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Aula 00 Contabilidade Geral p/ ATRFB - 2016 (com videoaulas) Professores: Gabriel Rabelo, Júlio Cardozo, Luciano Rosa 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 72 SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 1 2 O CURSO, EDITAL E PROVA.......................................................................................... 2 3 COMEÇANDO ............................................................................................................. 7 4 OBJETO DE ESTUDO DA CONTABILIDADE ..................................................................... 9 5 BASE LEGAL PARA ESTUDO DA CONTABILIDADE ........................................................... 9 6 O QUE É UMA SOCIEDADE? ....................................................................................... 10 7 COMEÇANDO A ENTENDER A CONTAS ± PRIMEIRO CONTATO ........................................ 11 8 RAZONETES ............................................................................................................ 12 9 DESVINCULANDO A CONTABILIDADE DO DIREITO ....................................................... 13 10 CONTINUANDO A CONTABILIZAÇÃO ........................................................................ 15 11 O QUE EU DEVO SABER ATÉ AGORA? ...................................................................... 16 12 MAIS LANÇAMENTOS PARA QUE VOCÊS POSSAM ENTENDER ...................................... 16 13 INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS ........................................................ 18 14 RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (ATUALIZADA) ... 21 14.1 CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA ........................................... 21 14.2 CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO ...................... 22 15 SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE..................................................................... 23 16 SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE ............................................................ 25 17 SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE .......................................................... 26 18 SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL ................................. 27 19 SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA, REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA 34 20 SEÇÃO VII - O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ............................................................... 37 21 PRINCIPAIS ASPECTOS DA RESOLUÇÃO 1.282/2010 DO CFC ..................................... 39 22 RESUMO DOS PONTOS ABORDADOS NESTA AULA .................................................... 39 23 MAPA MENTAL DESTA AULA ................................................................................... 44 24 QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................... 45 25 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ................................................................... 79 26 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ............................................. 88 1 APRESENTAÇÃO Olá, meus amigos. Como estão? Sejam bem-vindos ao Estratégia Concursos, simplesmente o melhor curso preparatório para concursos deste país! É com grande satisfação que estamos aqui para ministrar para vocês o curso de Contabilidade Geral para Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. Antes de começarmos nosso curso, permita que nos apresentemos: Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e professor de direito empresarial e contabilidade no site do Estratégia. AULA 00: NOÇÕES INICIAIS. 1. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS FUNDAMENTAIS. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 72 Autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial ± FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo ± ESAF, este último em coautoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados pela Editora Método. Meu nome é Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, e professor de contabilidade para concursos no site do Estratégia. Lançamos juntos, pela Editora Método, o livro Contabilidade Avançada Facilitada para Concursos ± Teoria e questões e mais de 200 questões comentadas. Este livro é baseado nos Pronunciamentos Contábeis emanados do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e está disponível para venda no site da editora e nas diversas livrarias. Contaremos também neste curso com o apoio do professor Julio Cardozo, Auditor Fiscal da Receita Estadual do Estado do Espírito Santo. O fórum de dúvida deste curso e os mapas mentais estarão, principalmente, a cargo dele. Vejam que somos três professores totalmente dedicados à sua aprovação. 2 O CURSO, EDITAL E PROVA Pessoal, tendo em vista a reestruturação da carreira dos Auditores e Analistas da Receita Federal do Brasil, este concurso tornou-se, indubitavelmente, uma das melhores opções para aqueles que desejam estabilidade, excelente remuneração, atribuições de altíssimo nível (sem desmerecer qualquer cargo) e possibilidade de lotação de Norte a Sul do Brasil. Para quem não viu o novo plano de carreira da Receita Federal, vale a pena dar uma olhada no artigo escrito pelo Professor Ali Jaha, do Estratégia Concursos: Vamos aos principais pontos do Termo de Acordo: 1. Reconhecimento legal da Receita Federal do Brasil como órgão essencial ao funcionamento do Estado. 2. Alteração na estrutura remuneratória. A partir de 08/2016, os servidores deixarão de receber por subsídio para receber vencimento básico e bônus de eficiência (BE). 4. O BE é composto das multas tributárias e aduaneiras arrecadadas, bem como do resultado da alienação das mercadorias apreendidas pela Receita Federal do Brasil. Em suma, o BE é uma participação sobre a arrecadação federal. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 72 5. Entre 08/2016 e 12/2016, o BE terá valor fixo (R$ 3.000,00 para Auditor e R$ 1.800 para Analista) e a partir de 01/2017 terá valor variável. Sendo prudente, pode-se adotar um valor de R$ 5.000,00 para Auditor e R$ 3.000,00 para Analista já no início de 2017. 6. O Programa de Formação voltará a ser etapa obrigatório do concurso para o ingresso no cargo de Auditor e de Analista. Em resumo, teremos 3 fases: Provas Objetivas, Provas Discursivas e Programa de Formação, como foi no concurso de 2010 (o meu!). 7. A promoção (troca de classe) do Auditor exigirá o cumprimento de curso de especialização ou de aperfeiçoamento por parte da autoridade tributária e aduaneira. Essa exigência não foi imposta aos Analistas. 8. A Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil (ARFB) passa a se denominar Carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil (TARFB), composta pelos cargos de Auditor-Fiscal e de Analista-Tributário. 9. A tabela salarial foi reduzida de 13 para 9 níveis. E o valor inicial sofreu um reajuste considerável. 10. Para ilustrar, segue a tabela salarial esquematizada para o exercício 2017: Portanto, não há dúvidas de que essas alterações vão tornar a carreira muito mais atraentee, por consequência, mais competitiva. Assim, preparar-se para este concurso exigirá dedicação ímpar! Mas, a boa notícia é que estamos aqui para ajudá-los. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 72 Contabilidade é simplesmente umas das disciplinas com maior peso no certame. Mas, por outro lado, é uma das matérias de que os candidatos mais relatam dificuldades! Então, nosso curso no Estratégia vai justamente na medida para a sua preparação! Será um curso objetivo, mas com a profundidade necessária para matar as questões de prova. E como será o curso? ± Todas as aulas terão PDF + Vídeos ± Serão muitas questões da ESAF comentadas. - Custo atualizado com a Revisão 08 do CPC. - Últimas questões da ESAF, incluindo a prova da ANAC/2016. ± As aulas serão esquematizadas, apresentaremos muitas tabelas e recursos visuais para a melhor compreensão da matéria. ± Ao final de cada aula teremos um resumo e mapas mentais para ajudar a memorização ± Fórum de dúvidas. Temos um professor exclusivamente para responder as dúvidas do curso, o nosso amigo Julio Cardozo. Aula Data Conteúdo Aula 0 07.04.16 1. Princípios Contábeis Fundamentais. Aula 1 15.04.16 2. Patrimônio: Componentes Patrimoniais: Ativo, Passivo e Situação Líquida (ou Patrimônio Líquido). 3. Diferenciação entre Capital e Patrimônio. 4. Equação Fundamental do Patrimônio. 5. Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais. 6. Fatos Contábeis e Respectivas Variações Patrimoniais. 7. Contas: Conceito, Débito, Crédito e Saldo ± Teorias, Função e Estrutura das Contas ± Contas Patrimoniais e de Resultado. 11. Escrituração: Conceito e Métodos ± Lançamento Contábil: Rotina e Fórmulas. Aula 2 23.04.16 9. Sistemas de Contas. Plano de Contas. 10. Provisões em Geral. Processo de Escrituração. Escrituração de Operações Financeiras. 12. Livros de Escrituração: Obrigatoriedade, Funções e Formas de Escrituração. Erros de Escrituração e suas correções. 13. Sistema de Partidas Dobradas. 14. Balancete de Verificação. Aula 3 01.05.16 Principais lançamentos contábeis. Noçõe de débito e crédito Aula 4 10.05.16 15. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 16. Classificação das contas. Aula 5 19.05.16 15. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 16. Classificação das contas. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 72 Aula Data Conteúdo Aula 6 27.05.16 16. Critérios de Avaliação do Ativo e Passivo e Levantamento do Balanço de acordo com a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Aula 7 06.06.16 Ativo imobilizado Aula 8 14.06.16 Escrituração de operações típicas Aula 09 22.06.16 8. Apuração de Resultados. 17. Demonstração do Resultado do Exercício: Estrutura, Características e Elaboração de acordo com Lei nº 6.404/76. 18. Apuração da Receita Líquida, do Custo das Mercadorias ou dos Serviços Vendidos e dos Lucros: Bruto, Operacional e Não-Operacional do Exercício, do Resultado do Exercício antes e depois da Provisão para o Imposto sobre a Renda e para a Contribuição Social sobre o Lucro. 19. PIS/PASEP e COFINS - Regime cumulativo e não-cumulativo. A contabilidade veio prevista no edital de 2012 do seguinte modo: Contabilidade Geral: 1. Princípios Contábeis Fundamentais. 2. Patrimônio: Componentes Patrimoniais: Ativo, Passivo e Situação Líquida (ou Patrimônio Líquido). 3. Diferenciação entre Capital e Patrimônio. 4. Equação Fundamental do Patrimônio. 5. Representação Gráfica dos Estados Patrimoniais. 6. Fatos Contábeis e Respectivas Variações Patrimoniais. 7. Contas: Conceito, Débito, Crédito e Saldo ± Teorias, Função e Estrutura das Contas ± Contas Patrimoniais e de Resultado. 8. Apuração de Resultados. 9. Sistemas de Contas. Plano de Contas. 10. Provisões em Geral. 11. Escrituração: Conceito e Métodos ± Lançamento Contábil: Rotina e Fórmulas. Processo de Escrituração. Escrituração de Operações Financeiras. 12. Livros de Escrituração: Obrigatoriedade, Funções e Formas de Escrituração. Erros de Escrituração e suas correções. 13. Sistema de Partidas Dobradas. 14. Balancete de Verificação. 15. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 16. Classificação das Contas, Critérios de Avaliação do Ativo e Passivo e Levantamento do Balanço de acordo com a Lei nº 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). 17. Demonstração do Resultado do Exercício: Estrutura, Características e Elaboração de acordo com Lei nº 6.404/76. 18. Apuração da Receita Líquida, do Custo das Mercadorias ou dos Serviços Vendidos e dos Lucros: Bruto, Operacional e Não-Operacional do Exercício, do Resultado do Exercício antes e depois da Provisão para o Imposto sobre a Renda e para a Contribuição Social sobre o Lucro. 19. PIS/PASEP e COFINS - Regime cumulativo e não-cumulativo. No quadro de matérias, veio do seguinte modo: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 72 Façamos uma análise detalhada do edital. - O edital cobra o conteúdo clássico de contabilidade, com um aspecto digno de nota: traz o entendimento sobre PIS/PASEP e COFINS em seus regimes cumulativo e não cumulativo. - Não caiu demonstração do valor adicionado, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. - Diferentemente do edital de AFRFB, não foram cobrados os Pronunciamentos Contábeis. Os CPCs estão sendo cobrados sem que haja previsão expressa para tanto. Basta olhar as provas aplicadas nos concursos do ICMS RJ, ICMS RO, APOFP SP, Cuiabá, Niterói, entre outros. Assim, este curso não entrará em pormenores sobre os Pronunciamentos, mas tratará das normas na medida exata em que a legislação é exigida em certames de Contabilidade Geral - Contabilidade soma 10 questões de peso 2, num total de 20 pontos. - O candidato deveria acertar no mínimo 4 questões das 10 disponíveis para que não fosse eliminado do concurso. Assim, a disciplina é de extrema importância para a sua aprovação. É isso, pessoal! Esperamos encontrar vocês nos próximos encontros. Sigam as nossas redes sociais para muitas e muitas dicas de contabilidade para concursos: Periscope: @gabrielrabelo87 e @proflucianorosa Grupo de Estudos no Facebook: Clique aqui! 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 72 Quaisquer dúvidas: Um abraço! Gabriel Rabelo/Luciano Rosa. Vamos começar com o mínimo que você precisa saber de contabilidade para iniciar os seus estudos e, depois, estudemos o disposto na Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (Princípios). 3 COMEÇANDO Pessoal, se você está lendo essa aula, é possível que nunca teve um contato anterior com a contabilidade. Então, o nosso primeiro encontro cuidará de apresentar também o bê-á-bá da contabilidade. A primeira pergunta que deve vir a sua mente é a seguinte: o queé contabilidade? Eis uma pergunta interessante! Sabemos que existem diversos tipos de entidades (sociedades limitadas, sociedades anônimas, associações, fundações, órgãos públicos, etc.), correto? Essas pessoas jurídicas realizam diversos tipos de operações: compram matéria-prima, vendem mercadorias, pagam a conta de luz, pagam funcionários, movimentam dinheiro em banco. A contabilidade estuda e cuida do controle, do registro, de todos esses fatos. A contabilidade tem uma definição formal, que é a seguinte: Definição formal de contabilidade: Contabilidade é a ciência que estuda a pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica (1º Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924). Se você é um grande investidor e quer empregar o seu capital em uma grande rede de supermercados brasileira, não vai querer esmiuçar contrato a contrato, pegar todas as notas fiscais de venda, de compra, para saber como anda a saúde financeira daquela companhia, não é? 