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Curso de Direito Constitucional: Poder Executivo e Funções da Justiça

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CURSO ON-LINE - DIREITO CONSTITUCIONAL P/ O TCU
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 6 - Poder Executivo. Funções essenciais à Justiça. 
Bom dia! 
Seja bem-vinda (ou bem-vindo) a mais uma aula do nosso curso. Esta
aula vai continuar abordando o tema “Organização dos Poderes”, que só
termina na próxima aula, quando veremos o Poder Judiciário. 
Então, hoje nossa aula versará sobre dois assuntos interessantíssimos.
Em primeiro lugar, eu comentarei as atribuições e responsabilidades do 
Presidente da República. Logo em seguida, mencionarei os principais
aspectos relacionados às funções essenciais da justiça. 
Está pronto?
Vejamos o conteúdo. 
1 – Poder Executivo 
1.1 – Atribuições do Presidente da República 
1.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da República 
2 – Ministério Público 
2.1 – Princípios institucionais do Ministério Público 
2.2 – Garantias e vedações 
2.3 – Funções 
2.4 – Conselho Nacional do Ministério Público 
2.5 – Ministério Público Especial junto aos tribunais de contas 
2.6 – Prerrogativa de foro 
3 – Outras funções essenciais à justiça 
3.1 – Advocacia Pública 
3.2 – Advocacia 
3.3 – Defensoria Pública 
4 – Exercícios de Fixação 
Boa aula! 
 
1 – Poder Executivo 
O Poder executivo é abordado pela nossa Constituição entre os arts. 76
e 91. Ele exerce a função típica de administrar. Isso compreende
funções de governo e de administração da coisa pública. 
Como as funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma
exclusiva, o Poder Executivo também exerce funções atípicas: 
I) função legislativa: edição de medidas provisórias e decretos autônomos; 
II) função de julgamento: no âmbito de processos administrativos. 
 
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Como vimos em aula anterior, adotamos o sistema de governo
denominado presidencialismo. Ou seja, o Presidente da República
exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e a chefia de Governo. 
Ele figura como chefe de Estado quando representa a República
Federativa do Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante
organizações internacionais (quando celebra um tratado internacional,
por exemplo). Ou mesmo quando corporifica internamente a unidade
nacional (quando decreta a intervenção federal para manter a integridade
nacional – art. 34, I -, por exemplo). 
Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da
República cuida dos negócios internos de interesse da sociedade
brasileira (quando atua como administrador, por exemplo, nomeando ou
demitindo um servidor). 
1. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) No
sistema de governo presidencialista, o chefe de governo é também
o chefe de Estado. 
De fato, o sistema presidencialista é o que reúne na mesma pessoa as
funções de chefe de Estado e chefe de governo (chefia monocrática,
como vimos na organização do Estado). 
Item certo. 
2. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008)
Quando o presidente da República celebra um tratado internacional,
o faz como chefe de governo. 
Ao celebrar um tratado internacional o presidente da República age como
chefe de Estado. Estaria na função de governo se estivesse, por
exemplo, cuidando de assuntos relativos à Administração Pública. 
Item errado. 
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado
pelos Ministros de Estado (CF, art. 76). A eleição do Presidente da
República importará a do Vice-Presidente com ele registrado, ainda que
de partidos políticos diferentes. 
O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo sistema majoritário.
Será eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos
(excluídos brancos e nulos), mesmo que seja necessário um segundo
turno para o atingimento desse limite. 
Antes de realizado o segundo turno, caso venha a ocorrer morte,
desistência ou impedimento legal de candidato (que esteja no segundo
turno), convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF,
art. 77, § 5°). 
 
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Na hora de definir quem vai para o segundo turno, caso haja empate
entre o segundo e terceiro colocados, qualificar-se-á o mais idoso (CF,
art. 77, § 5°). 
Lembrando que são condições para exercer o cargo de Presidente da
República ser brasileiro nato, no pleno gozo dos direitos políticos e ter,
pelo menos, 35 anos de idade. 
O Presidente e o Vice tomarão posse em sessão do Congresso Nacional,
prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a
união, a integridade e a independência do Brasil. 
Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo,
este será declarado vago. 
Segundo o art. 79 da CF/88, o Vice-Presidente substituirá o Presidente,
no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no caso de vaga. Ademais,
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões
especiais (além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei
complementar). 
Um regra importante de você memorizar é a ordem de substituição do
Presidente em casos de impedimento (afastamento temporário) e
vacância (afastamento definitivo). 
Você já observou o que acontece quando o Presidente está fora do país?
Quem assume a Presidência da República? E se vagasse
simultaneamente os cargos de presidente e vice, a quem caberia
governar o país? 
Bem, essas questões são resolvidas pelos arts. 80 e 81 da CF/88. 
Nesse sentido, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-
Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente
chamados ao exercício da Presidência (nessa ordem): (1) o Presidente
da Câmara dos Deputados; (2) o do Senado Federal; e (3) o do Supremo
Tribunal Federal. 
É exatamente o que acontece quando a nossa presidenta viaja para
representar o país perante outras nações, como acontece ao se
estabelecerem acordos comerciais internacionais. 
Já no caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da
República: 
I) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato far-se-á
eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga; 
II) todavia, se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta). 
 
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Em qualquer dos casos, os eleitos deverão apenas completar o período
de seus antecessores. 
Em suma, no caso de vacância, o Vice poderá substituir o Presidente de
forma definitiva. Entretanto, se houver vacância dos dois cargos, a
substituição será apenas temporária, enquanto não se realizam as
eleições descritas acima. 
O Presidente e o Vice Presidente da República não poderão, sem licença
do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a
quinze dias, sob pena de perda do cargo (CF, art. 83). Segundo o STF,
essa regra é de observância obrigatória pelos estados-membros, no que
se refere ao Governador. 
Será que isso cai? 
3. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) A morte, a desistência ou o
impedimento do candidato eleito e diplomado para a chefia do Poder
Executivo mantém a eleição e diplomação do candidato eleito à
vice-chefia, que tomará posse na condição de titular do Poder
Executivo. 
A morte, desistência ou impedimento do candidato no segundo turno (ou
seja, antes de realizada a eleição) implica a convocação do próximo
candidato (CF, art. 77, § 5°). 
Diferentemente, a questão trata das situações de morte,desistência ou
impedimento do diplomado (eleito). Nesse caso, assumirá o Vice-
Presidente. 
Item certo. 
4. (CESPE/TÉCNICO DE FINANÇAS PÚBLICAS/CENSIPAM/2006) O
presidente da República exerce a posição de chefe supremo da
administração pública federal, mas a ele não estão subordinados os
ministros de Estado. 
O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado
pelos Ministros de Estado. Ou seja, com o auxílio desses últimos,
compete àquele exercer a direção superior da administração federal. 
Assim, os ministros são nomeados e exonerados pelo presidente (CF,
art. 84, I) e a ele estão subordinados. 
Item errado. 
5. (CESPE/TECNICO/TRE/ES/2011) O Poder Executivo, além de
administrar a coisa pública, também legisla e julga, e o seu chefe,
eleito pelo povo, possui várias prerrogativas e garantias que lhe são
outorgadas para o exercício, de forma independente e imparcial, da
chefia da nação. 
Além de administrar (função típica), o poder executivo também legisla e
julga (de forma atípica). 
 
