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Trabalho Responsabilidade Extracontratual do Estado

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SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 3 
2 RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO ................................................. 4 
2.1 O Conceito ...................................................................................................................................... 4 
2.2 Evolução .......................................................................................................................................... 5 
2.3 Fundamento Legal ......................................................................................................................... 7 
2.4 Prazo Prescricional ........................................................................................................................ 8 
2.5 Espécies da Responsabilidade civil ............................................................................................ 9 
2.5.1 Objetiva ........................................................................................................................................ 9 
2.5.2 Subjetiva ...................................................................................................................................... 9 
2.5.3 Pré-contratual ............................................................................................................................ 10 
2.5.4 Contratual e Extracontratual ................................................................................................... 11 
2.5.5 Pós-contratual ........................................................................................................................... 11 
2.6 Jurisprudências ............................................................................................................................ 12 
2.6.1 Jurisprudência 1 - Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Ap Cível/Rem 
Necessária : AC 10687100110760001 MG .................................................................................... 12 
2.6.2 Jurisprudência 2 - Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação : APL 
00069609020128260053 SP 0006960-90.2012.8.26.0053 ......................................................... 13 
3 CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 15 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho consiste em apresentar os conceitos, fundamentos e teorias da 
Responsabilidade Extracontratual do Estado a partir de sua evolução. 
De acordo com Justem Filho (2006, p. 806), “a responsabilidade civil do Estado 
consiste no dever de indenizar as perdas e danos materiais e morais sofridos por 
terceiros em virtude de ação ou omissão intijurídica imputável ao Estado”. 
Também serão abordados o seu fundamento legal, prazo prescricional, tipos/ 
espécies de responsabilidade, além de exemplificarmos o tema, com base em 
algumas aplicações, ou seja, jurisprudências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO 
 
A responsabilidade extracontratual do Estado, usualmente chamada de 
“responsabilidade civil do Estado” ou, responsabilidade aquiliana, objetiva, nos 
padrões que conhecemos, é resultado de um processo evolutivo marcado por 
sucessivas teorias ao longo do tempo. 
 
2.1 O Conceito 
 
A responsabilidade civil, também denominada responsabilidade extracontratual, tem 
sua origem no Direito Civil. Consubstancia-se na obrigação de indenizar um dano 
patrimonial ou moral decorrente de um fato humano. É modalidade de obrigação 
extracontratual e, no direito privado, a regra geral é a necessidade de estarem 
presentes os seguintes elementos: 
 
1) Uma atuação lesiva culposa ou dolosa do agente; a regra geral no direito 
privado é a exigência de caracterização de culpa em sentido amplo na 
conduta; a culpa em sentido amplo a abrange o dolo (intenção) e a culpa em 
sentido (negligência, imprudência ou imperícia); 
2) A ocorrência de um dano patrimonial ou moral; e 
3) O nexo da causalidade entre o dano havido e a conduta do agente, o que 
significa ser necessário que o dano efetivamente haja decorrido da ação do 
agente (ou de sua omissão ilícita, se fosse o caso de o agente ter o dever de 
agir). 
 
No direito brasileiro a responsabilidade civil, como regra geral, é orientada pela 
assim chamada teoria da causalidade direta e imediata, segundo a qual ninguém 
pode ser responsabilizado por aquilo a que não tiver dado causa, e somente se 
considera causa o evento que produziu direta e concretamente o resultado danoso. 
Portanto, só origina responsabilidade civil, em princípio, o nexo causal direto e 
imediato, isto é, deve haver ligação lógica direta entre a conduta (comissiva ou 
omissiva) e o dano efetivo. 
5 
 
