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Aula 04

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CURSO ON-LINE – DIREITO CONSTITUCIONAL P/ O TCU
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 4 - Organização do Estado brasileiro. Divisão espacial do
poder. Estado Federal, União, estados federados, Distrito
Federal e municípios. Intervenção federal. Repartição de
competências. 
Olá! 
E aí, caro aluno? Pronto para mais uma aula? 
Bem, hoje trataremos de organização do Estado, repartição de
competências e intervenção. 
Em primeiro lugar, você deve lembrar como a Constituição da República
estruturou o nosso Estado (Estado Federal, forma republicana e sistema
presidencialista de governo). 
Tenha em mente que o Estado brasileiro é do tipo federado, porque
integrado por diferentes entidades políticas – União, estados, Distrito 
Federal e municípios -, todas dotadas de autonomia política, nos
termos da Constituição Federal (CF, art. 18). 
Como núcleo, essência de um Estado Federado, temos a chamada
repartição de competências. Isso porque a distribuição de
competências entre os entes é o que assegura a autonomia dos entes
federados. 
Então, ao estudar repartição de competências, deveremos saber o
seguinte: que princípios nortearam a repartição das competências entre
os entes federados? Quais competências foram outorgadas à União?
Quais matérias foram atribuídas aos municípios? 
Isso é o que me proponho a revisar com você hoje. 
Veja o conteúdo da Aula de hoje 
1 - Organização Político-Administrativa 
1.1 - Forma de Estado 
1.2 - Forma de Governo 
1.3 - Sistema de Governo 
1.4 - Estado Federal 
1.5 - Entes Federados 
1.6 – Formação de Estados, Municípios e Territórios 
2 - Repartição de Competências 
3 – Intervenção 
3.1 – Espécies de Intervenção Federal 
3.2 – Intervenção estadual nos municípios 
4 - Exercícios de Fixação 
Dê especial atenção às formas de Estado e governo e aos sistemas de
governo. E, principalmente, ao assunto “repartição de competências”. 
 
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2 
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Sem dúvidas, nessa parte da matéria, são os temas mais cobrados em
concursos. 
É isso aí! Durante a aula, você perceberá que grande parte das questões
cobrará a literalidade da Constituição. O mesmo acontece em outros
assuntos no nosso curso. Portanto, sempre reserve um tempo para dar
uma “passada de olho” na Constituição. 
Lembrando que os exercícios comentados servem também como forma
de complementação e aprofundamento da matéria. E, no final, serão
apresentados diversos exercícios para fixar e sedimentar o
conhecimento. 
Bem, iniciarei a aula tratando de um tema que relaciona Organização do
Estado com os próprios princípios fundamentais já estudados neste
curso. 
1 – Organização Político-Administrativa 
Ao apresentar a você os princípios fundamentais, comentei sobre a
opção da nossa Constituição quanto à forma de Estado (Federação) e à
forma de Governo (República). 
É o que podemos observar com a leitura do art. 18 da CF/88. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
Veja que aqui se apresentam também quais são os entes federativos - a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios -, deixando patente
o fato de que eles são dotados de autonomia política. 
Objetivamente, eles são dotados de autonomia (não é soberania). 
Guarde isto: não há menção aos territórios no art. 18 da CF/88. 
Isso porque os Territórios Federais não são entes federativos. Essas
autarquias territoriais integram a União, como mera divisão
administrativo-territorial, sem autonomia política. 
1.1 – Forma de Estado
Quando examinamos as formas de Estado, preocupamo-nos em saber
como o poder é exercido dentro do território. Ou quantos poderes
políticos autônomos existem no território do Estado. 
O Estado unitário (ou simples) é aquele em que há centralização
política, isto é, não há uma divisão espacial e política de poder, sendo
todas as competências políticas definidas pelo poder político central. Ele
pode ser centralizado ou puro (quando o poder político central define e
também executa diretamente, de forma centralizada, as políticas 
 
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públicas). Por outro lado, pode ser descentralizado ou regional (quando
o poder político define as políticas públicas, mas não as executa
diretamente, criando entidades administrativas para esse fim). 
Segundo Alexandre de Moraes, o Estado Unitário caracteriza-se pela
centralização político-administrativa em um só centro produtor de
decisões. 
Não obstante essa definição, parte da doutrina (Pedro Lenza, por
exemplo) apresenta ainda uma forma especial de Estado unitário, em
que ocorreria certa descentralização política. Nesse sentido, no momento
da execução das decisões tomadas pelo Governo Central haveria certa
autonomia política. Em suma, as localidades ainda continuam ligadas ao
Governo Central, subordinadas às suas decisões. Entretanto, haveria
algumas decisões a serem tomadas pelas localidades no caso concreto,
no momento de efetivarem as escolhas do Governo Central. 
Já o Estado federado (composto, complexo ou federal) é formado pela
união indissolúvel de entidades regionais dotadas de autonomia política
(capacidade de autogoverno, autolegislação e autoadministração). Ou
seja, ocorre descentralização política do poder para diversos entes
autônomos. 
Essa estrutura e a repartição de competência entre essas entidades são
estabelecidas por uma Constituição. 
Lembre-se que o Brasil é um Estado federal (formado pela União,
estados, Distrito Federal e municípios, todos autônomos). 
Observe que, no Estado Federal, as coletividades locais são autônomas,
e detêm parcela do poder político do Estado (como ocorre no Brasil). 
O Estado composto ou complexo pode assumir, ainda, a forma de
confederação, em que também há mais de um poder político no
território. O que diferencia a confederação da federação é que, na
primeira, os poderes estão organizados no texto de um tratado
internacional. Na segunda, estão organizados no texto de uma
Constituição. 
Ademais, na confederação, os entes são soberanos (e não apenas
autônomos), e podem se separar da confederação quando entenderem
conveniente (ou seja, têm o direito de secessão). 
Voltaremos a falar de Estado Federal logo adiante. 
Sintetizando: 
 
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Vejamos uma questão do Cespe sobre o assunto. 
1. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) Estado
unitário é aquele em que não ocorre a chamada descentralização
administrativa à mercê do poder central. 
O Estado unitário pode ser centralizado (ou puro), em que ocorre a
execução dos serviços e das políticas públicas de forma centralizada. Ou
descentralizado (ou regional), quando o poder político continua
concentrado, mas a execução de políticas públicas ocorre de forma
descentralizada, por meio de entidades administrativas criadas para esse
fim. 
Item errado. 
2. (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPU/2010) Em face da
descentralização administrativa e política que caracteriza o Estado
brasileiro, a República Federativa do Brasil constitui um estado
unitário descentralizado, dispondo os entes políticos estatais de
autonomia para a tomada de decisão, no caso concreto, a respeito
da execução das medidas adotadas pela esfera central de governo. 
A questão apresenta o conceito de um tipo de Estado unitário
denominado por Pedro Lenza como “Estado unitário descentralizado
administrativa e politicamente”. Nessa forma de Estado, as unidades
regionais dispõem de certa autonomia para decidir, no caso concreto, a
melhor forma de execução dasdecisões já tomadas pelo Governo
Central. Entretanto, está incorreta, pois essa não é a forma de Estado
adotada pelo Brasil, afinal somos uma República Federativa (CF, art. 1°). 
Item errado. 
Unitário Federação Confederação 
(centralização
política) 
→ Unitário puro 
→ Descentralizado adm. 
(descentralização
política) 
(descentralização
política) 
• Constituição 
• Autonomia 
• Indissolubilidade
(vedada secessão) 
• Tratado 
• Soberania 
• Dissolubilidade
(direito de secessão) 
Forma de
Estado Distribuição territorial
do Poder 
 