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Seu chefe é, de fato, eleito pelo povo e, como estudaremos nesta aula,
dispõe de diversas prerrogativas e garantias destinadas ao exercício da
chefia da nação de forma independente (por exemplo, competências
constitucionais, prerrogativa de foro, imunidades formais etc.). 
Item certo. 
1.1 – Atribuições do Presidente da República
O art. 84 da Constituição Federal estabelece quais são as atribuições do
Presidente da República. Observe abaixo, atentando para os destaques
em negrito. 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da
administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na
Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos
e regulamentos para sua fiel execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus
representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo
do Congresso Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e
solicitando as providências que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos
órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o 
 
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Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e
outros servidores, quando determinado em lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de
Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o
Advogado-Geral da União; 
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa
Nacional; 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente,
a mobilização nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de
diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta
Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias
após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício
anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. 
Com uma leitura atenta, você pode observar que diversas competências
dessa lista são bem intuitivas. Ou seja, está na cara que se referem a
atividades de responsabilidade do Presidente da República. 
Isso facilita a sua vida, certo? Afinal, a quem mais competiria
competências como as seguintes: nomear ministros; exercer a direção da
administração pública; iniciar, sancionar, promulgar, fazer publicar e vetar
projetos de lei; manter relação outros Estados e celebrar tratados
internacionais; decretar estado de defesa, de sítio e intervenção; enviar
ao Congresso seu plano de governo, leis orçamentárias e prestar contas;
entre outras? 
Sugiro que você dê mais uma lida com esse foco: observar que a grande
maioria das competências naturalmente são associadas à figura do
Presidente da República. 
 
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Observe que, no que for pertinente, essas atribuições serão estendidas
aos governadores e prefeitos municipais. 
Passo a mencionar os detalhes mais importantes para concursos: (i)
distinção entre o decreto regulamentar e decreto autônomo; e (ii)
delegação de competências aos ministros de Estado, AGU e PGR. 
Poder regulamentar e decreto autônomo
Trata-se da distinção entre as competências previstas nos incisos IV e VI
do art. 84 da CF/88. Vejamos: 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos 
e regulamentos para sua fiel execução; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Tenha em mente que até a EC n° 32/2001 nossa Constituição autorizava
ao Presidente da República apenas a edição de decretos regulamentares
(CF, art. 84, IV). Trata-se de prerrogativa exclusiva do Chefe do Poder
Executivo de editar decretos e regulamentos (normas infralegais) que
visem a regulamentar leis. 
Pois bem, a EC n° 32/2001 deu ao chefe do poder executivo
competência para a edição dos chamados decretos autônomos (com
força de lei), exclusivamente nas seguintes hipóteses (CF, art. 84, VI): 
I - organização e funcionamento da administração federal, quando não
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos; 
II - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Ou seja, hoje, o chamado decreto autônomo (atos primários, diretamente
hauridos no texto da Constituição) está expressamente autorizado, mas
apenas nessas situações restritas explicitadas no inciso VI do art. 84 do
texto constitucional. 
Portanto, os decretos regulamentar (inc. IV) e autônomo (inc. VI) não se
confundem. E você não pode confundi-los! 
O decreto regulamentar (CF, art. 84, IV) é editado para assegurar a fiel
execução das leis, tem fundamento de validade na lei e status de norma
secundária,infralegal. Quanto ao decreto autônomo (CF, art. 84, VI), ele
tira seu fundamento de validade diretamente da Constituição e tem status
de norma primária, equiparado às demais leis. 
 
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Como veremos logo a seguir, o decreto regulamentar não é delegável. Já
o decreto autônomo poderá ser delegado pelo Presidente da 
República aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou
ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). 
Competências delegáveis aos ministros de Estado, ao AGU e ao 
PGR
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais
cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse
dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são
delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República
(PGR) ou ao Advogado-Geral da União (incisos VI, XII e XXV, primeira
parte). 
Assim, as competências delegáveis são apenas: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Quanto a este último ponto, fique atento! 
Compete privativamente ao Presidente da República prover e extinguir
os cargos públicos federais, na forma da lei (CF, art. 84, XXV). 
O provimento pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao
Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. A
extinção não! 
Entretanto, se o cargo estiver vago, trata-se da extinção de cargos
vagos, que o Presidente da República pode realizar por meio de decreto
autônomo (nos termos do art. 84, VI, “b” da CF/88). Nesse caso, se é
decreto autônomo, pode ser delegado também. 
Cabe comentar que o provimento e a extinção dos cargos públicos por
ato do Presidente abrangem os cargos do Poder Executivo. 
Outro detalhe interessante é que, para o Supremo Tribunal Federal, a
competência para prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, primeira
parte) abrange a de desprovê-los. Portanto, a competência de desprover
os cargos públicos é susceptível de delegação a Ministro de Estado (CF,
art. 84, parágrafo único). 
Com isso é válida a Portaria de um Ministro de Estado que, no uso de
competência delegada, aplica a pena de demissão a servidor (MS 
25.518, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 10-8-2006). 
Repare que, ao enumerar expressamente as matérias que são
delegáveis, de certa forma, a Constituição está também fixando as
matérias que são indelegáveis (demais incisos do art. 84 da CF/88). 
 
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E, antes que alguém me pergunte, o “indulto” é uma espécie de graça
processual penal. Trata-se de ato de clemência do Poder Executivo, que
extingue a punibilidade (o poder de punir por parte do Estado para
aquele condenado). 
Por favor, não marque bobeira! Memorize essas hipóteses em que o
decreto autônomo se aplica, bem como as competências do Presidente
que podem ser delegadas. E vá para sua prova tranquila (ou tranquilo)... 
6. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A CF atribuiu ao presidente da
República a competência privativa para prover e extinguir os cargos
públicos federais, na forma da lei. 
Trata-se da competência prevista no inciso XXV do art. 84. Houve alunos
meus que erraram essa questão, argumentando que só seria
competência do presidente da República extinguir os cargos públicos
quando eles estiverem vagos. 
Veja que uma coisa é a competência prevista no inciso XXV de extinção
dos cargos, que será exercida na forma da lei (nos limites que a lei
determinar). Essa competência está expressa na Constituição, e a
questão foi mera transcrição. Portanto, está correta. 
Por outro lado, há a competência para extinguir cargos vagos mediante
decreto autônomo, de acordo com o art. 84, VI, “b”. Observe que o
decreto autônomo tira fundamento de validade diretamente da
Constituição. 
Item certo. 
7. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) O presidente da República não
dispõe de competência constitucional para conceder indulto, por se
tratar de competência exclusiva do Poder Judiciário. 
Compete privativamente ao Presidente da República conceder indulto e
comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em
lei (CF, art. 84, XII). Saiba essa competência, pois ela é delegável. 
Item errado. 
8. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O presidente da República
pode, mediante decreto, delegar todas as atribuições privativas que
a CF lhe reserva, observados os limites traçados nas delegações. 
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais
cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse
dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são
delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte). 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
 
