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Acesso à Justiça

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Acesso à Justiça
Conceitos de Acesso 
Acesso formal à justiça:
Consiste na possibilidade legal de acionar o judiciário em casos de conflitos.
 Acesso efetivo à justiça:
 Consiste na possibilidade real de pedir proteção judiciária.
Legal- lei, positivismo, sentido estrito.
Real- meu conhecimento da norma, meu direito.
Esta distinção é crucial. Mesmo se os juízes fossem imparciais e a administração da justiça perfeita, o sistema judiciário continuaria a aplicar o direito de forma parcial e seletiva, devido as barreiras de acesso efetivo à justiça. 
Barreiras de acesso à Justiça 
Econômicas
Os altos custos do processo intimidam as partes, que muitas vezes desistem de solicitar a proteção judiciária, porque não podem pagar as despesas ou porque não é satisfatória a relação entre o custo do processo e o benefício esperado. 
Sociais 
Por desconfiarem no sistema de Justiça, os eventuais litigantes desistem do processo. A falta de confiança é devida a experiências anteriores dos interessados ou a relatos de outras pessoas. 
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Pessoais 
A falta de informação sobre direitos de proteção judiciária e, principalmente, sobre possibilidade de assistência gratuita impedem pessoas oriundas de classes desfavorecidas de exercerem seus direitos. Além disso, a inferioridade cultural dificulta a comunicação com os advogados e juízes, criando ulteriores desvantagens.
Jurídicas
Trata se de obstáculos relacionados com a regra de organização do funcionamento do processo e de funcionamentos dos tribunais: excessiva duração do processo e incerteza em relação ao resultado; distancia geográfica do tribunal; numero limitado de juízes, promotores e procuradores; incompetência profissional e psicológica de advogados 
As pesquisas empíricas constatam a presença destas barreiras em todos os países. O resultado é o acesso desigual ao sistema judiciário e a desigualdade de fato entre partes. 
Tentativas de Reforma
Muitos países realizaram reformas para solucionar o problema do acesso desigual aos serviços jurídicos.
Buscou-se melhorar o acesso efetivo em relação a proteção judicial como um direito social.
As 4 tentativas de solução:
 a) Assistência Judiciária aos necessitados:
Está a disposição das pessoas carentes um advogado, defensor ou profissional liberal.
Essa assistência é a regra em caso de processos criminais.
No Brasil, assessorias jurídicas populares ligadas a organizações políticas e sindicais prestam serviços legais alternativos
b) Procedimentos alternativos para a solução de conflitos.
Seu objetivo é resolver conflitos de forma simples, rápida e econômica.
Em muitos países foram criados procedimentos de conciliação para alcançar acordos entre as partes. 
Ex: Tribunais de pequenas causas criado nos EUA;
Tribunais vicinais: serviços em casos de pequenos litígios.
Comissões estatais ou ONGs: buscam soluções amigáveis.
Criação de ‘’autoridades independentes’’: Queixas dos cidadãos sobre omissões ou ilegalidades.
Criação de agências reguladoras: inspeção de serviços públicos.
Terceiro lugar, tenta-se ampliar a justiça amentando o numero de juízes e tribunais. Mas apesar do reforço pessoal, os tribunais de todo o mundo acusam uma sobre carga do trabalho.
	Outra medida pra agilizar a administração da justiça é a reforma do direito processual, com o intuito de diminuir os custos, a duração e a complexidade dos processos.
Em quarto lugar, os denominados “seguros jurídicos” ou “planos de convivência de proteção jurídica”, que são oferecidos por seguradoras particulares, sindicatos, grandes empresas e associação de consumidores.
A problemática da justiça restaurativa
É uma aproximação que privilegia toda a forma de ação individual ou coletiva, visando corrigir as consequências por ocasião de uma infração, a resolução de um conflito ou reconciliação das partes ligadas a este.
A Justiça Restaurativa consiste em um paradigma baseado em valores, que tem como principal objetivo a reparação dos danos oriundos do delito causados às partes envolvidas – vítima, ofensor e comunidade – e, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.
É uma aproximação que privilegia toda a forma de ação individual ou coletiva, visando corrigir as conseqüências por ocasião de uma infração, a resolução de um conflito ou reconciliação das partes ligadas a este.
A Justiça Restaurativa consiste em um paradigma baseado em valores, que tem como principal objetivo a reparação dos danos oriundos do delito causados às partes envolvidas – vítima, ofensor e comunidade – e, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.
Valoriza a autonomia dos sujeitos. Diante da problemática que envolve os adolescentes em conflito com a lei.