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1.2 – Forma de Governo
A forma de Governo diz respeito à relação entre governantes e
governados no tocante à aquisição e o exercício do poder. 
É saber como se dá a instituição do poder na sociedade, como são
escolhidos os governantes e como eles se relacionam com os
governados. Podem-se dividir as formas de governo em: república e
monarquia. 
De início, vale ressaltar que o Brasil adota a república como forma de
Governo. 
A república é a forma de governo que tem as seguintes características: 
(i) eletividade (na medida em que os governantes são eleitos); (ii)
temporalidade (pois o exercício do poder se dá por um período transitório
– período certo); e (iii) responsabilidade ou dever de prestar contas (já
que os administradores têm o dever de prestar contas sobre a gestão da
coisa pública). 
A monarquia é a forma de governo que tem as seguintes características: 
(i) hereditariedade (os governantes chegam ao poder pelo critério
hereditário); (ii) vitaliciedade (mandatos sem prazos determinados); (iii)
irresponsabilidade (na medida em que o monarca não presta contas dos
seus atos). 
Sintetizando: 
3. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS
JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Decorre do princípio
republicano a regra constitucional de que o mandato do presidente da
República será de quatro anos. 
relação entre governantes e governados Forma de 
Governo 
Monarquia 
República 
Eletividade
Temporalidade
Responsabilidade dever de prestar contas 
Hereditariedade
Vitaliciedade
Irresponsabilidade 
não há obrigação de prestar
contas perante os governados 
 
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De fato, o mandado de quatro anos do Presidente decorre do princípio
republicano. Trata-se da “temporalidade”, relacionada à alternância no
exercício do poder. 
Item certo. 
4. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
/SEGER/ES/2008) A forma republicana pressupõe, modernamente,
que o representante do governo seja eleito pelo povo, que este seja
representado em câmaras ou assembléias populares e que os
mandatos eletivos sejam temporários. 
São características da república (como visto no esquema): eletividade e
temporalidade. 
Item certo. 
1.3 Sistema de Governo
Estudar sistemas de governo é examinar a relação entre os Poderes
Executivo e Legislativo. Poderá haver maior independência, ou então
maior colaboração entre eles, de acordo com o sistema adotado. No
Brasil, adota-se o sistema presidencialista, de acordo com o Plebiscito de
1993. 
O presidencialismo é o sistema de governo marcado pelas seguintes
características: (i) independência entre os poderes; (ii) mandatos por
prazo certo (membros do Executivo e do Legislativo exercem mandatos
por prazo certo, que não podem ser abreviados); e (iii) chefia
monocrática ou unipessoal (as chefias de Estado e de Governo estão
concentradas numa mesma pessoa). 
Veja que é o caso do Brasil. O Presidente é eleito para um mandato de
quatro anos, e tem direito a cumpri-lo integralmente, até o último dia de
seu governo, sem nenhuma interferência do Legislativo. Não é dado ao
Legislativo abreviar o mandato do chefe do Poder executivo. E vice-
versa: o Presidente não pode determinar a dissolução do Congresso
Nacional, a fim de abreviar o mandado dos congressistas. 
Ademais, no Brasil o Presidente da República exerce, simultaneamente,
a chefia de Estado e a chefia de Governo. 
Ele figura como chefe de Estado quando representa a República
Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante
organizações internacionais (quando celebra um tratado internacional,
por exemplo). Ou mesmo quando corporifica internamente a unidade
nacional (quando decreta a intervenção federal para manter a integridade
nacional – art. 34, I -, por exemplo). 
Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da
República cuida dos negócios internos de interesse da sociedade
brasileira (quando atua como administrador, por exemplo). 
 
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Por outro lado, o parlamentarismo é o sistema de governo marcado
pelas seguintes características: (i) maior interdependência, proximidade e
colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo; (ii) mandatos por
prazo incerto; (iii) chefia dual (na medida em que as chefias de Estado e
de Governo são exercidas por duas pessoas distintas: a chefia de Estado
é exercida pelo Monarca ou Presidente da República, conforme seja a
forma de governo Monarquia ou República; e a chefia de Governo é
exercida pelo Primeiro Ministro). 
Explicando melhor o funcionamento do Parlamentarismo: 
a) o povo elege o parlamento; e 
b) o chefe de Estado (chefe do Executivo) escolhe seu chefe de Governo
(o Primeiro Ministro); este último submete seu plano de governo ao
Parlamento, que passa a se responsabilizar também por ele. 
Daí então, se estabelece uma relação de interdependência entre os
poderes, na medida em que o Primeiro Ministro só se sustenta se tiver
apoio do Parlamento. Por outro lado, o governo tem o poder de dissolver
o Parlamento e convocar novas eleições parlamentares. 
Sintetizando: 
5. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) O
parlamentarismo e o presidencialismo são formas de governo
previstas no texto constitucional. 
Essa questão é clássica em concursos públicos: confundir o candidato
misturando os conceitos de forma de Estado, forma de governo e
sistema de governo. Esta questão está errada, já que presidencialismo e
parlamentarismo não são formas de governo, mas sim sistemas de
governo (formas de governo são república e monarquia). 
Item errado 
6. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E
VIGILÂNCIA PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF adota o
presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção 
relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo Sistema de
Governo 
Presidencialismo 
Parlamentarismo 
Independência entre os Poderes Executivo e Legislativo
Mandatos por prazo certo 
Chefia monocrática ou unipessoal 
Interdependência (maior colaboração entre os poderes)
Mandatos por prazo incerto 
Chefia dual 
 
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das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do
presidente da República. 
De fato, a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na
mesma pessoa (chefia monocrática) é característica do
presidencialismo. Entretanto, presidencialismo e parlamentarismo são
sistemas de governo (e não formas de Estado). 
Item errado. 
7. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009)
Uma das características comuns à federação e à confederação é o
fato de ambas serem indissolúveis. 
A confederação não é indissolúvel. A confederação estabelece-se por
meio de um tratado, como uma união dissolúvel de Estados soberanos. A
federação sim é indissolúvel. 
Item errado. 
8. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO / SEGER /
ES / 2008) A forma republicana pressupõe, modernamente, que o
representantedo governo seja eleito pelo povo, que este seja
representado em câmaras ou assembleias populares e que os
mandatos eletivos sejam temporários. 
A escolha da forma de governo diz respeito à relação entre governantes
e governados no tocante à aquisição e o exercício do poder. 
A assertiva está correta, pois eletividade (governantes são eleitos pelo
povo) e temporalidade (exercício do poder se dá por um período
transitório) são características da república. 
Item certo. 
9. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO / SEGER /
ES / 2008) Saber a forma de governo de determinado Estado é o
mesmo que saber quem deve exercer o poder e como este se
exerce. 
Estudar as formas de governo é estudar como se dá a relação entre
governantes e governados no tocante à aquisição e ao exercício do
poder. É saber como é escolhido o governante, de que forma ele exerce
o poder e como se dá a relação entre ele e seus governados. 
Objetivamente, as formas de Estado (unitário x federado) não se
confundem com os sistemas de governo (presidencialismo x
parlamentarismo) ou com as formas de governo (república x
monarquia). 
 