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Se a Constituição enumera expressamente as matérias delegáveis, de
certa forma, ela fixa também indelegáveis (demais incisos do art. 84). 
A questão está errada, pois nem todas as competências privativas do
Presidente são delegáveis. 
Item errado. 
9. (CESPE/TJDF/CONTROLE INTERNO/2008) O presidente da
República tem competência para delegar, aos presidentes dos
tribunais, a competência de prover e extinguir os cargos públicos
federais no âmbito da administração pública direta, o que abrange o
Poder Judiciário. 
A competência para prover cargos públicos em tribunais é do próprio
Poder Judiciário (e não do Presidente da República). 
“Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais: 
(...) 
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da
respectiva jurisdição; 
(...) 
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o
disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração
da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;” 
Item errado. 
10. (CESPE/SGA/AC/Escrivão de Polícia/2008) A extinção de funções
ou cargos públicos vagos é competência privativa do presidente da
República, exercida por meio de decreto. 
Trata-se do chamado decreto autônomo, previsto no art. 84, VI da CF/88,
que faculta ao Presidente extinguir funções ou cargos públicos, quando
vagos e dispor sobre a organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos. 
Item certo. 
11. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) A CF atribui ao presidente
da República iniciativa reservada no que concerne a leis sobre
matéria tributária. 
Já vimos isso. O STF já decidiu que a CF não estabelece iniciativa
privativa para legislação que verse sobre matéria tributária em geral. Ou
seja, qualquer dos congressistas poderá iniciar projeto de lei sobre direito
tributário. 
 
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Já comentei também ao tratar de processo legislativo: memorize as
matérias cuja iniciativa de lei compete ao Presidente da República (CF,
art. 61, § 1°). 
Item errado. 
12. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Compete privativamente ao
presidente da República extinguir os cargos públicos federais, na
forma da lei. 
De fato, nos termos do art. 84, XXV da CF/88, compete ao presidente da
República prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da
lei. 
Observe um detalhe: quanto a esse inciso, a Constituição estabelece que
seria delegável apenas a competência prevista na “primeiraparte”. 
Como as competências desse inciso são (i) prover e (ii) extinguir,
entende-se que o presidente pode delegar o provimento dos cargos, mas
não a extinção de cargos ocupados. 
Se o cargo estiver vago, aí sim. Ele cai na regra do decreto autônomo
(CF, art. 84, VI, “b”) e aí pode ser delegado. 
Item certo. 
13. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Conforme entendimento do
STF, o presidente da República pode delegar aos ministros de
Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir, no âmbito das
suas respectivas pastas, servidores públicos federais. 
Compete ao presidente da República prover os cargos públicos federais
(CF, art. 84, XXV, primeira parte). Nos termos do parágrafo único do art.
84, essa competência poderá ser delegada aos ministros de Estado, ao
Procurador Geral da República e ao Advogado Geral da União. 
Pois bem, segundo o STF, essa competência para prover cargos
públicos abrange a competência de desprovê-los. Assim, pode o ministro
de Estado, com base em competência delegada, aplicar pena de
demissão a servidor. 
Item certo. 
14. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008)
Algumas competências privativas do presidente da República podem
ser delegadas aos ministros de estado. Entre elas está a de presidir
o Conselho da República e o Conselho de Defesa quando não
estiver presente na sessão. 
A competência para presidir o Conselho da República e o Conselho de
Defesa não pode ser delegada. 
Tenho certeza de que você não errou essa! 
Item errado. 
 
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15. (CESPE/TECNICO/ANVISA/2007) Violaria a Constituição Federal
um decreto do presidente da República que extinguisse a ANVISA e
transferisse as competências dessa agência para um órgão do MS. 
De fato, esse ato violaria a Constituição, na medida em que, por meio de
decreto autônomo, até poderia o presidente dispor sobre organização e
funcionamento da administração federal, desde que não implicasse
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF,
art. 84, VI, “a”). 
Item certo. 
16. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DP/SE/2005) O poder regulamentar
do presidente da República, conforme texto atual da Constituição
Federal, não autoriza a extinção de cargos públicos, matéria esta
afeta ao princípio da legalidade. 
No direito administrativo, a doutrina denomina de Poder regulamentar as
competências do chefe do Poder executivo para editar atos normativos,
englobando também o chamado decreto autônomo. 
De acordo com o art. 84, VI, “b”, o Presidente da República pode, por
meio de decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos,
quando vagos. 
Item errado. 
17. (CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA / TST
/ 2008) O presidente da República pode, por meio de decreto
presidencial, transferir para um órgão da Presidência determinada
competência atribuída ao Ministério do Trabalho. 
Desde que não aumente de despesa ou acarrete criação/extinção de
órgão público, pode o Presidente da República dispor, mediante decreto,
sobre organização e funcionamento da administração federal (CF, art.
86, VI). 
Item certo. 
1.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
Nos arts. 85 e 86, a Constituição estabelece os crimes de
responsabilidade do Presidente da República, bem como o
procedimento de sua responsabilização. 
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas
cometidas no desempenho da função. 
A Constituição estabelece rol exemplificativo de crimes de
responsabilidade, como sendo os atos do Presidente da República que
atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
 
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II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Esses crimes serão definidos em lei federal, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento. 
Atenção! Lei federal é que estabelecerá os crimes de responsabilidade,
mesmo os dos governadores ou prefeitos, uma vez que compete à
União legislar sobre direito penal. 
São da competência legislativa da União a definição dos crimes de
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e
julgamento. (Súmula 722 do STF) 
Pois bem, além dos crimes de responsabilidade, o Presidente da
República também será responsabilizado por infrações penais comuns,
ou crimes comuns, se tiverem relação com o exercício do mandato.
Explicarei melhor esse aspecto ao tratar das imunidades do Presidente
da República. 
Antes eu gostaria de detalhar como funciona o processo de
responsabilização do Presidente, nos termos do art. 86 da CF/88. 
Como veremos logo a seguir, a Câmara deve autorizar o processo de
responsabilização do Presidente. Pois bem, uma vez admitida a
acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo
Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado
Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86). 
Infrações penais comuns → STF 
Crimes de responsabilidade → Senado Federal 
Em suma, o processo de responsabilização do Presidente da República
passa por duas fases sequenciais: 
a) admissão da acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados; 
b) julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de
responsabilidade. 
Significa dizer que primeiro há um juízo de admissibilidade da ação
(Câmara dos Deputados). Depois é há o julgamento em si (STF ou
Senado) 
 
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A repetição é que ajuda a memorização...rs 
Uma vez admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, o Presidente
ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime
pelo Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo
Senado Federal. 
Entretanto, essa suspensão das atividades presidenciais não poderá
ultrapassar o prazo de cento e oitenta dias. Com efeito, decorrido o
prazo de 180 dias sem que o julgamento esteja concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo (CF, art. 86, § 2º). 
Seguem algumas observações importantes acerca desse processo de
responsabilização do Presidente da República. 
I) A autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus
membros, não implica a suspensão do Presidente da República do
exercício de suas funções. 
Essa suspensão só ocorrerá posteriormente, após a instauração do
processo pelo Senado Federal (nos casos de crime de responsabilidade)
ou se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal 
Federal (nos casos de crimes comuns). 
II) Como destaquei para você, a autorização da Câmara dos Deputados
vincula o Senado Federal, mas não vincula o STF. 
É o seguinte: se a Câmara dos Deputados admitir a acusação, o Senado
Federal estará obrigado a instaurar o processo contra o Presidente da
República. 
Por outro lado, o mesmo não acontece com o STF. Se a Câmara dos
Deputados admitir a acusação, o STF avaliará se recebe ou não a
denúncia ou queixa-crime contra o Presidente da República (não estará
obrigado). 
A condenação do Presidente por crime de responsabilidade acarretará a
perda do cargo e a inabilitação, por oito anos, para o exercício defunção pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis
(CF, art. 52, parágrafo único). 
A condenação por crime comum em decisão transitada em julgado do
STF também ocasionará a perda do cargo decorrente da suspensão de
direitos políticos do Presidente da República. 
Deixe-me falar um pouco das imunidades do Presidente da República,
disciplinadas em dispositivos do art. 86 da Constituição Federal e
resumidas logo abaixo. 
 
