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Processo Penal II

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INTENSIVO II – 2015 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
Contato – melhor.material.estudo@gmail.com 
 
 
QUESTÕES PREJUDICIAIS 
 
1. CONCEITO 
 
 Questão prejudicial é a questão com valoração penal ou extrapenal que deve ser 
enfrentada pelo juiz antes de decidir o mérito principal. 
 
Exemplo¹: no crime do art. 244 do Código Penal (abandono material), se o réu alegar 
que não é pai da vítima, a paternidade passa a funcionar como questão prejudicial, de modo 
que o juiz só poderá condenar o réu pelo crime de abandono material (questão prejudicada) se 
ele reconhecer que o menor de 18 anos é, de fato, filho do acusado. 
Exemplo²: o crime de lavagem de capitais pressupõe a prática de uma infração penal 
anterior (art. 1º, Lei 9.613/98). Assim, um sujeito só pode ser condenado pela lavagem (questão 
prejudicada) se restar comprovado que o dinheiro é produto de uma infração penal anterior 
(questão prejudicial). 
 
2. NATUREZA JURÍDICA 
 
 Sobre a natureza jurídica das questões prejudiciais existem duas correntes: 
 1ª corrente: a questão prejudicial funciona como uma elementar da infração 
penal (Denílson Feitosa). Essa corrente toma por fundamento o art. 92 do CPP. 
Posição minoritária. 
 2ª corrente: a questão prejudicial funciona como ESPÉCIE DE CONEXÃO; ou seja, 
há um elo que liga a questão prejudicial à questão prejudicada (Mirabete; 
Antonio Scarance Fernandes). Posição majoritária. 
 
3. CARACTERÍSTICAS 
 
a) Anterioridade: a questão prejudicial deve ser apreciada antes da resolução do mérito 
principal. 
 
b) Essencialidade, interdependência ou necessariedade: há uma relação lógica entre a 
questão prejudicial e a questão prejudicada, cuja existência depende daquela. 
 
c) Autonomia: a questão prejudicial pode ser objeto de uma ação autônoma. 
 
4. QUESTÕES PREJUDICIAIS x QUESTÕES PRELIMINARES 
 
QUESTÕES PREJUDICIAIS QUESTÕES PRELIMINARES 
Estão relacionadas ao direito material. Estão relacionadas ao direito processual. 
Estão relacionadas à própria existência da 
infração penal. 
Dizem respeito à ausência de pressupostos 
processuais ou condições da ação. 
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INTENSIVO II – 2015 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
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Existência autônoma. Não são dotadas de existência autônoma. 
Podem ser apreciadas pelo juízo penal ou 
extrapenal. 
Só podem ser analisadas pelo juízo penal. 
Condicionam o conteúdo das decisões 
referentes à questão prejudicada. 
Impedem as decisões sobre as questões 
principais. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO 
 
5.1. QUANTO À NATUREZA 
 
a) Questão prejudicial homogênea, comum ou imperfeita: a questão prejudicial pertence 
ao MESMO RAMO DO DIREITO que a questão prejudicada. Exemplo: lavagem de capitais 
(questão prejudicada) e infração penal antecedente (questão prejudicial). Observe-se 
que os arts. 92 e 93 do CPP não tratam das questões prejudiciais homogêneas, mas sim 
das heterogêneas. Com efeito, o CPP não se preocupa em regular especificamente as 
questões prejudiciais homogêneas, pois elas e as respectivas questões prejudicadas 
pertencem ao mesmo ramo do direito. Sua solução, vale dizer, passa pela aplicação das 
regras de conexão probatória (art. 75, III, CPP). 
 
 Considera-se questão prejudicial homogênea a exceção da verdade no crime de calúnia. 
 
b) Questão prejudicial heterogênea, jurisdicional ou perfeita: a questão prejudicial 
pertence a RAMO DO DIREITO DISTINTO da questão prejudicada. Exemplos: bigamia 
(questão prejudicada) e validade do primeiro casamento (questão prejudicial); sujeito é 
acusado pelo crime de furto (questão prejudicada), mas alega que a coisa é própria, e 
não alheia (questão prejudicial). 
 
5.2. QUANTO À COMPETÊNCIA 
 
a) Questão prejudicial não devolutiva: é aquela que deve ser apreciada no PRÓPRIO JUÍZO 
CRIMINAL (não precisa remeter a outro juízo). Corresponde às questões prejudiciais 
homogêneas. 
 
b) Questão prejudicial devolutiva: 
i. Devolutiva absoluta ou obrigatória: é aquela que, obrigatoriamente, será analisada 
por um JUÍZO EXTRAPENAL. Corresponde às questões prejudiciais heterogêneas 
relativas ao estado civil das pessoas (art. 92 do CPP). 
ii. Devolutiva relativa ou facultativa: é aquela que, eventualmente, pode ser 
apreciada pelo juízo extrapenal. Corresponde às questões prejudiciais 
heterogêneas que NÃO dizem respeito ao estado civil das pessoas (art. 93 do CPP). 
 
5.3. QUANTO AOS EFEITOS 
 
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INTENSIVO II – 2015 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
 
Contato – melhor.material.estudo@gmail.com 
 
 
a) Questão prejudicial necessária ou em sentido estrito: é aquela que sempre acarreta a 
suspensão do processo. Corresponde às questões prejudiciais devolutivas absolutas 
(pois elas têm que ser julgadas por um juízo extrapenal). 
 
b) Questão prejudicial em sentido amplo: nem sempre haverá a suspensão do processo, já 
que tais questões podem ser apreciadas pelo juízo penal. Corresponde, portanto, às 
questões prejudiciais não devolutivas e as devolutivas relativas. 
 
Obs. A suspensão do processo em virtude de questão prejudicial NÃO acarreta a suspensão do 
inquérito policial, já que não há falar em questão prejudicial na fase investigatória. 
 
5.4. QUANTO AO GRAU DE INFLUÊNCIA SOBRE A QUESTÃO PREJUDICADA 
 
a) Questão prejudicial total: é aquela que tem o condão de fulminar a existência do crime. 
Ex.: se o primeiro casamento for nulo, não haverá o crime de bigamia. 
 
b) Questão prejudicial parcial: é aquela que se limita ao reconhecimento de uma 
circunstância, deixando incólume a existência da infração penal. Ressalte-se, entretanto, 
que, de acordo com os arts. 92 e 93 do CPP, somente se autoriza o reconhecimento de 
uma questão prejudicial quando esta for capaz de repercutir na EXISTÊNCIA da infração. 
Quando a questão prejudicial, portanto, disser respeito a uma mera circunstância, não 
se deve reconhecê-la e nem, por consequência, suspender o processo. 
 
6. SISTEMAS DE SOLUÇÃO DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS 
 
6.1. SISTEMA DA COGNIÇÃO INCIDENTAL (OU DO PREDOMÍNIO DA JURISDIÇÃO PENAL) 
 
 De acordo com esse sistema, o juiz penal SEMPRE TERÁ COMPETÊNCIA para apreciar a 
questão prejudicial, ainda que pertencente a outro ramo do direito. A vantagem é a celeridade 
processual, uma vez que cabe ao juiz penal resolver tudo, inclusive o que for de outro ramo do 
direito. Criticam alguns, por outro lado, no sentido de que esse sistema violaria o princípio do 
juiz natural. 
 
6.2. SISTEMA DA PREJUDICIALIDADE OBRIGATÓRIA 
 
 De acordo com esse sistema, o juiz criminal JAMAIS SERÁ COMPETENTE para apreciar 
prejudicial referente a outro ramo do direito. O seu aspecto positivo é o respeito ao princípio 
do juiz natural, em detrimento, contudo, da celeridade processual. 
 
6.3. SISTEMA DA PREJUDICIALIDADE FACULTATIVA 
 
 De acordo com esse sistema, o juiz criminal PODERÁ OU NÃO remeter a decisão sobre a 
prejudicial heterogênea ao juízo extrapenal. Nesse caso, percebe-se que há um certo grau de 
discricionariedade do julgador. 
 
 
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6.3. SISTEMA ECLÉTICO OU MISTO 
 
 Esse sistema, adotado pelo CPP, resulta da fusão dos sistemas da prejudicialidade 
obrigatória com o da prejudicialidade facultativa, resultando no seguinte: 
 
 Quanto às prejudiciais heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas, vigora 
o SISTEMA DA PREJUDICIALIDADE OBRIGATÓRIA. 
 Quanto às demais questões prejudiciais heterogêneas, vigora o SISTEMA DA 
PREJUDICIALIDADE FACULTATIVA. 
 