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1.4 – Estado Federal
Podemos relacionar o surgimento do Estado Federal com os Estados
Unidos da América, na data de 1787. Antes disso (1776), tinha ocorrido a
declaração da independência das colônias americanas, em que tinham
surgido 13 Estados soberanos no território norte-americano. 
Naquele momento tratava-se ainda de uma confederação. Entretanto,
esses Estados soberanos optaram por se unir, formando apenas uma
Federação (e suprimindo a soberania e o antigo direito de secessão de
que dispunham). 
Como já comentado, o Brasil adota a forma federativa de Estado.
Vejamos o que estabelece o art. 1° da nossa Constituição: 
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
Observe ainda (grifado) o chamado princípio da indissolubilidade do
vínculo federativo. Ele tem duas finalidades básicas: unidade nacional e
necessidade descentralizadora. 
Ou seja, nossa Constituição afasta qualquer pretensão de separação de
um estado-membro, do DF ou de qualquer município da Federação.
Significa dizer que, no nosso ordenamento, não existe direito de
secessão. 
Podemos apontar como as principais características do Estado Federal: 
I) descentralização política: o poder se encontra dividido pelo território,
sendo exercido pelos entes autônomos (pois apenas o Estado Federal
é soberano); 
II) participação dos estados-membros: os estados-membros dispõem de
auto-organização (elaboram suas Constituições) e representação no 
Poder legislativo (no Senado Federal), mas não detêm direito de
secessão (uma vez criada a Federação, não se admite mais a
dissolução, não é tolerada a saída de um dos entes componentes do
Estado Federal); 
III) repartição de competências: a distribuição de competências entre os
entes federados assegura a autonomia de cada um deles; 
IV) repartição de receitas: cada ente deve possuir uma esfera de
competência tributária que lhe assegure receitas próprias; 
V) Constituição assegurada por um órgão superior: o pacto federativo é
firmado em uma Constituição rígida (proporcionando estabilidade
institucional), que é protegida por um órgão guardião (no nosso caso, o
STF). 
 
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Veja que interessante: no caso brasileiro, aconteceu o contrário do
ocorrido nos Estados Unidos. O Estado Federal nasce a partir da divisão
de um Estado anteriormente unitário. 
Assim, podemos ter dois tipos de formação do Estado Federal. 
I) Por agregação → movimento centrípeto → de fora pra dentro; e 
II) Por desagregação → movimento centrífugo → de dentro pra fora. 
No primeiro caso, antigos Estados independentes abrem mão de sua
soberania para constituir um Estado Federal único (é o caso dos Estados
Unidos). 
No segundo caso, um Estado unitário descentraliza-se, dividindo aquele
poder inicialmente concentrado e formado diversos entes autônomos (é o
caso brasileiro). Veja como isso já foi cobrado em concurso. 
10. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) O
federalismo brasileiro, quanto à sua origem, é um federalismo por
agregação. 
O Estado federal pode ser formado por agregação ou desagregação. 
Por agregação é quando se parte de diversas parcelas independentes
(Estados soberanos) que se unem para formar a federação, num
movimento de fora para dentro. Foi o que ocorreu com os Estados
Unidos, por exemplo. 
Por desagregação é quando o Estado se forma de dentro para fora, ou
seja, quando se tem um todo (Estado unitário) que se reparte em vários
outros. É o caso do Brasil, por exemplo. 
Item errado. 
O federalismo pode ser ainda dual ou cooperativo. 
Será dual se houver uma rígida separação de competências entre os
entes federados (como é o caso dos Estados Unidos). No Brasil, adota-
se o federalismo cooperativo, em que a separação das competências
não é rígida. 
Por fim, vale comentar mais dois detalhes relativos à Federação na
CF/88: 
I) a forma federativa de Estado é cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4°, I); e 
II) ao contrário da Federação convencional (formada apenas pela União
e estados-membros), nossa Federação é composta de quatro entes
federados: União, estados-membros, Distrito Federal e municípios
(assim, trata-se de uma peculiaridade brasileira os municípios e o DF 
como entes autônomos). 
 
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11. (CESPE/AUFC/TCU/2009) No âmbito do federalismo cooperativo, os
entes federados devem atuar de forma conjunta na prestação de
serviços públicos. Para esse fim, a CF prevê os consórcios públicos
e os convênios, inclusive autorizando a gestão associada desses
serviços, com a transferência de encargos, serviços e até mesmo de
pessoal e bens. 
No Brasil ocorre o federalismo cooperativo, em que a divisão de
competências não é rigidamente definida. Assim, a boa coexistência
desses entes autônomos exige mecanismos de coordenação e
cooperação entre eles, sendo os consórcios e os convênios dois
exemplos desses tipos de instrumento expressos na CF: 
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de
cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou
parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos. 
Item certo. 
12. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) A República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel dos estados, dos municípios, do Distrito Federal e
dos territórios. 
De acordo com o art. 1° da CF/88, “a República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal (...)”. 
Nesse sentido, é importante ter em mente que os territórios não são
entes federados. 
Item errado. 
1.5 – Entes Federados
Como comentado, a organização político-administrativa da República
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios, todos autônomos (CF, art. 18). 
De se destacar as vedações que a Constituição estabelece aos entes
federados (CF, art. 19). Nesse sentido, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboraçãode interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
 
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III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
13. (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) Segundo
a CF, a organização político-administrativa da República Federativa
do Brasil compreende a União, os estados, o Distrito Federal (DF),
os municípios e os territórios, todos dotados de autonomia. 
Os Territórios Federais não são entes federativos. Essas autarquias
territoriais integram a União (CF, art. 18, § 2°), como mera divisão
administrativo-territorial, sem autonomia política. 
Item errado. 
Passemos aos comentários mais relevantes sobre cada um dos entes
federados. 
De início, vai uma dica: não faça confusão entre a República Federativa
do Brasil (RFB) e a União! São duas coisas diferentes. 
A RFB é o Estado federal, o todo, pessoa jurídica de direito público
internacional que engloba União, estados, municípios e DF. 
No âmbito externo, a União até representa o Estado brasileiro. Mas a
União é pessoa jurídica de direito público interno. Enfim, a União é parte
integrante do Estado federal, vale dizer, é uma das entidades políticas
que integram o Estado federal. Como os demais entes, a União dispõe
de autonomia, enquanto a RFB dispõe de soberania. 
Não é um assunto muito cobrado em concursos, mas a Constituição
estabelece os bens da União em seu art. 20, segundo o qual, são bens
da União: 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e
à preservação ambiental, definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; 
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas,
as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
 
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VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
A Constituição assegura aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de
recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros
recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por
essa exploração (CF, art. 20, § 1°). 
Ademais, estabelece que a faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de
largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como faixa de
fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e
sua ocupação e utilização serão reguladas em lei (CF, art. 20, § 2°). 
Vamos a algumas questões. 
14. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) A República Federativa do Brasil é formada pela
união indissolúvel dos estados, dos municípios, do Distrito Federal e
dos territórios. 
Veja o que está estabelecido no art. 1°: 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (...) 
Bem, veja dois detalhes então: 
a) DF e Municípios como entes federados são peculiaridades da
nossa Federação. 
b) Territórios não são entes federados. Daí o erro da questão.
Item errado. 
15. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS –
DF/2007) O termo União designa entidade federal de direito público
interno, autônoma em relação às unidades federadas. A União
distingue-se do Estado federal, que é o complexo constituído da
União, dos estados, do DF e dos municípios e dotado de
personalidade jurídica de direito público internacional. 
Não faça confusão entre a República Federativa do Brasil (RFB) e a
União! A RFB é o Estado federal, o todo, pessoa jurídica de direito
público internacional. Enquanto a União é pessoa jurídica de direito
público interno. Enfim, a União integra o Estado federal. 
 
