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Paulo César Sola (Inicial)

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_________________________________________________________________________ 
Rua 103, Qd F-19, Lt 15, nº 131, Setor Sul, Goiânia-Go 
Fone: (62) 3541-8024/8313-3113 
sousacamposadv@hotmail.com 
AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE GOIANIA-GO. 
 
 
Art. 22 do CDC. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, 
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra 
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, 
contínuos. 
 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou 
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as 
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os 
danos causados, na forma prevista neste código. 
 
 
 
 
 
 PAULO CESAR SOLA, brasileiro, inscrito no RG de nº 
3101158 e CPF de nº 575684991-20, residente e domiciliado na Rua Acesso 2, Lt 
C-34, Resid. Terra Nova, Goiânia, Goiás, CEP –75000000-00, por seus 
procuradores e advogados (m.j.), com endereço profissional transcrito no rodapé, 
o qual indica para os fins do art. 39, inciso I do Código de Processo Civil, vem à 
presença de V.Exa., propor a presente 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS C/C REPARAÇÃO POR 
DANOS MORAIS, em face de 
 
 SANEAMENTO DE GOIÁS S/A - SANEAGO, 
sociedade de economia mista, com sede na Avenida Fued José Sebba, 1.245, 
Jardim Goiás, CEP: 74.805-010, mediante os fatos e fundamentos a seguir 
expostos: 
 
 
 DOS FATOS 
 
 A parte autora é moradora de uma unidade 
residencial na Rua Acesso 2, Lt C-34, Resid. Terra Nova, em Goiânia, Goiás, 
onde reside há anos. O bairro é bastante populoso e conta com vários 
moradores. 
 
 
_________________________________________________________________________ 
Rua 103, Qd F-19, Lt 15, nº 131, Setor Sul, Goiânia-Go 
Fone: (62) 3541-8024/8313-3113 
sousacamposadv@hotmail.com 
 Como é fato público e notório, basta apenas ligar a 
TV nos telejornais locais que não faltam matérias sobre a falta de água em 
vários setores da capital e região metropolitana, incluindo, Trindade 
 
 
http://www.nosopinando.com.br/falta-de-agua-em-goiania-seria-consequencia-da-
corrupcao-na-saneago/ 
 
http://www.blogdosergiovieira.com.br/2017/09/divino-pai-eterno-trindade-esta-
ficando.html 
 
http://www.blogdosergiovieira.com.br/2017/09/falta-dagua-em-trindade-preocupa.html 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=lXR9ysbHuZ4 EM 1:27minutos SANEAGO DIZ 
QUE NÃO TEM FALTA DE ÁGUA, MAS SIM FALTA DE INVESTIMENTO 
 
https://www.opopular.com.br/editorias/cidade/confira-os-bairros-que-podem-ficar-sem-
%C3%A1gua-nesta-sexta-feira-1.1379606 
 
https://www.opopular.com.br/editorias/cidade/moradores-de-goi%C3%A2nia-e-
regi%C3%A3o-pedem-socorro-por-causa-da-falta-d-%C3%A1gua-1.1380820 
 
 
 E o problema mais grave Excelência, é que o fato é 
recorrente nos últimos 15 anos e a empresa promovida, sabedora disso, nada 
fez e nada faz para contornar a situação. Veja que não se trata de um problema 
de falta de chuva em si, mas sim de um problema de FALTA DE 
INVESTIMENTO que leva a essa situação, ou seja, negligência e omissão por 
parte da concessionária. 
 
 No ano de 2012, a promovida deixou sem água por 5 
dias, boa parte da região de Metropolita incluindo a cidade de Trindade , 
sendo que alguns consumidores entraram com ações e tiveram sua tutela 
protegida pelo Judiciário. (em anexo). Mas mesmo assim, após 05 anos depois, 
a história se repete, e continuam colocando a culpa na falta de chuva. Ora, a 
crise da água sempre começa pelo mês de agosto, onde a chuva tinha cessado 
recentemente, o que nos leva a ter a certeza que o problema é na distribuição, 
que está obsoleta e precária e não conta com o devido investimento, fato este 
confessado pela empresa em várias matérias de jornais. 
 
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 Não bastasse a falta de água, com a falta dela na 
tubulação, o ar que fica da mesma, quando chega ao hidrômetro, gera uma 
conta absurda sem ter o consumidor usufruído da água, um abuso sem tanto 
(https://www.youtube.com/watch?v=rCjPKlKus38). 
 