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Em primeiro lugar, uma coisa que confunde muita gente... O aluno
aprende que os parlamentares têm imunidade material. Ou seja, são
invioláveis, civil e penalmente, por suas manifestações, por suas
palavras. Afinal, ora, trata-se do parlamento! 
Aí, o aluno sai carregando essa imunidade material... Achando que todo
mundo tem imunidade material... Não. 
Você, que está em alto nível, não pode mais achar que são a mesma
coisa a imunidade material e a imunidade formal. Não, meu caro, você
não pode confundi-las (sua banca vai tentar fazer isso em algumas
questões). 
O Presidente da República não dispõe de imunidade material, isto é,
ele não é inviolável, civil e penalmente, por suas manifestações, ainda
que estritamente ligadas ao exercício de suas funções presidenciais
(essa imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Observe
que se relaciona com as manifestações (que não estão protegidas por
imunidade material no caso do presidente). 
Entretanto, o Presidente da República dispõe de três imunidades
processuais (ou formais), a saber: 
a) necessidade de autorização da Câmara dos Deputados, por dois
terços de seus membros, para que seja julgado pelo STF, nas infrações
comuns, ou pelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF,
art. 86, caput); 
b) não submissão às prisões cautelares (em flagrante, temporária ou
preventiva), haja vista que ele somente poderá ser preso quando
sobrevier sentença condenatória (CF, art. 86, § 3º); 
c) irresponsabilidade temporária, na vigência de seu mandato, por
atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (CF, art. 86,
§ 4º). 
Atenção! Uma questão batida de concurso é perguntar quais dessas
imunidades são estendidas aos governadores. Guarde isso: dessas três
imunidades, só se aplica ao governador a primeira (autorização do
Poder Legislativo para que possa seja julgado). 
No que tange à terceira imunidade, ela assegura ao Presidente da
República uma irresponsabilidade temporária em relação a certos atos,
haja vista que, na vigência do seu mandato, ele não poderá ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF,
art. 86, § 4º). 
Essa terceira imunidade refere-se à prática de crime comum pelo
Presidente da República, situação em que teremos o seguinte: 
a) se o crime comum praticado pelo Presidente da República tiver
relação com o exercício de suas funções presidenciais, ele
responderá por esse crime, na vigência do mandato, perante o STF, 
 
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ficando suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou
queixa-crime pelo STF, por até 180 dias; 
b) se o crime comum praticado pelo Presidente da República for
estranho ao exercício de suas funções, ele não responderá por esse
crime na vigência do seu mandato. Aliás, ele só responderá por esse
crime após o término do mandato, perante a justiça comum, haja vista
que, com o término do mandato, expira-se o direito ao foro especial por
prerrogativa de função. 
Você consegue identificar a distinção entre o crime comum conexo e o
crime comum estranho ao exercício das funções? 
Por exemplo, matar alguém é um tipo de crime comum. Mas, uma coisa
é a nossa presidenta da república assassinar um ministro do TCU que
embargou uma obra de uma estrada por desvio de recursos públicos
(tem relação com o exercício da sua função como presidenta). Outra
coisa diferente é matar o cunhado por causa de uma dívida ou o
cabeleireiro por causa de um penteado mal feito (não tem nada a ver
com o cargo de presidente). 
No primeiro caso, o crime foi cometido na condição de Presidente da
República (conexo com o exercício de suas funções). Assim, ele (ou ela)
responderá, na vigência do mandato, perante o STF (situação em que
ficará suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou
queixa-crime pelo STF, por até 180 dias). 
No segundo exemplo, o crime foi cometido na condição de cidadão
comum (sem nenhuma conexão com o exercício das suas funções).
Nesse caso, ele (ou ela) não responderá por esse crime na vigência do
mandato perante o STF (ele só responderá por este crime após o término
do mandato, perante a justiça comum). 
Observe atentamente os principais aspectos no esquema abaixo. 
Sintetizando: 
 
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Vamos ver como o Cespe tem cobrado esses assuntos. 
18. (CESPE/JUIZ/TRF5/2006) O fato de que o presidente da República,
na vigência de seu mandato, não possa ser responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções revela hipótese de
imunidade material. 
O Presidente da República não dispõe de imunidade material (essa
imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Entretanto, o
Presidente da República dispõe de três imunidades processuais (ou
formais), uma delas é a irresponsabilidade temporária, na vigência de
seu mandato, por atos estranhos ao exercício de suas funções
presidenciais (CF, art. 86, § 4º). 
Ou seja, a questão está errada já que a não responsabilização por atos
estranhos às suas funções não consubstancia imunidade material. 
Item errado. 
19. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Os crimes de
responsabilidade praticados pelos ministros de Estado, sem
qualquer conexão com o presidente da República, serão
processados e julgados pelo STJ. 
Esse assunto será desenvolvido na aula sobre Poder Judiciário, mas já
posso adiantar algo aqui. 
De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo
STF tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. 
Todavia, essa regra tem uma exceção. No caso de crimes de
responsabilidade cometidos em conexão com delito praticado pelo 
Presidente da
República 
Imunidades 
Responsabilização 
Não dispõe de imunidade material 
Formais 
Necessidade de autorização da CD (art. 86, caput)
Proteção contra prisões cautelares (art. 86, §3°)
Não será responsabilizado por atos estranhos às suas 
funções (art. 86, §4°) 
Admissão 
Julgamento 
Afastamento 
2/3 da Câmara dos Deputados 
crimes comuns
Responsabilidade
STF
SF
( Condenação
por 2/3 ) 
Crimes 
comuns → se recebida a denúncia pelo STF 
Responsabilid. → após a instauração pelo SF
 
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Presidente da República a competência para julgamento será do
Senado Federal (art. 52, I). Em suma, o erro da questão é atribuir ao
STJ competência para julgar os ministros de Estado. 
Item errado. 
20. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) São crimes de responsabilidade os atos do
presidente da República que atentem contra o exercício dos direitos
políticos, individuais e sociais. 
Como vimos, e segundo o art. 85 da CF/88, são crimes de
responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do
Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da
Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidadena administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” 
Item certo. 
21. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Para que o presidente da
República seja julgado pelo STF por crimes comuns, é necessária a
autorização de dois terços da Câmara dos Deputados, por força da
qual fica ele suspenso das suas funções. 
De fato, para que o presidente da República seja julgado pelo STF por
crimes comuns, é necessária a autorização de dois terços da Câmara
dos Deputados. Todavia, ele só fica suspenso das suas funções se o
STF receber a denúncia ou queixa-crime (CF, art. 86, § 1°, I). 
Item errado. 
22. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Os ministros de Estado, nas
infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, como
regra geral, serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. 
De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo
STF tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. 
Lembrando que, se os crimes de responsabilidade tiverem conexão
com delito praticado pelo Presidente da República, a competência para
julgamento será do Senado Federal (CF, art. 52, I). 
Item errado. 
 