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Item certo. 
16. (CESPE/OFICIAL DE CHANCELARIA/MINISTÉRIO DAS
RELAÇÕES EXTERIORES/2006) No Estado federal, cada
componente da Federação detém soberania e autrminação
para desempenhar relações de direito público internacional. 
No Estado federal, os entes federados dispõem, apenas, de autonomia
política. A soberania é atributo exclusivo da República Federativa do
Brasil como um todo (o Estado federal). 
Item errado. 
17. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) São bens da União as terras
devolutas. 
Os bens da União estão explícitos no art. 20 da CF/88. Assim, não se
pode afirmar serem todas as terras devolutas bens da União. Nos termos
do art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à
defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. 
Item errado. 
O próximo ente federado a ser estudado são os estados-membros. É
importante você conhecer a tríplice capacidade garantidora de autonomia
dos estados-membros, que assegura a eles: (i) autogoverno; (ii)
autoadministração; e (iii) auto-organização e normatização própria. 
I) Autogoverno: o povo daquele estado-membro escolhe seus próprios
governantes (poderes executivo e legislativo locais) sem qualquer vínculo
de subordinação ou tutela por parte da União. 
II) Autoadministração: os estados-membros se autoadministram por
meio do exercício das suas competências legislativas, administrativas e
tributárias definidas pela Constituição Federal. 
III) Auto-organização e normatização própria: os estados-membros
editam suas próprias Constituições, bem como sua própria legislação,
respeitados os princípios da Constituição Federal (que funcionam como
limitadores da autonomia estadual). 
Sintetizando: 
 
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Apesar dessa autonomia, devemos lembrar que os estados-membros
estão sujeitos a determinadas limitações impostas pela Constituição, e
devem respeitar, portanto, seus princípios (CF, art. 25). 
Por fim, vale destacar que, segundo o art. 26 da Constituição são bens
dos estados: 
(i) as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de
obras da União; 
(ii) as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou
terceiros; 
(iii) as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; e 
(iv) as terras devolutas não compreendidas entre as da União.
Quanto à organização dos estados, podemos citar as regras a seguir. 
I) Número de Deputados da Assembléia - triplo da representação do
Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis,
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de
doze (CF, art. 27). 
II)Subsídio dos Deputados Estaduais - fixado por lei de iniciativa da
Assembléia Legislativa (no máximo, 75% do valor dos deputados
federais) (CF, art. 27, § 2°). 
III) Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento
interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, e prover os
respectivos cargos (CF, art. 27, § 3°). 
IV) Subsídios do Governador, Vice e Secretários - fixados por lei de
iniciativa da Assembléia Legislativa (CF, art. 28, § 2°). 
V) Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função
na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em
virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V
da CF/88 (CF, art. 28, § 1°). 
Autogoverno 
Autoadministração 
Elaboração das suas Constituições
Elaboração de leis próprias
art. 25, caput
Organização
dos Poderes 
Executivo
Legislativo
Judiciário 
art. 28
art. 27
art. 125 
Competências próprias
(administrativas,
tributárias e legislativas) 
art. 25, §§ 1° a 3° 
Auto-organização
e
Autolegislação 
 
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Vamos verificar como o Cespe tem abordado esses assuntos. 
18. (CESPE/BACHAREL EM DIREITO/CORPO DE BOMBEIROS –
DF/2007) Em razão da autonomia política dos entes federados, um
estado-membro poderá, por lei estadual, criar vantagens e
distinções, como isenções tributárias ou incentivos sociais diversos,
em favor dos brasileiros nascidos naquele território em detrimento
de brasileiros originários de outros estados. 
Uma lei com esse teor seria contrária à Constituição, pois vai contra a
ideia de estado Federal. Ademais, segundo o art. 19: 
“É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-
lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes
relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.” 
Item errado. 
19. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO DA UNIÃO DE 2ª
CATEGORIA/2007) Na elaboração das normas locais, o poder
constituinte decorrente deve respeitar o modelo de estruturação do
Estado fixado pela CF. 
Ao elaborar a Constituição estadual, o poder constituinte derivado
decorrente deve obediência aos princípios estabelecidos na Constituição
Federal (CF, art. 25). 
Item certo. 
20. (CESPE/ANALISTA PROCESSUAL/MPU/2010) As capacidades de
auto-organização, autogoverno, autoadministração e autolegislação
reconhecidas aos estados federados exemplificam a autonomia que
lhes é conferida pela Carta Constitucional. 
Trata-se do que a doutrina denomina como tríplice capacidade
garantidora de autonomia dos estados-membros, que assegura a eles: (i)
autogoverno; (ii) autoadministração; e (iii) auto-organização e
normatização própria (autolegislação). 
Item certo. 
21. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) A forma federativa de Estado
poderá ser alterada mediante emenda constitucional. 
A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas estabelecidas
pela nossa Constituição (CF, art. 60.§ 4°, I). Nesse sentido, não se
admite mudança na forma de Estado adotada (adoção da forma unitária
de Estado, por exemplo) nem mesmo por meio de reforma constitucional. 
 
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Item errado. 
Além disso, temos os municípios e o Distrito Federal, também dotados de
autonomia. 
Tanto o município quanto o DF regem-se por lei orgânica, votada em
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços dos membros da Câmara (municipal ou distrital), que a
promulgará. Deverão ser atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição Federal. No caso dos municípios, devem ser respeitados
ainda os princípios da Constituição do respectivo Estado. 
Os aspectos concernentes à organização dos municípios estão
expressos no art. 29 da CF/88. Já os aspectos concernentes ao DF estão
no art. 32 da CF/88. 
Sobre os municípios, vale destacar as regras a seguir. 
I) Subsídios do Prefeito, Vice e Secretários - fixados por lei de
iniciativa da Câmara Municipal (CF, art. 29, V). 
II) Subsídio dos Vereadores - fixado pelas respectivas Câmaras
Municipais em cada legislatura para a subseqüente (observados limites
máximos estabelecidos na Constituição) (CF, art. 29, VI). 
III) O total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá
ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município
(CF, art. 29, VII). 
IV) A Câmara Municipal não gastará mais de 70% de sua receita com
folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus
Vereadores (CF, art. 29-A, § 1°). 
V) Eleição do Prefeito e Vice – só haverá segundo turno da eleição no
caso de municípios com mais de duzentos mil eleitores. 
Sobre o DF, vale comentar os seguintes detalhes: 
I) é vedada sua divisão em municípios (CF, art. 30, caput); 
II) o DF acumula as competências legislativas reservadas aos estados e
aquelas reservadas aos municípios (esse assunto será melhor detalhado
mais à frente). 
22. (CESPE/DIPLOMATA/ RIO BRANCO/2008) Ao Distrito Federal são
atribuídas as competências legislativas dos estados e municípios. 
Como comentado, o DF acumula tanto as competências reservadas aos
estados como aquelas atribuídas aos municípios. 
Item certo. 
 
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Por fim, abro um parêntese para mencionar algo importante sobre os
municípios. É que, recentemente, houve a aprovação da Emenda
Constitucional nº 58/2009, alterando regras dos arts. 29 e 29-A (assuntos
não muito cobrados em concursos). 
Em resumo, essa nova emenda constitucional: 
a) cria 24 limites máximos para a composição das Câmaras Municipais
(art. 1º, alterando o inciso IV do art. 29 da Constituição), aumentando em 
7.709 o número de vereadores em todo o país; 
b) fixa novos limites percentuais máximos do total de despesas para as
Câmaras Municipais (art. 2º, alterando o art. 29-A da Constituição). 
O interessante (interessante para quem???) é que a letra “a” acima foi
aprovada com efeitos retroativos às eleições pretéritas, realizadas em
2008. 
A finalidade disso era recalcular os quocientes eleitorais, de forma a já
dar posse a 7.709 vereadores não eleitos em todo país. 
Você, que está dando duro para buscar seu cargo público, acha justo?
Pois é! Graças ao bom senso, imediatamente, o Procurador-Geral da 
República propôs uma ação direta de inconstitucionalidade perante o 
STF impugnando tais disparates. 
Ainda bem que prevaleceu a moralidade e a Corte Maior afastou, com
efeitos retroativos, a eficácia dessa determinação de aplicação retroativa
do referido comando. Assim, outorgaram-se efeitos ex tunc (retroativos) à
medida cautelar concedida, para o fim de tornar nulas as posses dos
mais afoitos. 
1.6 – Formação de Estados, Municípios e Territórios
Os parágrafos 3° e 4° do art. 18 estabelecem as regras de formação de
estados e municípios. 
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
Para isso deverão ser consultadas as respectivas Assembléias
Legislativas (CF, art. 48, VI). 
Portanto, deve-se passar pelas seguintes etapas: 
I - aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito; 
II - manifestação meramente opinativa das assembléias legislativas;
III - aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
 