 Absurdo também é o fato de só os setores periféricos 
ficarem sem água. Ninguém vê os Setores Bueno, Oeste, Marista, Jardim Goiás 
sem água, pra estes setores não falta chuva, o que demonstra uma 
discriminação com a população mais carente. 
 
 Bem Exa., ocorre que nos meses de agosto, 
setembro e outubro, dos anos de 2010 até o corrente ano de 2017, (sempre 
sem qualquer comunicado) a falta de água se tornou um pesadelo para a 
parte autora e todos do seu bairro. Ocorre que desde agosto deste ano, a 
requerente tem passado por sérias dificuldades relacionadas a falta de água. 
Em todos os meses (agosto, setembro, outubro) houve falta de água constante, 
e muitas vezes, perpetuou por dias, deixando a parte autora em situação de 
humilhação, indigna, uma vez que não tinha água para tomar banho, fazer 
comida, lavar roupa, lavar a louça, um transtorno Excelência, que ultrapassa a 
barreira do mero aborrecimento do dia a dia e fere a honra da pessoa, protegida 
pela Carta Cidadã de 1988 em seu Art. 1º, III e 5º, X. 
 
 Agora veja nobre julgador, na reportagem exibida no 
dia 16/08/2017(https://www.youtube.com/watch?v=lXR9ysbHuZ4), o próprio 
Presidente da Saneago afirma que as interrupções são esporádicas e que não 
haveria risco de racionamento, e que teria água suficiente para abastecer 
todo o Estado (1:27m). Também afirma que a captação e a distribuição iria 
melhorar com a nova estação que começaria a trabalhar em setembro (1:40m), 
e confessa que a região dos bairros mais altos, que é caso da parte 
autora, só retornaria a normalidade após fazer investimentos (2:06 a 2:20 
da reportagem), o que exclui completamente a alegação da falta de chuva. 
 
 Desta feita, a parte autora e as demais unidades 
habitacionais daquele lugar ficaram sem água, por quase 10 dias seguidos, o 
que nos dias de hoje é inconcebível de aceitar. 
 
 A SANEAGO, empresa que fornece água para 
praticamente todo o Estado, sem se preocupar com a dignidade das pessoas 
não resolveu o problema imediatamente, deixando a parte autora passar por 
 
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angústia, sofrimento, constrangimento moral e físico, situação esta que se 
repete há anos. 
 
 
 Sopese-se ainda o fato de Goiania estar vivendo 
uma onde de calor e baixa umidade do ar, o que compromete a qualidade de 
vida das pessoas e faz com que estas se hidratem com freqüência constante, 
necessitando de um serviço que deve ser contínuo. 
 
 Até a presente data, a requerida não ofereceu 
explicação para o interrupmento irresponsável e desumano de água na 
residência da parte autora. 
 
 Sem mais escolhas, a parte autora espera no 
judiciário a resposta pronta e justa. 
 
Com a globalização e a nova onda de valorização 
do ser humano, tombada pelos Direitos e 
Garantias Fundamentais, a Constituição, 
ref letindo tal exigência social, está a garantir 
uma ordem de atividades indispensáveis à 
manutenção da vida humana, e sobremaneira, 
sob a ótica da dignidade. Tais atividades ditas 
essências vieram a f irmar sua relevância no 
Ordenamento Jurídico com o advento do Código 
de Defesa do Consumidorque a elas garantiu a 
continuidade no sentido de torná-las 
ininterruptas, até mesmo por sua própria 
natureza de serviço essencial. 
 
DO DIREITO 
 
DO ART. 22 DO CDC-RESPONSABILIDADE OBJETIVA-SERVIÇO CONTÍNUO 
 
 Preconiza o Art. 22 do CDC: 
 
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Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, 
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra 
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer 
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos 
essenciais, contínuos. 
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou 
parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as 
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os 
danos causados, na forma prevista neste código. 
 O referido Artigo não deixa dúvidas com relação 
a responsabilidade objetiva em reparar os danos que sofreu a parte autora. 
 
 É fácil perceber Exa., pelo longo histórico de 
notícias da promovida, que o problema nuca é por falta de água, mas sim na 
captação, no tratamento e na distribuição da água, que é recorrente todos os 
anos e a promovida nada faz para melhorar esta situação, ou seja, age com 
omissão e negligência todos os anos. 
 
