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A Lei de Grimm “Essa lei registra um processo histórico que consiste em uma mutação ocorrida nas consoantes oclusivas em um ponto da evolução das línguas germânicas, nas quais as oclusivas surdas tornam-se aspiradas, e as sonoras tornaram-se surdas. Essa é uma diferença básica existente entre o grupo germânico e outras línguas europeias. [...] a) As línguas germânicas apresentam um /f/ no lugar em que o grego e o latim apresentam um /p/: Pāter (latim), patēr (grego), father (inglês) Pēs (latim), podos (grego), foot (inglês) b) as línguas germânicas apresentam um fonema aspirado /h/ (pronunciado como na palavra inglesa house) no lugar em que o grego e o latim apresentam um /k/: canis (latim), kyōn (grego),hound (inglês) cor (latim), kardia (grego), heart (inglês)” (Martelotta: 2010:50) Além de os comparativistas observarem que as línguas possuem palavras que se assemelham, suas análises possibilitaram a observação acerca da sistematicidade entre as línguas. Veja o exemplo a seguir, apresentado em Martelotta (2010:48). LATIM FRANCÊS ITALIANO ESPANHOL PORTUGUÊS Caput Chef Capo Cabo Cabeça Cārus Cher Caro Caro Caro Campus Champ Campo Campo Campo Cabāllus Cheval Cavallo Cabalo cavalo Sobre o quadro, o autor comenta: “Pode-se notar que há uma regularidade no sentido de que onde, em francês, temos /š/ nas outras línguas românica temos /k/, que também ocorria em latim. Essa correspondência fonética do tipo š-k-k-k, somada a uma série de outros fatores, fornece base para que se proponha uma descendência comum entre essas quatro línguas: o latim. Esse é, em essência, o mecanismo de comparação que caracteriza o chamado método histórico-comparativo.”(p. 48)
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