SISTEMAS DE SOLUÇÃO DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS 
COGNIÇÃO 
INCIDENTAL 
PREJUDICIALIDADE 
OBRIGATÓRIA 
PREJUDICIALIDADE 
FACULTATIVA 
ECLÉTICO 
(CP) 
O juiz penal sempre 
terá competência 
para apreciar a 
questão prejudicial, 
ainda que 
pertencente a outro 
ramo do direito. 
O juiz criminal jamais 
será competente para 
apreciar prejudicial 
referente a outro 
ramo do direito.O juiz criminal poderá 
(ou não) remeter a 
decisão sobre a 
prejudicial 
heterogênea ao juízo 
extrapenal. 
Sistema da 
prejudicialidade 
obrigatória 
(prejudiciais 
heterogêneas 
relativas ao estado 
civil das pessoas) 
+ 
Sistema da 
prejudicialidade 
facultativa 
 (demais questões 
prejudiciais 
heterogênas) 
 
 Vigora, no Brasil, o sistema eclético ou misto, segundo o qual, em relação às questões 
prejudiciais heterogêneas relativas ao estado civil das pessoas, aplica-se o sistema da 
prejudicialidade obrigatória, de forma que compete ao juízo cível resolver a questão, ao 
passo que, no que concerne às demais questões heterogêneas, utiliza-se o sistema da 
prejudicialidade facultativa. 
 
7. QUESTÃO PREJUDICIAL DEVOLUTIVA ABSOLUTA OU OBRIGATÓRIA (ART. 92 DO CPP) 
 
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infraçãodepender da solução 
de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil 
das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível 
seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem 
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prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas 
de natureza urgente. 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, 
quando necessário, promoverá a ação civilou prosseguirá na que tiver 
sido iniciada, com a citação dos interessados. 
 
7.1. PRESSUPOSTOS 
 
a) Existência da infração penal: 
 
 Essa questão prejudicial somente pode ser reconhecida se ela estiver relacionada à 
EXISTÊNCIA da infração penal. Lembre-se que, no caso de meras circunstâncias, (agravantes ou 
atenuantes), não haverá suspensão do processo. 
 
 Exemplo: sujeito é acusado da prática de roubo contra o seu próprio pai. Durante o 
processo criminal, o acusado alega que tramita no juízo cível uma ação negativa de 
paternidade. Nesse caso, a questão da paternidade não interfere na existência do crime; pouco 
interessa se o roubo foi praticado contra o pai ou contra quem não é pai; o roubo não restará 
desconfigurado por conta disso. A circunstância de o crime ter sido praticado contra 
ascendente, caracterizará apenas agravante de pena (art. 61, II, “e”, CPP), que não enseja a 
suspensão do processo. 
 
b) Controvérsia séria e fundada (o juiz não pode suspender a ação penal por conta de 
qualquer controvérsia). 
 
c) Questão prejudicial heterogênea relativa ao estado civil das pessoas: exemplos: 
questões relacionadas à validade do casamento; paternidade; filiação. 
 
7.2. CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO 
 
a) Inquirição das testemunhas e produção de outras provas de natureza urgente: 
 
Nesse contexto, destaque-se que não devemos confundir o art. 92 do CPP com o art. 
366 do CPP. No caso do art. 92 do CPP, há OBRIGATORIEDADE na inquirição das testemunhas e 
na produção de outras provas urgentes. No caso do art. 366 do CPP, por sua vez, ao juiz é 
facultado adotar tais providências; caso opte pela produção da prova, deverá fundamentar 
(Súmula 455 do STJ). 
 
ART. 92 DO CPP ART. 366 DO CPP 
A prova testemunhal deve ser 
obrigatoriamente produzida. 
O simples decurso do tempo não 
autoriza a oitiva das testemunhas 
(o juiz deve fundamentar). 
 
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b) Suspensão do PROCESSO e da PRESCRIÇÃO até o trânsito em julgado da decisão 
cível: 
 
Sobre o assunto, devemos conjugar o art. 92 do CPP com o art. 116, inciso I, do CP: 
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não 
corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa 
o reconhecimento da existência do crime; 
 
 Márcio foi denunciado pelo crime de bigamia. O advogado de defesa peticionou ao juízo 
criminal requerendo a suspensão da ação penal, por entender que o primeiro casamento 
de Márcio padecia de nulidade, fato que gerou ação civil anulatória, em trâmite perante 
o juízo cível da mesma comarca. Nessa situação hipotética, a ação penal deverá ser 
suspensa até que a nulidade do primeiro casamento de Márcio seja resolvida 
definitivamente no juízo cível. 
 
 Um homem de vinte e um anos de idade responde a processo judicial sumário no qual 
lhe é imputada a participação na prática de crimes perpetrados havia três anos. O 
defensor público responsável por sua defesa alegou, em sede de resposta preliminar, 
que o rapaz era menor de idade à época da ocorrência dos fatos e que apresentava 
incapacidade mental absoluta superveniente. A questão prejudicial alegada pelo 
defensor, na qual se discute o estado civil da pessoa e o incidente de insanidade mental, 
arguidos no curso da ação penal, tem como efeito a suspensão do processo, com a 
suspensão da prescrição no primeiro caso. 
 
Outras causas de suspensão do processo e da prescrição: 
 
São causas que suspendem o processo e a prescrição: 
 
1) Reconhecimento de questão prejudicial (art. 92 do CPP, c/c art. 116, I, CP); 
2) Citação por edital (art. 366 do CPP); 
3) Suspensão condicional do processo (art. 89 e §1º da Lei 9.099/95); 
4) Parcelamento do débito tributário, que deve ocorrer antes do recebimento da 
denúncia (art. 83, §§2º e 3º, da Lei 9.430/96). 
5) Recebimento de denúncia contra o parlamentar + decisão da suspensão pela Casa 
(art. 55, §§3º a 5º, CF/88). 
 
Frise-se que a suspensão da prescrição é matéria de direito penal prejudicial ao acusado. 
Logo, todas as hipóteses de suspensão da prescrição devem estar previstas em lei. 
Existem, entretanto, causas de suspensão do processo, mas que não suspendem a 
prescrição. Exemplo: doença mental superveniente à infração penal – art. 152 do CPP (o correto 
seria o legislador estabelecer, nesse caso, também a suspensão da prescrição, mas não o fez, 
caso em que não é possível a analogia in malam partem). 
 
c) Intervenção do Ministério Público no processo cível: 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art116
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Em virtude do princípio da obrigatoriedade, essa intervenção poderá se dar mesmo nos 
casos em que o MP não tenha legitimação originária no cível. Frise-se, ainda, que essa 
intervenção não se dará, necessariamente, pelo mesmo promotor. 
Sobre o assunto, o art. 92, p. único, do CPP: 
 
Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, 
quando necessário, promoverá a ação civilou prosseguirá na que tiver 
sido iniciada, com a citação dos interessados. 
 
 Nas questões prejudiciais heterogêneas obrigatórias, o Ministério Público está 
legitimado a ajuizar a ação civil para solucionar a controvérsia da qual dependa o 
reconhecimento da existência de crime, se a infração penal apurada for ação pública, de 
modo a ensejar o rápido deslinde da questão. Durante a tramitação da ação cível, não 
fluirá o prazo prescricional, ficando suspenso o processo até o fim desta. 
 
8. QUESTÃO PREJUDICIAL DEVOLUTIVA RELATIVA OU FACULTATIVA (ART. 93 DO CPP) 
 
Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penaldepender 
de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da 
competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para 
resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil 
soluçãoe não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o 
curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das 
outras provas de natureza urgente. 
§ 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser 
razoavelmente prorrogado, se a demora não for imputável à parte. 
Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz 
criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competênciapara 
resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa. 
§ 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. 
§ 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, 
incumbirá ao Ministério Público intervir imediatamente na causa cível, 
para o fim de promover-lhe o rápido andamento. 
 
8.1. PRESSUPOSTOS 
 
a) Prejudicial relacionada à EXISTÊNCIA da infração penal. 
 
b) Questão prejudicial heterogênea não relativa ao estado civil das pessoas: 
 
Pode se referir a qualquer matéria, de qualquer ramo do direito, desde que não se refira 
ao estado civil das pessoas. Exemplo: exercício arbitrário das próprias razões (STF). 
 
c) Ação cível já deve estar em andamento. 
 
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d) Questão de difícil solução. 
 
e) Ausência de limitações quanto à prova fixadas pela lei civil. 
 
Exemplo de limitação quanto à prova fixada pela lei civil é a constante do art. 227 do 
Código Civil (a prova testemunhal só é possível nos negócios jurídicos com valor inferior a dez 
salários mínimos). Ocorre que, no processo penal, vigora o princípio da busca da verdade e o da 
liberdade quanto aos meios de prova. Por isso, se houver restrições à prova fixadas na lei civil, 
não é possível o reconhecimento da prejudicial, já que haveria evidente prejuízo se a solução 
da controvérsia tivesse que ocorrer no cível. 
 
 Tratando-se de questões prejudiciais facultativas, a suspensão do processo fica 
condicionada, entre outras circunstâncias, à prévia existência de ação civil ajuizada para 
resolver controvérsia considerada de difícil solução, desde que não verse sobre direito 
cuja prova a lei civil limite, garantidas a oitiva das testemunhas e a realização das 
provas de natureza urgente. 
 