"Por ser objetiva a responsabilidade civil na espécie, não quer dizer que o autor da 
ação indenizatória esteja desonerado de toda prova” adverte o autor Humberto 
Theodoro Júnior (THEODORO JÚNIOR, 1993, p. 121). 
No âmbito do Direito Público, temos que a responsabilidade civil da Administração 
Pública evidencia-se na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos 
patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando em seu nome, ou seja, na 
qualidade de agentes públicos, causem à esfera juridicamente tutelada dos 
particulares. Traduz-se, pois, na obrigação de reparar economicamente danos 
patrimoniais, e com tal reparação se exaure. 
Não se confunde a responsabilidade civil com as responsabilidades administrativa e 
penal, sendo essas três esferas da responsabilização, em regra, independentes 
entre si, podendo as sanções correspondentes ser aplicadas separada ou 
cumulativamente conforme as circunstâncias de cada caso. A responsabilidade 
penal resulta da prática de crimes ou contravenções tipificados em lei prévia ao ato 
ou conduta. Já a responsabilidade administrativa decorre de infração, pelos agentes 
da Administração Pública – ou por particulares que com ela possuam vinculação 
jurídica específica, sujeitos, portanto, ao poder disciplinar - , das leis e regulamentos 
administrativos que regem seus atos e condutas. 
 
2.2 Evolução 
 
Na Responsabilidade do Estado, em sua evolução, pode-se observar 5 (cinco) 
principais fases, tais como: Irresponsabilidade do Estado, Responsabilidade com 
culpa civil comum do Estado, Teoria da culpa administrativa, Teoria do risco 
administrativo e Teoria do risco integral. A seguir descrevemos, previamente, as 
fases supracitadas. 
 
2.2.1 Irresponsabilidade do Estado 
 
Antigamente, a não responsabilização do Estado, assumiu sua maior notoriedade 
sob os regimes absolutistas, do qual o Rei, governante, era quem ditava o que era 
certo ou errado. Teoria baseada no “the king can do no wrong”, expressão inglesa, 
que retratava a ideia de que não era possível o governante lesar seus súbitos, uma 
vez que o rei não cometia erros. 
6 
 
2.2.2 Responsabilidade com culpa civil comum do Estado 
 
Influenciada pelo individualismo característico do liberalismo, pretendeu 
equiparar o Estado ao Indivíduo, sendo, portanto, obrigado a indenizar os 
danos causados aos particulares nas mesmas hipóteses em que existe tal 
obrigação para os indivíduos. 
Assim, como o Estado atua por meio de seus agentes, somente existia 
obrigação de indenizar quando estes, os agentes, tivessem agido com culpa 
ou dolo,cabendo, evidentemente, ao particular prejudicado o ônus de 
demonstrar a existência desses elementos subjetivos. (PAULO; 
ALEXANDRINO; 2014, p. 815) 
 
2.2.3 Teoria da culpa administrativa 
 
A teoria da culpa administrativa foi a primeira transição entre a doutrina subjetiva 
da culpa civil a responsabilidade objetiva. 
Segundo a teoria em questão, o Estado somente seria responsável pelo dano 
sofrido pelo lesionado, caso fosse comprovado à existência da falta de serviço, 
mau funcionamento e/ ou deficiências do mesmo, ou seja, fator gerador da 
obrigação de indenizar o dano causado. 
 “Na teoria da culpa administrativa exige-se a falta do serviço; na teoria do risco 
administrativo exige-se apenas o fato do serviço. Naquela, a culpa é presumida da 
falta administrativa; nesta, é inferida do fato lesivo da Administração” 
(MEIRELLES, 2001, p. 611). 
 
2.2.4 Teoria do risco administrativo 
 
Já pela teoria de risco administrativo, a vítima, fica dispensada da necessidade de 
comprovar a culpa estatal, basta que exista o dano decorrente de atuação 
administrativa, gerando assim para a administração pública a obrigação de 
indenizar, pois a teoria do risco administrativo enseja a obrigação de indenizar, 
independente da ineficiência do serviço. 
Di Pietro (2006, p. 621) apresenta sua argumentação da teoria do risco 
administrativo: 
 
Na teoria do risco administrativo basta à lesão causada ao particular pelo 
Estado, surgindo então à obrigação de indenizar o dano decorrente do ato 
lícito ou ilícito causado, bastando o lesionado comprovar a relação do 
nexo causal e o fato do dano, independente da culpa do agente ou má 
prestação do serviço público, reparando o dano através do erário. É 
baseada no princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais: assim 
7 
 
como os bônus decorrentes da atividade do Estado que é distribuído entre 
todos, também os prejuízos sofridos por alguns membros da sociedade 
também devem ser repartidos. 
 
