Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alimentos Alternativos para Bovinos de Corte Alunas: Poliana Maria Larissa Inácio Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM 1 Introdução transformações econômicas lucro restrito na pecuária busca por maior eficiência produtiva produtores de carne reduzir custos melhores resultados econômicos alimentação fator que mais pesa ultrapassa 70% do custo total (confinamento) Portanto deve ser dada uma atenção especial ao manejo alimentar dos animais questão de sobrevivência 2 Alimentação dos animais fração volumosa oferecida à vontade; fração concentrada com oferta limitada dependendo dos objetivos do desempenho animal deve-se respeitar a relação do custo/benefício quando for determinar a participação do concentrado na ração total 3 Volumoso ingrediente mais barato (maioria das vezes) seu uso deve ser sempre maximizado sua produção deve ser feita se preocupando com altos índices de produtividade, qualidade nutricional elevada e, custos reduzidos. 4 Concentrado os grãos são os ingredientes que mais encarecem essa fração, principalmente no Brasil relação preço do grão / preço da carne bovina é desvantajosa (maioria das vezes) devem ser buscadas alternativas para substituir os ingredientes clássicos dos concentrados (milho) por outros de menor custo; que não limitem o desempenho animal; de forma que o custo da alimentação e a receita gerada pelo ganho de peso dos animais seja positivo (ao final) 5 Concentrado não é somente o preço que determinará esse uso, mas também qualidade nutricional e presença de princípios tóxicos ou antinutricionais. antes de mais nada fazer análise químico-bromatológica do alimento alternativo que será utilizado ou, pelo menos usar dados sobre a composição do alimento permitindo o balanceamento da dieta com um equilíbrio eficiente dos nutrientes. posteriormente conhecer os efeitos da substituição do alimento tradicional pelo alternativo no desempenho animal permitirá sua adequada utilização. 6 Concentrados energéticos alimentos fornecidos como fonte de energia para os animais, destaca-se o milho, amplamente utilizado em todo o Brasil. como fontes alternativas de substituição podemos citar sorgo polpa cítrica farelo de trigo aveia a disponibilidade depende de região para região. farelo de arroz casca de soja caroço de algodão e grão de soja. 7 Concentrados energéticos de acordo com trabalhos científicos envolvendo a substituição do milho na dieta de bovinos de corte, as principais conclusões foram que alimentos como: outros alimentos como: substituem o milho integralmente/parcialmente sem que isso cause prejuízo no desempenho dos animais. são ricos em gordura e devem ser utilizados sem que ultrapasse o limite de 7% de EE na dieta total (prejudicaria as funções digestivas normais dos animais) Grãode sorgo moído Polpa cítrica Casca de soja Grão de aveia Farelo de trigo Caroço de algodão Farelo de arroz Grão de soja 8 Polpa Cítrica subproduto da fabricação de suco concentrado de laranja, é constituída por cascas, sementes, bagaço e frutas descartadas. sob o aspecto da fermentação ruminal intermediária entre concentrado e volumoso, ou seja, fonte energética em potencial com alto teor de FDN de alta digestibilidade. Teores baixos de amido (diferente do milho), porem rica em açucares (25%), fibras altamente digestíveis (23%) e pectina (25%) carboidrato de mais rápida degradação ruminal que o amido capaz de suprir altas quantidades de energia para os microorganismos ruminais além das qualidades nutricionais época de produção favorável (maio a janeiro) coincide com a entressafra do milho e com o período típico de confinamento. 9 Polpa cítrica Resumindo os principais trabalhos, conclui-se que níveis entre 30 e 40% na dieta pode substituir o milho sem prejuízo Níveis mais elevados podem proporcionar problemas na relação Ca/P da dieta. é uma opção muito interessante para confinamentos custo é inferior ao do milho (em geral) Carvalho (1996) revisou que a PC ( ao contrário de outros alimentos energéticos ) é capaz de elevar o ph ruminal e aumentar as proporções molares de acetato, criando condições favoráveis para a degradação de celulose. 10 10 11 Casca de soja parte externa do grão, obtida por separação durante o processo de extração do óleo. classificada como alimento volumoso porém sua degradação ruminal mais rápida que volumoso mais lenta que concentrados, e devido à sua disponibilidade de energia, vem sendo utilizada na substituição total ou parcial do milho. 