8.2. CONSEQUÊNCIAS DO RECONHECIMENTO 
 
a) Inquirição das testemunhas e produção de outras provas urgentes. 
 
b) Suspensão do processo e da prescrição pelo prazo determinado pelo juiz criminal: 
 
No caso da prejudicial devolutiva relativa, o juiz criminal determina o prazo de 
suspensão, que pode ser prorrogado (perceba a diferença com a prejudicial devolutiva 
absoluta, caso em que o processo e a prescrição ficam suspensos até o trânsito em julgado da 
decisão cível). Findo esse prazo, caso não haja uma decisão do cível, o juiz penal retomará a 
competência para apreciar a prejudicial, ainda que incidentalmente. 
 
c) Intervenção do Ministério Público no cível. 
 
9. RECURSOS CABÍVEIS 
 
 Contra a decisão que determinar a suspensão do processo, caberá RESE (art. 581, XVI, 
CPP). Frise-se que a decisão que não determinar a suspensão do processo é irrecorrível, nos 
termos do art. 93, §2º, do CPP. Mas é claro que, havendo prejuízo à liberdade de locomoção, é 
cabível o HC. 
 
10. DECISÃO CÍVEL E SUA REPERCUSSÃO NO ÂMBITO CRIMINAL 
 
 A decisão proferida pelo juízo penal quanto às questões prejudiciais heterogêneas não 
relativas ao estado civil das pessoas NÃO FAZ COISA JULGADA NO ÂMBITO CÍVEL, pois a 
apreciação dessa controvérsia é feita de maneira incidental, e não está acobertada pelos limites 
objetivos da coisa julgada. 
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 Por outro lado, a decisão do juízo cível acerca de questão prejudicial heterogênea, 
relativa ou não ao estado civil das pessoas, FAZ COISA JULGADA NO ÂMBITO CRIMINAL, pouco 
importando se houve ou não a suspensão do processo criminal. 
 Ex.: João está sendo processado pelo crime de adultério (quando ainda era crime). Em 
sua defesa, alega que o seu casamento é nulo e que, inclusive, esta questão está sendo 
discutida no âmbito cível. A decisão do juízo cível sobre a validade ou não do casamento 
repercutirá no âmbito criminal. 
 
11. PRINCÍPIO DA SUFICIÊNCIA DA AÇÃO PENAL 
 
 De acordo com esse princípio, em algumas situações, o processo penal, por si só, já é 
suficiente para dirimir todas as controvérsias, sem que haja necessidade de remeter as partes 
ao juízo cível para a solução de uma questão prejudicial. É o que ocorre com as questões 
prejudiciais heterogêneas não relativas ao estado civil das pessoase que não sejam de difícil 
solução. 
 
PROCEDIMENTO COMUM 
 
1. DIREITO INTERTEMPORAL 
 
 Direito intertemporal é a discussão quanto ao direito a ser aplicado na hipótese de 
sucessão de leis no tempo. 
 
1.1. NORMAS DE DIREITO PENAL 
 
 O art. 5º, XL, da CF/88, consagra o princípio da lei penal mais gravosa: “a lei penal não 
retroagirá, salvo para beneficiar o réu”. A outra face desse princípio, por sua vez, é a 
ultratividade da lei penal mais benéfica. A aplicação da norma penal leva em conta a época do 
fato delituoso (tempus delicti). 
Exemplo: a pena cominada ao crime de injúria varia de 1 a 6 meses. Supondo que esse 
delito tenha sido cometido no dia 04/05/2010, qual é o prazo da prescrição da pretensão 
punitiva abstrata? De acordo com o art. 109, VI, do CP, a PPP se dará em 03 anos. Perceba, 
entretanto, que esse dispositivo foi alterado pela Lei 12.243/10 (antes, o prazo era de 02 anos); 
a vigência dessa lei se deu a partir de 06/05/2010. Esse novo prazo, por ser mais prejudicial, só 
se aplica aos crimes praticados após 06/05/2010. Logo, no exemplo em comento, a PPP se dará 
em 02 anos (regra antiga, mais benéfica). 
 
PRINCÍPIO DA SUFICIÊNCIA 
DA AÇÃO PENAL
Processo penal, por si só, já é 
suficiente para dirimir todas 
as controvérsias
Questões prejudiciais 
heterogêneas não relativas 
ao estado civil das pessoas 
Não sejam de difícil solução
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1.2. NORMAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
A doutrina processual penal trabalha com três espécies de normas processuais: 
 
1.2.1. NORMAS GENUINAMENTE PROCESSUAIS 
 
As normas genuinamente processuais são aquelas que cuidam de procedimentos, atos 
processuais e técnicas do processo. Às normas genuinamente processuais aplica-se o PRINCÍPIO 
DA APLICAÇÃO IMEDIATA (art. 2º do CPP), pouco importando se a norma é benéfica ou 
prejudicial, vigorando o chamado tempus regit actum. Ressalte-se que os atos processuais já 
praticados continuam válidos. 
 
1.2.2. NORMAS PROCESSUAIS MISTAS OU MATERIAIS 
 
Quanto ao conceito dessa espécie de norma processual, vamos encontrar duas 
correntes: 
 
a) Corrente restritiva: norma processual mista é aquela que, apesar de disciplinada em 
diplomas processuais penais, dispõe sobre o conteúdo da pretensão punitiva, tais 
como aquelas relativas ao direito de queixa, representação, prescrição, decadência, 
perempção etc. Ex.: um crime era de ação penal pública e foi transformado em ação 
penal privada; essa nova regra é processual, mas repercute na pretensão punitiva 
(aumento das causas extintivas da punibilidade). 
 
b) Corrente ampliativa: norma processual mista é aquela que estabelece condições de 
procedibilidade, espécies de prisão cautelar ou de liberdade provisória, enfim, todas 
as normas processuais que repercutem no direito de liberdade do agente. É a 
corrente que vem ganhando força na doutrina (Gustavo Badaró). Ex.: a prisão 
temporária foi criada pela Lei 7.960/89. 
 
Em se tratando de norma processual mista ou material, diz a doutrina que se aplica o 
mesmo critério do D. Penal, ou seja, o critério da IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS 
GRAVOSA, ou, por outro lado, o critério da ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA. 
 
Casuística: 
 
a) Art. 90 da Lei 9.099/95: 
 
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais 
cuja instrução já estiver iniciada. 
 
De acordo com esse dispositivo, as normas da Lei 9.099/95 não se aplicam aos 
processos com instrução já iniciada. 
Qual a natureza da Lei dos Juizados? Essa lei cuida de procedimento, mas também de 
dispositivos que vão repercutir na liberdadedo acusado (transação penal, suspensão 
condicional do processo etc.). Trata-se, portanto, de LEI PROCESSUAL MATERIAL OU MISTA. 
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A Lei 9.099/95 foi objeto da ADI 1.719. O STF entendeu que as normas de direito penal 
mais favoráveis podem retroagir em favor do acusado. 
 
b) Nova redação dada ao art. 366 do CPP pela Lei 9.271/96: 
 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão 
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei 
nº 9.271, de 17.4.1996)(Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
 
 Esse dispositivo passou a prever o que acontece com o acusado citado por edital: 
suspensão do processo + suspensão da prescrição. 
 
ACUSADO CITADO POR EDITAL 
(ART. 366, CPP) 
ANTES DA LEI 9.271/96 APÓS A LEI 9.271/96 
Caso o acusado não comparecesse, sua 
revelia era decretada, com o 
prosseguimento do feito, assegurada a 
defesa técnica. 
Se o acusado não comparecer e nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e a prescrição. 
 
Perceba o detalhe: a suspensão do processo é norma processual; a suspensão da 
prescrição, por sua vez, é norma de direito penal (prejudicial). Surge, então, a polêmica que, à 
época, foi instaurada: qual regra aplicar aos crimes praticados antes da Lei 9.271/96? À época, 
alguns doutrinadores se posicionaram no sentido de que o art. 366 deveria ser dividido em dois 
pedaços, de modo a aplicar apenas a norma processual (não se aplicaria a norma penal por ser 
mais gravosa). Entretanto, diante da natureza mista da norma, acabou prevalecendo o 
entendimento de que a Lei 9.271/96 só deveria ser aplicada aos crimes cometidos após o início 
da sua vigência. 
 
c) Leis 11.689/08 e 11.719/08 e sua aplicação aos processos em andamento: 
 
A Lei 11.689/08 alterou o procedimento do Tribunal do Júri (entrou em vigor no dia 
09/08/08) e a Lei 11.719/08 alterou o procedimento comum (entrou em vigor no dia 22/08/08). 
À época em que essas duas leis entraram em vigor, vários processos criminais já 
estavam em andamento, por óbvio. Essas novas leis podem ser aplicadas a estes processos? 
Sobre o assunto, explica a doutrina que existem três sistemas distintos, senão vejamos: 
 
 Sistema da unidade processual: apesar de se desdobrar em uma série de atos 
distintos, o processo apresenta uma unidade. Logo, só pode ser regulado por 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art366
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uma única lei, qual seja, a lei anterior, para que a lei nova não opere efeitos 
retroativos. 
 
 Sistemas das fases processuais: cada fase processual pode ser regulamentada 
por uma lei distinta (o processo não é mais visto como um todo unitário, mas de 
forma segmentada), desde que a nova lei se aplique apenas a partir da próxima 
fase. 
 