Cahali (1996, p. 44), em sua monografia sobre a Responsabilidade Civil do 
Estado, defende que: 
A teoria do risco administrativo não leva à responsabilidade integral do 
Poder Público, para indenizar em todo e qualquer caso, mas sim dispensa à 
vítima da prova da culpa do agente da Administração, cabendo a esta a 
demonstração da culpa total ou parcial do lesado, para que então fique ela 
total ou parcialmente livre da indenização. 
 
 
2.2.5 Teoria do risco integral 
 
Na teoria de risco, é obrigatório que a Administração repare todo e qualquer dano, 
como o caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima, não permitindo a 
alegação de qualquer causa excludente da responsabilidade. 
 
A teoria de risco integral consiste em uma exacerbação da responsabilidade 
civil da administração pública. Segundo essa teoria, basta a existência do 
evento danoso e do nexo causal para que surja a obrigação de indenizar o 
Estado, sem a possibilidade de que este alegue excludentes de sua 
responsabilidade. (PAULO; ALEXANDRINO; 2014, p. 815) 
 
 
2.3 Fundamento Legal 
 
O Estado tem como função preservar os direitos e deveres firmados entre os 
homens com o objetivo de organizar a vida em sociedade, de forma pacífica. Nesse 
contexto, Dallari (2007, p. 14) indica que “o Estado é um grande e robusto homem 
artificial, construído pelo homem natural para sua proteção e defesa”. 
Na Constituição de 1946 fora considerado um importante avanço da percepção da 
responsabilidade civil do Estado, todavia o passo mais significativo desta evolução 
deu-se com o advento da Constituição Federal de 1988, que tratou da questão de 
forma mais abrangente e inédita. 
A Constituição da República de 1988, em seu artigo 37, § 6º, estabelece que: 
 
Art. 37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos 
8 
 
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência e, também, ao seguinte: (...) 
§ 6.º As pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de 
regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
Para Carvalho Filho, (2010, p. 600): 
 
Dada a grande variedade de formas de delegação, de pessoas delegatárias 
e de serviços públicos, bem como a noção nem sempre muito precisa do 
que se configura como serviços públicos, poderá haver algumas dúvidas 
quanto ao enquadramento da pessoa prestadora do serviço na norma 
constitucional. Entretanto, pode-se, a Administração Indireta (empresas 
públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas com 
personalidade de direito privado), quando se dedicam à prestação de 
serviços públicos, e os concessionários e os permissionários de serviços 
públicos, estes expressamente referidos no art. 175 da Constituição 
Federal, como é o caso das empresas de transporte coletivo, de 
fornecimento de água, de distribuição e fornecimento de energia elétrica e 
outras dessa natureza. 
 
Também se pode observar, de acordo com Carvalho Filho (2010, p. 600), o 
dispositivo no art. 173, § 1º, da Constituição Federal, que: 
 
Exclui as empresas públicas e as sociedades de economia mista que se 
dedicam à exploração de atividade econômica da responsabilidade civil 
objetiva, uma vez que impõe que elas sejam regidas pelas normas 
aplicáveis às empresas privadas, sendo assim, são elas regidas pelas 
normas do direito privado e responderão subjetivamente por seus atos. 
 
 
Em seguida, a visão sobre o assunto foi ampliada pelo Supremo Tribunal Federal, o 
que levou à moderna concepção do instituto. 
 
2.4 Prazo Prescricional 
 
O código civil de 2002, Lei Nº 10.406, artigo 206, parágrafo 3º, V, a pretensão de 
reparação civil, deve ser interpretado de maneira ampla, alcançando tanto a 
responsabilidade contratual (artigos 389 a 405) como a extracontratual (artigos 927 a 
954), ainda que decorrente de dano exclusivamente moral (artigo 186, parte final), e 
o abuso de direito (artigo 187) de acordo com o ministro Marco Aurélio Bellizze. 
O prazo prescricional de três anos para a pretensão de reparação civil aplica-se 
tanto à responsabilidade contratual quanto à responsabilidade extracontratual. 
9 
 
2.5 Espécies da Responsabilidade civil 
 
A responsabilidade civil pode ser classificada de acordo com as suas diferentes 
perspectivas, tais como: objetiva, subjetiva, pré-contratual, contratual, pós-contratual 
e extracontratual. 
 
