genéticas. (SBCBM, 2014) TÉCNICAS CIRURGICAS (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Classicamente, considera-se que a cirurgia bariátrica promoveria perda de peso por dois meios básicos: Restritivo: reduz a capacidade do reservatório gástrico/retardo do esvaziamento/indução de saciedade precoce. Disabsortivos: desfuncionalização de parte do intestino delgado, redução da absorção de Ptn, CHO e lip. Mecanismos de funcionamento das Operações Bariátricas BALÃO INTRA GÁSTRICO TÉCNICAS CIRURGICAS Método temporário; Introduzido com auxílio da endoscopia; Sua função: ocupar espaço no estômago; Sensação de plenitude, porém, não de saciez; Resistência limitada às secreções do estômago; Risco de rompimento. (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) • É considerado uma terapia auxiliar na redução de peso no pré-operatório. BALÃO INTRA GÁSTRICO TÉCNICAS CIRURGICAS VÍDEO 2 O balão é preenchido com 500 ml do líquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, será expelido na cor azul pela urina. O paciente fica com o balão por um período médio de seis meses. É indicado para pacientes com sobrepeso ou no pré-operatório de pacientes com super obesidade (IMC acima de 50 kg/m2). (SBCBM, 2014; ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) • Acessos utilizados para o procedimento operatório. TÉCNICAS CIRURGICAS VIDEOLAPAROSCOPIA ABERTURA DO ABDÔMEN (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) TÉCNICAS CIRURGICAS Percurso do alimentos Percurso dos sais biliares e enzimas pancreáticas Percurso de digestão e absorção (SBCBM, 2014; ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) Novo estômago 30 a 50ml Estômago inteiro 1500ml aproximadamente. Segmento do intestino é cortado e ligado ao novo estômago. Parte do intestino ligada ao estômago isolado é que leva as enzimas pancreáticas e a bile. Este procedimento reduz a superfície absortiva do intestino cerca de 200 cm, (o normal é de 500 a 700 cm). Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) TÉCNICAS CIRURGICAS Estômago seccionado permanece com irrigação sanguínea normal, continua funcionante. (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) TÉCNICAS CIRURGICAS Os pacientes obesos após a cirurgia de bypass gástrico tem menores respostas do cérebro à comida hedônica (por prazer) do que após banda gástrica Os pesquisadores estudaram 83 participantes que tinham perdido peso a partir de um bypass gástrico (n = 30) ou cirurgia de banda gástrica (n = 28) realizadas, em média, oito a nove meses antes, bem como um grupo de participantes não operados (n = 25) controle. Esses três grupos foram de peso corporal similar. Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) - PESQUISA TÉCNICAS CIRURGICAS Eles descobriram diferenças marcantes na resposta do cérebro a alimentos em pacientes após o bypass gástrico, em comparação com a cirurgia de banda gástrica. Os pacientes que tiveram bypass gástrico tiveram menos atividade nas regiões de recompensa do cérebro quando mostradas imagens de alimentos em comparação com aqueles que tinham a banda gástrica. (SCHOLTZ, et al., 2013) Pacientes após bypass gástrico também avaliaram alimentos altamente calóricos como menos atraentes ao olhar e menos agradável para comer, tinha hábitos alimentares mais saudáveis e comeram menos gordura em sua dieta do que os pacientes após a banda gástrica ou o grupo controle não operado. Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Yde Roux”) - PESQUISA TÉCNICAS CIRURGICAS Tanto o bypass gástrico e pacientes de bandas tinham igualmente reduzidas a fome em comparação com o grupo não-operado, e os resultados não foram explicados pelas diferenças nos traços psicológicos entre os grupos cirúrgicos. (SCHOLTZ, et al., 2013) Os pesquisadores não encontraram evidências conclusivas sobre o que causou essas mudanças, mas elas foram observadas algumas diferenças no metabolismo dos pacientes que poderiam desempenhar um papel. Bypass gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) - PESQUISA TÉCNICAS CIRURGICAS (SCHOLTZ, et al., 2013) Os níveis de hormônios intestinais chamados GLP-1 e PYY que nos fazem sentir completo depois de uma refeição foram maiores no grupo de bypass gástrico, assim como os níveis de sais biliares, que desempenham um papel na digestão. TÉCNICAS CIRURGICAS Banda gástrica ajustável Procedimento restritivo; Totalmente reversível; Pequena bolsa de 40 à 50 ml (ZILBERSTEN; CARREIRA, 2011) VÍDEO 3 • Técnica não recomendada para indivíduos que ingerem muito açúcar, superobesos; • Resultados insatisfatório? • Procedimento seguro, apresenta baixa mortalidade <0,1% TÉCNICAS CIRURGICAS Banda gástrica ajustável (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). IMEDIATAS – Hemorragias; Febre; Dor abdominal; Vômitos; Infecções; Deslizamento da banda. TÉCNICAS CIRURGICAS Banda gástrica ajustável - COMPLICAÇÕES TARDIAS – Deslizamento da banda; Esofagite de refluxo; Dilatação da câmara gástrica superior; Erosão da banda; Infecções. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). • Perda de peso ponderal de 40 à 50%; • Em 24 meses a perda de peso tende a ser menor do que em cirurgias mistas; • Acompanhamento adequado, a diminuição torna-se constante e efetiva; • Sucesso do resultado depende do paciente; TÉCNICAS CIRURGICAS Banda gástrica ajustável Mudanças no comportamento alimentar Restrição calórica REEDUCAÇÃO ALIMENTAR!!!! (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Procedimento restritivo; Parte do estômago é ressecada, levando a menor ingestão calórica; Indicadas para pacientes superobesos IMC > 50 kg/m²; TÉCNICAS CIRURGICAS Gastrectomia vertical (Sleeve) (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). VANTAGENS DA TÉCNICA Menor incidência de anemia ferropriva; Menor deficiência de cálcio; e Menor Síndrome de Dumping Técnica mista; Gastrectomia vertical; Duodeno próximo ao piloro; Alça duodenopancreática 50 a 100 cm da válvula ileocecal. TÉCNICAS CIRURGICAS Duodenal Switch (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013; SBCBM, 2014). Desvio intestinal leva a menor absorção de nutrientes, levando assim ao emagrecimento; Indicam perda de 70% do peso; Complicações Distúrbios do cálcio, ferro, magnésio, hipovitaminose; Deficiência proteica, fezes volumosas e mal cheirosas, flatulência e odor corporal. TÉCNICAS CIRURGICAS Duodenal Switch (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). • A cirurgia bariátrica altera as relações dos hormônios envolvidos na função de digestão e absorção. SECREÇÕES HORMONAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL Grelina Estômago, Pâncreas, Hipotálamo (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). SECREÇÕES HORMONAIS DO TRATO GASTROINTESTINAL (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Carboidratos Absorção ocorre principalmente no duodeno DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Bypass gástrico, digestão e absorção dos CHO ficam restritas, jejuno médio e distal. A má absorção é um dos fatores que favorecem a ocorrência de diarreia osmótica pelo aumento de fermentação dos CHO não absorvidos pela microbiota intestinal. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Carboidratos Privação de CHO após cirurgia, principalmente simples, contribui para a melhora na tolerância aos CHO e perda de peso, além de evitar o desenvolvimento da Síndrome de dumping. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Alimento Hiperosmolar, que leva uma resposta vagal precoce (manifestada por sudorese, taquicardia etc.) e uma resposta tardia, relacionada pela rápida absorção de glicose e liberação de insulina, manifestando-se como hipoglicemia. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Proteínas • Depende da proporção à extensão da exclusão intestinal imposta; • Absorção acontece no duodeno e outra parcela importante no jejuno; • Técnicas disabsortivas ou mistas, reduzem a absorção de proteínas devido a redução das secreções gástricas e ,principalmete, da área absortiva. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Proteínas Deficiência ocorre a curto prazo no pós-operatório, pela baixa ingestão e hipercatabolismo. DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Deficiência Depleção do estado geral de saúde Hipoalbumineia Perda de massa magra Alterações na pele, edema e alopécia (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Diminuição da absorção entre 57 e 75% Lipídeos DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Grande parte dos lipídeos presente nas dietas são absorvidos no jejuno e o restante , incluindo vitaminas lipossolúveis podem ser absorvidos por toda extensão do intestino. Secreção de sais biliares, enzimas lipolíticas; Entrada de alimentos que desencadeiam sua liberação; Alimento Sais biliares e enzimas lipolíticas Absorção de lipídeos (A LV A R EZ -L EI TE ; D IN IZ , 2 0 1 3 ). Lipídeos DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Perda de peso Melhora de dislipidemias Porém, acarreta esteatorreia em alguns pacientes, principalmente os submetidos à técnicas dissabsortivas. (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). Absorção de Vitaminas lipossolúveis também ficam comprometidas !! Vitaminas e Minerais Vitaminas hidrossolúveis, lipossolúveis, minerais (Ferro, Cálcio, Zinco) DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PÓS- OPERATÓRIO Pós-operatório imediato, fase de adaptação do trato gastrointestinal: Dieta Líquida e introdução dos alimentos devem ser gradativamente, progredindo com sucos, sopas e leites desnatados, em pequenas porções, cerca de 100ml ao longo de 1h. Após alta hospitalar: Dieta líquida restrita (por 30 dias), fracionada em pequenos volumes 150ml em 1h, com no mínimo 60g de proteína (ALVAREZ-LEITE; DINIZ, 2013). • De acordo com a SBCBM (2014). • Dieta deve garantir o repouso gastrointestinal, além de manter o paciente bem hidratado; • Primeiros 15 dias (dieta líquida); • No mínimo 1,5litro/dia (incluindo caldo de carnes (boi, aves e peixes), evitam o cálculo renal; • 20 ml de líquidos de 5 a 6 minutos. ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PÓS- OPERATÓRIO • Alimentos permitidos: Água (sem gás) e chás sem açúcar (exceto chá preto e mate); - Suco de frutas frescas, coado, sem açúcar; - Sucos concentrados light (sem adição de açúcar); - Caldos de carnes (boi ou ave ou peixe) coados; - Gelatina dietética (líquida); - Água de coco; - Bebida isotônica para os indivíduos que não são hipertensos e que não apresentem insuficiência renal; - Leite desnatado, coalhada desnatada, iogurte natural desnatado ou iogurte light líquido são permitidos e podem ser consumidos puros ou na forma de vitamina de leite ou iogurte batido com frutas (coados) ou com achocolatado dietético; - Leite e suco de soja light, tanto para pacientes intolerantes a leite de vaca como para os demais; - Evitar a ingestão de sopas industrializadas (pacote)e o uso de temperos industrializados em função do alto teor de sódio e gordura vegetal. - O uso de suplemento protéico, em pó, se faz necessário nesse período. ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PÓS- OPERATÓRIO (SBCBM, 2014) • Pós 15 dias, dieta pastosa, deve-se obedecer a mesma quantidade (20ml de 5 a 6 minutos). ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PÓS- OPERATÓRIO Não utilizar no primeiro mês, nenhum alimento sólido! Caldos de carnes (bovina, ave, peixe), canjas, ou creme de legumes bem cozidos, amassados ou liquidificados e passados na peneira duas vezes, são permitidos; - Caldos de feijão, lentilha e ervilha liquidificados e passados na peneira duas vezes, são permitidos; - Gelatina dietética na consistência firme; - As frutas também devem ser amassadas, raspadinhas e (ou) liquidificadas e passadas na peneira duas vezes (purê de frutas); (SBCBM, 2014) ACOMPANHAMENTO NUTRICIONAL PÓS- OPERATÓRIO Pudim dietético preparado com leite desnatado e adoçante dietético também podem ser ingeridos; - As papas infantis (de frutas ou salgadas) industrializadas, podem ser ingeridas eventualmente; - O uso de suplemento protéico, em pó, deve ser indicado e será utilizado conforme prescrição nutricional; - A partir do segundo mês pós-cirúrgico, deve-se iniciar a ingestão de alimentos sólidos, sob orientação nutricional. Após 30 dias, iniciar a alimentação sólida gradativamente, dieta branda. A capacidade gástrica neste período é de 4 a 6 colheres de sopa. Devem-se utilizar talheres e pratos de sobremesa para realizar as refeições. (S B C B M , 2 0 1 4 ) SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS PROTEÍNA Isolado proteico do leite Medida 4 colheres de sopa Proteína 14g Energia (kcal/ml) 1.0 http://www.fortifit.com.br/?produto • Obesidade – quadro deletério da saúde; • 1° Opção para tratamento: Convencional: Reeducação alimentar e à pratica de atividade física, porém quando ocorre resistência a esse tratamento, a cirurgia bariátrica é considerada um tratamento eficiente; • C.B requer cuidadas tanto pré e pós-operatório; • Paciente, importante no autocuidado; • C.B não é mágica! Considerações finais REFERÊNCIAS ALVAREZ-LEITE, J. I.; DINIZ, M. T. C. Nutrição e metabolismo em cirurgia bariátrica. Ateneu, São Paulo, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA . Diretrizes Brasileiras para Obesidade 3° edição, São Paulo, 2009. LICINIO, J.; NEGREIRO, A. B. Leptina: o diálogo entre adipócitos e neurônios. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metanolismo. v. 44, n. 3, São Paulo, Junho 2000. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portal Brasil. Disponível em:http://www.brasil.gov.br/saude/2013/08/obesidade- atinge-mais-da-metade-da-populacao-brasileira-aponta-estudo. Acesso em 10/09/2014. ROMEIRO, C. E. M.; ZANESCO, A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Revista de Nutrição. v. 19, n.1, Campinas, Jan/Fev. 2006. SCHOLTZ, S.; et al. Obese patients after gastric bypass surgery have lower brain-hedonic responses to food than after gastric banding. Gut Online First, August 20, 2013 ZILBERSTEN, B.; CARREIRA, D. M. Mitos e realidades sobre Obesidade e cirurgia bariátrica. 3³ edição – São Paulo, 2011.
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