12 Casca de soja pouca gordura (máximo 7% ruminantes) apresenta mais de 60% de fibra (alta degradabilidade) é considerada volumoso energético substitui concentrado energético e volumoso (parcialmente) alta quantidade de energia (NDT) MS 91% PB 12% EE 2% FDN 66% NDT 80% 13 Casca de soja Comercializada na forma de casca ou peletizada. Subproduto na forma de casca Subproduto na forma peletizada 14 Trabalhos científicos 15 avaliou a substituição parcial do milho moído por casca de soja, no desempenho de Nelores confinados observou que a substituição de 70% pela casca de soja não afetou o consumo de MS, o ganho de peso, a conversão alimentar e nem o rendimento de carcaça. Ezequiel et. al (2006) Trabalhos científicos 16 avaliou a substituição parcial do milho por casca de soja na dieta de novilhos terminados em confinamento, concluiu que essa substituição é indicada pela melhora proporcionada no ganho de peso e na conversão alimentar, e a proporção a ser adicionada na dieta deve ser em função do fator econômico atual. Restle et. al (2004) Farelo de trigo trigo principal cereal produzido no mundo usado principalmente na alimentação humana seu beneficiamento (tratamento antes do consumo) gera valiosos subprodutos para as rações de ruminantes na obtenção da farinha de trigo, 28% do grão não é aproveitado, originando o FT é muito palatável facilmente incorporado nas rações de ruminantes desde que seja viável economicamente 17 Farelo de trigo pouco amido se comparado a outros grãos, 31%, 18% de PB que apresenta alta degradabilidade, 35% de FDN que devido ao tamanho reduzido das partículas apresenta pequena estimulação a ruminação, 80% de NDT, constituindo boa fonte de energia para os bovinos 4,5% de lipídeos pode rancificar armazenado por muito tempo alta temperatura e umidade 18 Trabalhos científicos 19 Nos poucos trabalhos onde o milho foi substituído pelo farelo de trigo, o ganho de peso diário de bovinos em terminação foi levemente reduzido, quando esta substituição foi superior a 10% dos grãos das rações. Keith e Donald, 1991; Dhuyvetter et al., 1999 Trabalhos científicos 20 Em rações com teores elevados de concentrado (85 a 93%) para bovinos em terminação, a substituição parcial do milho pelo FT (subproduto rico em fibra de alta digestibilidade) causou efeitos positivos no consumo de MS, atribuídos ao possível efeito positivo da redução do amido e aumento da fibra, resultando em manutenção do pH ruminal. Santos et al., (2004). 21 Farelo de arroz integral obtido no processo de polimento dos grãos de arroz, quando são removidos a casca; mais casca menos nutritivo 70% de NDT 13 a 15% de PB 30% de lipídeos (EE) favorece a rancificação ácidos graxos insaturados favorecea multiplicação de fungos produtores de aflatoxinas problemas minimizados pelo uso do calor, antioxidantes ou pela extração do óleo. 22 Farelo de arroz integral inclusão em rações para bovinos é de até 20%, mantendo a dieta com no máximo 7% de gordura potencializa o aproveitamento de proteína e energia efeito positivo no desempenho animal. níveis acima de 20% levam a queda na ingestão total de matéria seca e, consequentemente no ganho de peso dos animais (Bermudes e Peixoto, 1997). 23 24 Farelo de arroz desengordurado resultado da extração do óleo do farelo de arroz integral contém no máximo 2% de EE, 12% de FB e no mínimo 16% de PB vantagem não rancificação, permitindo que o produto seja armazenado por um período de tempo maior inclusão na dieta de bovinos em engorda limitada a ate 40%. 25 Farelo de arroz desengordurado e integral apresenta em torno de 10 vezes mais fósforo (P) que cálcio (Ca), deve-se promover a adição de fontes de Ca à dieta de animais suplementados com estes subprodutos. 26 Aveia duas espécies mais comuns no Brasil aveia branca e preta principal diferença: tamanho dos grãos (maiores na aveia branca) qualidade nutricional não varia muito quando avaliadas pelo peso maior variação de acordo com a quantidade de casca presente também se comporta como um alimento concentrado-volumoso cereal de maior teor de FB (10%) os outros não possuem mais que 3% contém menor conteúdo de energia do que o milho 25% do peso do grão é atribuído a casca 27 Aveia Contém alto teor de óleo (5,2%) em comparação a outros grãos Possui em média 90% de MS, 13% de PB (proteína de boa qualidade) 30% de FDN, 78% de NDT (energia) o amido está presente em média entre 45 e 60% deve ser processada para aumentar a taxa de digestão ruminal do amido 28 Trabalho científico 29 O grão de aveia branca se mostrou viável na alimentação de novilhos terminados em confinamento, a escolha dessa fonte energética fica a critério do produtor, pois irá depender da disponibilidade da mão-de-obra e infra estrutura, além do preço. Smidt et. al 2005 Trabalho científico 30 Devido ao seu alto teor de fibra e menor teor de NDT, a aveia tem menos energia que grãos tradicionalmente usados (milho, sorgo, cevada, trigo), porem, a aveia é uma excelente fonte de energia suplementar e proteína, e pode ser incluída na dieta de bovinos em terminação, em especial, quando as dietas possuem baixos níveis de volumoso. PERRY; CECAVA, 1995 31 Conclusão Os bovinos são animais capazes de utilizar quase todo tipo de alimento, Portanto, fica a cargo do produtor (assessorado por um técnico nutricionista) determinar: quais alimentos poderão ser utilizados, qual o melhor momento para sua utilização e, quais os níveis que cada alimento serão adotados no balanceamento da ração total. O emprego de alimentos alternativos sempre foi e sempre será uma forma eficiente do produtor assegurar desempenho satisfatório dos seus animais a um custo mínimo. 32 OBRIGADA!! 33
Compartilhar