2.5.1 Objetiva 
 
Na responsabilidade objetiva, para Pereira (1995, p. 04): 
 
 
O dano é gerado por uma atividade lícita, mas que, embora juridicamente 
legal, acarreta um perigo a outrem, originando, assim, o dever de 
ressarcimento, pelo simples implemento do nexo causal. Por isso, a teoria 
do risco surgiu para preencher as brechas que a culpabilidade deixava, 
admitindo reparar o dano sofrido, independentemente da culpa. A teoria da 
culpa prevalece como direito comum ou regra geral básica da 
responsabilidade civil; e a teoria do risco ocupa os espaços excedentes, nos 
casos e situações que lhe são reservados. 
 
 
Complementa Gonçalves (1993, p. 68) que: 
 
A Lei Civil impõe, todavia, para certas pessoas, em determinadas situações, 
a reparação de um dano cometido sem culpa. Quando isso ocorre, 
conforme o autor, diz-se que a responsabilidade é legal ou objetiva, porque 
prescinde da culpa e se satisfaz somente com o dano e o nexo de 
causalidade. Esta teoria dita objetiva, ou de risco, tem como postulado que 
todo dano é indenizável e deve ser imediatamente reparado por quem a ele 
se liga por um simples nexode causalidade, independentemente de culpa. 
 
 
Conforme Rui Stoco (1999, p. 73): 
 
A doutrina da responsabilidade civil objetiva, em contrapartida aos 
elementos tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade) determina que 
a responsabilidade civil assenta-se na equação binária, cujos polos são o 
dano e a autoria do evento danoso. Sem considerar a imputabilidade ou 
investigar a antijuricidade do evento danoso, o que importa, para garantir o 
ressarcimento, é a averiguação de que se sucedeu o episódio e se dele 
proveio algum prejuízo, confirmando o autor do fato causador do dano como 
o responsável. 
 
2.5.2 Subjetiva 
 
A responsabilidade civil subjetiva é aquela pela qual o dano contra a vítima foi 
causado por culpa do agente. 
10 
 
Assim, como abrange o caput do art. 927, do Código Civil, aquele que: 
 
Por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, está obrigado a 
repará-lo; o que esclarece as características para existência da 
responsabilidade civil subjetiva como regra do Código atual. Desse modo, o 
ato ilícito, o dano a outrem e a culpa, caracterizam-se como a base da 
existência da responsabilidade civil subjetiva. 
 
 
Conforme Oliveira (2009): 
 
A culpa, para os defensores da teoria da responsabilidade civil subjetiva, é o 
elemento básico que gera o dever do ofensor de reparar o dano. Portanto, 
para que determinada pessoa seja obrigada a compensar o prejuízo 
ocasionado a outrem, por sua atitude, é necessário que está se apresente 
em estado de plena consciência, ou seja, que tenha sido intencional, 
caracterizando, com isso, o dolo; ou mesmo, que esta pessoa tenha 
descumprido seu dever de pater familiae, agindo, então, com negligência, 
imprudência e imperícia (culpa). Todavia, se o dano não tiver emanado de 
uma atitude dolosa (culpa lato senso) ou culposa (culpa em sentido estrito) 
do agente, compete à vítima suportar os prejuízos, como se tivessem sido 
causados em virtude de caso fortuito ou força maior. 
 
2.5.3 Pré-contratual 
 
A responsabilidade pré-contratual, conforme Lopes (2006, p.07), também chamada 
de culpa in contrahendo: 
 
É a fase que precede a verdadeira celebração do contrato e pode ser 
dividida de duas maneiras: a discussão pura e simples das premissas do 
futuro contrato; momento de profunda negociação que possibilita o início de 
um contrato preliminar, por meio da fixação antecipada das bases do 
contrato final, obrigando apenas os promitentes contratantes a outorgarem a 
escritura definitiva conforme o previamente decidido no contrato inicial. No 
primeiro caso, tem-se as suposições, os pactos preparatórios; no segundo, 
existe uma conjuntura contratual definitiva, mesmo que a sua finalidade seja 
um contrato futuro. 
 