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 72 Pois então, a contabilidade irá te fornecer todas essas informações, de modo prático, através das demonstrações financeiras. A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações aos seus usuários. Portanto, se você quer investir em uma empresa, não vá até ela procurar suas notas fiscais, seus contratos e procurar saber o quanto ela tem de lucro! Faça mais simples, veja a contabilidade. As grandes empresas, como as que têm ações em bolsa, publicam no mínimo anualmente as suas demonstrações contábeis. Basta lembrar que muitas vezes vemos nos noticiários as notícias: Banco X publica as suas demonstrações contábeis e tem crescimento de Y%. Empresa Petrolífera Z tem prejuízo de ordem histórica, e assim por diante. Assim, existe uma técnica contábil que reúne todos os documentos que contenham fatos contábeis, lançando-os nos livros contábeis respectivos, que darão suporte para a elaboração e publicação das demonstrações contábeis. Essa técnica contábil é chamada de escrituração1. É mais ou menos assim: Exemplo de fatos que são escriturados: 1 *Quatro são as técnicas contábeis existentes (que serão estudadas oportunamente): escrituração, elaboração das demonstrações contábeis, auditoria e análise de balanços. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 72 Então, ao nos depararmos com os livros de uma entidade (e entendam por livros comerciais ou contábeis ± tratem como sinônimos ± principalmente o livro diário e razão), encontraremos todos esses fatos. Tudo bem, até aqui: pergunte-se se você sabe o que é e para que serve a contabilidade, então podemos seguir! 4 OBJETO DE ESTUDO DA CONTABILIDADE O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Por patrimônio, entenda o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade. 5 BASE LEGAL PARA ESTUDO DA CONTABILIDADE Pessoal, antes de começar a estudar a contabilidade, você deve saber que ela tem uma base legal para estudo. Esse alicerce, hoje, se encontra na Lei 6.404/76 (também chamada de Lei das Sociedades por Ações). Observação: nós esquematizamos e disponibilizamos gratuitamente essa lei para vocês. Ela pode ser encontrada clicando aqui! É extremamente importante, para todos os concursos que exijam contabilidade, que você saiba basicamente os artigos 175 a 204 desta legislação. Eles quem darão suporte para todo o estudo da contabilidade, quer seja nas aulas básicas, quer seja nas avançadas. Além dessa legislação, temos de saber que, a partir de 2007, nós tivemos a convergência da contabilidade nacional aos padrões internacionais. Mas, professores, o que é isso? Bom, para que pessoas do mundo inteiro possam investir em outros países, era necessária uma padronização da contabilidade. Afinal, imagine se uma informação contábil é tratada de modo diferente em cada um dos 193 países deste mundo. O que seria? Então, as tão faladas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009 trouxeram essas mudanças, alterando a Lei 6.404/76. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 72 Com isso, surgiu o Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que edita os chamados Pronunciamentos Contábeis ou CPCs que hoje são tão explorados em concursos. As normas do CPC não são vinculantes, mas os diversos entes reguladores editam normas idênticas, que passam a vincular quem esteja submetido à sua circunscrição (como o CFC, CVM, BACEN, SUSEP, ANEEL, ANS). Portanto, para concursos, você terá de conhecer as seguintes leis/normas: Principais normas de contabilidade para concursos: - Lei 6.404/76 Æ Lei das sociedades por ações. Artigo 175 a 204. - Resolução 750/93 Æ Contém os princípios da contabilidade. - Lei 11.638/07 e 11.941/09 Æ As principais alterações promovidas por essas leis na Lei 6.404/76. - Pronunciamentos Contábeis Æ Depende do concurso que você irá realizar, mas se está estudando para qualquer dos concursos que citaremos a seguir, então você precisará conhecer (AFRFB, ATRFB, ICMS SP, ICMS RJ, outros ICMS, ISS diversos, Agente da Polícia Federal, Auditor Fiscal do Trabalho, Perito da PF, Tribunais de Contas). 6 O QUE É UMA SOCIEDADE? Pessoal, visto esses conceitos iniciais, vamos começar a falar um pouco da contabilidade propriamente dita. Precisaremos entender um pouco de direito empresarial. Mas, para a sorte de vocês, o Gabriel Rabelo é professor também desta disciplina. Vamos explicar! Quando desejamos iniciar um negócio não podemos simplesmente pegar um bocado de mercadorias e começar a vender por aí! Existe na legislação vigente uma figura que é chamada de empresário. O empresário pode ser individual (quando a própria pessoa natural decide explorar determinado empreendimento) ou sociedade empresária. Interessa-nos o estudo da sociedade empresária. Imagine que eu e você nos associamos. Desejamos abrir um grande e belo restaurante, totalmente inovador. Como eu disse, não podemos simplesmente começar a fazer comida e vender. Existe uma série de requisitos a serem cumpridos para que possamos ser empresário. Um deles é que criemos uma sociedade empresária para a exploração do negócio. Quando criamos uma sociedade, estamos dando origem a uma pessoa jurídica distinta da pessoa dos sócios. Essa pessoa jurídica é quem será sujeito de bens e direitos e não os sócios. Então, a partir do momento que temos o affectio societatis, que é a disposição em contrair a sociedade, criamos um ente que será o sujeito de direitos e obrigações. Não seremos nós pessoas físicas que contrataremos, mas sim a sociedade. Esse é o princípio da autonomia patrimonial, no direito empresarial. Na contabilidade, essa distinção da pessoa dos sócios para a pessoa jurídica é chamada de princípio da entidade. Princípio da entidade 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 72 Pois bem, ainda no campo do direitoempresarial (aplicado à contabilidade), temos que um dos requisitos para a constituição de uma sociedade é a existência do capital social. O que é isso? Bom, em regra, os sócios precisam empregar recursos para que essa entidade comece D�³WHU�YLGD�SUySULD´��1mR�Ki�JHUDomR�HVSRQWkQHD�GR�SDWULP{QLR� na entidade. Para que a entidade possa a começar a ter vida, os sócios precisam entregar uma quantia inicial. Essa quantia é chamada de capital social. Capital social: valor que os sócios entregam para a sociedade, para que a entidade possa ter início ou para ingressarem posteriormente no quadro societário. Observação: Aqui, estamos falando das sociedades empresárias, mas não só às sociedades a contabilidade é restrita. A contabilidade é também utilizada por sociedades simples, associações, fundações, órgãos governamentais, entre outros. Por isso, tecnicamente, o mais correto é a utilização da expressão entidade e não sociedade. 7 COMEÇANDO A ENTENDER A CONTAS ± PRIMEIRO CONTATO Então, vamos supor o seguinte: Nós, Gabriel e Luciano, e você (sócio X) seremos sócios. Criaremos a sociedade Alfa Ltda, que terá sede física, e cujo objeto será a venda de mercadorias em um bairro nobre de São Paulo. O contrato social prevê: os sócios Gabriel e Luciano entregaram R$ 100.000,00 cada e o sócio X entrega R$ 50.000,00. Todo o valor será entregue em dinheiro. Então, a sociedade ficará assim: Capital social Gabriel 100.000,00 Luciano 100.000,00 Sócio x 50.000,00 Total 250.000,00 Portanto, pergunto: o capital social é um recurso que provém da entidade ou de terceiro? Da entidade, correto? É um recurso que pertence à própria entidade. A origem deste valor é o dinheiro que os sócios entregaram. Com efeito, entenda que o capital social é uma origem de recursos. É uma fonte de recursos própria. Os sócios estão entregando dinheiro para a sociedade, que vai ser aplicado em bens e direitos. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 72 Sócios Capital social Bens e direitos Origem Aplicação Entidade Portanto, os sócios entregaram dinheiro (origem) para a sociedade, que irá aplicar em um bem, nesse caso chamado caixa (aplicação), já que foi dito, no contrato social, que seria entregue dinheiro. Aqui, já devemos começar a nos utilizar do raciocínio contábil: temos duas contas envolvidas, capital social (origem) e caixa (aplicação). Como raciocinar contabilmente? Três sócios entregam R$ 250.000,00 para a sociedade. O que está acontecendo? Resposta: Bem, a sociedade está sendo constituída. O dinheiro que os sócios entregaram para a sociedade compõe uma conta chamada capital social. Essa origem terá algum tipo de aplicação, seja em bem, seja em direito. Neste caso, como o contrato exige a aplicação em dinheiro, irá para a conta caixa. Ficará no numerário da empresa. O conjunto de contas de que a entidade se utiliza é chamado de plano de contas. Agora, acresceremos mais um aspecto à aula. 8 RAZONETES Na contabilidade, cada um desses componentes patrimoniais (capital social, caixa, bancos, estoques, investimentos, fornecedores, obrigações a pagar, empréstimos a pagar, entre outros) recebe o nome de conta. Portanto, a partir de agora, falaremos conta caixa, conta capital social, conta bancos e assim por diante. Então, meus amigos, toda vez que falarmos na movimentação dessas contas, precisaremos nos utilizar de uma coisa muito famosa na contabilidade. São os chamados razonetes. Eles têm a seguinte estrutura: Conta X (OHV�WrP�D�IRUPD�GH�XP�³7´�PHVPR��(QWmR��DV�FRQWDV�VmR�PRYLPHQWDGDV�DWUDYpV�GRV� razonetes. Os lançamentos são feitos dos dois lados dos razonetes. É como se fosse uma equação matemática e, ao final, devemos compensar os saldos. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 72 500,00 300,00 1.000,00 Saldo 1.200,00 Conta X Pois bem! Vimos que o razonete tem dois lados. A partir de agora, queremos que vocês chamem o lado esquerdo do lado dos débitos! Queremos, também, que vocês chamem o lado direito de lado dos créditos! Muito importante! Lado do débito Lado do crédito Conta X Agora, vamos para um outro ponto muito importante da contabilidade. Galera, a contabilidade é como uma equação matemática. Há que existir igualdade entre os dois lados. O total dos débitos sempre terá que ser igual ao total dos créditos. Essa regra, em uma contabilidade regular, não comporta exceções. Então, no nosso lançamento: entrou dinheiro no capital social e entrou dinheiro no caixa. Sabemos que esses montantes se equivalem. Nos razonetes, ficará assim: 250.000,00 250.000,00 Capital social Caixa Origem (capital próprio) Aplicação (bem) *Observação: não se preocupe, por enquanto, em saber quais contas aumentam a débito e crédito. Vejam que os montantes são equivalentes. Temos R$ 250.000,00 de débito (no caixa) e R$ 250.000,00 de crédito no capital social. Mas, professores, nesse exemplo, o caixa aumentou, por que temos um débito? Eis um outro ponto importantíssimo da disciplina! Vamos lá! 9 DESVINCULANDO A CONTABILIDADE DO DIREITO Meus amigos, chegamos a um outro ponto crucial para o entendimento da disciplina. Pedimos aqui encarecidamente o seguinte: desvinculem as noções de débito e crédito (falaremos lançamento a crédito e lançamento a débito) do sentido jurídico ou comum em que as palavras são utilizadas. As palavras débito e crédito no sentido comum ou no sentido jurídico têm um significado. Na contabilidade, possuem outro sentido, que pode ser diametralmente oposto ao que estamos acostumados. Explicamos. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 72 No exemplo acima, tivemos a constituição de uma sociedade. Os sócios entregaram dinheiro, que foi para o caixa. O caixa aumentou. Mas ali, naquela ocasião, aumentou a débito. Ora, sem problema algum. Na contabilidade, os ativos (bens e direitos) aumentam a débito. E nada tem de errado com isso. É uma convenção! Ainda não vai ficar nem um pouco claro para vocês, mas tomem as seguintes notas: Conta O que são Exemplo Aumenta Diminui Ativo Bens e direitos Caixa, estoques Débito Crédito Passivo Obrigações Fornecedores Crédito Débito Patrimônio Líquido Capital próprio Capital social Crédito Débito Receitas "Ganhos"* Venda de merc. Crédito - Despesas "Perdas"* Desp. de salár. Débito *Os itens receitas e despesas estão assim gravados somente para fins didáticos. Mais à frente, serão conceituados pormenorizadamente. Voltando aos nossos conceitos. Querem ver um exemplo clássico de por que devemos parar de misturar as definições contábeis com as jurídicas? Vejamos! - Você vai ao banco. Infelizmente, é um péssimo mês (sabe como é, ainda não foi aprovado no concurso) e está no vermelho. Quando você tira o seu extrato, ele estará mais ou menos da seguinte forma: No final do seu extrato, negativo, provavelmente aparecerá algo do tipo: Saldo XXXX,XX D No banco, no seu extrato, o valor, por exemplo, 30,00 C representa um depósito feito em nosso favor. O valor 50,00 D, representaum saque, ou seja, saiu dinheiro do banco. Mas esqueça essa conotação! Sabe o que isso tem a ver com a contabilidade? Ela representa a contabilidade do banco e não a nossa (do correntista). 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 72 Quando você tem dinheiro a receber no banco, ele não tem uma obrigação contigo? Sim! Então, quanto mais obrigação o banco tem contigo, mais saldo credor ele terá, pois as obrigações aumentam a saldo credor. Olhe a tabela acima e entenderá. Parece difícil, não é? Mas logo se tornará lógico! Esqueçam, pois, os extratos bancários para estudar contabilidade. Esqueçam o sentido jurídico. Tirem da cabeça, também, a conotação de que débito é uma coisa ruim e crédito é uma coisa boa! Na contabilidade não funciona assim. Tudo o que estudaremos na contabilidade é uma convenção própria. Pense, a partir de agora, sob o ponto de vista da entidade, da empresa. Assimile essas informações e você aprenderá a disciplina. 10 CONTINUANDO A CONTABILIZAÇÃO Vamos continuar o nosso exemplo: Depois que nós três (sócios) integralizamos o capital social, ele foi para o caixa. Mas a empresa houve por bem que seria mais seguro se depositássemos o dinheiro em um banco. Por isso, decidimos abrir uma conta no Banco do Brasil S.A, e transferimos todo o dinheiro para aquela instituição. O que vai acontecer? Como raciocinar contabilmente? Está saindo o dinheiro do caixa e será depositado em uma conta no banco. Correto? É um raciocínio simples. Vejamos: Então, o que deverá acontecer com o seu caixa, que tinha um valor de R$ 250.000,00? Bom, deverá ficar zerado! Se não haverá dinheiro lá, não há que ficar qualquer valor nesta conta. 250.000,00 250.000,00 250.000,00 - - Caixa Bancos É tudo o que estamos dizendo: é como uma equação. Se de um lado do razonete há um lançamento de valor X, do outro haverá um ou mais lançamentos de mesmo montante. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 72 Aqui, o caixa já tinha um saldo inicial de R$ 250.000,00 (em preto) quando iniciamos o lançamento. Mas quando tiramos todo o dinheiro, essa conta caixa ficou zerada. Bom, se ela estava lançada a débito com o valor de R$ 250.000,00, para zerar, teremos de fazer um lançamento a crédito. E isso coincide com o que dissemos naquela tabela: Conta O que são Exemplo Aumenta Diminui Ativo Bens e direitos Caixa, estoques Débito Crédito O caixa é um bem, sendo um bem, é o que chamamos de ativo. Sendo um ativo, aumenta a débito e diminui a crédito. Só isso! Então, no nosso caso, diminuirá a crédito, pois estamos tirando o numerário desta conta. Por outro lado, na contrapartida, a conta bancos está aumentando! Afinal, o dinheiro foi parar lá. Então, a conta bancos é o que? É um direito da minha empresa! Eu tenho a disposição desse dinheiro no banco, quando eu achar melhor. Então, quando eu deposito um valor, está surgindo um direito para a entidade. Se é um direito, é um ativo! Se um ativo está aumentando, então ele aumentará a débito. É bem simples. Estão vendo? Por isso o lançamento fica dessa maneira: 250.000,00 250.000,00 250.000,00 - - Caixa Bancos Esse é o raciocínio contábil! Se você nunca estudou, seja bem-vindo. 11 O QUE EU DEVO SABER ATÉ AGORA? Pergunte-se se você já consegue, sozinho, responder aos seguintes questionamentos: 1) O que é a contabilidade? Qual a sua finalidade? Qual o seu objeto? 