Objetivo analisar acerca da prevenção, tratamento e processo de ressocialização do indivíduo.
Ex-usuário de substâncias ilícita, bem como da relevância dos tipos de preconceitos sociais suportados pelo ex dependente na reintegração com o contexto social.
Nova ressocialização
Grupos de apoio
Instituições sociais
Comunidades terapêuticas;
	A Justiça Restaurativa propõe reconstruir a noção de crime, especificando que este é mais que uma transgressão de uma norma jurídica ou uma violação contra o Estado; é, também, um evento causador de prejuízos e consequências. 
Reparação satisfação da vítima
Responsabilização do ofensor
Ressocialização com a comunidade 
JUSTIÇA RESTAURATIVA
É uma proposta de aplicação da justiça na qual se busca o atendimento das necessidades da vítima ao mesmo tempo em que o agressor é convocado a participar do processo de reparação do dano, visando um processo produtivo e de reintegração á sociedade, em lugar da simples pena punitiva.
Neste caso chama a vítima para ver a necessidade dela, convoco o agressor, para participar do processo de reparação do dano, reintegrar o agressor na sociedade ao invés de só puni – ló.
HISTÓRICO
O moderno movimento da justiça reparativa tem origem nos anos 1970 e 1980, a partir de referencias de tradições pacificadoras antigas e iniciativas no Canadá e Nova Zelândia.
DEFINIÇÃO
Para definir o que é a justiça restaurativa, nada melhor do que a sugestão presente na resolução 2002/12 do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, quando este faz a recomendação da justiça restaurativa a todos os países. De forma bastante tautológica, define que: “Programa de Justiça Restaurativa significa qualquer programa que use processos restaurativos e objetive atingir resultados restaurativos”, e avança, dizendo que esse Processos Restaurativos são quaisquer processos onde vítima e ofensor, bem como demais outros indivíduos ou membros da comunidade que foram afetados pelo conflito em questão, participam ativamente na resolução das questões deste conflito, geralmente com a ajuda de um facilitador.
Essa definição um tanto genérica, como já dito, tautológica em seu enunciado, se faz importante, tendo em vista que a história das práticas consideradas restaurativas tem origem em lugares diferentes e também em tempos diferentes. Além disso, mostra que, diferente da justiça tradicional positiva, não há regras rígidas ou leis que a cerceie; ao contrário disso, trata – se de um modelo de resolução de conflitos firmado em valores. Na verdade, ao mesmo tempo em que dá liberdade a um lastro maior de formas de justiça restaurativa, mostra a raiz, mais intuitiva e prática do que teórica, do que vem a ser a justiça restaurativa.
OBS: O objetivo da justiça restaurativa é de facilitar, avançar, procurar resolver os conflitos com mais rapidez, diferente da justiça tradicional, que tem seus tramites legais mais lento, moroso, enquanto na justiça restaurativa busca-se uma solução dos conflitos imediato.
No entanto, apesar da definição ampla a Justiça Restaurativa pode ser identificada por aspectos comuns aos diversos projetos existentes. Renato Gomes Pinto defende a justiça restaurativa, dizendo que: “ Trata – se de um processo estritamente voluntário, relativamente informal,
com a intervenção de mediadores, podendo ser utilizadas técnicas de mediação, conciliação e transação para se alcançar o resultado, objetivando a reintegração social da vítima e do infrator.
TRANSAÇÃO
Quando o Ministério Público, representando o Estado, em um determinado processo, vem fazer uma proposta de solução para esse conflito. 
EX: Quando o individuo entrega um veiculo automotor a um menor desabilitado, para dirigir cometendo assim crime, o promotor de justiça entra com uma proposta de solução para esse conflito em questão, fazendo assim com que o réu cumpra sérias determinações: prestações de serviço comunitário, restrições de direito, pagamentos de cestas básicas, dando encerrado do caso em tela.
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
CONCILIAÇÃO: ambas as partes tanto a vítima, quanto o agressor chegam em acordo, dando fim a lide.
MEDIAÇÃO: o papel da mediação é o de garantir que as partes dialoguem de modo a construir conjuntamente um acordo justo para ambos os lados. Ocorre que o diálogo entre as pessoas afetadas se torna muito delicado, em decorrência dos impactos causados pelo conflito. Por isso, a mediação ira primar para que esse diálogo não seja mais uma forma de conflito, mais sim um meio para reparação dos danos e restauração das relações sociais. 