Segundo Venosa (2007): 
 
O tema da responsabilidade pré-contratual pode ser analisada levando-se 
em consideração dois aspectos: (I) a recusa em contratar e (II) o 
rompimento das negociações preliminares. Com relação ao primeiro 
aspecto, o autor afirma que quem se nega a contratar, pura e simplesmente, 
ou quem, injustificadamente, desiste de contratar, logo após eficiente 
processo de negociação, pode ser obrigado a indenizar. E, com relação ao 
segundo aspecto, o autor observa, ainda, que há necessidade de que o 
estágio das preliminares da contratação já tenha imbuído o espírito dos 
postulantes da verdadeira existência do futuro contrato. Não ocorre 
11 
 
indenização, no rompimento de qualquer negociação, mas daquela que já 
tenha ocasionado, em uma das partes, a expectativa razoável de contrato. 
 
2.5.4 Contratual e Extracontratual 
 
Uma subdivisão, da natureza da norma jurídica violada pelo agente causador do 
dano, pode ser feita para traçar uma linha mais didática e legislativa: 
responsabilidade civil contratual e extracontratual. 
A responsabilidade contratual, para Castro e Trad (2010): 
Origina-se efetivamente da inexecução de um contrato, unilateral ou 
bilateral. Isso quer dizer que existiu um descumprimento do acordo de 
vontades firmado entre as partes, originando um ilícito contratual. Vale 
ressaltar, esse pacto de vontade entre as partes pode se dar de forma tácita 
ou expressa, isto é, uma das partes tem a pretensão de ver sua solicitação 
atendida e a outra, da mesma forma, assume a obrigação de cumpri-la, e, 
mesmo que verbalmente, adquiriu uma obrigação, firmando um contrato 
com aquela. 
 
A responsabilidade extracontratual conforme Lopes (2006, p.08), por seu turno: 
 
Refere-se à prática de um ato ilícito que origine dano a outrem, sem que 
possua, contudo, qualquer vínculo contratual entre as partes, e, uma vez 
que compete à parte lesada comprovar, além do dano, a culpa e o nexo de 
causalidade entre ambos, existe uma dificuldade para comprovação da 
mesma. 
 
Para Gomes (2003): 
As responsabilidades contratual e extracontratual se distinguem quanto à 
obrigação de indenizar, da seguinte forma: (I) do inadimplemento de 
obrigação negocial ou “ex lege” e (II) da lesão de direito subjetivo, sem que 
entre o ofensor e a vítima preexista qualquer relação jurídica. Para o autor, 
na primeira hipótese, diz-se que a responsabilidade é contratual; na 
segunda, extracontratual ou delitual. Nas duas, o Diploma Civil confere ao 
agente do dano o dever, tendo por finalidade a prestação da indenização. 
Mesmo que tal obrigação seja a mesma, diferem as duas espécies de 
responsabilidade, de maneira especial, quanto ao fundamento, à razão de 
ser e ao ônus da prova. 
2.5.5 Pós-contratual 
 
A responsabilidade civil pós-contratual, de acordo com Lopes (2006, p.09), é 
também chamada de culpa post pactum finitum. 
12 
 
Caracteriza-se pela obrigação de responsabilização aos prejuízos 
sucedidos após a extinção do contrato, independentemente do 
adimplemento do dever. O autor acrescenta que a responsabilidade pós-
contratual pode ser considerada uma projeção da responsabilidade pré-
contratual, conservando-se as devidas distinções. 
 
O objetivo da responsabilidade pós-contratual é preservar com lealdade as 
informações do contrato após a sua conclusão ou extinção. Todavia, ainda existe 
uma dificuldade em se comprovar e fundamentar essa responsabilidade, 
principalmente a ocorrência de um dano resultante do inadimplemento de deveres 
acessórios de boa-fé objetiva. 
2.6 Jurisprudências 
 
2.6.1 Jurisprudência 1 - Tribunal de Justiça de Minas Gerais TJ-MG - Ap Cível/Rem 
Necessária : AC 10687100110760001 MG 
 
Processo 
AC 10687100110760001 MG 
Orgão Julgador 
Câmaras Cíveis / 1ª CÂMARA CÍVEL 
Publicação 
21/02/2017 
Julgamento 
14 de Fevereiro de 2017 
Relator 
Alberto Vilas Boas 
 
- Ementa: 
Administrativo. Responsabilidade civil do Estado. Extracontratual. Objetiva. Nexo 
de causalidade entre o atropelamento e o ato do Estado. Associação de Direito 
Público. Veiculo à disposição do município. Comprovação dos danos morais e 
estéticos. Condenação. 
 