 
 
 
 
 
 S
istema do isolamento dos atos processuais: é o adotado pelo CPP (art. 2º). De 
acordo com esse sistema, a lei nova não é capaz de atingir os atos processuais 
praticados sob a vigência da lei anterior. Porém, é aplicada aos ATOS 
PROCESSUAIS ainda não praticados, pouco importando a fase processual. 
Exemplo: antes da Lei 11.719/08, o interrogatório era o primeiro ato da 
instrução probatória; depois dessa lei (que entrou em vigor no dia 22/08/2008), 
o interrogatório passou a ser o último ato; vamos imaginar que o interrogatório 
do acusado tenha sido realizado no dia 10/05/08; o juiz marcou a audiência para 
a oitiva de testemunhas para o dia 30/08/08; é preciso realizar novo 
interrogatório? Existem doutrinadores que entendem que sim (Antônio 
Magalhães Gomes Filho); o tema foi parar no STF, que se posicionou no sentido 
de que, se o acusado já fora interrogado antes, não haveria necessidade de outro 
interrogatório. 
 
d) Art. 4º da Lei 11.689/08 e a extinção do protesto por novo Júri: 
 
O art. 4º da Lei 11.689/08 pôs fim ao antigo protesto por novo júri, que sempre foi 
considerado um dos piores recursos existentes no Processo Penal. Ele era cabível quando 
alguém era condenado, pela prática de um crime, a uma pena igual ou superior a 20 anos; 
bastava o réu protestar que um novo júri deveria ser realizado. 
Podemos, assim, formular o seguinte questionamento: qual a natureza da lei que revoga 
um recurso, mais especificamente o protesto por novo júri? Existem duas correntes sobre o 
assunto, senão vejamos: 
 1ª corrente: o art. 4º da Lei 11.689/08 é norma processual material (ou mista). 
Logo, se o crime foi praticado antes do dia 09/08/08, o acusado terá direito ao 
protesto por novo júri, pouco importando a data do julgamento. 
 2ª corrente: o art. 4º da Lei 11.689/08 é norma genuinamente processual. Nesse 
caso, a lei que se aplica ao recurso é aquela que está vigor quando do 
PROFERIMENTO DA SENTENÇA, pouco importando a data do crime. No caso do 
júri, este momento se dá após a leitura da sentença em Plenário. Esse é o 
posicionamento amplamente majoritário. 
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O crime do casal Nardoni se encaixa na situação acima: eles praticaram o crime quando 
o protesto por novo júri ainda existia, porém, quando do proferimento da sentença, já estava 
em vigor a Lei 11.689/08. Logo, aplicando-se o posicionamento da 2ª corrente (majoritário), 
chega-se à conclusão de que os réus não fazem jus ao protesto por novo júri, revogado pela 
referida lei. 
 
 
 
 
1.2.3. NORMA PROCESSUAL HETEROTÓPICA 
 
Consiste na introdução de norma penal dentro de uma norma processual penal, ou vice-
versa. Tal norma não se confunde com as normas processuais mistas, já que estas apresentam 
dupla natureza, ou seja, de direito material em uma parte e de direito processual em outra. 
Exemplo: causas extintivas da punibilidade espalhadas na legislação processual penal (ex.: 
suspensão condicional do processo na Lei dos Juizados Especiais Criminais). 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DO PROCEDIMENTO COMUM 
 
 Antigamente, o procedimento comum era classificado de acordo com a natureza da 
pena. Ex.: se a pena era de reclusão, o procedimento era um; pena de detenção, o 
procedimento era outro. Isso foi abandonado. Agora, com o advento da Lei 11.719/08, o 
procedimento passou a ser classificado de acordo com a quantidade de pena. Vejamos: 
 
a) Procedimento comum ordinário: pena máxima IGUAL ou SUPERIOR a 4 anos. Ex.: 
furto simples. 
 
b) Procedimento comum sumário: pena máxima INFERIOR a 4 e SUPERIOR a 2 anos. 
Ex.: homicídio culposo do Código Penal (pena máxima de 3 anos). 
 
c) Procedimento comum sumaríssimo (Juizados): infração de menor potencial ofensivo 
= contravenções penais + crimes com pena máxima NÃO SUPERIOR (ou seja, igual ou 
inferior) a 2 anos, cumulada ou não com multa. É o procedimento que se aplica no 
âmbito dos Juizados Especiais Criminais. Ex.: jogo do bicho; desacato. 
 
 O procedimento comum será ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção 
máxima cominada seja igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade; 
ou sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 
quatro anos de pena privativa de liberdade. 
 
Se o crime não estiver sujeito a nenhum procedimento especial, deve ser seguido o 
procedimento comum. O procedimento comum é o principal, porém só vai ser utilizado 
subsidiariamente, ou seja, quando não houver previsão de um procedimentoespecial. Ex.: 
tráfico de drogas (procedimento especial da Lei 11.343/06); mensalão (procedimento especial 
da Lei 8.038/90). 
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2.1. QUESTÕES ESPECIAIS 
 
a) Art. 41 da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06): 
 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra 
a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 
9.099, de 26 de setembro de 1995. 
 
 Por conta do dispositivo acima, ainda que a pena máxima não seja superior a 2 anos, os 
crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher NÃO serão julgados pelos 
Juizados. Logo, os delitos praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher serão 
processados e julgados por um juízo comum, aplicando-se o procedimento comum ordinário 
OU o procedimento comum sumário, a depender da quantidade de pena, mas nunca o 
procedimento comum sumaríssimo (dos Juizados). 
 
b) Art. 94 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03): 
 
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de 
liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento 
previsto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, 
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do 
Código de Processo Penal. 
 
Esse dispositivo prevê que, aos crimes previstos no Estatuto do Idoso com pena máxima 
não superior a 4 anos (ou seja, igual ou inferior a 4 anos), aplica-se o procedimento 
sumaríssimo (dos Juizados). Inicialmente, entendeu-se que todo crime dessa lei com pena não 
superior a 4 anos seria infração de menor potencial ofensivo, sendo possível, inclusive, a 
aplicação dos institutos despenalizadores. Isso, entretanto, seria um benefício ao criminoso, 
sendo que a lei, ao contrário, tem por objetivo proteger o idoso. 
PROCEDIMENTO 
COMUM NO 
PROCESSO 
PENAL
ORDINÁRIO
Pena máxima IGUAL
ou SUPERIOR a 4 anos 
(ex.: furto simples).
SUMÁRIO
Pena máxima 
INFERIOR a 4 anos e 
SUPERIOR a 2 anos 
(ex.: homicídio 
culposo do CP).
SUMARÍSSIMO 
(Juizados)
Infração penal de 
menor potencial 
ofensivo
Contravenção penal
Crime com pena 
máxima NÃO 
SUPERIOR a 2 anos, 
cumulada ou não com 
multa.
Leva em conta a 
QUANTIDADE de 
pena.
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Essa questão chegou ao STF, que decidiu que não se aplicam aos crimes do Estatuto do 
Idoso os institutos despenalizadores da Lei 9.099/95, mas apenas o procedimento sumaríssimo. 
Em outras palavras, se a pena máxima não for superior a 4 anos, aplica-se o procedimento 
comum sumaríssimo, mas não se aplicam os institutos despenalizadores da Lei 9.099/95. A 
ideia do legislador foi dar um procedimento mais rápido (em favor do idoso), e não mais 
benéfico ao réu. 
 
2.2. QUALIFICADORAS, PRIVILÉGIOS, CAUSAS DE AUMENTO DE DIMINUIÇÃO DE PENA, E 
CONCURSO DE CRIMES 
 
 O que é levado em consideração quando da fixação do procedimento? Exemplo: sujeito 
pratica homicídio culposo (pena: 1 a 3 anos) + ocultação de cadáver (pena: 1 a 3 anos), em 
concurso material. Os dois delitos, isoladamente, dariam ensejo ao procedimento comum 
sumário. Ocorre que, aplicando-se o critério do cúmulo material (que é o critério utilizado para 
o concurso material de crimes), as penas devem ser somadas, chegando a uma pena que varia 
de 2 a 6 anos. Neste caso, o procedimento aplicável será o comum ordinário. Note, portanto, 
que não se aplica o mesmo raciocínio da prescrição, em que cada crime prescreve 
isoladamente. 
 Podemos concluir, assim, que as qualificadoras, os privilégios, as causas de aumento e 
de diminuição, e o concurso de crimes são todos levados em consideração para a fixação do 
procedimento. 
Frise-se que, quando se tratar de causa de aumento ou de diminuição variável, devemos 
utilizar a fração que resulte na pena máxima possível. Assim: 
 
 Causa de aumento variável – maior fração (ex.: entre 1/3 e 2/3, utiliza-se 2/3); 
 Causa de diminuição variável – menor fração (ex.: entre 1/3 e 2/3, utiliza-se 1/3). 
 