DO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 A requerida ao deixar o parte autora sem ÁGUA 
por 09(nove) dias, feriu sua dignidade que é protegida pela Constituição Cidadã. 
O Art 1º, III, da referida Carta preconiza como 
Princípios Fundamentais. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 
 
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 O ato da promovida em deixar bairros do 
Município sem água por 09 (nove) dias, é ato desumano, intolerável nos dias 
atuais. 
 
DO ART 67 DA RESOLUÇÃO 289/03 DA AGENCIA GOIANIA DE REGULAÇÃO 
(AGR) 
 
 Percebe-se Exa., que o ato cometido pela requerida 
SANEAGO extrapola o limite do razoável, entrando no campo da angústia, do 
sofrimento e do constrangimento que passou a parte autora e as demais pessoas 
daquele lugar. Ficar sem água nos dias de hoje, é simplesmente impossível. A 
Agência Goiana de Regulagem (AGR), estabeleceu na Resolução de nº 289/03 
em seu Art. 67 o seguinte: 
 
 Art. 67 - A SANEAGO, mediante prévia comunicação 
ao usuário,poderá suspender o abastecimento de 
água e/ou interromper a coleta de esgoto: 
 
I - por atraso no pagamento das faturas ou de outros 
serviços 
cobráveis, após o decurso de quinze dias de seu 
vencimento; 
 
II - por inobservância no disposto do art. 57 e do art. 
58; 
 
III - quando não for solicitada a ligação definitiva, 
após concluída a obra atendida por ligação 
temporária. 
 
§ 1º - A comunicação de que trata o “caput” deste 
artigo deverá ser feita com antecedência mínima de 
sete dias. 
 
§ 2º - Constatada que a suspensão do abastecimento 
de água e/ou a interrupção da coleta de esgoto foi 
indevida, a SANEAGO ficará obrigada a efetuar a 
religação, no prazo máximo de seis horas, para dias 
 
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úteis e de até doze horas para feriados, finais de 
semana e para solicitações após as dezoito horas 
nos dias úteis, sem ônus para o usuário. 
 
§ 3º - Ao efetuar a suspensão do abastecimento de 
água e/ou a interrupção da coleta de esgoto, a 
SANEAGO deverá entregar aviso discriminando o 
motivo gerador da interrupção e, quando pertinente, 
indicação das faturas que caracterizaram a 
inadimplência. 
 
 Nota-se Exa., que além da SANEAGO não ter 
comunicado previamente da interrupção do fornecimento da água, não religou no 
prazo estabelecido pela norma. Longe disso, o consumidor ficou por mais de 216 
horas sem água até que fosse restabelecido o seu fornecimento. Inconcebível. 
 
DAS VÁRIAS CONDENAÇÕES DA PROMOVIDA PELO MESMO MOTIVO HÁ 
ANOS PELO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIAS-SEMPRE POR 
FALTA DE INVESTIMENTO-RECALCITRÂNCIA 
http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/119-tribunal/10435-
saneago-e-condenada-por-falta-de-agua-em-uruacu 
http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/119-tribunal/12484-
saneago-e-condenada-por-fornecer-agua-impropria-para-o-consumo-em-
residencia 
http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/119-tribunal/12650-
saneago-e-multada-em-r-100-mil-por-fornecer-agua-impropria-para-o-
povoado-de-verissimo 
http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/162-
destaque2/12913-saneago-devera-indenizar-morador-por-fornecimento-
irregular-de-agua 
 
DA NÃO DISPONIBILIZAÇÃO DE NENHUM CAMINHÃO PIPA PARA O SETOR 
DA PARTE AUTORA 
 
 
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 Nota-se Exa., que em momento algum a promovida 
enviou caminhões pipa para amenizar o sofrimento da parte autora. O descaso da 
promovida com os seus consumidores é latente, não deixando dúvidas sobre o 
péssimo serviço que é prestado aos consumidores. UM ABSURDO. 
 
DA VIOLAÇÃO CONCOMITANTE A PRECEITOS ESPECÍFICOS DO CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
Em primeiro lugar, insta salientar que o Código 
de Defesa do Consumidor, por determinação expressa, é aplicável ao caso 
em comento por ser a promovida concessionária de serviços públicos de 
água e esgoto e quem cobra dos consumidores os valores decorrentes do 
gasto destes serviços. O CDC em seu art. 3º, § 2º, dispõe: 
Art. 3º – Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou 
estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, 
transformação, importação, exportação, distribuição 
ou comercialização de produtos ou prestação de 
serviços. 
 