2) Como ela ajuda os seus usuários? 3) Qual a principal lei hoje vigente para o estudo da ciência contábil? ���2�TXH�p�XPD�VRFLHGDGH"�2V�³GRQRV´�GD�VRFLHGDGH�H�D�VRFLHGDGH�HPSUHViULD�VmR�D� mesma coisa? 5) Qual o princípio da contabilidade se refere à separação entre o patrimônio dos sócios e o da empresa? 6) O que é um razonete? Quais são os dois lados de um razonete? 7) Como fazer o lançamento da constituição de uma sociedade? 8) Como raciocinar contabilmente? 9) As noções de débito e crédito do mundo jurídico, GR� ³PXQGR� FRPXP´�� VmR� DV� mesmas utilizadas na contabilidade? Se você souber responder a todas essas assertivas, então sugerimos que siga em frente. Caso contrário, releia mais uma vez tudo o que foi posto por aqui! 12 MAIS LANÇAMENTOS PARA QUE VOCÊS POSSAM ENTENDER Até agora, a nossa situação está assim: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 72 Lançamento contábil inicial ± constituição da sociedade 250.000,00 250.000,00 Capital social Caixa Transferência do dinheiro do caixa para o banco: 250.000,00 250.000,00 250.000,00 - - Caixa Bancos Agora, vamos imaginar uma compra de mercadoria a prazo, no valor de R$ 30.000,00. O pagamento se dará somente em 30 dias. Como raciocinar contabilmente? Está entrando mercadoria na minha empresa. Bom, se está entrando mercadoria, abriremos uma conta, chamada conta estoques ou mercadorias. Por outro lado, está saindo dinheiro do caixa ou do banco? Não! O pagamento será a prazo. Portanto, não estamos tirando dinheiro imediatamente, mas sim criando uma obrigação para pagar no prazo de 30 dias. Essa conta correspondente será chamada de conta fornecedores. Compra de mercadoria a prazo Conta estoque (bem) Conta fornecedores (obrigação) Aumentou, entrou mercadoria Aumentou, pois temos que pagar o fornecedor Agora, é só lembrar da nossa tabelinha: Conta O que são Exemplo Aumenta Diminui Ativo Bens e direitos Caixa, estoques Débito Crédito Passivo Obrigações Fornecedores Crédito Débito Então, quando tivermos esse raciocínio contábil, é só abrir os razonetes e lançar. Ficará: 30.000,00 30.000,00 Estoques Fornecedores Vejam que o total dos lançamentos a débito e a crédito se equivalem! Na contabilidade, essa igualdade recebe o nome de método das partidas dobradas. Método das partidas dobradas: o total dos débitos sempre terá de ser igual ao total dos créditos! Agora, vamos fazer mais um lançamento: pagamento antecipado de metade do valor aos fornecedores, no valor de R$ 15.000,00. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 72 Como raciocinar contabilmente? Galera, aqui está havendo o pagamento de metade das dívidas com fornecedores. A dívida é de R$ 30.000,00 e quitamos R$ 15.000,00. O que temos de fazer? Ora, saiu dinheiro do banco! Então, já sabemos inicialmente que vamos diminuir essa conta (que é onde está o nosso dinheiro). Adicionalmente, metade da dívida com o fornecedor terá de ser diminuída! Afinal, se um investidor olhar o nosso razonete, ela terá de saber que a dívida não é mais de R$ 30.000,00, mas sim de R$ 15.000,00. 9HMDP�TXH�D�FRQWDELOLGDGH�UHIOHWH�D�³YLGD�UHDO´�GD�HPSUHVD��(OD�WHQWD�VH�DSUR[LPDU�DR� máximo daquilo que acontece no cotidiano da entidade, para que os seus usuários possam ter informações fidedignas. Então,agora é só pensar: Pagamento do fornecedor Conta bancos (direito) Conta fornecedores (obrigação) Diminuiu, pois saiu dinheiro Diminuiu, pois pagamos uma parte da dívida Ficará assim: 250.000,00 15.000,00 235.000,00 15.000,00 30.000,00 15.000,00 Fornecedores Bancos 13 INTRODUÇÃO AOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS Já temos muitas informações relevantes até aqui, mas agora, precisaremos introduzir mais algumas. Eu sei que são muitas informações, mas vida de concurseiro não tem jeito! Depois que passar, você pode optar em nunca mais olhar para um razonete novamente. Bom, a partir de agora, introduziremos alguns conceitos importantíssimos para o estudo da contabilidade. Sabemos que a contabilidade funciona basicamente assim: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 72 Então, depois da escrituração, nós temos de elaborar as demonstrações contábeis. A principal demonstração contábil é o balanço patrimonial. O balanço patrimonial evidencia a situação patrimonial e financeira da entidade. É como se tirássemos uma foto da companhia em determinado ponto. Então, ao final do que chamamos de exercício social, pegamos todos os saldos das contas contábeis e colocamos nas diversas demonstrações contábeis. Querem ver como é um balanço patrimonial de fato? Trouxemos a seguir o balanço patrimonial do terceiro trimestre da 2015, da Petrobras. Balanço patrimonial ± Petrobras ± 3º trimestre/2015 * Fonte: Para acessar o site, clique aqui! Portanto, gravem: a principal demonstração contábil é o balanço patrimonial! 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 72 O balanço patrimonial é dividido em ativo, passivo e patrimônio líquido! Grupo Origem ou aplicação? O que é? Ativo Aplicação de recursos Representa os bens e direitos da entidade Passivo Origem de recursos Representa as obrigações da entidade Patrimônio líquido Origem de recursos Representa o capital próprio da entidade Graficamente, para nós, para estudo da disciplina e resolver questões faremos sempre algo do tipo: Ativo Passivo PL Origem Origem Aplicação Assim, o capital aplicado em bens e direitos pode vir de duas fontes básicas: capital próprio (quando vem do PL) e capital de terceiros (quando vem do passivo, das obrigações). Portanto, vamos classificar as contas que vimos até aqui: - Capital social: Patrimônio líquido (capital dos sócios). - Caixa: Ativo (bem) - Bancos: Ativo (direito) - Estoques ou Mercadorias: Ativo (bem) - Fornecedores: Passivo (obrigação). Bom, pessoal. Se você olhar o total de todas as contas que já analisamos até agora, verá que o balanço patrimonial ficará assim: Caixa - Fornecedores 15.000,00 Bancos 235.000,00 Estoques 30.000,00 Capital social 250.000,00 Total 265.000,00 Total 265.000,00 PL Ativo Passivo O que vocês notam neste balanço? O total do ativo sempre será igual ao total do passivo + patrimônio líquido! Na contabilidade, essa equação recebe o nome de equação fundamental da contabilidade. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 72 Equação fundamental da contabilidade Æ Ativo = Passivo + PL Então, se temos um ativo total no valor de R$ 100,00 e um passivo exigível no valor de R$ 40,00. De quanto será o nosso PL? Isso! R$ 60,00. Ativo = P + PL 100 = 40 + PL PL = 60,00. Até agora, todos os pontos foram de nivelamento, para aqueles que nunca tiveram contato com a disciplina! A partir de agora, passaremos a tecer detalhes mais profundos sobre a disciplina! Portanto: 14 RESOLUÇÃO N. 750/93 DO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (ATUALIZADA) 14.1 CAPÍTULO I - DOS PRINCÍPIOS E DE SUA OBSERVÂNCIA Art. 1º Constituem Princípios de Contabilidade (PC) os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Antes os princípios eram chamados de princípios fundamentais da contabilidade. Com a mudança, passam a ser tratados como princípios de contabilidade. Com efeito, se sou contabilista legalmente habilitado, deverei observar sempre a aplicação dos princípios de contabilidade quando do exercício da profissão. De igual sorte, quando da elaboração de alguma norma de contabilidade, os órgãos que a emitir deverá sempre o fazer em consonância com os princípios de contabilidade. § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 72 A essência deve prevalecer sobre a forma! Como exemplo deste parágrafo temos a seguinte situação: em regra, os bens registrados contabilmente na empresa são os de propriedade da empresa. Contudo, na situação de arrendamento mercantil (leasing) financeiro, embora o imobilizado não seja de propriedade formal da empresa, por ser muito provável que a empresa adquirirá o bem ao final do contrato, o registro é feito no arrendatário, considerando a essência sobre a forma. Assim, quando ALFA promove o arrendamento de um veículo de BETA e este arrendamento caracteriza-se, nos termos do CPC 06, como um arrendamento mercantil financeiro, devemos considera-lo como um ativo (entenda-se ativo por bens e direitos) de ALFA, mesmo que juridicamente seja uma propriedade de BETA. Esta é, pois, uma exceção à regra de que na contabilidade devemos registrar somente os bens, direitos e obrigações da entidade que elabora as demonstrações contábeis. 