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Já os municípios seguem regra distinta. Segundo o art. 18, § 4° da
CF/88, a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei. 
Em suma, para a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento
de municípios é necessário: 
I - aprovação de lei complementar federal fixando genericamente o
período dentro do qual poderá ocorrer a criação, a incorporação, a fusão
e o desmembramento de municípios; 
II - aprovação de lei ordinária federal estabelecendo a forma de
apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal; 
III - divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma
estabelecida pela lei ordinária federal acima mencionada; 
IV - consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos municípios
envolvidos; 
V - aprovação de lei ordinária estadual formalizando a criação, a
incorporação, a fusão ou o desmembramento do município, ou dos
municípios. 
Ou seja, a alteração dos limites territoriais dos municípios passou a
depender da vontade do Congresso Nacional, expressa em lei
complementar federal. Assim, se não houver tal lei complementar, não se
pode alterar limites de municípios no Brasil. 
Sintetizando: 
 
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Por fim, vale a pena mencionar aspectos relevantes sobre os territórios
federais. 
Segundo o art. 18, § 2º da Constituição, os Territórios Federais integram
a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 
Vamos aos exercícios comentados. 
23. (CESPE/ANALISTA – ASSUNTOS JURÍDICOS/SERPRO/2004) A
criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de
municípios, dentro do período determinado por lei complementar
estadual, dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos municípios envolvidos, após divulgação dos estudos
de viabilidade municipal, apresentados na forma da lei. 
Segundo o art. 18, § 4° da CF/88, a criação, a incorporação, a fusão e o
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão
de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal,
apresentados e publicados na forma da lei. 
Item errado. 
Aproveitando essa questão, deixe-me tratar de um detalhe bastante
atual. 
Apesar de não existir a referida lei complementar federal, foram
criados, após a introdução dessa exigência pela EC nº 15/1996, mais de
cinquenta municípios (contrariando § 4º do art. 18 da CF/88). 
Formação 
Estados 
Municípios 
Incorporação
Subdivisão 
Desmembramento
Incorporação
Fusão 
Desmembramento
Criação 
I – Plebiscito 
II – Oitiva das Assembléias 
Legislativas 
III – LC Federal 
I – LC Federal → período 
II – LO Federal → forma de 
divulgação do EVM 
III – Divulgação do EVM 
IV – Plebiscito 
V – LO Estadual formalizando o ato 
 
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Pois é, instado a posicionar-se quanto ao problema, o STF manifestou-se
pela inconstitucionalidade dos procedimentos de criação de tais
municípios. Ademais, reconheceu ainda a inconstitucionalidade por
omissão do Congresso Nacional, configurada pela ausência de
elaboração da lei complementar reclamada pela Constituição (fixou até
um prazo de 18 meses para que esse órgão legislativo suprisse tal
omissão). 
Entretanto, havia um problema concreto: a situação dos municípios
criados em ofensa à Constituição. Assim, o STF estabeleceu um prazo
de 24 (vinte e quatro) meses para que se regularizasse essa questão. 
Diante disso, o Congresso Nacional promulgou a EC nº 57/2008, que
acrescentou o art. 96 ao ADCT, convalidando os atos de criação, fusão,
incorporação e desmembramento de municípios, cuja lei tenha sido
publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos
estabelecidos na legislação do respectivo estado à época de sua criação. 
24. (CESPE/Análise de Legislação Previdenciária/MPS/2010) De acordo
com a CF, os territórios podem ser divididos em municípios. 
De fato, a Constituição admite a divisão dos territórios em municípios,
aos quais se aplicarão, no que couber, as disposições constitucionais
referentes aos demais municípios (CF, art. 33, § 1º). 
Item certo. 
25. (CESPE/PROMOTOR/MPE/ES/2010) É possível a criação de novos
territórios federais, na qualidade de autarquias que integrem a
União, na forma regulada por lei complementar. 
Atualmente, não existem territórios federais. Entretanto, a Constituição
admite a criação de novos territórios na forma regulada por lei
complementar (CF, art. 18, § 2°). Nesse caso, eles passarão a integrar a
União como autarquias territoriais. 
Item certo. 
26. (CESPE/PROMOTOR/MPE/SE/2010) A criação, a incorporação, a
fusão e o desmembramento de municípios devem preservar a
continuidade e a unidade histórico-cultural do ambiente urbano,
serão feitos por lei estadual, obedecidos os requisitos de lei
complementar estadual, e dependem de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações diretamente interessadas. 
A criação de municípios segue regra distinta da existente para alteração
dos limites dos estados-membros. Segundo o art. 18, § 4° da CF/88, a
criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios,
far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei
Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante
plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação 
 
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dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na
forma da lei. 
Assim, a questão está errada, pois a Constituição não menciona lei
complementar estadual. Na verdade, a lei complementar federal
estabelecerá o período dentro do qual poderá haver essa alteração
territorial de municípios. 
Item errado. 
27. (CESPE/AUDITOR DAS CONTAS PÚBLICAS/TCE-PE/2004) Se,
por hipótese, os estados de Pernambuco e de Alagoas decidissem
fundir-se para gerar um novo estado, a justiça eleitoral deveria
promover plebiscito entre as populações envolvidas e, no caso de
aprovação, o resultado deveria ser enviado ao Congresso Nacional,
para ser objeto de emenda constitucional, já que a fusão alteraria a
estrutura federativa originalmente prevista na Constituição. 
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar
(não é necessária emenda constitucional). Para isso deverão ser
consultadas as respectivas Assembléias Legislativas (CF, art. 48, VI). 
Portanto, deve-se passar pelas seguintes etapas: 
I) aprovação da população diretamente interessada, através de
plebiscito; 
II) manifestação meramente opinativa das assembléias legislativas; 
III) aprovação de lei complementar pelo Congresso Nacional.
Item errado. 
28. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) Os
territórios federais são considerados entes federativos. 
Os Territórios Federais não são entes federativos. Essas autarquias
territoriais integram a União, como mera divisão administrativo-
territorial, sem autonomia política.Uma informação histórica: vale lembrar que na vigência da Constituição
Federal pretérita (CF/1969), os Territórios Federais eram entes federados
autônomos, e os municípios não. A atual Constituição Federal de 1988
inverteu tal situação: retirou a natureza de ente federado dos Territórios
Federais e atribuiu essa condição aos municípios. 
Item errado. 
29. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A CF admite a incorporação, a
subdivisão ou o desmembramento de estados. 
A questão está de acordo com o art. 18, § 3° da Constituição. 
 