§2º – Serviço é qualquer atividade fornecida no 
mercado de consumo, mediante remuneração, 
inclusive as de natureza bancária, financeira, de 
crédito e securitária, salvo as decorrentes das 
relações de caráter trabalhista. (Grifou-se). 
Neste sentido, verifica-se que a prestação de 
serviços ineficientes por parte da promovida, viola preceitos consumeristas, 
pois na qualidade de fornecedor daqueles serviços, tem o dever de tutelar. 
Não é outra a dicção do art. 6º, inciso I, VI, VII e X, do CDC, senão vejamos: 
"Art. 6º – São direitos básicos do consumidor: 
I – a proteção da vida, saúde e segurança contra 
os riscos provocados por práticas no fornecimento 
 
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de produtos e serviços considerados perigosos ou 
nocivos". Grifou-se. 
(...) 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos 
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e 
difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciáriose 
administrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a 
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos 
necessitados; 
(...) 
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços 
públicos em geral. (GRIFO NOSSO). 
 
Essa preocupação do legislador com a saúde 
do consumidor é tão relevante que aparece ainda no art. 8º, do mesmo 
Diploma legal, que dispõe que: 
Art. 8º – Os produtos e serviços colocados no 
mercado de consumo não acarretarão riscos à 
saúde ou à segurança dos consumidores, 
exceto os considerados normais e previsíveis em 
decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-
se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as 
informações necessárias e adequadas a seu 
respeito. Grifou-se. 
Evidente que, ao submeter a parte autora a 
permanecer, por 09(nove) dias sem água e sem possibilidade de sequer 
tomar banho ou fazer suas necessidades vitais, a promovida impõe ao 
consumidor desconforto, angústia, prejuízo e constrangimento físico e 
 
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emocional, que deveriam, pelo teor do dispositivo legal referido acima, 
evitar. 
Interessante vislumbrar também que isto se 
repete, com maior gravidade, quanto ao consumidor em desvantagem 
(idosos, gestantes e deficientes) que, apesar de não gozarem de estado de 
saúde que permita ficar longos períodos sem água, por vezes são obrigados 
a fazê-lo pela conduta irresponsável e desleal da requerida. 
O Código de Defesa do Consumidor, previu 
ainda o caso de prestação defeituosa de serviço, estipulando que: 
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, 
independentemente da existência de culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores 
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem 
como por informações insuficientes ou inadequadas 
sobre sua fruição e riscos. 
A lesão ao direito da autora é reconhecido pela 
jurisprudência: 
RECURSO CÍVEL. REPARAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. CORTE NO FORNECIMENTO DE ÁGUA. 
PAGAMENTO EM DIA. 1. O FORNECEDOR DE 
SERVIçO DE SANEAMENTO TEM O DIREITO DE 
SUSPENDER O FORNECIMENTO AO CONSUMIDOR 
QUE NãO PAGA A FATURA CORRESPONDENTE, O 
QUE NãO é O CASO DOS AUTOS, EM QUE RESTOU 
PROVADA A INEXISTêNCIA DE DíVIDA. 2. O CORTE 
INDEVIDO DO FORNECIMENTO DE áGUA 
CARACTERIZA ATO ILíCITO, POR SER 
ARBITRáRIO, SUJEITANDO O RESPONSáVEL A 
INDENIZAR OS DANOS CAUSADOS AO 
CONSUMIDOR, OS QUAIS, ARBITRADOS EM R$ 
3.000,00, SãO RAZOáVEIS. 3. RECURSO 
CONHECIDO E DESPROVIDO. 4. SENTENçA 
CONFIRMADA POR SEUS PRóPRIOS 
FUNDAMENTOS. (TJGO, RECURSO CIVEL 
 
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2007039653220000, Rel. DR(A). ARI FERREIRA DE 
QUEIROZ, TURMA JULGADORA RECURSAL CIVEL 
DOS JUIZADOS ESPECIAIS, julgado em 29/02/2008, 
DJe 59 de 31/03/2008) (grifo nosso) 
 
 
Reza o artigo 5º, V da Constituição Federal: 
 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
V – É assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da indenização por 
dano material, moral ou à imagem; 
X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurando o 
direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; 
 
 
 Se não houve intenção específica de prejudicar a parte 
autora, pelo menos houve culpa, assumida a partir do momento que a promovida 
interrompe o abastecimento de água mesmo com os pagamentos em dia. 
 
 O ato praticado pela promovida constitui notadamente 
ato ilícito, consoante ao disposto nos Arts. 186 e 187 do Código Civil: 
 
 
Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano 
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito. 
 