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23. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O
presidente da República responde por crimes comuns e de
responsabilidade perante o Senado Federal, depois de autorizado o
seu julgamento pela Câmara dos Deputados. 
Como vimos, nas infrações penais comuns o Presidente é julgado pelo
STF, e não pelo Senado. Pelo Senado ele é julgado no caso de crimes
de responsabilidade. 
Item errado. 
24. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As infrações penais
praticadas pelo presidente da República durante a vigência do
mandato, sem qualquer relação com a função presidencial, serão
objeto de imediata persecutio criminis. 
Nesse caso, não haverá a persecução criminal, não haverá a
responsabilização do Presidente. Na vigência de seu mandato, o
Presidente da República não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4°). 
Item errado. 
25. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/CENSIPAM/2006) Quando a
Constituição Federal estabelece que o presidente da República não
será responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
funções, durante a vigência de seu mandato, não estabelece, com
isso, uma imunidade penal, mas simplesmente uma imunidade
temporária ao processamento criminal. 
De fato, a não responsabilização por atos estranhos ao exercício da
função apenas suspende a possibilidade de se apurar e processar esses
crimes quando cometidos pelo Presidente. Entretanto, após o mandato
ele poderá ser processado normalmente, tendo em vista que se trata de
uma imunidade temporária, e não absoluta. 
Item certo. 
26. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE-AM/2008) A imunidade formal
relativa à prisão do presidente da República não se aplica ao Poder
Executivo estadual. 
Segundo a jurisprudência do STF, de todas as imunidades formais do
Presidente da República, somente pode ser estendida aos governadores
de Estado uma única: a necessidade de autorização do Poder Legislativo
para o processo, por dois terços de seus membros. 
É dizer que poderá a Constituição do Estado dispor que o Governador só
será processado e julgado pelo STJ após prévia autorização da
Assembléia Legislativa, por decisão de dois terços de seus membros. 
Item certo. 
 
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27. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 5ª
REGIÃO/2008) Caso haja recebimento, pelo Supremo Tribunal
Federal, de queixa-crime contra o presidente da República pela
prática de infração penal, este terá suspensas as suas funções. 
Já comentei isso. Nas infrações penais comuns, o Presidente da
República ficará suspenso de suas funções se recebida a denúncia ou
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 86, § 1º). De se
destacar que o STF não está obrigado a instaurar processo de
impeachment contra o Presidente. 
Ao contrário, nos crimes de responsabilidade, a autorização da
Câmara dos Deputados obriga o Senado Federal a instaurar o processo
de impeachment do Presidente da República. 
Item certo. 
28. (CESPE/DELEGADO/SECAD/TO/2008) O presidente da República,
no exercício de suas funções, só pode ser preso após o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória. 
Essa questão pega muita gente desprevenida. 
Como vimos, o Presidente dispõe de imunidade formal quanto à prisão.
Assim, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações
comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão (art. 86, §
3º). 
É dizer, não pode o Presidente da República ser preso cautelarmente
(por exemplo, em flagrante delito). Para sua prisão exige-se uma
sentença de mérito. Entretanto, a Constituição Federal não exige que a
decisão de mérito tenha transitado em julgado. 
Lembrando que o trânsito em julgado ocorre quando a decisão já se
tornou definitiva, na medida em que não se admite mais recursos. 
Item errado. 
29. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) Presidente da
República que praticar crime eleitoral na disputa pela reeleição pode
ser julgado pelo Senado Federal por crime de responsabilidade,
após aprovação de dois terços dos membros da Câmara dos
Deputados. 
Nesse caso, como não se trata de crime de responsabilidade, será ele
julgado perante o STF, após autorização da Câmara dos Deputados por
dois terços de seus membros (CF, art. 86). 
Item errado. 
30. (CESPE/CONTADOR/STF/2008) Compete ao STF processar e
julgar originariamente o vice-presidente da República nas infrações
penais comuns. 
 
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Assim, como ocorre com o Presidente da República, o Vice será julgado
pelo Senado nos crimes de responsabilidade. E assim como ocorre
com o presidente, compete ao STF processar e julgar o Vice nas
infrações penais comuns. 
Item certo. 
1.3 – Ministros de Estado e Órgãos de consulta do Presidente da 
República
Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de
vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos (CF, art. 87). 
Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas
nesta Constituição e na lei: 
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da administração federal na área de sua competência e
referendar os atos e decretos assinados pelo Presidente da República; 
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e
regulamentos; 
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão
no Ministério; 
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas
ou delegadas pelo Presidente da República. 
Os órgãos de consulta do Presidente da República são o Conselho da
República e o Conselho de Defesa Nacional (CF, arts. 89 a 91). 
Esses são órgãos de consulta do Presidente da República (sem caráter
decisório, mas meramente opinativo) e apresentam determinadas
atribuições em comum (como, por exemplo, se pronunciar (opinar) sobre
a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal (CF, art. 90, I e art. 91, § 1º, II)). 
Nos termos do art. 90 da CF/88, compete ao Conselho da República
pronunciar-se sobre (i) intervenção federal, estado de defesa e estado de
sítio; e (ii) as questões relevantes para a estabilidade das instituições
democráticas. 
Já o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente
da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a
defesa do Estado democrático, ao qual compete (art. 91, §1°): 
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz;II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e
da intervenção federal; 
III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis
à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, 
 
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especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a
preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; 
IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas
necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado
democrático. 
2 – Ministério Público
Nos termos do art. 127 da CF/88, o Ministério Público (MP) é instituição
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais
e individuais indisponíveis. 
A Constituição Federal posiciona o Ministério Público em capítulo
especial, fora da estrutura dos demais poderes da República. Assim,
ganha relevo sua autonomia e independência no exercício de suas
funções em defesa dos direitos, garantias e prerrogativas da sociedade. 
O Ministério Público abrange (i) o Ministério Público da União e (ii) o
Ministério Público dos Estados. Observe que se trata de dois ramos
distintos do Ministério Público. O MP dos Estados não integra o MPU! 
Veja como art. 128 da Constituição estruturou o MP: 
Eu preciso que você observe essa figura e perceba o destaque (em
vermelho) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, dentro
do MPU. Ou seja, o MPDFT integra o MPU, e não tem nada a ver com
o Ministério Público dos Estados, como às vezes a lógica nos faria
pensar. 
Aliás, já comentei em aula anterior que compete à União organizar e
manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do
Distrito Federal e dos Territórios (CF, art. 21, XIII). 
Esse detalhe é importante, pois irá impactar diversos aspectos que
abordaremos hoje. 
Ainda falando sobre a estrutura, vale observar que, ao estruturar o
Ministério Público (art. 128), a Constituição não menciona o Ministério
Público Especial, que atua junto aos Tribunais de Contas. 
Apenas no art. 130, a Constituição estabelece que aos membros do
Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as 
 