EX: PODERIA OPTAR PELA VIA RESTAURATIVA
O caso do rapaz que tomou a coca cola, e por estar muito acida, provocou intoxicação exógena, queimando o estomago e esôfago deixando sequelas permanentes, poderia, se fosse do interesse das duas partes, requerer a justiça restaurativa. Nem todos os processos podem ser solucionados pela justiça restaurativa , são alguns. 
Ex: homicídio não pode ser pela via restaurativa. 
 
Iniciativas de reforma no Brasil
 No caso do Brasil, a expansão do ensino fundamental e médio e o aumento do número de operadores jurídicos favoreceram o acesso à justiça de amplas camadas da população. Isto se refletiu nas estatísticas que indicam que o contínuo aumento do número de processos em todas as jurisdições (territórios a que se estendem esta autoridade) e instâncias (competência quanto aos juízes e tribunais).
 Para citar um dado expressivo, o número de novos processos anualmente recebidos pelos tribunais de primeira instância passou de aproximadamente 5 milhões em 1990 para aproximadamente 18 milhões em 2008. Houve, assim, em 18 anos, um aumento de 260%, sendo que, no mesmo período, a população cresceu 23%. Em paralelo, cresceu significativamente o número de funcionários da justiça e as despesas da União com o Poder Judiciário aumentaram quase seis vezes entre 1987 e 1997.
 Mesmo assim, constata-se um agudo problema de acesso efetivo, pois a maioria da população continua a não procurar a justiça em caso de conflitos.
 Para facilitar o acesso à Justiça, buscam-se soluções na ampliação dos serviços de defensoria pública que são, hoje, disfuncionais e enfrentam uma carga excessiva de trabalho. Indicativos desta situação são os dados relativos ao gasto público anual com as defensorias. Estima-se que o Estado gaste R$ 3,91 por habitante, o que é evidentemente irrisório.
 Outra solução está na multiplicação dos escritórios experimentais de advocacia e dos centros de atendimento jurídico, que são mantidos por Universidades ou organizações profissionais e oferecem assistência jurídica gratuita a pessoas de baixa renda.
 A Emenda Constitucional Nº 45 de 2004, introduziu uma série de medidas cujo objetivo é agilizar e universalizar o acesso à Justiça. Garantiu-se entre outros, o direito da celeridade processual (artigo 5°, inciso LXXVIII), o funcionamento ininterrupto da Justiça e a expansão da Justiça itinerante.
 “... a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.”
 Existem iniciativas institucionais de conciliação no intuito de oferecer soluções rápidas e diminuir a sobrecarga do Poder Judiciário. Um recente exemplo constitui a iniciativa “ Conciliar é legal ” (Movimento pela Conciliação), lançada pelo Conselho Nacional de Justiça em 2006, com continuidade até hoje. A iniciativa mobiliza vários tribunais do País, realizando “ mutirões de audiências ” e obtendo milhares de acordos entre as partes. Na semana de conciliação de 2009, foram realizados mais de 100.000 acordos com valor total acima de um bilhão de reais. 
 As tentativas de informalizar a Justiça, objetivam resolver conflitos e proteger os direitos fundamentais de forma mais eficiente e econômica. Desta forma, acredita-se que a Justiça seria acessível a todos. Porém, as experiências práticas indicam que a maioria dos conflitos ainda é tratada pela Justiça tradicional e muitas pessoas continuam sem acesso efetivo à Justiça.
Finalmente, temos no Brasil alguns projetos de justiça restaurativa. Em particular, estão sendo implementados três projetos pilotos, nas cidades de Porto Alegre, São Caetano do Sul e Brasília, financiados por órgãos da ONU. Aqui descrevemos a experiência de Porto Alegre. O projeto foi desenvolvido na 3ª Vara Regional do Juizado da Infância e da Juventude, em casos de jovens infratores, sendo aplicado nos processos de execução de medidas socioeducativas. 
O agressor é submetido a um processo convencional e, na fase de aplicação da medida socioeducativa, faz-se uso de técnicas restaurativas, com a presença da vítima e do agressor.
 Não se admitiu o emprego da técnica restaurativa em casos de homicídio, latrocínio, estupro e conflitos familiares, limitando-se, em regra, a práticas de roubo qualificado e furto. Participaram do projeto 17 profissionais, formando uma equipe multidisciplinar (psicólogo, educador, assistente social, juiz, promotor, defensor público), sendo que pesquisadores da Faculdade de Serviço Social da PUC/RS são responsáveis pela sistematização e avaliação dos resultados. 
A participação no programa é voluntária, sendo este um pré-requisito para a realização dos círculos restaurativos. 
“ O segredo para melhorar o mundo é transmitir o conhecimento ”.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

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