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os 
 
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limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela 
boa-fé ou pelos bons costumes. (grifo nosso). 
 
 
 Como tais, são sujeitos à reparação dos danos, nos 
termos dos Arts. 927 e 931 do mesmo Diploma Legal: 
 
 
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), 
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 
Art. 931 – Ressalvados outros casos previstos em lei 
especial, os empresários individuais e empresas 
respondem independentemente de culpa pelos danos 
causados pelos produtos postos em circulação. (grifo 
nosso) 
 
 
 
 
DO JULGAMENTO NAS TURMAS RECURSAIS E NO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL (STF) 
 
 
O presente caso já fora bastante debatido nas Turmas 
Recursais de Goiania, inclusive com julgamento no STF (ANEXO), sendo a 
indenização medida que se impõe no presente caso. O Supremo Tribunal Federal 
negou seguimento ao Recurso Extraordinário por entender que não há 
complexidade na causa, sendo dispensado a perícia em casos de falha na 
prestação dos serviços, portanto a indenização é medida que se espera. 
 
DDOO ÔÔNNUUSS DDAA PPRROOVVAA 
 
 
A Lei 8.078/90, que dispõe sobre a proteção do 
consumidor trouxe importantes inovações, como o reconhecimento de que é o 
consumidor a parte mais vulnerável na relação mercantil. 
 
 
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Neste diapasão, o artigo 6º deste Diploma Legal 
supracitado instituiu a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, in verbis: 
 
 
Art. 6º – São direitos básicos do consumidor: 
(...) 
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive 
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no 
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as 
regras ordinárias de experiência; 
 
 
Assim, requer a inversão do ônus da prova, pelo qual 
deverá a promovida produzir todas as provas que julgarem suficientes para sua 
defesa, pois de modo contrário serão confirmadas as alegações da parte autora, 
inclusive comprovar a legitimidade do interrompendo do fornecimento de água. 
 
DO DANO MORAL E O QUANTUN INDENIZATÓRIO 
 
 Veja Exa., que o dano moral neste caso restou 
configurado ante a conduta negligente e omissiva da promovida, sendo que por 
ser uma concessionária de serviço público, responde objetivamente pelos danos 
causados aos consumidores, não só pela imposição do Art. 14 do CDC, mas 
também pelo Art. 37 da Carta Magna de 1988. 
 Em 2013 a promovida fora condenada em valores entre 
R$ 2.000,00 (dois mil) e R$ 3.000,00 (três mil) reais, valores estes que não 
tiveram fôlego para desestimular a promovida a não reincidência. Portanto, o valor 
a ser arbitrado deverá atender aos critérios sócio educativo, valor este que não 
causará o enriquecimento do ofendido, nem tampoucoa ruína do ofensor. 
DOS PEDIDOS 
 Em face do exposto, requer se digne a Vossa 
Excelência, as seguintes providências: 
 
 
_________________________________________________________________________ 
Rua 103, Qd F-19, Lt 15, nº 131, Setor Sul, Goiânia-Go 
Fone: (62) 3541-8024/8313-3113 
sousacamposadv@hotmail.com 
a) A citação da promovida via (A.R), para que a mesma 
apresente defesa no prazo legal, sob as penalidades legais; 
 
 b) O recebimento da presente Ação Declaratória de Má 
Prestação de Serviços C/C Reparação por danos morais; 
 
c) No mérito, requer seja declarada a má prestação dos 
serviços e a consequente reparação dos danos morais sofridos em virtude da 
conduta ilícita e negligente da promovida; 
 
d) Requer a condenaç ão da promovida ao pagamento 
de verba indenizatória não inferior a 40(quarenta) salários mínimos, suficientes a 
reparar os danos morais perpetrados e que venha coibir novos atos semelhantes; 
 
 
e) Requer a inversão do ônus da prova, a qual deverá 
a promovida demonstrar fato impeditivo, modificativo e extintivo do direito alegado 
pela parte autora; 
 
 Protesta-se, ademais, pela produção de todas as 
provas em direito admitidas, inclusive com o depoimento da parte autora e demais 
testemunhas que serão oportunamente arroladas; 
 
 Dá-se a presente ação o valor de R$ 37.360,00 (trinta e 
sete mil trezentos e sessenta reais). 
 
N.T.P.D. 
 
Goiânia, 20 de dezembro de 2017. 
 
 
 
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