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Item certo. 
2 – Repartição de Competências
Bem, vamos falar um pouco sobre repartição de competências? Esse sim
é o assunto mais importante dentro de Organização do Estado. 
Em primeiro lugar, tenha em mente que a repartição de competências é o
ponto nuclear de um Estado Federado, sua essência, já que é o que
garante a autonomia dos entes que o integram. 
Assim, por exemplo, quando assegura ao município competência
privativa para tratar um assunto específico, a Constituição está
garantindo, em relação a essa matéria, a autonomia desse ente
federado. Ou seja, ele poderá dispor sobre aquela matéria sem qualquer
subordinação à União ou ao estado-membro a que pertence. 
Segundo José Afonso da competências são as diversas
modalidades de poder de que se servem os órgãos ou entidades estatais
para realizar suas funções. 
A própria Constituição Federal estabelecerá as competências
legislativas, administrativas e tributárias de cada um dos entes. 
A competência tributária é a aptidão para criar tributos, descrevendo
hipóteses de incidência, sujeitos ativos e passivos, bases de cálculo e
alíquotas. 
Mas, para nós, objetivamente, o importante são as competências
administrativas e legislativas. 
As competências administrativas (materiais) consistem num campo de
atuação político-administrativa. Não se trata de atividade legiferante, mas
de atuação efetiva para a execução de tarefas. 
Por sua vez, as competências legislativas são competências
constitucionalmente definidas para a elaboração de leis sobre aqueles
assuntos expressamente definidos. 
Vou sintetizar, desde já, o quadro-geral de competências estabelecidas
pela nossa Constituição. Observe bem como funciona a repartição de
competências. 
Ao longo da aula explicarei as classificações apresentadas nesse
esquema. Assim, ao terminar a leitura, volte a ele para uma total
compreensão. 
Sintetizando: 
 
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Bem, podemos considerar que há dois modelos de repartição de
competências: o modelo horizontal e o modelo vertical. 
Na repartição horizontal, não há relação de subordinação entre os
entes no exercício da competência. É dizer, naquelas matérias, os entes
atuam em pé de igualdade (cada um com plena autonomia para exercer
aquelas competências). É o caso das competências estabelecidas nos
arts. 21, 22, 23, 25 e 30 da CF/88, em que não há ingerência de um ente
na atuação do outro. 
Na repartição vertical, ocorre uma relação de hierarquização no
exercício da competência estabelecida pela Constituição. Os entes
atuam sobre as mesmas matérias, mas têm níveis diferentes de poder no
exercício daquelas competências. É o caso da chamada competência
legislativa concorrente prevista no art. 24 da Constituição, como será
visto adiante. 
Mas (você me pergunta) me diga qual o critério utilizado pela
Constituição para se afirmar que uma competência seria de um ou outro
ente? Pois assim posso ter uma idéia de qual competência é de quem... 
Posso dizer que a Constituição Federal de 1988 adotou como diretriz
geral, para repartir as competências, o princípio da predominância do
interesse. 
Ou seja, as matérias de interesse predominantemente local foram
atribuídas aos municípios (ente federado local). 
E as matérias de interesse predominantemente regional? Foram
destinadas aos estados-membros (pois ele é o ente federado regional). 
 
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E as matérias de interesse predominantemente geral (ou nacional)?
Ficaram nas mãos da União (pois ela é o ente federado nacional ou que
trata de assuntos gerais). 
A predominância do interesse foi, portanto, o princípio adotado como
regra para a repartição de competências pela Constituição Federal de
1988. 
Atenção! Essa regra não é absoluta, pois há exceções. Por exemplo, a
competência para a exploração do gás canalizado, embora seja assunto
de interesse predominantemente local, foi outorgada aos estados, e não
aos municípios (CF, art. 25, § 2º). 
Visto isso, vale comentar que, ao analisar a Constituição, não se
observa, de forma expressa, todas as competências de todos entes. Não,
não foi essa a forma adotada pela Constituição para apresentar as
competências. 
O poder constituinte originário optou pela seguinte técnica: 
• União → enumerou expressamente – competência enumerada
expressa (art. 21 e 22); 
• Municípios → enumerou expressamente – competência enumerada
expressa (art. 30); 
• Estados-membros → não enumerou expressamente, reservando a
eles as competências que não lhes são vedadas na Constituição –
competência não-enumerada ou remanescente (art. 25, § 1º). 
Cabe observar que, se, como regra, a Constituição não enumerou
expressamente a competência dos estados, não se pode dizer que
nenhuma competência foi outorgada a eles de forma expressa na
Constituição. Afinal, é dos estados a competência para exploração do
gás canalizado (CF, art. 25, § 2º), para a criação de regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (CF, art. 25, §
3º), para a modificação dos limites territoriais dos municípios (CF, art. 18,
§ 4º), bem assim para organizar sua própria Justiça (CF, art. 125). 
Outro aspecto é que, em se tratando de competência tributária
(competência para instituir tributos), é a União que dispõe de
competência residual (e não os estados!) para instituir novos impostos
além daqueles discriminados na Constituição (CF, art. 154, I), bem assim
para instituir novas contribuições de seguridade social (CF, art. 195, §
4º). 
Já o Distrito Federal, recebeu as competências de interesse
predominantemente local (municipais) e regional (estaduais), pois há
vedação à sua divisão em municípios (CF, art. 32). Entretanto, você deve
ter em mente que nem todas as competências dos estados foram
atribuídas ao DF. Afinal, os incisos XIII e XIV do art. 21 estabelecem que
compete à União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério 
 
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Público, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal. 
Foram ainda criadas: 
I) competência administrativa comum – outorgando-a a todos os entes
federados (CF, art. 23) – caso de competência administrativa em que os
entes atuam com igualdade de condições (atuação paralela, sem
subordinação); 
II) competência legislativa concorrente – apenas entre a União, os
estados e o Distrito Federal (CF, art. 24). 
Quanto a esta última, trata-se de competência importantíssima para
concursos públicos. A competência legislativa concorrente está
disciplinada no art. 24 da CF/88. Observe, logo de início, o primeiro
detalhe: concorrem a União, estados e DF (municípios não). 
I) Competência para União, estados e DF legislarem sobre determinados
temas, mas não em condições de igualdade (modelo vertical, em que
há certa hierarquização). 
II) União → estabelece normas gerais, o que não exclui a competência
suplementar dos Estados. 
III) Estados-membros → podem suplementar as normas gerais
expedidas pela União, desde quenão as contrariem. 
Ou seja, compete ao governo federal estabelecer as normas gerais, sem
descer aos pormenores. Cabe aos estados e ao DF a adequação da
legislação às suas peculiaridades. 
IV) Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
Entretanto, a superveniência de lei federal sobre normas gerais
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. 
Atenção! Nesse último caso a superveniência de lei federal suspende a
eficácia da lei estadual (não se trata de revogação), no que lhe
contrariar. Assim, se a União resolver revogar a sua lei federal de normas
gerais, a lei estadual, até então com a eficácia suspensa, volta
automaticamente a produzir efeitos. 
Em suma, funciona assim a competência concorrente. 
A União edita lei de normas gerais. Os estados e DF suplementam essa
legislação (de acordo com as diretrizes exaradas nas normas gerais da
União), editando normas específicas para atender às suas
peculiaridades. 
Enquanto não houver normas gerais, a competência dos estados-
membros é plena. Caso venham a ser editadas as normas gerais da
União em momento posterior, elas suspendem a eficácia daqueles
dispositivos das normas dos estados que as contrariem. 
 