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disposições sobre o Ministério Público Comum pertinentes a direitos,
vedações e forma de investidura (CF, art. 130). 
Observe que não aparece na estrutura acima o Ministério Público
Eleitoral. É que ele não dispõe de estrutura própria e será integrado por
membros do MP federal e membros do MP estadual. 
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da
República (PGR). 
Aliás, estabelece a Constituição Federal que o Procurador-Geral da
República deverá ser previamente ouvido nas ações de
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do
Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, § 1º). 
O PGR será nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes
da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu
nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para
mandato de dois anos, permitida a recondução (CF, art. 128, § 1°). 
Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios
formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei
respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral de Justiça (PGJ), que
será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois
anos, permitida uma recondução. 
Objetivamente: 
Nomeação do PGR (MPU) Nomeação do PGJ (MP dos
estados) 
- Presidente da República; 
- integrantes da carreira; 
- 35 anos; 
- maioria absoluta do Senado; 
- mandato de 2 anos; 
- permitidas várias reconduções. 
- Governador; 
- lista tríplice dentre os integrantes; 
- mandato de 2 anos; 
- permitida uma única recondução. 
A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do
Presidente da República, deverá ser precedida de autorização da maioria
absoluta do Senado Federal (CF, art. 128, § 2º). 
Já a destituição do Procurador-Geral de Justiça nos Estados-membros é
competência da respectiva Assembléia Legislativa, por decisão de
maioria absoluta dos seus membros (CF, art. 128, § 4º). 
Objetivamente: 
PGR → tanto a nomeação quanto a destituição são submetidas ao Senado; 
PGJ → somente a destituição é submetida à Assembléia Legislativa; 
 
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Agora a pergunta que vale um milhão... Quem é competente para
nomear o Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios? O
governador? 
Nada disso... Se o MPDFT é organizado pela União e faz parte do MPU,
a autoridade competente para nomear o PGJ do DF e Territórios é o
Presidente da República. 
Veja outro aspecto... De acordo com o mesmo raciocínio, a destituição
do Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios é competência de
quem? Da Câmara Legislativa do DF? Na verdade não. 
Trata-se de competência do Senado Federal, por decisão da maioria
absoluta de seus membros. 
O Ministério Público do DF e Territórios ainda se distingue do Ministério 
Público dos Estados em outros aspectos. 
I) Quem organiza e mantém o Ministério Público dos Estados são os
próprios estados, mas quem organiza e mantém o MPDFT não é o DF, é
a União. 
II) Enquanto os projetos de lei de organização do MP estadual são
apresentados perante a Assembléia Legislativa, o MPDFT os apresenta
perante o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados). 
Voltando ao chefe do MPU, deixe-me apresentar algumas funções do
PGR: 
a) propor as ações do controle concentrado de constitucionalidade
(incluindo a ADIN Interventiva, para a qual é o único legitimado); 
b) desempenhar funções delegadas pelo Presidente da República (nos
termos do art. 84, parágrafo único); 
c) desempenhar funções relacionadas ao CNJ (indicar dois dos membros
e oficiar perante o CNJ) e presidir o CNMP; 
d) suscitar, perante o STJ, incidente de deslocamento de competência
para a Justiça Federal, nas hipóteses de grave violação de direitos
humanos, como veremos ao falar sobre Poder Judiciário (CF, art. 109, §
5º). 
2.1 – Princípios institucionais do Ministério Público
São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional (CF, art. 127, § 1°). 
Unidade - Os membros do MP integram apenas um órgão, sob a direção
única de um só Procurador-geral. 
Essa unidade existe dentro de cada Ministério Público. Assim, não há
unidade, por exemplo, entre o Ministério Público do Trabalho e o
Ministério Público Federal. 
 
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Indivisibilidade - Os membros do MP não estão vinculados a qualquer
processo em que estejam atuando. Assim, podem ser substituídos ao
longo do processo, de acordo com as regras de direito aplicáveis, sem
prejuízo para atuação do parquet. O princípio da indivisibilidade decorre
do princípio da unidade. 
Independência funcional - O MP possui independência no exercício de
suas funções, não se subordinando a quaisquer outros Poderes da
República. Assim, seus membros não estão funcionalmente
subordinados nem mesmo ao Procurador-Geral e podem atuar de acordo
com as suas livres convicções (existe uma relação hierárquica
meramente administrativa). 
Além desses princípios expressos, há também o art. 127, § 2° da CF/88,
que assegura autonomia funcional e administrativa, podendo propor
ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços
auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e
títulos, a política remuneratóriae os planos de carreira. Pode-se incluir a
autonomia financeira, como a competência para elaborar sua proposta
orçamentária. 
Ademais, a jurisprudência do STF passou a admitir que há ainda um
princípio implícito: o princípio do promotor natural. Você, que já
conhece o princípio do juiz natural não vai ter dificuldades com esse
princípio. 
O princípio do promotor natural proíbe designações casuísticas,
efetuadas pela chefia do Ministério Público, para atuação num
determinado processo. Assim, não se admite o chamado “promotor de
exceção”. Trata-se de garantia da imparcialidade de sua atuação. 
Com isso, o critério para a designação de um membro do Ministério
Público para atuar em certa causa não pode ser abstrato e
predeterminado. Ao contrário, deve ser composto de regras objetivas e
gerais, aplicáveis a todos os que se encontrem nas situações nelas
descritas. 
2.2 – Garantias e vedações
Leis complementares da União e dos Estados (de iniciativa concorrente
entre o Chefe do Executivo e os respectivos Procuradores-Gerais) vão
estabelecer a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros diversas garantias.
São elas a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade do
subsídio. 
Vitaliciedade - após dois anos de exercício, não podendo perder o
cargo senão por sentença judicial transitada em julgado. 
 
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Inamovibilidade - salvo por motivo de interesse público, mediante
decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto
de maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. 
De se destacar a possibilidade de o Conselho Nacional do Ministério
Público (CNMP) determinar a remoção de membros do Ministério Público
(CF, art. 130-A, § 2º, III). 
Irredutibilidade de subsídio – ressalvado o teto remuneratório (CF, art.
37, XI) e as tributações sobre os vencimentos (CF, arts. 150, II, 153, III,
153, § 2º, I). 
Além das garantias, essas leis complementares deverão ainda observar
as seguintes vedações. 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários,
percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função
pública, salvo uma de magistério; 
e) exercer atividade político-partidária; 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as
exceções previstas em lei. 
g) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes
de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou
exoneração. 
Sintetizando: 
 
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Aproveitando a esquematização dos principais aspectos, vamos
sintetizar as principais iniciativas de lei relacionadas ao Ministério
Público, segundo a compilação feita no livro dos profs. Vicente Paulo e
Marcelo Alexandrino. 
I) Lei complementar (LC) de organização do MPU → iniciativa
concorrente entre o Presidente da República e o PGR (CF, art. 61, § 1º,
II, “d” c/c art. 128, § 5º). 
II) Lei de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares do Ministério
Público, a política remuneratória e os planos de carreira → iniciativa é
privativa do MP, exercida pelo respectivo Procurador-Geral (CF, art. 127,
§ 2º). 
III) Lei (federal) de normas gerais para a organização do Ministério
Público dos Estados → iniciativa é privativa do Presidente da República
(CF, art. 61, § 1º, II, “d”, parte final). 
IV) LC (estadual) de organização do MP do Estado →: iniciativa
concorrente entre o Governador o Procurador-Geral de Justiça (CF, art.
61, § 1º, II, “d” c/c art. 128, § 5º). 
V) Lei de organização do MP especial que atua junto à Corte de Contas
→ iniciativa privativa do Tribunal de Contas. 
E a iniciativa de lei sobre a organização do MPDFT? 
 