14.2 CAPÍTULO II - DA CONCEITUAÇÃO, DA AMPLITUDE E DA ENUMERAÇÃO Art. 2º Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) A importância deste artigo está em enaltecer a importância dos princípios de contabilidade, sendo a essência das doutrinas e teorias das ciências contábeis. Reconhece, ainda, o patrimônio como objeto de estudo da Contabilidade. Continuemos... Art. 3º São Princípios de Contabilidade: (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 1) da Entidade; 2) o da Continuidade; 3) o da Oportunidade 4) o do Registro Pelo Valor Original; 5) da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA; (Revogado pela Resolução CFC nº. 1.282/10) 6) o da Competência 7) o da Prudência. Decorem! São princípios da contabilidade: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANOROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 72 Antes das alterações possuíamos sete princípios de Contabilidade. Agora, restaram-nos somente seis. O princípio da atualização monetária foi incorporado ao princípio do registro pelo valor original. 15 SEÇÃO I - O PRINCÍPIO DA ENTIDADE Art. 4º O Princípio da entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único ± O patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Com base no artigo 4º, os principais pontos sobre o princípio da entidade são: Princípio da entidade Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade Afirma a autonomia patrimonial Diferencia o patrimônio particular do patrimônio da sociedade Patrimônio pertence à entidade. Entidade não pertence ao patrimônio Soma ou agregação de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas unidade de natureza econômico contábil Quando A e B celebram contrato para constituir a sociedade Celta LTDA e entregam para esta entidade cada um o montante de R$ 100.000,00, não poderão, a seu bel prazer e a qualquer tempo, reaver tal dinheiro em caso de necessidade. Uma vez constituída Celta LTDA, passa a existir distinção entre a sociedade e a figura de seus sócios. No direito empresarial, tal distinção é conhecida como princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica. Para nós, na contabilidade, será chamada de princípio da entidade. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 72 O cerne deste princípio está em separar o patrimônio dos sócios do patrimônio da pessoa jurídica. É a pessoa jurídica que é objeto de direito, e não os seus sócios. Assim, é a sociedade que realiza a compra de mercadorias, pertencendo a ela (e não aos sócios) o produto que fora comprado. As receitas são reconhecidas pela entidade também e não como patrimônio pessoal dos sócios e assim por diante. Portanto, peca contabilmente o empresário individual que utiliza do dinheiro da empresa com a finalidade de efetuar pagamento de contas pessoais. Acerca do parágrafo único, façamos as considerações pertinentes. O parágrafo único do artigo 4º propõe que R� ´SDWULP{QLR� SHUWHQFH� j� HQWLGDGH�� PDV� D� recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômico-FRQWiELO´� Imagine-se que uma pessoa jurídica possui um estabelecimento empresarial. Suponhamos que essa empresa possua um carro. Ora, este carro pertence à empresa, mas a empresa não pertence a este carro, de modo que pode o veículo sofrer operações como compra/venda, permuta, etc, sem que se altere a natureza da empresa. Assim, concluímos que o patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A segunda parte da norma diz que a soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Por exemplo. Em alguns casos, a legislação manda que sejam elaboradas demonstrações consolidadas entre determinadas entidades, como empresas controladas ou coligadas com influência significativa, nos termos do CPC 36. Grosso modo, a consolidação das demonstrações contábeis é a união de demonstrações contábeis de entidade distintas numa só demonstração. Nesta hipótese não teremos uma nova entidade, mas somente uma unidade de natureza econômico-contábil, que será evidenciada, por exemplo, pelas demonstrações consolidadas. (FGV/Oficial de Chancelaria/MRE/2016) A Alfa & Beta Ltda. é uma empresa familiar de médio porte gerida por dois irmãos em sucessão aos seus pais. Após assumirem a gestão, adotaram algumas medidas com o objetivo de facilitar o controle das transações que afetavam a situação patrimonial da empresa. Uma 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 72 das medidas foi o registro de despesas pessoais dos sócios apenas quando do seu efetivo pagamento. Essa medida está em desacordo com o princípio do (a): a) entidade; b) prudência; c) oportunidade; d) valor original; e) unidade de caixa. Comentários: Uma vez que estavam registrando despesas dos sócios como se da entidade fossem, há grave ofensa ao princípio da entidade. Gabarito Æ A. 16 SEÇÃO II - O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) A empresa deve ser avaliada e escriturada na suposição de que a entidade não será extinta, está em funcionamento contínuo. Princípio da Continuidade O princípio da continuidade está diretamente ligado à avaliação dos ativos e passivos da empresa. Basicamente, todo o ativo fica registrado por valores de entrada. Por exemplo, se eu comprei mercadorias por R$ 10.000,00, deverei registrá-las inicialmente no meu balanço patrimonial por este valor (preço de entrada). As máquinas e equipamentos ficam registrados pelos valores que a empresa pagou, 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 72 menos a depreciação acumulada e eventual ajuste para perdas. Esse critério de avaliação é válido em função da continuidade esperada da empresa. Se não houver continuidade (se a empresa for fechar as portas), aí não importa mais quanto a empresa pagou pelas máquinas; interessa saber por quanto elas serão vendidas. Assim, na ausência de continuidade, saímos de uma contabilidade basicamente a preços de entrada para uma contabilidade a preços de saída. No caso do passivo (obrigações da entidade), se a empresa tiver dívidas a longo prazo e houver descontinuidade, as dívidas passam a ter vencimento antecipado (ninguém vai ficar com dívidas de uma empresa fechada; se houver falência, os credores irão se habilitar junto à massa falida, enfim, vão tomar as providências necessárias para receber a dívida). 