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Por fim, vale comentar que a competência concorrente não inclui os
municípios. Entretanto, compete aos municípios suplementar a
legislação federal e a estadual no que couber (CF, art. 30, II). 
Cabe comentar ainda alguns detalhes. 
Em primeiro lugar, as competências da União estão previstas no art. 21 e
no art. 22 da CF/88. 
No art. 21, estão estabelecidas as competências administrativas (de
competência exclusiva da União, portanto indelegável). 
No art. 22, estão estabelecidas as competências legislativas (de
competência privativa da União, portanto delegável). É dizer, são
listados temas sobre os quais compete à União legislar. 
Competências da União: 
a) Privativa → legislativa e delegável (art. 22) 
b) Exclusiva → administrativa e indelegável (art. 21) 
Quanto à competência privativa, vale destacar que pode ser que os
estados e DF (municípios não) venham a legislar sobre questões
específicas relacionadas às matérias listadas no art. 21. Para isso, é
necessário que a União delegue essa competência por lei
complementar (CF, art. 22, parágrafo único). 
Esse detalhe é importante. A delegação deverá ser, apenas, para tratar
de questões específicas e não sobre uma das matérias da competência
privativa da União em geral. Assim, por exemplo, a autorização não
poderá ser para legislar sobre direito civil (em geral), mas apenas para
legislar sobre questões específicas no âmbito do direito civil. 
Por fim, vale ressaltar que a União não poderá realizar essa delegação a
apenas um, ou apenas a alguns estados-membros, pois isso ofenderia a
isonomia federativa, segundo a qual é vedado à União, aos estados, ao
Distrito Federal e aos municípios criar preferências entre si (CF, art. 19, 
III). É dizer, a União pode delegar essas competências, mas se o fizer
será em favor de todos os estados e do Distrito Federal, sem criar
nenhuma distinção entre estes entes federados. 
Há diversos entendimentos jurisprudenciais importantes sobre repartição
de competências. Optei por apresentá-los logo abaixo, no decorrer da
resolução das questões comentadas. 
30. (CESPE/AGENTE E ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL
SUBSTITUTOS/PCRN/2008) O princípio geral que norteia a
repartição de competência entre as entidades componentes do
Estado federal é o da predominância do interesse, segundo o qual à
União caberão aquelas matérias e questões de predominante
interesse geral, nacional, ao passo que aos estados tocarão as
matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos 
 
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municípios concernem os assuntos de interesse local. José Afonso
da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo:
Malheiros, 24.ª ed., 2005, p. 478 (com adaptações). Com referência
ao texto acima e com base na CF, assinale a opção correta. 
a) A CF enumerou, expressamente, as competências administrativas
dos estados-membros. 
b) Ao DF são atribuídas apenas as competências legislativas
reservadas aos estados. 
c) A CF conferiu à União diversas competências administrativas,
sendo a sua principal característica a delegabilidade a outros entes
federativos. 
d) Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e
transporte. Entretanto, diante de interesse local, a União pode delegar
esta competência legislativa, por meio de lei complementar, a apenas
um estado-membro da Federação. 
e) A CF enumerou as competências administrativas e legislativas dos
municípios. 
A alternativa “a” está errada, pois aos estados foi atribuída a chamada
competência remanescente (CF, art. 25, § 1º). 
A alternativa “b” está errada porque ao Distrito Federal foram atribuídas
as competências estaduais e municipais (art. 32, § 1º). Lembre-se, de
qualquer forma, que nem todas as competências dos estados foram
atribuídas ao DF. Segundo o os incisos XIII e XIV do art. 21, compete à
União organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público, a
Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros
militar do Distrito Federal. 
A alternativa “c” está errada. As competências atribuídas à União estão
nos arts. 21 e 22 da CF/88. O art. 21 apresenta as diversas
competências administrativas, materiais, atribuídas à União (a chamada
competência exclusiva). Essas competências têm como principal
característica a indelegabilidade. 
A alternativa “d” está errada. O art. 22 apresenta as competências
legislativas (a chamadas competências privativas). Essas competências
podem ser delegadas aos estados e ao DF por meio de lei
complementar (ao contrário da competência exclusiva). 
Assim, realmente compete privativamente à União legislar sobre trânsito
e transporte (art. 22, XI), competência essa que pode, mediante lei
complementar, ser delegada aos estados para o trato de questões
específicas (art. 22, parágrafo único). Todavia, entende-se que a União
não poderá realizar essa delegação a apenas um, ou apenas a alguns
estados-membros. Como comentado, isso ofenderia a isonomia
federativa, contrariando o dispositivo segundo o qual é vedado à União, 
 
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aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios criar preferências entre
si (CF, art. 19, III). 
A alternativa “e” está certa, pois a Constituição Federal enumerou
expressamente as competências dos municípios (tanto administrativas,
como legislativas). 
Gabarito: “e” 
31. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Compete exclusivamente à
União legislar acerca da responsabilidade por dano ao meio
ambiente. 
Amigo, essa não dava para errar! 
As competências exclusivas são materiais (ou administrativas) e não
legislativas, ok? 
Em realidade, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre responsabilidade por dano ao meio
ambiente (CF, art. 24, VIII). 
Item errado. 
Bem, infelizmente algumas questões vão cobrar a memorização de
determinadas competências... 
Aqui vai uma dica: são muitas as competências para você memorizar.
Ainda como concurseiro, aprendi que o difícil mesmo é saber diferenciar
o campo da competência privativa da União (art. 22) com o da
competência concorrente (art. 24). 
Isso porque as competências exclusivas (art. 21) e comuns (art. 23) são
materiais e não legislativas. E a diferença entre essas duas não é tão
complicada. Pegue sua Constituição... 
Temas gerais como (CF, art. 23): zelar pela guardada Constituição,
conservar o patrimônio público, proteger o meio ambiente, preservar as
florestas; são exemplos de competências de todos os entes (veja como
são assuntos bem comuns e gerais). 
Já assuntos como (CF, art. 21): manter relações com Estados
estrangeiros, declarar a guerra e celebrar a paz, decretar intervenção
federal, emitir moeda; são exemplos de competências exclusivas
(materiais) da União. 
Quanto a essa distinção, não há grandes dificuldades (verifique os arts.
21 e 23 da sua Constituição)... 
Já a distinção entre competências privativas da União e competências
concorrentes não é tão simples. 
Portanto, minha sugestão é a de que você guarde apenas aquelas
competências expressas no art. 24 (competências concorrentes). Faça 
 
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uma lista e memorize essas competências. Assim, caso venha uma
questão cobrando competência legislativa fora daquelas do art. 24
(competência concorrente), você poderá marcar que é competência
privativa da União. 
Vamos ver quais são essas competências: 
“Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico
(Mnemônico: P – E – T – U - F); 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino e desporto; 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.” 
Bem, apesar do que eu disse, eu sugiro que você memorize pelo menos
as seguintes competências privativas da União (sempre cobradas em
concursos): 
I) direito penal e direito civil (CF, art. 22, I); 
II) trânsito e tranporte (CF, art. 22, XI); e 
III) sistemas de consórcios e sorteios (CF, art. 22, XX). 
Além disso, acredito que valha a pena conhecer os arts. 25 e 30 da 
CF/88 (que são bem pequenos). 
 
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“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis
que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
sejam vedadas por esta Constituição. 
§ 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão,
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
§ 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.” 
“Art. 30. Compete aos Municípios: 
I - legislar sobre assuntos de interesse local; 
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em lei; 
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial; 
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; 
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população; 
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano; 
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada
a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.” 
Façamos mais algumas questões. 
32. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS
JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) No âmbito da
competência concorrente, a superveniência da lei geral pela União
suspende e não revoga a lei estadual já editada, no que lhe for
contrário, de forma que revogada a lei geral da União, a lei estadual
suspensa volta a viger. 
Na competência legislativa concorrente, inexistindo lei federal sobre
normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. 
 