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Observe que se trata de órgão integrante do MPU, organizado e mantido
pela União. Assim, a iniciativa de lei sobre a sua organização é
concorrente entre o Presidente da República e o PGR. 
2.3 – Funções
São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados na Constituição,
promovendo as medidas necessárias a sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção
do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para
fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos na
Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações
indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na
forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei
complementar; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações
processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que
compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação
judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. 
Essas funções do Ministério Público só podem ser exercidas por
integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva
lotação, salvo autorização do chefe da instituição (CF, art. 129, § 2º). 
O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso
público de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas
nomeações, a ordem de classificação (CF, art. 129, § 3º). 
Quanto à ação civil pública, trata-se de instrumento utilizável para evitar
danos ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor 
 
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artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico, ou, então, para
promover a responsabilidade de quem haja causado lesão a estes bens. 
Observe que compete ao MP: 
- promover, privativamente, a ação penal pública (CF, art. 129, I); 
- promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses
difusos e coletivos (CF, art. 129, III); 
Ou seja, a promoção da ação penal pública é privativa do MP. A
promoção da ação civil pública não é privativa, pois inclui diversos outros
legitimados (a Defensoria Pública, os entes federados e suas entidades
da administração indireta, a associação constituída há mais de um ano
desde que tenha entre suas finalidades as matérias protegidas ação civil
pública). 
Vale a pena preparar você para uma questão que sempre cai na prova. 
A ação civil pública pode ser utilizada no âmbito do controle de
constitucionalidade? 
Segundo o STF, não é admitida a utilização da ação civil pública como
sucedâneo de ação direta de inconstitucionalidade a fim de se exercer
controle concentrado de constitucionalidade. Ou seja, ela não pode ser
utilizada para substituir a ADI para se impugnar uma lei em tese, em
abstrato, sem haver um caso concreto. 
Todavia, o Supremo Tribunal Federal considera legítima a utilização da
ação civil pública como instrumento de fiscalizaçãoincidental de
constitucionalidade, diante de um caso concreto. 
Nesse sentido, a controvérsia constitucional não pode configurar objeto
único da demanda, mas simples questão prejudicial, indispensável à
resolução do litígio principal. 
Assim, se veda a obtenção de efeitos erga omnes (para todos), o que
subtrairia do STF a competência exclusiva do controle abstrato de
constitucionalidade frente à Constituição Federal. 
Em suma, a ação civil pública pode ser utilizada no âmbito do
controle de constitucionalidade, desde que na via incidental, diante
de um caso concreto. 
2.4 – Conselho Nacional do Ministério Público 
A EC 45/2004 criou Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), ao
qual compete o controle da atuação administrativa e financeira do MP e
do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros. 
Podemos dizer que o CNMP está para o Ministério Público, assim como
o Conselho Nacional de Justiça está para o Judiciário. 
 
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O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze
membros nomeados pelo Presidente da Republica, depois de aprovada
a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: 
I - O Procurador-Geral da Republica, que o preside; 
II - quatro membros do MPU (assegurada a representação de cada
carreira especializada); 
III - três membros do MP dos Estados; 
IV - dois juízes (um pelo STF e o outro pelo STJ); 
V - dois advogados, indicados pela OAB; 
VI - dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, (um
indicado pela Câmara e o outro pelo Senado). 
O mandato é de dois anos, admitida uma recondução. 
De se destacar que o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho. 
Compete ao CNMP (CF, art. 130-A, § 2°): 
I - zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público,
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 da CF/88 e apreciar, de ofício ou
mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados
por membros ou órgãos Ministério Público da União e dos Estados,
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as
providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência dos tribunais de contas; 
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do
Ministério Público da União ou dos Estados, inclusive contra seus
serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em
curso, determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; 
IV - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares
de membros do Ministério Público da União ou Estados julgados há
menos de um ano; 
V - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
necessárias sobre a situação do Ministério Público no País e as
atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem que o
Presidente da República encaminha ao Congresso Nacional com o plano
de governo, por ocasião da abertura da sessão legislativa. 
 
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Por fim, cabe destacar que compete ao STF processar e julgar as ações
contra atos expedidos pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CF,
art. 102, I, “r”). 
2.5 – Ministério Público Especial junto aos tribunais de contas 
Você que conhece bem o Direito Constitucional não pode cometer a gafe
de confundir o Ministério Público Especial, que atua junto aos tribunais
de contas, com o Ministério Público comum. Trata-se de duas instituições
distintas. 
Segundo a Constituição, as disposições pertinentes a direitos, vedações
e forma de investidura que sejam aplicáveis aos membros do MP comum
aplicam-se também aos membros do Ministério Público junto aos
Tribunais de Contas (CF, art. 130). 
Segundo o STF, o MP Especial (que atua junto ao Tribunal de Contas da
União) não integra o MPU. Em realidade, ele integra a estrutura orgânica
do Tribunal de Contas da União. 
Tanto é assim, que o Supremo considerou inconstitucional atribuir aos
membros do MP comum (MPU ou MP dos estados) as funções de
atuação junto às Cortes de Contas. 
Assim, quanto ao MP especial que atua junto ao TCU: 
I) ele não é chefiado pelo Procurador-Geral da República; e 
II) sua organização é feita por lei de iniciativa do TCU (lei ordinária, pois
não se trata da lei complementar prevista no art. 128, § 5° da CF/88); 
Esses detalhes se aplicam também âmbito estadual, no que se refere
aos tribunais de contas estaduais. 
2.6 – Prerrogativa de foro
Vale a pena mencionar aqui como funciona a prerrogativa do foro dos
membros do Ministério Público. 
Vejamos uma a uma as prerrogativas de foro correspondentes a cada
autoridade. 
 
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- Procurador-Geral da República → 
STF (crimes comuns) e
Senado (crimes de
responsabilidade) 
- Membros do MPU que: 
- atuam perante tribunais → STJ
- atuam perante os juízes federais (1° grau) → Tribunal Regional Federal 
- Membros do MP dos estados que:
- atuam perante tribunais → STJ 
- atuam perante os juízes de direito (1° grau) → Tribunal de Justiça 
Agora, veja que interessante! Compete ao Senado Federal o julgamento
dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público nos crimes de
responsabilidade. Entretanto, no caso dos crimes comuns, eles não
dispõem de nenhuma prerrogativa de foro só por fazerem parte do
CNMP. 
Ou seja, nos crimes comuns, eles serão julgados de acordo com o seu
cargo original, com sua função ordinariamente ocupada. 
Deixe-me exemplificar para favorecer o seu entendimento. 
Vimos que duas vagas do CNMP são de juízes. Nesse caso, eles serão
julgados nos crimes de responsabilidade pelo Senado Federal. No caso
dos crimes comuns, serão julgados de acordo com o foro especial de que
dispõem por serem juízes, ordinariamente. 
Já os cidadãos, serão julgados nos crimes de responsabilidade pelo
Senado Federal. Mas, para os crimes comuns, eles não disporão de foro
especial por prerrogativa de função. 
Visto isso, tem mais um detalhe. E os membros do Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios que atuam perante os juízos de primeiro
grau? Terão eles prerrogativa de foro perante qual tribunal? Pense e
tente responder antes de continuar a ler... 
Bem, eles não fazem parte do MPU? Está aí a chave da resposta. Assim,
os membros do MPDFT que atuam perante os juízos de primeiro grau
serão julgados pelo TRF. 
Vamos agora resolver algumas questões relacionadas com o Ministério
Público. 
31. (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MP/RN/2009) O
Conselho Nacional do Ministério Público 
a) pode avocar processos disciplinares em curso nos MPs 
b) não tem poderes para determinar a remoção de membro do MP. 
c) tem poderes para demitir membro do MP. 
 