Ressalte-se, por outro lado, que as agravantes e atenuantes NÃO são levadas em 
consideração, uma vez que, nesta situação, o legislador não determina o critério de aumento 
ou de diminuição. Além disso, elas não precisam constar da peça acusatória (prevalece o 
entendimento de que o juiz pode conhecer agravantes que não tenham sido alegadas na peça 
acusatória); logo, se elas não estão na denúncia ou na queixa, não podem ser levadas em 
consideração para a fixação do procedimento. 
 
FIXAÇÃO DO TIPO DE PROCEDIMENTO 
O QUE SE LEVA EM CONSIDERAÇÃO 
O QUE NÃO SE LEVA EM 
CONSIDERAÇÃO 
 Qualificadoras e privilégios; 
 Causas de aumento e de 
diminuição; 
 Concurso de crimes. 
 Agravantes e atenuantes. 
 
2.3. PROCEDIMENTO ADEQUADO NAS HIPÓTESES DE REUNIÃO DE PROCESSOS EM FACE DA 
CONEXÃO E DA CONTINÊNCIA 
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 Para a fixação do procedimento adequado, devemos observar, inicialmente, qual o juízo 
com força atrativa. Existem casos em que o juízo possui força atrativa com relação a outro 
crime. Ex.: sujeito pratica o crime de tráfico de drogas + homicídio doloso. Se os crimes forem 
conexos, os dois delitos serão julgados pelo Tribunal do Júri, que exerce força atrativa. 
Vamos imaginar outra situação de conexão: roubo + tráfico de drogas; o roubo, em tese, 
está sujeito ao procedimento comum ordinário, enquanto o tráfico de drogas se submete ao 
procedimento especial da Lei 11.343/06. Perceba que se trata de dois crimes julgados pelo 
mesmo juízo, porém submetidos a procedimentos distintos. O que fazer? Qual procedimento 
prevalece? 
Sobre o assunto, o art. 28 da Lei 6.368/76 (antiga Lei de Drogas) estabelecia que, em 
caso de conexão entre crimes desta lei e outras infrações penais, o procedimento deveria ser o 
previsto para a infração mais grave. Assim, no exemplo dado, utilizando-se o antigo critério, 
ambos os crimes deveriam seguir o procedimento especial da Lei de Drogas, pois o tráfico de 
drogas é mais grave do que o roubo. 
Ocorre que a Lei 6.368/76 foi revogada. A Lei 11.343/06, por sua vez, nada diz sobre o 
assunto. Assim, de acordo com a doutrina e com a jurisprudência, deve ser adotado o 
PROCEDIMENTO MAIS AMPLO, e não o da infração mais grave. Por procedimento mais amplo, 
devemos entender aquele que melhor assegure às partes o exercício de suas faculdades 
processuais (não necessariamente o mais longo, o que dure mais). 
Assim, no exemplo dado, em que há conexão entre roubo + tráfico de drogas, deve ser 
adotado o procedimento comum ordinário, que traz mais vantagens às partes (mais 
testemunhas; audiência de instrução e julgamento pode ser dividido em outras fases etc.). 
 
3. OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
Os requisitos da peça acusatória estão previstos no art. 41 do CPP: 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, 
com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do 
crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
A peça acusatória deve estar lastreada por elementos informativos relacionados à 
autoria e à materialidade. Lembre-se que uma acusação criminal não pode ser feita de maneira 
leviana e temerária. 
 
4. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
 Oferecida a peça acusatória, o juiz procederá ao juízo de admissibilidade, de modo que 
poderá recebê-la (juízo positivo) ou rejeitá-la (juízo negativo). 
 
4.1. MOMENTO 
 
 Quanto ao momento de realização do juízo de admissibilidade da peça acusatória, o CPP 
apresenta dois dispositivos em aparente antinomia: art. 396 e art. 399. 
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Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia 
ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará 
a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo 
de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora 
para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, 
do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do 
assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
 Perceba que, de acordo com o art. 396 do CPP, o juiz receberá ou rejeitará a peça 
acusatória logo após o seu OFERECIMENTO. 
 A análise isolada do art. 399 do CPP dá a entender que, antes do juízo de 
admissibilidade, incumbe ao magistrado notificar o acusado para apresentar defesa prévia. 
Consequentemente, o juiz só poderia receber ou rejeitar a peça acusatória depois de 
apresentada a defesa pelo acusado. 
 Prevalece, todavia, o entendimento de que o juízo de admissibilidade deve ser realizado 
IMEDIATAMENTE APÓS O OFERECIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA (STJ). 
 
MOMENTO DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE 
ART. 396 DO CPP ART. 399 DO CPP 
Imediatamente após o 
oferecimento da peça acusatória. 
Após a apresentação da defesa 
prévia pelo acusado. 
 
5. REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
5.1. CAUSAS DE REJEIÇÃO DA PEÇA ACUSATÓRIA (ART. 395 DO CPP) 
 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação 
penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
 Vamos ao estudo de cada uma delas. 
 
a) Inépcia da peça acusatória (inciso I): 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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Podemos compreender a inépcia como o não preenchimento dos requisitos obrigatórios 
da peça acusatória. Há alguns doutrinadores que diferenciam a inépcia formal da inépcia 
material. Ocorrerá a inépcia formal quando a peça acusatória não preencher os requisitos do 
art. 41 do CPP; a inépcia material, por sua vez, restará verificada quando não houver justa 
causa para o início do processo. Essa distinção, vale dizer, não tem mais importância prática, na 
medida em que a ausência de justa causa foi prevista pelo legislador no art. 395, inciso III; logo, 
nem se trata, propriamente, de inépcia da denúncia ou queixa. 
Ainda, segundo os Tribunais Superiores, a inépcia da peça acusatória só pode ser 
arguida ATÉ A SENTENÇA, sob pena de preclusão. Assim, por exemplo, não se pode alegar a 
inépcia na apelação. 
 
b) Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação (inciso II): 
 
Quanto às condições da ação, temos que da peça acusatória devemos extrair: 
 Possibilidade jurídica do pedido; 
 Legitimidade ad causam; 
 Interesse de agir. 
 
Quanto aos pressupostos processuais, por sua vez, diz a doutrina que eles podem ser de 
duas espécies: 
 Pressupostos processuais de existência: 
o Existência de uma demanda (veiculada pela peça acusatória); 
o Órgão investido de jurisdição (o juiz deve ser competente e imparcial); 
o Presença de partes que possam estar em juízo (capacidade de ser parte). 
 Pressupostos processuais de validade: 
o Inexistência de vícios processuais; 
o Originalidade da demanda (só se pode instaurar um processo penal 
contra alguém se a imputação for original, ou seja, cabe à acusação 
comprovar a inexistência de litispendência ou de coisa julgada). 
 
c) Ausência de justa causa para o exercício da ação penal (inciso III): 
 
A expressão “justa causa” tem vários significados. Resumidamente, para fins de rejeição 
da peça acusatória, “justa causa” deve ser compreendida como o lastro probatório mínimo 
indispensável para a instauração de um processo penal. Um processo penal não pode ser 
instaurado contra alguém de forma leviana e temerária. Essa é a hipótese mais comum de 
rejeição da peça acusatória. 
 
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5.2. REJEIÇÃO PARCIAL DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
 É possível a rejeição parcial da peça acusatória? Vejamos. 
Cumpre destacar, inicialmente, que, como regra, o juiz não pode alterar a classificação 
constante da denúncia. Ex.: denúncia por estelionato – o juiz não pode dizer que recebe a 
denúncia, mas pela prática de falsidade ideológica. 
Por outro lado, a rejeição parcial da peça acusatória é plenamente possível, por mais 
que se entenda que não é dado ao juiz alterar a classificação do fato delituoso por ocasião do 
recebimento da peça acusatória. Exemplo: MP oferece denúncia por dois crimes; um dos 
crimes é o furto e o outro é calúnia, que é de ação penal privada; o juiz deve receber a 
denúncia apenas com relação ao crime de furto, rejeitando-a quanto à imputação de calúnia, 
dada a ilegitimidade do MP para tanto. 
 
5.3. RECURSO ADEQUADO CONTRA A DECISÃO QUE REJEITA A PEÇA ACUSATÓRIA 
 
 Antigamente, alguns doutrinadores sustentavam que rejeição ≠ não recebimento. Hoje, 
entretanto, entende-se que “rejeição” e “não recebimento” são sinônimos. Quanto ao recurso 
cabível, não houve qualquer alteração: RESE (art. 581, I, CPP). Assim, cabe RESE contra a 
decisão que rejeita/não recebe a peça acusatória. 
 Uma vez interposto o RESE, deve o acusado ser intimado? Claro que sim, pois o acusado 
tem interesse na manutenção da decisão recorrida. Assim, interposto o RESE, o acusado deve 
ser intimado para que apresente contrarrazões, por meio de seu advogado constituído. 
 
Atenção! Na prática forense, o juiz, antes de mandar intimar o acusado, nomeia a Defensoria 
Pública. Em princípio, essa atitude seria louvável. Todavia, devemos lembrar que o acusado tem 
o direito de constituir o seu próprio defensor, e não necessariamente um defensor público. 
Assim, o correto é que o juiz mande intimar primeiro o acusado. Nesse sentido, a Súmula 707 
do STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao 
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”. 
 