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A questão está correta, pois a superveniência de lei federal sobre normas
gerais suspende a eficácia da lei estadual (e não revoga), no que lhe
for contrário. 
A diferença é que, se a União resolver revogar a sua lei federal de
normas gerais, a lei estadual, que estava com a eficácia suspensa, volta
a produzir efeitos. 
Item certo. 
33. (CESPE/GESTOR DE POLÍTICAS PÚBLICAS - ACRE/2006)
Somente por lei complementar a União poderá autorizar os estados
a legislar a respeito de questões específicas da sua competência
privativa. 
De acordo com o parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal, lei
complementar poderá autorizar os estados a legislar sobre questões
específicas das matérias da competência privativa da União. 
Item certo. 
34. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) O DF, por deter
competência normativa relativa aos estados e municípios, poderá,
legitimamente, editar ato normativo que disponha sobre sistemas de
consórcios e sorteios. 
Nesse assunto de repartição de competências, há bastante
jurisprudência do STF, como veremos. Bem, o entendimento a que esta
questão se refere você não pode errar. Afinal, há súmula vinculante
sobre ele: 
Súmula Vinculante 2: É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual
ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios,
inclusive bingos e loterias. 
A edição dessa súmula surgiu do fato de que muitos estados vinham
editando leis próprias instituindo e disciplinando loterias estaduais, jogos
de bingos e outros tipos de jogos e sorteios oficiais; contrariando o art.
22, XX da CF/88, segundo o qual compete à União legislar sobre
sistemas de consórcios e sorteios. 
Item errado. 
35. (CESPE/ANALISTA/DIREITO/2008) Os estados podem, por meio de
lei, anistiar seus servidores de ilícitos penais praticados contra a
administração pública estadual. 
É competência exclusiva da União conceder anistia (CF, art. 22, XVII).
Ademais, compete privativamente à União legislar sobre direito penal
(CF, art. 22, I). Portanto, errada a questão. 
Atenção! O Supremo Tribunal entende que a anistia de infrações
disciplinares de servidores estaduais é competência do estado-membro. 
 
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Só caracteriza competência da União quando se cuidar de anistia de
crimes (competência federal privativa para legislar sobre Direito Penal). 
Segundo a Corte, conferir à União – e somente a ela – o poder de
anistiar infrações administrativas de servidores locais constituiriaexceção radical e inexplicável ao dogma fundamental do princípio
federativo – qual seja, a autonomia administrativa de Estados e
Municípios (ADI 104, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 4-6-
07). 
Portanto, podemos concluir segundo essa decisão, caso o ato se
caracterize como infração administrativa disciplinar, a anistia seria de
competência do estado-membro. Caso se caracterize como ilícito penal,
aí sim a competência seria a União. 
Item errado. 
36. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/STF/2008) Lei municipal
que obrigue a instalação, em estabelecimento bancário, de
equipamentos de segurança é considerada constitucional, pois
aborda um assunto de interesse eminentemente local. 
Jurisprudência batida e rebatida do STF. Observe que se o assunto diz
respeito a interesse local a competência é dos municípios. 
Guarde os seguintes detalhes sobre as competências municipais: 
I) “é competente o Município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial.” (Súmula 645) 
II) cabe à União (e não ao município!) a competência para a fixação do
horário de funcionamento de agências bancárias, tendo em vista que
o tema extrapola o interesse meramente local. 
III) por outro lado, cabe aos municípios legislar sobre qualidade de
atendimento aos clientes, inclusive de instituições bancárias (instalação
de equipamentos de segurança, tempo máximo de espera na fila etc.). 
Item certo. 
37. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) A
vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou
municipais a índices federais de correção monetária é
inconstitucional. 
Segundo a jurisprudência do STF, é inconstitucional, por ofensa à
autonomia federativa, a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária. Esse assunto foi sumulado pela nossa Corte: 
“É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção
monetária” (Súmula nº 681). 
Item certo. 
 
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38. (CESPE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/VITÓRIA/2007) Se
determinado município Y editar lei que proíba a instalação de nova
farmácia a menos de 500 metros de estabelecimento da mesma
natureza, tal lei será considerada inconstitucional, pois a norma
exorbita de sua competência para o zoneamento da cidade,
afrontando princípios constitucionais como a livre concorrência, a
defesa do consumidor e a liberdade do exercício das atividades
econômicas, que informam a ordem econômica consagrada pela
Constituição Federal brasileira. 
Outra questão que cobra o conhecimento de súmula do STF: 
“Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área” (Súmula nº 646). 
Item certo. 
39. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Compete à União explorar
diretamente, na forma da lei, ou mediante concessão, os serviços de
gás canalizado. 
Trata-se de uma das poucas competências enumeradas dos estados-
membros. Segundo o art. 25, § 2º, compete aos Estados explorar
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a
sua regulamentação 
Item errado. 
40. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) De acordo com entendimento
do STF, é inconstitucional lei estadual que disponha sobre aspectos
relativos ao contrato de prestação de serviços escolares ou
educacionais, por se tratar de matéria inserida na esfera de
competência privativa da União. 
É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal sobre
obrigações ou outros aspectos típicos de contratos de prestação de
serviços escolares ou educacionais. 
Segundo o STF, leis que versam sobre contraprestação de serviços
educacionais têm natureza das normas que regem contratos. Ou seja,
trata-se de tema próprio do âmbito de direito civil. 
Assim, norma estadual que disponha sobre esse assunto está usurpando
a competência privativa da União; ofendendo o art. 22, I, da CF/88. 
Item certo. 
41. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Para o STF, é inconstitucional
norma inserida no âmbito de constituição estadual que outorgue
imunidade formal, relativa à prisão, ao chefe do Poder Executivo
estadual, por configurar ofensa ao princípio republicano. 
 
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Outro tema batido em concursos públicos. Dentre as diversas
imunidades de que dispõe o chefe do Poder Executivo federal, a
Constituição do estado só pode estender ao Governador uma delas: a
necessidade de autorização do poder legislativo para que ele possa ser
responsabilizado criminalmente (CF, art. 86, caput). 
Item certo. 
42. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) A CF atribui à União a
competência tributária residual, permitindo-lhe instituir, mediante lei
ordinária específica, outros impostos além dos arrolados em sua
esfera de competência, desde que esses impostos não tenham fato
gerador ou base de cálculo próprios dos arrolados na CF e sejam
não cumulativos. 
Para esse assunto (organização do Estado e repartição de
competências), o importante é você ter em mente aquilo que comentei:
apesar da competência remanescente ser dos estados-membros,
compete à União a chamada competência tributária residual. 
Assim, nos termos do art. 154, I da CF/88, a União poderá instituir novos
impostos, mediante lei complementar, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados na Constituição. Bem, mas esse detalhe é mais específico
do Direito Tributário. 
Item errado. 
43. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE/AL/2009) Segundo
entendimento do STF, é constitucional lei estadual que estabelece o
dever dos municípios de transportar, da zona rural para a sede do
município, alunos carentes matriculados no ensino fundamental,
tendo em vista a competência municipal para atuar prioritariamente
no ensino fundamental. 
O STF considerou inconstitucional, por afronta à autonomia municipal,
artigo da Constituição do Ceará que impunha aos Municípios ao encargo
de transportar da zona rural para a sede do Município, ou Distrito mais
próximo, alunos carentes matriculados a partir da 5º série do ensino
fundamental (ADI 307, voto do Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 13-2-
08). 
Entendeu-se que haveria ali indevida ingerência na prestação de serviço
público municipal, com reflexos diretos nas finanças locais. 
Item errado. 
44. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O estado-membro tem
competência para estabelecer, desde que na constituição estadual,
regras de imunidade formal e material aplicáveis a vereadores. 
De acordo com o STF, o Estado-membro não tem competência para
estabelecer regras de imunidade formal e material aplicáveis a 
 
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Vereadores. Isso porque a Constituição Federal atribui à União a
competência de legislar sobre Direito Penal e Processual Penal. (ADI
371/SE , Rel. Min. Maurício Corrêa, 23/04/2004). 
Item errado. 
45. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) O STF considera
inconstitucional, por invasão da competência da União para dispor
sobre trânsito e transporte, lei estadual que autorize o Poder
Executivo do estado a apreender e desemplacar veículo de
transporte coletivo encontrado em situação irregular. 
Compete privativamente à União legislar sobre trânsito e transporte
(CF, art. 22, XI). Entretanto, o STF considerou constitucional lei estadual
que autorizava o Poder Executivo a apreender e desemplacar veículos
de transporte coletivo de passageiros encontrados em situação irregular.
No caso, entendeu-se que essa natureza de norma insere-se no poder
de polícia

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