17 SEÇÃO III - O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) A informação contábil necessita sertempestiva e íntegra (essas são as duas palavras chaves). A tempestividade ajuda de modo consistente na produção de informação para a tomada de decisões acertadas. Quanto mais tempestiva (rápida) uma informação, mais subjetiva ela se torna, uma vez que a rápida produção de uma informação contábil pode estar desprovida de elementos que provem sua integridade e confiabilidade, e vice- versa. Por exemplo, uma S/A anuncia a venda de uma filial no momento em seguida à realização da venda (logo após fechar o negócio). O anúncio é feito verbalmente na imprensa, sem explicar pormenorizadamente a situação. Essa informação foi tempestiva (até demais), porém, não foi íntegra, pois não se pautou em documentos, notas, contratos, que são documentos que garantiriam a fidedignidade da informação contábil. Por isso, deve-se fazer a ponderação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 72 Anote-se que a relevância está ligada ao princípio da oportunidade, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação 18 SEÇÃO IV - O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Os fatos contábeis serão registrados pelo seu valor original. Exemplo: Se compramos um carro por R$ 30.000,00, esse é o valor que deverá constar no registro inicial na contabilidade, o chamado custo histórico. § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I ± Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e Atentem-se! O custo histórico (inicial) pode ser tanto o valor pago ou a ser pago, como também o valor justo (valor de mercado) dos recursos que são entregues. Depende de como será registrado o item. Custo histórico Ativo Valor pago Valor a ser pago Valor justo ("valor de mercado") Passivo Valor recebido em troca da obrigação Valor necessário para liquidar o passivo Exemplifiquemos. Compramos um veículo por R$ 30.000,00. Este é o custo histórico, pois é o valor pago (em caixa) para aquisição deste ativo. Se adquirimos mercadorias, por R$ 50.000,00, este é o nosso custo histórico, pois é o quanto será necessário para liquidar este passivo no curso normal das operações (o quanto sairá do caixa). Todavia, estes valores podem sofrer variações. São as chamadas variações do custo histórico a que o CFC 750 alude no item II a seguir. São variações do custo histórico: custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 72 Atenção! Cada tipo de ativo/passivo estará sujeito a uma ou mais espécies de variações, mas não necessariamente todas. Isso será estudado com maior profundidade ao longo do curso. Mas é essencial que fique claro desde já. Por exemplo, o veículo adquirido acima está sujeito ao teste de recuperabilidade (previsto no artigo 183, §3º da Lei 6.404/76 e regulamentando no CPC 01). Se, ao longo da vida útil, percebemos que não recuperaremos com este veículo o valor pelo qual ele está registrado (valor recuperável), mas somente R$ 25.000,00, faremos um ajuste em seu custo histórico, para adequá-lo ao valor recuperável. Vocês não precisam, neste momento, se preocupar em entender o valor recuperável propriamente dito. Apenas entender que pode haver uma ou mais variações do custo histórico. Não trabalhamos, neste caso, com o conceito de valor presente, valor justo, atualização monetária e custo corrente. A este caso aplicou-se tão-somente o ajuste a valor recuperável. É essencial que isso fique claro. II ± Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; Custo corrente Ativo Valor a ser pago na data das demonstrações Passivo Valor para liquidar a obrigação na data das demonstrações O que vem a ser o custo corrente? Vejamos. Os estoques são contabilizados pelo valor de compra (valor original). Depois, devem ser avaliados pela regra custo ou mercado, dos dois o menor. $WXDOPHQWH�� R� ³YDORU� GH� PHUFDGR´� p� FKDPDGR� GH� ³YDORU� MXVWR´�� (QWmR� DJRUD� temos custo ou valor justo, dos dois o menor. Pois bem. Imagine-se que uma empresa comprou matéria prima, digamos, comprou ácido sulfônico para usar em alguns produtos químicos. Chegado a época de fechar o balanço, a empresa ainda tem ácido sulfônico em estoque. O que seria o valor justo para o ácido sulfônico? 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 72 Se a empresa não costuma vender esse material, não podemos usar o valor que a empresa conseguiria numa eventual venda de ácido sulfônico. Se ela não tem tradição, não fabrica ácido sulfônico, não conhece ou não tem relacionamento comercial com possíveis compradores desse produto, então o preço que ela poderia estimar numa eventual venda não é o valor justo (provavelmente seria menor que o valor justo). Assim, para as matérias primas, o valor justo é o valor que a empresa iria gastar para comprar o produto dos fabricantes/vendedores de ácido sulfônico. Veja o texto da lei 6404/76: § 1o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; O que isso tem a ver com o custo corrente? Veja a definição de custo corrente: os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Ou seja, o custo corrente é o custo de reposição, ou melhor, o valor que a empresa pagaria hoje pela matéria prima, se fosse comprá-la. Os estoques destinados à venda (estoques de produtos acabados) só podem gerar dinheiro (futuros benefícios econômicos) para a empresa com a venda. No caso de matéria prima, elas podem ser vendidas ou podem ser usadas na fabricação de produtos acabados.Vamos voltar ao exemplo do ácido sulfônico: se o valor do estoque for de R$ 10.000, e o custo corrente (custo de reposição, o preço que vai custar para comprar mais ácido sulfônico) cair e for de R$ 9.500, em princípio, deveríamos UHFRQKHFHU�XPD�SHUGD��GHELWD�³GHVSHVD�FRP�SHUGD�HP�HVWRTXH�± UHVXOWDGR´��H� FUHGLWD�³DMXVWH�SDUD�SHUGas prováveis em estoque ± retificadora do ativo). Mas se os produtos nos quais o ácido sulfônico não tiver queda de preço, então não há perda. É semelhante ao teste de recuperabilidade, temos o valor realizável líquido (no caso é o custo corrente) e o valor em uso (referente ao uso da matéria prima para fabricar os produtos acabados). 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 72 b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; Valor realizável Ativo Valor obtido em uma venda de forma ordenada Passivo Valor pago para liquidar obrigação no curso normal do negócio Suponha que a empresa Alfa tenha mercadorias registradas por R$ 100,00. O CPC 16, que trata sobre estoques, prescreve: 9. Os estoques objeto deste Pronunciamento devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor. O próprio CPC traz uma noção do que diz ser valor realizável: Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda. Se, por exemplo, este estoque só puder ser vendido por R$ 90,00, com despesas de vendas de R$ 5,00, nosso valor realizável líquido será, portanto, de R$ 85,00. c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; Em lição comezinha, valor presente, como o próprio nome sugere, é quanto vale hoje um ativo ou passivo pertencente à empresa. O ajuste a valor presente está previsto na Lei 6.404/76 para ativos e passivos de longo prazo e para os de curto prazo (estes apenas quando houver efeito relevante) ± artigo 183, VIII e artigo 184, III, do seguinte modo: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 72 VIII ± os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Art. 184. No balanço, os elementos do passivo serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: III ± as obrigações, os encargos e os riscos classificados no passivo não circulante serão ajustados ao seu valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. Se tenho um ativo de longo prazo, uma duplicata a receber, por exemplo, no valor de R$ 200.000,00, com juros sobre este valor de R$ 50.000,00. Qual o seu valor presente? É no valor de R$ 150.000,00. d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e Valor justo Ativo Ativo pode ser trocado em transação sem favorecimentos Passivo Passivo pode ser liquidado em transação sem favorecimentos Valor justo de um ativo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória�� $� QRUPD� GL]� D� SDODYUD� ³WURFDGR´�� Lembre-se, contudo, que essa troca do ativo pode ser realizada entre ativo x dinheiro, o que configuraria uma venda. Geralmente esse valor justo vai corresponder ao valor de mercado. Uma pessoa quer comprar algo, procura alguém que tenha esse algo e tenha também interesse na venda, fecham um negócio naturalmente, sem influências um sobre o outro. Esse é o valor justo. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 72 Gravem essa sutil diferença entre custo corrente, valor realizável e valor justo: Observação: nós fizemos um vídeo e disponibilizamos no YouTube que discrimina bem essa diferença entre os itens. Você pode assistir clicando aqui! (CESPE/Analista/STJ/2015) Em 15/7/2015, uma empresa adquiriu, à vista, mercadorias para revenda no valor unitário de R$ 7,00, contemplando todos os custos de aquisição. Em 31/7/2015, o preço de reposição unitário das referidas mercadorias havia alcançado o valor de R$ 7,80, ao passo que o preço de venda unitário estimado da mercadoria era R$ 12,50, e o gasto estimado necessário para a concretização da venda era R$ 1,50 por unidade. Em uma transação sem favorecimentos, cada uma dessas mercadorias poderia ser trocada no mercado pelo valor de R$ 12,50 no último dia do mês de julho de 2015. Com base na situação hipotética apresentada, julgue o próximo item, considerando os princípios de contabilidade aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 1) Em 31/7/2015, o valor justo de cada unidade da mercadoria adquirida era R$ 11,00. 2) Em 31/7/2015, o custo corrente unitário das mercadorias adquiridas era R$ 7,80. 3) Em atendimento ao princípio do registro pelo valor original, que indica o custo histórico como a base de mensuração a ser utilizada para o registro inicial dos componentes patrimoniais, cada unidade da mercadoria adquirida deve ser reconhecida ao preço de R$ 7,00. Comentários: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 72 Custo histórico Æ 7,00. Custo corrente Æ Preço de reposição Æ 7,80 Valor realizável Æ 12,50 Valor realizável líquido de despesa de venda Æ 12,50 ± 1,50: 11,00 Valor justo Æ Trocada no mercado Æ 12,50 Item 1, portanto, incorreto. Item 2, portanto, correto. Item 3, portanto, correto. Por fim, vejamos a atualização monetária: e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis medianteo ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I ± a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II ± para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por conseqüência, o do Patrimônio Líquido; e III ± a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) O princípio da atualização monetária continua com o mesmo teor do que prescrevia a Resolução 750/93 antes do CFC 1.282/10. O que houve foi a mudança de posicionamento, tornando-VH� ³HVSpFLH´� GR� JHQpULFR� SULQFtSLR� GR� Registro pelo Valor Original. (CESPE/Analista/MPU/2015) Nos casos em que são aplicados indexadores em contas de ativo com a intenção de representar a variação do poder aquisitivo da moeda corrente, em determinado período, há observância do princípio do registro pelo valor original. Comentários: Segundo a Resolução 750/93: e) Atualização monetária. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 72 III ± a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Pessoal, se há um contrato em que existe cláusula de atualização monetária, não há nada de errado com este instrumento. Todavia, a atualização monetária tem de ser usada com certa reserva na contabilidade. Isso ficará mais claro quando estudarmos balanço patrimonial. Gabarito Æ Correto. 19 SEÇÃO VI - O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA, REGIME DE COMPETÊNCIA X REGIME DE CAIXA Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Pessoal, uma entidade com fins lucrativos, para sobreviver, basicamente, precisa gerar receitas. E, para que haja prosperidade, essas receitas precisam suplantar as despesas. Na contabilidade, as receitas (por exemplo, receita de vendas, receita de alugueis, receita de juros) e as despesas (por exemplo, custo da mercadoria vendida, despesas com comissão, ICMS sobre vendas) devem ser reconhecidas segundo o princípio da competência. O princípio da competência pressupõe a adoção do regime de competência. Em contraposição ao regime de caixa, que é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas. 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 72 Regime de competência é o que apropria receitas e despesas ao período de sua realização, independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas. (CESPE/Contador/DPU/2016) Conforme os princípios da prudência e da oportunidade, os efeitos das transações e outros eventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Comentários: O item está incorreto, haja vista que versa sobre o princípio da competência. A Lei 6.404/76 é clara ao exigir que as demonstrações contábeis sejam elaboradas conforme o regime de competência. Senão vejamos. Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. O regime a ser utilizado na contabilidade é o de competência. Assim, se temos uma conta de luz que vence em janeiro de 2010, referente a janeiro de 2010, devemos lançar este valor como despesa em janeiro de 2010, mesmo se o pagamento se der, por exemplo, só em março de 2010. Se anteciparmos o pagamento de um empregado em junho de 2011, por um serviço que ele prestará somente em março de 2012, a despesa com salário só será lançada em março de 2012, pois é nesse período que houve a efetiva despesa. Funciona, resumidamente, deste modo: Regime de competência (princípio da competência): temos de olhar para o mês ao qual a conta se refere (o mês da prestação do serviço, o mês em que foi utilizada a luz, a água, recebida a mercadoria, etc). Não importa a data em que foi pago/recebido em espécie o valor. Por exemplo: Recebimento da fatura de luz em dezembro de 2009, referente ao mês de novembro de 2009, para pagamento em janeiro de 2010. Quando lançaremos como despesa de acordo com o regime de competência? 00000000000 00000000000 - DEMO CONTABILIDADE GERAL PARA ATRFB/TEORIA E QUESTÕES ± AULA 00 GABRIEL RABELO/LUCIANO ROSA/JULIO CARDOZO Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 72 Ora, temos de procurar a quando a prestação, fatura, se refere. Utilizamos a luz em novembro. Então, em novembro devemos lançar como despesa, pelo lançamento: D ± Despesa com energia elétrica (Despesa ± Resultado) C ± Contas a pagar (Passivo) Aí, quando do pagamento, vamos fazer o lançamento para dar baixa no passivo, assim: D ± Contas a pagar XXXXX C ± Caixa XXXXX Não se preocupem com os lançamentos, pois serão estudados a partir da aula seguinte! Regime de caixa: é o regime contábil que apropria as receitas e despesas no período de seu recebimento ou pagamento, respectivamente, independentemente do momento em que são realizadas. Assim, para o regime de caixa, se o salário foi pago em dezembro, é neste mês que devemos considerar a despesa como incorrida. Se uma venda teve seu recebimento em janeiro, independentemente se a entrega das mercadorias for a posteriori, reconheceremos a receita em janeiro! E assim por diante. Continuemos o estudo da Resolução 750/93: Art. 9º. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Assim, quando realizo a venda de uma mercadoria e procedo à sua entrega, devo reconhecer simultaneamente a receita de vendas e todas as despesas que correspondam a essa venda. Atenção: O regime a se utilizar na contabilidade é o da competência, que contabiliza receitas e despesas quando incorridas. Todavia, as micro e pequenas empresas podem se utilizar do regime de caixa. Dispõe a Resolução n. 94 do Comitê Gestor do Simples Nacional que: Art. 61. A ME ou EPP optante pelo Simples Nacional deverá adotar para os registros e controles das operações e prestações por ela realizadas: (Lei Complementar n º 123, de 2006, art. 26, §§
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