CAUSAS DE REJEIÇÃO DA 
PEÇA ACUSATÓRIA
Inépcia da peça acusatória 
(deve ser arguida até a 
sentença).
Ausência dos pressupostos 
processuais ou das condições 
da ação.
Ausência de justa causa para 
o exercício da ação penal 
(lastro probatório mínimo).
É possível a REJEIÇÃO PARCIAL 
da peça acusatória.
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 Vamos imaginar que o juiz de 1ª instância rejeite a peça acusatória por ausência de justa 
causa. O Ministério Público, por sua vez, interpõe RESE. O Tribunal de Justiça dá provimento ao 
RESE– isso significa dizer que o tribunal está recebendo a peça acusatória. O TJ devolve os 
autos ao juiz de 1ª instância. Sabendo que o recebimento da peça acusatória é causa 
interruptiva da prescrição, pergunta-se: quando a prescrição é interrompida? Quando o tribunal 
julga o recurso ou quando os autos chegam ao juiz da 1ª instância? A regra é que a interrupção 
da prescrição ocorre quando o tribunal julga o recurso. Podemos dizer assim, portanto, que o 
acórdão que dá provimento ao RESE vale, desde já, como o recebimento da peça acusatória, 
com a consequente interrupção da prescrição, SALVO se reconhecida a nulidade da decisão de 
1ª instância. Pode ser que o tribunal, ao julgar o RESE, reconheça a nulidade da decisão 
recorrida; nessa situação, o tribunal é obrigado a devolver os autos ao juiz de 1ª instância, para 
que esta profira uma nova decisão; se, por um acaso, o magistrado, nessa nova decisão, 
determinar o recebimento da peça acusatória, a interrupção da prescrição se dará neste 
momento. Nesse sentido, inclusive, a Súmula 709 do STF: “Salvo quando nula a decisão de 
primeiro grau, o acórdão que prove o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, 
pelo recebimento dela”. 
 Observe-se, ainda, que, nos Juizados Especiais Criminais, o recurso adequado é a 
APELAÇÃO (art. 82 da Lei 9.099/95). Não há nenhuma lógica para essa previsão, mas ela é 
bastante cobrada nas provas de primeira fase. 
 
 
 
6. RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
6.1. (DES) NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO 
 
 O recebimento da peça acusatória deve ser fundamentado? Nesse ponto, existe 
divergência entre a doutrina e a jurisprudência, senão vejamos: 
 
 Para a doutrina (Antonio Magalhães Gomes Filho; Gustavo Badaró), a decisão de 
recebimento da peça acusatória deve ser fundamentada, porém de maneira 
RECURSO CONTRA A 
DECISÃO QUE REJEITA A 
PEÇA ACUSATÓRIA
Procedimento comum
RESE
O acórdão que dá provimento ao 
RESE vale, desde já, como o 
recebimento da peça acusatória, 
com a consequente interrupção 
da prescrição, SALVO se 
reconhecida a nulidade da 
decisão de 1ª instância.
Juizados Especiais 
Criminais
APELAÇÃO
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adequada para que não haja prejulgamento (afinal, o juízo ainda é apenas de 
admissibilidade). 
 Para a jurisprudência, no entanto, não há necessidade de fundamentação, pois 
se corre o risco de o juiz acabar fazendo um prejulgamento. Há decisões, 
inclusive, admitindo o recebimento tácito da denúncia (ex.: o juiz falou apenas 
“cite-se o acusado”). Ressalte-se, entretanto, que a fundamentação é obrigatória 
nos procedimentos em que há previsão legal de defesa preliminar (que não é o 
caso do procedimento comum). 
 
6.2. CONSEQUÊNCIAS DO RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA 
 
a) Interrupção da prescrição: sem dúvida alguma, é a consequência mais importante de 
todas. Interrompe-se a prescrição quando o juiz RECEBE a peça acusatória. Lembre-
se que a interrupção da prescrição só ocorre se a decisão for dada por um JUIZ 
COMPETENTE. Logo, podemos dizer que o recebimento da denúncia por órgão 
judiciário incompetente NÃO interrompe a prescrição penal. 
 
b) Causa de fixação da competência por prevenção: previsto no art. 83 do CPP. 
 
c) Marco inicial do processo: prevalece o entendimento de que não é o oferecimento 
da peça acusatória que instaura a ação penal, mas sim o seu RECEBIMENTO pelo juiz. 
O processo só se inicia uma vez estabelecida a tríplice relação processual, com o 
chamamento do réu, mormente se considerarmos que, segundo a nova redação do 
art. 363 do CPP, o processo terá completada a sua formação quando realizada a 
citação do acusado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.3. RECURSO ADEQUADO CONTRA A DECISÃO QUE RECEBE A PEÇA ACUSATÓRIA 
 
 Diferentemente da hipótese de rejeição, NÃO há previsão legal de recurso contra a 
decisão que recebe a peça acusatória. Ressalte-se, entretanto, que os Tribunais Superiores vêm 
admitindo a utilização do HABEAS CORPUS, quando houver risco à liberdade de locomoção, 
para fins de trancamento do processo (tecnicamente, não se está trancando a “ação”, que já foi 
exercida, mas o processo). 
CONSEQUÊNCIAS DO 
RECEBIMENTO DA PEÇA 
ACUSATÓRIA
Interrupção da prescrição 
(desde que recebida por 
juiz competente).
Causa de fixação da 
competência por 
prevenção.
Marco inicial do processo 
(doutrina majoritária).
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 Cumpre destacar que são hipóteses (excepcionais) que autorizam o trancamento do 
processo por meio de HC, admitidas pelos Tribunais Superiores: 
 Manifesta atipicidade formal/material (ex.: princípio da insignificância); 
 Causa extintiva de punibilidade; 
 Ausência de justa causa; 
 Ausência dos pressupostos processuais ou das condições da ação. 
 
 
7. CITAÇÃO DO ACUSADO 
 
 Citação é o ato de comunicação processual por meio do qual se dá CIÊNCIA AO 
ACUSADO acerca da instauração de um processo penal contra a sua pessoa, ao mesmo tempo 
em que o convoca para exercer o seu DIREITO DE DEFESA. 
 A citação, portanto, conjuga dois aspectos importantes: CIÊNCIA DO ACUSADO + 
CHAMAMENTO PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA. Perceba que a citação conjuga, 
assim, duas garantias constitucionais: com a ciência do acusado, a citação materializa o 
contraditório; quando é chamado para se defender, a citação materializa a ampla defesa. 
Nesse contexto, não há como negar que eventual vício da citação é causa de NULIDADE 
ABSOLUTA, que pode ser arguida mesmo após o trânsito em julgado de sentença condenatória 
ou absolutória imprópria. Nesta hipótese (em que o vício é alegado após o trânsito em julgado), 
o instrumento cabível é o HC ou a revisão criminal. A citação viciada, que gera a nulidade 
absoluta, é chamada de circundunção. 
Ressalte-se que, se, a despeito de vício da citação, o acusado tomar conhecimento do 
processo, a nulidade não deve ser declarada. Trata-se de hipótese de nulidade absoluta que 
não deve ser declarada, uma vez que não gerou prejuízo ao réu – aplicação do princípio da 
instrumentalidade das formas, segundo o qual, mesmo diante de um vício, se a finalidade de 
um ato for atingida, não há por que reconhecer a nulidade. Nesse sentido, inclusive, é a norma 
do art. 570 do CPP: 
 
Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação 
estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato 
consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argui-la. O 
RECURSO CONTRA A 
DECISÃO QUE RECEBE A 
PEÇA ACUSATÓRIA
Não há previsão legal.
Jurisprudência = cabe 
HABEAS CORPUS, 
quando houver risco à 
liberdade de locomoção 
do acusado.
Outras hipóteses 
excepcionais que 
autorizam o 
trancamento do 
processo por meio de HC
Manifesta atipicidade 
formal/material.
Causa extintiva de 
punibilidade.
Ausência de justa causa.
Ausência dos 
pressupostos 
processuais e condições 
da ação.
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juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando 
reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte. 
 
7.1. FINALIDADE DA CITAÇÃO 
 
Com o advento da Lei 11.719/08, a finalidade da citação passa a ser a APRESENTAÇÃO 
DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO. Antigamente, o acusado era citado para que fosse interrogado 
(este era o primeiro ato após a citação). Hoje, contudo, dentro do procedimento comum, o ato 
subsequente à citação é o oferecimento da resposta à acusação. Nesse sentido, o art. 396 do 
CPP: 
 
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia 
ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará 
a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo 
de 10 (dez) dias. (Redaçãodada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Ressalte-se, entretanto, que, em alguns procedimentos especiais, a finalidade da citação 
continua sendo a realização do interrogatório, que constitui o primeiro ato da instrução. Nesses 
casos, portanto, a citação não tem por finalidade a apresentação da resposta à acusação, mas 
sim o interrogatório do acusado. Quais são esses procedimentos especiais? Vejamos: 
 Lei de Drogas (art. 57); 
 CPPM; 
 Procedimento originário dos Tribunais (art. 7º da Lei 8.038/90). 
 