Restando comprovada a celebração de convênio entre associação de direito 
público e o Município para a prestação de serviços automotores para o transporte 
de servidores e usuários do sistema único de saúde deve ser reconhecida a 
responsabilidade de ambos por atropelamento causado por veículo que se 
encontrava à disposição do município. 
13 
 
Existindo nexo de causalidade entre os danos sofridos pela a autora e o acidente 
deve-se confirmar a sentença que condenou os réus ao pagamento cumulativo de 
danos morais e estéticos. 
 
- Decisão: 
Súmula: Negaram provimento aos apelos, e, em reexame necessário, reformaram 
parcialmente a sentença. 
 
2.6.2 Jurisprudência 2 - Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Apelação : APL 
00069609020128260053 SP 0006960-90.2012.8.26.0053 
 
Processo 
APL 00069609020128260053SP 0006960-90.2012.8.26.0053 
Orgão Julgador 
5ª Câmara de Direito Público 
Publicação 
25/03/2015 
Julgamento 
23 de Março de 2015 
Relator 
Heloísa Martins Mimessi 
 
 
- Ementa: 
Administrativo. Acidente de trabalho. Responsabilidade Extracontratual do Estado. 
 
1. Pretensão indenizatória por danos materiais e morais sofridos pela apelante em 
razão de queda de cadeira que estaria quebrada. Sentença de improcedência, 
fundamentada na ausência de prova do nexo de causalidade entre a omissão do 
Estado e o resultado danoso. 
2. Descumprimento, pelo Município de São Paulo, dos deveres de cuidado prévios e 
posteriores ao evento. Comportamento omissivo do Município que provocou uma 
situação de "inesclarecibilidade" dos fatos relevantes da demanda. Situação 
excepcional que afasta a distribuição normal do ônus da prova. Juízo de 
verossimilhança que, lastreado nas provas disponíveis nos autos (depoimentos das 
testemunhas e documentos, em especial a CAT Comunicação de Acidente de 
Trabalho), permite afirmar a responsabilidade objetiva do ente público. Equiparação 
da situação do servidor público que sofre acidente laboral à posição jurídica de 
14 
 
trabalhador. Aplicação do princípio de proteção, em sua versão in dubio pro 
operário. Pretensão da apelante que encontra amparo na Lei Municipal nº 
9.159/1980 e na Portaria Municipal nº 027/1987. 3. Apelação parcialmente provida, 
para o fim de condenar o Município a indenizar os danos materiais suportados pela 
autora, relativos à troca do implante dentário danificado em decorrência da queda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
3 CONCLUSÃO 
 
Diante do trabalho acadêmico realizado, pudemos concluir que a responsabilidade 
civil surgiu da necessidade de se indenizar alguém que sofreu um dano causado por 
outrem. Mas para que este processo seja feito de forma justa e competente, é 
necessário analisar as várias vertentes da responsabilidade civil do Estado, 
extracontratual, e de natureza objetiva, pois existem formas e espécies diferentes 
que a caracterizam. 
No Brasil, observamos que a responsabilidade extracontratual do Estado é 
baseada na teoria do risco administrativo, integrante na Constituição Federal de 
1988, conforme art. 37, § 6º. Em caso de danos à terceiros, estes podem solicitar 
indenização, mas o Estado, caso comprove que o dano ocorreu por força maior, 
atos de terceiros ou culpa da vítima, podem se eximir da indenização ou diminuir 
seu valor. 
Neste âmbito, as diretrizes das relações contratuais, que ocorre em qualquer uma de 
suas fases, pré-contratual, contratual, pós-contratual ou extracontratual, todas, cada 
uma com suas especificidades, tem como objetivo harmonizar os deveres e direitos 
do contratante e do contratado. 
Assim, fazendo-se cumprir o respeito as relações pessoais e contribuindo para que 
nenhuma das partes permaneça sem reparar o dano causado contra outrem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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