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d) é composto de quatorze membros, entre os quais cinco membros
dos MPs dos estados, cada um representando uma região da
Federação. 
e) deve ser presidido por seu conselheiro mais antigo. 
O Conselho Nacional do Ministério Público poderá receber e conhecer
das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional da instituição,
podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a
remoção, a disponibilidadeou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa (CF, art. 130-A, § 2º, III).
Portanto, correta a alternativa “a” e errada a “b”. 
A alternativa “c” está errada. Como vimos, o membro do MP dispõe de
vitaliciedade, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado. 
A alternativa “d” está errada. São 3 membros do MP dos estados. 
A alternativa “e” está errada. É presidido pelo Procurador-Geral da
República e não pelo Conselheiro mais antigo. 
Gabarito: “a” 
(CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) Julgue os itens que se seguem, a respeito do Poder
Judiciário e do Ministério Público. 
32. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) O Ministério Público brasileiro é composto pelo
Ministério Público Federal e pelo Ministério Público dos Estados e do
Distrito Federal. O Ministério Público do Trabalho é um dos ramos
do Ministério Público Federal. 
A questão misturou MPU e MPF. O MP é composto pelo Ministério
Público da União e pelo MP dos Estados. O MP Federal é um ramo do 
MPU. 
Item errado. 
33. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) O Ministério Público
Eleitoral é um componente do MP da União. 
Não existe previsão constitucional para um Ministério Público Eleitoral
dentro da estrutura do Ministério Público. Como vimos, tais funções são
exercidas pelos procuradores e promotores eleitorais, integrantes do
Ministério Público Federal e do Ministério Público dos estados. 
Item errado. 
 
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34. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) Os membros do Ministério
Público Militar que atuam na Justiça Militar de 1.ª instância
compõem a estrutura do MP estadual. 
Os Procuradores Militares vinculam-se ao Ministério Público da União. 
Item errado. 
35. (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Compete ao Ministério
Público defender judicialmente os direitos e interesses das
populações indígenas. 
De acordo com o art. 129, V essa é uma das atribuições do MP. 
Item certo. 
36. (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) Cabe ao Ministério
Público a defesa das entidades públicas que não possuírem corpo
próprio de advogados. 
É vedado ao MP exercer a defesa de entidades públicas (CF, art. 129, 
IX). 
Item errado. 
37. (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) É função institucional do
Ministério Público exercer o controle externo da atividade policial. 
De acordo com o disposto no art. 129, VII. Mera transcrição. 
Item certo. 
38. (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) São princípios
institucionais do Ministério Público a unidade, a hierarquia e a
indivisibilidade. 
Como visto, os princípios institucionais são os da unidade, da
indivisibilidade e da independência funcional. 
Item errado. 
39. (CESPE/ADMINISTRATIVO/MPE/RR/2008) O procurador-geral da
República deve ser previamente ouvido em todos os processos da
competência do Supremo Tribunal Federal. 
De fato, de acordo com o art. 103, § 1°, o Procurador-Geral da República
deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em
todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. 
Item certo. 
40. (CESPE/EXAME DE ORDEM 137/OAB/SP/2008 - adaptada) As
ações contra o Conselho Nacional do Ministério Público serão
julgadas 
a) na justiça federal do domicílio do autor. 
b) no STJ, quando se tratar de mandado de segurança. 
 
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c) no STF, em qualquer hipótese. 
d) no Tribunal Superior do Trabalho, se houver matéria trabalhista. 
Serão julgadas pelo STF as ações contra o CNMP (CF, art. 102, I, “r”). 
Gabarito: “c” 
41. (CESPE/ASSESSOR JURÍDICO/PGM/NATAL/2008) Com relação
ao MP, assinale a opção correta. 
a) Os membros do MP têm direito a estabilidade após três anos de
efetivo exercício. 
b) O Conselho Nacional do Ministério Público é o órgão máximo do
MPU. 
c) Os procuradores-gerais de justiça nos estados são de livre
escolha pelos governadores entre os integrantes da carreira com
mais de cinco anos de exercício. 
d) O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios integra o
MPU. 
A alternativa “a” está errada, pois os membros do MP adquirem
vitaliciedade após dois anos de exercício. 
A alternativa “b” está errada, pois o CNMP não possui ascendência
hierárquica sobre qualquer órgão do MP. 
A alternativa “c”está errada, pois a escolha dos procuradores-gerais de
justiça nos estados segue a regra do art. 128, § 3º, segundo a qual os
Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios
formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei
respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado
pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida
uma recondução. 
A alternativa “d” está correta e é o gabarito. O MPU abrange o MPDFT. 
Gabarito: “d”. 
42. (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCE/AC/2008) O
membro do Ministério Público que ingressou na carreira após a
Constituição Federal de 1988 e ainda está em atividade pode
exercer 
a) cargo eletivo. 
b) advocacia. 
c) atividade de magistério. 
d) cargo de secretário de estado. 
e) atividade político-partidária. 
 
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A Constituição Federal veda aos membros do MP o exercício de outra
função ou cargo público, exceto uma de magistério, de acordo com o art.
128, II, “d”. 
Gabarito: “c” 
3 – Outras funções essenciais à justiça
Além do Ministério Público, a Constituição ainda apresenta outras
funções essenciais à Justiça em seu arts. 131 e 135. 
3.1 – Advocacia Pública
Os arts. 131 e 132 referem-se à Advocacia Pública (que abrange a
Advocacia-Geral da União e os Procuradores estaduais). 
A Advocacia-Geral da União foi criada como forma de afastar do
Ministério Público a função de advocacia da União, o que, de certa
forma, poderia influir na sua imparcialidade. 
Nos termos do art. 131 da CF/88, a Advocacia-Geral da União é a
instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a
União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as
atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo. 
E esse caput do art. 131 é o mais importante! 
Ou seja, a representação judicial e extrajudicial será da União como um
todo (englobando os três Poderes da República). Já a atividade de
consultoria e assessoramento jurídico será realizada exclusivamente
para o Poder Executivo. 
Portanto, guarde o seguinte, a respeito das funções da AGU: 
União (incluindo os três poderes) → Representação judicial e extrajudicial 
Poder Executivo → Consultoria e Assessoramento jurídico 
De acordo com o § 2º do art. 131 da CF/88, o ingresso nas classes
iniciais das carreiras da AGU far-se-á mediante concurso público de
provas e títulos. 
Vale mencionar que na execução da dívida ativa de natureza tributária,
a representação da União cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional (CF, art. 131, § 3°). 
A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União,
de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos
maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação
ilibada (CF, art. 131, § 1º). 
 
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De se comentar que o Advogado-Geral da União será julgado pelo
Senado Federal nos crimes de responsabilidade (CF, art. 52, II). Quanto
aos crimes comuns, como ele foi equiparado a ministro, será julgado pelo 
STF. 
Analogamente à atividade

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