Não obstante a previsão do art. 7º da Lei 8.038/90, cumpre destacar um importante 
julgado do STF, no sentido de que, mesmo no procedimento originário dos Tribunais, o 
interrogatório deveria ser realizado nos mesmos moldes do procedimento comum. Ou seja, 
entendeu o Supremo que o interrogatório deve ser realizado ao final da instrução do processo. 
Renato Brasileiro critica esse julgado do STF, argumentando que tem o condão de gerar uma 
insegurança jurídica, na medida em que se está alterando um procedimento previsto em lei; 
bem assim, não haveria óbice a que esse entendimento se estenda ao procedimento da Lei de 
Drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
7.2. EFEITOS DA CITAÇÃO VÁLIDA 
 
 No processo civil, os efeitos da citação válida são inúmeros, previstos no art. 219 do CPC. 
No processo penal, por sua vez, o único efeito da citação é estabelecer a ANGULARIDADE DA 
RELAÇÃO PROCESSUAL. Nesse sentido, o art. 363 do CPP: 
FINALIDADE DA 
CITAÇÃO
PROCEDIMENTO 
COMUM
Apresentação da 
resposta à acusação.
PROCEDIMENTOS 
ESPECIAIS
Interrogatório do 
acusado.
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Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada 
a citação do acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
O que caracterizará a prevenção do juízo no processo penal? A prevenção do juízo 
restará caracterizada na prática do primeiro ato decisório, ainda que anterior ao oferecimento 
da peça acusatória. Exemplo de ato que torna prevento o juízo: convalidação judicial da prisão 
em flagrante (quando o juiz convalida a prisão em flagrante, ele está praticando um ato 
decisório, anterior ao oferecimento da peça acusatória, situação que o torna prevento). Mas 
nada impede, todavia, que o recebimento da denúncia também configure um marco para a 
prevenção penal (art. 83 do CPP). 
Quando a litispendência estará presente no processo penal? A litispendência estará 
presente a partir do momento em que ocorrer o recebimento de nova peça acusatória em face 
do mesmo acusado. 
Quando se considera a interrupção da prescrição no processo penal? Diferentemente do 
que ocorre no processo civil, a interrupção da prescrição no processo penal não depende da 
citação, mas sim do RECEBIMENTO da peça acusatória pelo JUÍZO COMPETENTE. Logo, nenhum 
valor terá o ato de recebimento da denúncia praticado por um juiz incompetente. 
 
7.3. ESPÉCIES DE CITAÇÃO 
 
 7.3.1. CITAÇÃO PESSOAL OU REAL 
 
É aquela feita PESSOALMENTE, ou seja, o próprio acusado toma conhecimento da 
existência do processo. No processo penal, essa citação é a regra (no processo civil, por outro 
lado, a regra é a citação postal). 
É possível a citação por meios eletrônicos no processo penal? Cumpre destacar, 
inicialmente, que, de acordo com o art. 1º da Lei 11.419/06, o uso do meio eletrônico na 
tramitação de processos judiciais é aplicável ao processo penal, em qualquer grau de jurisdição. 
Em que pese tal previsão, é óbvio que, no processo penal, NÃO se admite a citação do acusado 
por meio eletrônico. Nesse sentido, inclusive, a própria Lei 11.419/06, em seu art. 6º. 
 
Como fazer a citação da pessoa jurídica? A citação deve ser feita na pessoa do seu 
representante legal ou de algum diretor que tenha poderes especiais para receber a citação. 
Como é feita a citação dos inimputáveis? Há doutrinadores que dizem que a citação 
deve ser feita na pessoa do próprio inimputável. Esse posicionamento, entretanto, não deve ser 
acolhido. Em se tratando de inimputável, sobretudo quando a inimputabilidade já tiver sido 
reconhecida, a citação deve ser feita na pessoa do curador – é a chamada citação imprópria. Se 
não houver curador, e percebendo o oficial de justiça que o sujeito não tem condições de 
receber o mandado, ele deve certificar essa situação nos autos, a fim de que o juiz tome as 
providências cabíveis. 
A citação pessoal pode se dar das seguintes formas: 
 
a) Citação por mandado: 
 
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A citação é feita por mandado quando o acusado reside na MESMA COMARCA. Possui 
requisitos extrínsecos e intrínsecos. Os requisitos intrínsecos do mandado de citação estão no 
art. 352 do CPP, enquanto os requisitos extrínsecos estão no art. 357 do CPP. 
 
Requisitos intrínsecos: 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais 
característicos; 
IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
 
Requisitos extrínsecos: 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na 
qual se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua 
aceitação ou recusa. 
 
 Considere que tenha sido apurado que determinada pessoa, antes de dirigir e provocar 
um acidente de trânsito em decorrência do qual tenham morrido duas pessoas, haja 
consumido bebidas alcoólicas e outras substâncias entorpecentes. Nesse caso, estando 
essa pessoa internada em hospital para se recuperar das lesões sofridas em decorrência 
do referido acidente, a sua citação poderá ser feita ainda no hospital, desde que ela 
esteja em condições de receber a comunicação processual. 
 
b) Citação por carta precatória: 
 
A citação por precatória deve ser realizada quando o acusado reside em COMARCA 
DISTINTA, em local certo e sabido. 
Sobre o assunto, dispõe o art. 353 do CPP: 
 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz 
processante, será citado mediante precatória. 
 
 Em que pese o silêncio da lei, certo é que, para a realização da citação por carta 
precatória, o acusado deve residir em outra comarca, porém em lugar certo e sabido. 
 A doutrina ainda faz referência à chamada carta precatória itinerante: é a carta que 
chega a uma comarca, mas o oficial de justiça toma conhecimento de que o acusado se mudou 
para outra comarca; nessa situação, o juízo deprecado não precisa devolver a carta precatória, 
podendo ser remetida à comarca onde, de fato, o acusado está residindo. Nesse sentido, o art. 
355, §1º, do CPP: 
 
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Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de 
feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição 
de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação 
da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. 
 
Importante destacar, ainda, o art. 355, §2º, do CPP: 
 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, 
independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de 
feita a citação por mandado do juiz deprecado. 
§ 2o Certificado pelo oficial de justiça que oréu se oculta para não ser 
citado, a precatória será imediatamente devolvida, para o fim previsto 
no art. 362. – a precatória não precisa mais ser devolvida, pois o oficial 
procederá à citação com hora certa. 
 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial 
de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, 
na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado 
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
 De acordo com o art. 355, §2º, se, no juízo deprecado, o oficial de justiça verificar que o 
acusado está se ocultando para não ser citado, a precatória deve ser devolvida, para fins do art. 
362 do CPP. Ocorre que este último dispositivo foi alterado pela Lei 11.719/08; antigamente, a 
norma previa a citação por edital (por isso a precatória tinha que ser devolvida). Hoje, 
entretanto, a previsão é de citação por hora certa. Podemos dizer, assim, que, se, no juízo 
deprecado, verificar-se que o acusado se oculta para não ser citado, deve ser feita a CITAÇÃO 
POR HORA CERTA, independentemente de prévia manifestação do juízo deprecante (ou seja, a 
precatória não mais precisa ser devolvida). 
 
Citação do militar: 
 
A citação do militar está ligada à hierarquia e à disciplina. Por isso, estabelece o art. 358 
do CPP que “a citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço”. A ideia 
é que o militar não seja citado na frente dos demais, constrangendo-o, causando prejuízo à 
hierarquia e à disciplina. Esse dispositivo, vale dizer, somente é aplicado ao MILITAR DA ATIVA. 
O militar em inatividade deve ser citado como qualquer outro acusado. 
O art. 280 do CPPM também dispõe sobre o tema: 
 
Art. 280. A citação a militar em situação de atividade ou a assemelhado 
far-se-á mediante requisição à autoridade sob cujo comando ou chefia 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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estiver, a fim de que o citando se apresente para ouvir a leitura do 
mandado e receber a contrafé. 
 
Citação do funcionário público: 
 
Dispõe o art. 359 do CPP que: 
 
Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em 
juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua 
repartição. 
 
A regra é que o funcionário público seja citado pessoalmente. Entretanto, de acordo 
com o art. 359, caso haja a necessidade de comparecimento em juízo, o chefe do órgão também 
deve ser comunicado. Lembre-se que não pode haver prejuízo à continuidade do serviço 
público. Existem doutrinadores, vale dizer, que sustentam que o chefe deve ser informado 
apenas quanto à data do comparecimento em juízo, mas não quanto aos detalhes do processo 
(Pacelli). 
 
Citação do acusado preso: 
 
O art. 360 do CPP, em sua redação original, previa que, se o acusado estivesse preso, 
bastava a sua requisição ao diretor do presídio. Atualmente, com o advento da Lei 10.792/03, o 
referido dispositivo passou a prever que, “se o acusado estiver preso, será pessoalmente 
citado”. 
Diante da nova redação do art. 360 do CPP, devemos interpretar com cuidado a Súmula 
351 do STF: “É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o 
juiz exerce a sua jurisdição”. De acordo com a referida súmula, se o acusado, por exemplo, está 
preso no estado de São Paulo, não pode o juiz deste estado realizar a citação por edital. E se o 
acusado estiver preso em outra unidade da federação, é possível a sua citação por edital? 
Destaque-se que esse enunciado foi elaborado antes da Lei 10.792/03, que claramente não faz 
distinção se deve o acusado estar preso na mesma ou em outra unidade da federação para que 
a citação seja pessoal. Por esse motivo, interpretando a nova redação do art. 360 do CPP, diz a 
doutrina que, se o acusado está preso, ele deve ser citado pessoalmente, pouco importando a 
localidade da prisão, razão pela qual a Súmula 351 do STF encontra-se ultrapassada. 
Entretanto, os Tribunais Superiores entendem que a Súmula 351 do STF continua válida (STJ). 
 
Citação do acusado no estrangeiro: 
 
Estabelece o art. 368 do CPP que: 
 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado 
mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de 
prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 
17.4.1996) 
 
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Essa citação deve ser realizada por meio da carta rogatória. Por óbvio, a rogatória só 
será expedida se o acusado estiver em local certo e sabido no estrangeiro. Se o acusado estiver 
em local incerto no exterior, será citado por edital. 
Até pouco tempo atrás, o acusado só poderia ser citado por carta rogatória se a infração 
praticada fosse inafiançável; se a infração fosse afiançável, a citação poderia se dar por edital. 
Hoje não é mais assim. A citação por carta rogatória vai ocorrer tanto no caso de infração 
afiançável quanto inafiançável. 
Como a rogatória vai demorar muito tempo para ser cumprida, o legislador passou a 
prever que, uma vez expedida a carta, ocorrerá a SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO. Perceba que, 
por óbvio, não haverá a suspensão do processo, já que atos estão sendo praticados (citação do 
acusado). 
 
Sobre a carta rogatória, dispõe o art. 222-A do CPP que: 
 
Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada 
previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com 
os custos de envio. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)– dispositivo 
aplicável apenas à carta rogatória expedida para a oitiva de 
testemunhas. 
Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1o e 2o 
do art. 222 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009) 
 
O art. 222-A do CPP se aplica à citação por carta rogatória? É preciso demonstrar, 
previamente, a sua imprescindibilidade, bem como a parte requerente deve arcar com os custos 
do envio? NÃO. Perceba que o art. 222-A do CPP não está localizado no capítulo que trata da 
citação, mas sim das testemunhas. Esse dispositivo, portanto, refere-se à carta rogatória 
expedida para a oitiva de testemunhas, e não para a citação do acusado no estrangeiro (a 
imprescindibilidade da citação é presumida!). 
 
Citação em legações estrangeiras: 
 
Dispõe o art. 369 do CPP que: 
 
 Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações 
estrangeiras serão efetuadas mediante carta rogatória. (Redação dada 
pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
Perceba que o dispositivo não está falando em citação do acusado no estrangeiro, mas 
em citação em legações estrangeiras. “Legações estrangeiras” são embaixadas e consulados no 
território nacional. Assim, por exemplo, a citação de alguém que mora no Consulado de Israel 
deve ser feita por cara rogatória (desde que essa pessoa não goze de imunidade). 
A prescrição é suspensa no caso do art. 369 do CPP? Há quem diga que sim, por analogia 
com o art. 368 do CPP. Esse, todavia, não é o melhor entendimento. Suspensão da prescrição é 
matéria de Direito Penal prejudicial ao acusado. Perceba que tanto o art. 368 quanto o art. 369 
tiveram as suas redações alteradas pela mesma lei, que diferenciou a citaçãodo acusado no 
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estrangeiro da citação em legações estrangeiras. Assim, não é possível aplicar o art. 368 do CPP 
ao caso, sob pena de analogia in malam partem. 
 
c) Citação por carta de ordem: 
 
Carta de ordem é aquela expedida por um Tribunal aos juízes subordinados. Sobre esse 
instrumento, dispõe o art. 9º, §1º, da Lei 8.038/90: 
 
Art. 9º - A instrução obedecerá, no que couber, ao procedimento 
comum do Código de Processo Penal. (Vide Lei nº 8.658, de 1993) 
§ 1º - O relator poderá delegar a realização do interrogatório ou de 
outro ato da instrução ao juiz ou membro de tribunal com competência 
territorial no local de cumprimento da carta de ordem. 
 
 
7.3.2. CITAÇÃO FICTA OU PRESUMIDA 
 
Trabalha-se com uma PRESUNÇÃO DE QUE O ACUSADO TOMOU CIÊNCIA DA 
ACUSAÇÃO. Lembre-se que a regra é a citação pessoal. A citação ficta, portanto, é sempre 
EXCEPCIONAL. São duas as suas modalidades: citação por edital e citação por hora certa. 
 
a) Citação por edital: 
 
Quanto ao edital de citação, os seus requisitos constam do art. 365 do CPP: 
 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
CITAÇÃO PESSOAL OU 
REAL
CITAÇÃO POR 
MANDADO
Acusado reside na MESMA 
COMARCA.
CITAÇÃO POR 
PRECATÓRIA
Acusado reside em 
COMARCA DISTINTA, em 
LOCAL CERTO E SABIDO.
Carta itinerante: verificando 
que o réu se mudou para 
outra comarca, o juiz 
deprecado deve remeter a 
carta à nova comarca.
Réu se oculta para não ser 
citado = CITAÇÃO COM 
HORA CERTA (juiz 
deprecado não precisa 
devolver a carta).
CITAÇÃO POR CARTA DE 
ORDEM
Expedida por um tribunal 
aos juízes subordinados.
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II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais 
característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do 
processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na 
imprensa, se houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar 
o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação 
ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por 
exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do 
jornal com a data da publicação. 
 
O inciso V trata do chamado prazo de dilação, ou seja, o prazo em que o edital fica 
publicado. No caso da citação, esse prazo é de 15 dias, nos termos do art. 361 do CPP. Isso 
significa dizer que, quando o edital é publicado, devemos esperar 15 dias; somente após esse 
período é que se considerará realizada a citação. 
Sobre o edital de citação, diz a Súmula 366 do STF: “Não é nula a citação por edital que 
indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a denúncia ou queixa, ou não resuma os 
fatos em que se baseia”. Essa súmula foi elaborada, porque, antigamente, havia quem dissesse 
que o edital de citação deveria trazer a transcrição integral da peça acusatória (o edital seria 
semelhante à entrega da contrafé). 
 
 Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), não é nula a 
citação por edital que se limita a indicar o dispositivo da lei penal, não transcrevendo o 
inteiro teor da denúncia ou queixa, inexistindo violação ao princípio do contraditório e 
da ampla defesa. 
 
Cumpre destacar que, nos Juizados, NÃO cabe citação por edital e nem citação por carta 
rogatória. Os Juizados prezam pela celeridade do procedimento, incompatível, pois, com a 
complexidade de tais instrumentos. 
 
 Hipóteses autorizadoras da citação por edital: 
 
 Acusado em local inacessível: ressalte-se que favela não é considerado um local 
inacessível, por mais perigosa que seja; nesse caso, deve ser requisitado auxílio 
da polícia militar. Diz a doutrina que se aplica, subsidiariamente, o art. 231, II, do 
CPC. 
 
 Acusado em local incerto e não sabido: diante da certidão do oficial de justiça 
que diz que o acusado se encontra em local incerto e não sabido, já é possível 
realizar a citação por edital? Não. Lembre-se que esta é uma providência a ser 
adotada em caráter excepcional. Antes da citação por edital, devem ser 
ESGOTADOS os meios de localização do acusado. 
 
 Consequência da citação por edital: 
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Quem é citado por edital no processo penal, provavelmente, não irá aparecer. Por esse 
motivo, ao acusado nessa situação se aplica o art. 366 do CPP: 
 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem 
constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo 
prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das 
provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão 
preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei 
nº 9.271, de 17.4.1996)(Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
 
 A citação por edital acarretará, assim, a SUSPENSÃO DO PROCESSO E DA PRESCRIÇÃO. 
Maiores detalhes sobre esse dispositivo serão analisados na aula de Lavagem de Capitais. 
 
b) Citação por hora certa: 
 
A citação por hora certa foi introduzida no processo penal pela Lei 11.719/08. Vem 
prevista no art. 362 do CPP: 
 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial 
de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, 
na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 
11.719, de 2008). 
Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado 
não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
São requisitos (cumulativos) para que seja realizada a citação por hora certa: 
1) Acusado procurado por três vezes em seu endereço e não encontrado; 
2) Suspeita de ocultação. 
 
 Em processo penal, se verificar que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de 
justiça deverá certificar a ocorrência e proceder à citação com hora certa. 
 
O procedimento a ser seguido é o previsto nos arts. 227 a 229 do CPC: 
 
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o 
réu em seu domicílio ou residência, sem o encontrar, deverá, havendo 
suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua 
falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a 
citação, na hora que designar. 
 
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, 
independentemente de novo despacho, comparecerá ao domicílio ou 
residência do citando, a fim de realizar a diligência. 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art366
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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