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Unidade VII - Genética do Comportamento(1)

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Unidade VII 
GENÉTICA DO COMPORTAMENTO
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ABORDAGEM GENÉTICA DO COMPORTAMENTO
O comportamento pode ser definido como o conjunto de atitudes e reações do indivíduo, determinadas por fatores internos variáveis e influenciadas por diversas situações do ambiente.
Em sua essência, o comportamento pode ser comparado com outras funções biológicas (respiração, digestão, locomoção), sendo definido como o conjunto de atitudes e reações do indivíduo. 
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Os aspectos biológicos do comportamento foram, durante muito tempo, apenas parcialmente considerados.
Historicamente, o estudo do comportamento humano vinha sendo realizado no campo da Psicologia, com o objetivo principal de serem descobertas as leis gerais que governam os processos mentais. 
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Encontra-se várias dificuldades no estudo das características comportamentais tais como:
  Impossibilidade de aplicação do método experimental; 
 Pequeno número de gerações e de prole, metodologia pouco adequada (métodos indiretos, por meio de pesquisas com animais, material de necropsia ou exames de fluídos orgânicos periféricos); 
 Grande variabilidade do comportamento, o que o torna difícil definir, testar e avaliar;
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 exigências multidisciplinares já que o comportamento pode ser influenciado por fatores biológicos e pelo meio.
A genética do comportamento é relativamente recente, a primeira pesquisa de comportamento e genética humana foi realizada em 1875 por Francis Galton. 
Naquela época, muitos trabalhos desconsideravam os mecanismos genéticos.
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No século XX, foram surgindo modelos mais adequados, que levavam em conta heranças biológicas e culturais (multifatoriais) e a partir dos anos 1970, essa área foi impulsionada pelo desenvolvimento da metodologia estatística.
Atualmente, o esforço tem-se direcionado para os estudos moleculares do DNA polimorfismos e regiões hipervariáveis.
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MÉTODOS DE ESTUDO
Diversos métodos de estudo, sob várias abordagens, têm sido utilizados para o conhecimento dos aspectos comportamentais.
ESTUDOS DE FAMÍLIAS – Utilizam a comparação dos indivíduos aparentados, sendo suas semelhanças expressas em termos de coeficiente de correlação e calculados os riscos de recorrência das características.
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ESTUDOS DE GÊMEOS – Baseiam-se na comparação de gêmeos monozigóticos e dizigóticos. Os estudos de gêmeos são úteis nos trabalhos que consideram as variáveis poligênicas. 
ESTUDO DE ADOTIVOS – Pode-se medir a influência do ambiente e da herança, embora sejam limitados dada à seletividade das adoções associadas à falta de registros.
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OS ESTUDOS DE COLATERAIS E DE MEIO-IRMÃO - Têm a vantagem de propiciar amostras maiores, embora com correlações genéticas menores.
ESTUDOS DE ENDOCRUZAMENTOS – Envolvem famílias com alta frequência de casamento consangüíneos. Auxilia na detecção da manifestação de genes deletérios raros, em geral recessivos. 
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ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE PACIENTES COM ANOMALIAS GÊNICAS OU CROMOSSÔMICAS – Fornecem subsídios para o conhecimento de vários aspectos comportamentais, principalmente o retardo mental, que é visto, por exemplo, na maioria dos erros metabólicos hereditários.
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ESTUDO DE CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS QUE APRESENTAM DIFERENÇAS SEXUAIS – estudo das diferentes características de comportamento entre os sexos têm fornecido subsídios para o entendimento, por exemplo, dos papeis desempenhados pelos hormônios sexuais.
Estudos de associação e ligação consideram a relação entre marcadores genéticos e características ou doenças consideradas sob o âmbito populacional ou restrito a um grupo familiar.
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CARACTERÍSTICAS NORMAIS DE COMPORTAMENTO
INTELIGÊNCIA – conjunto de habilidades intelectuais medidas por testes, talvez seja a característica mais estudada do comportamento, avaliam a área verbal e de desempenham. Até o momento, pode-se afirmar apenas que sua determinação genética é condicionada por muitos genes.
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São avaliadas as funções como fluência verbal, vocabulário, raciocínio verbal, habilidade numérica, compreensão, percepção espacial, rapidez e exatidão, atenção e etc.
Fatores ambientais que podem influenciar na inteligência: NUTRIÇÃO, ESTIMULAÇÃO PRECOCE, ORDEM DE NASCIMENTO E TAMANHO DA FAMÍLIA, ATITUDES DOS GENITORES, RELAÇÕES INTERPESSOAIS. 
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A PERSONALIDADE – é de estudo mais difícil que a inteligência, pois a influência cultural exerce um papel fundamental em sua manifestação. Supõem-se que seu modo de herança seja multifatorial.
 Estudos recentes concentraram-se em um modelo de personalidade que abrange cinco fatores: 
Extroversão e capacidade de exteriorizar sentimentos.
Aderência ou capacidade de concordar;
Diligência ou ter o desejo de realizar;
Neurotização ou negatividade.
Inteligência.(pode ser considerado separadamente da personalidade).
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 HOMOSSEXUALIDADE:
Define-se homossexualidade como padrão sexual de atração ou atividade sexual preferencial ou exclusiva entre pessoas do mesmo sexo.
Geneticamente pode ser considerada como uma variante de um comportamento mais comum. Pesquisadores acreditam que seja controlada em partes iguais pelos genes e pelos fatores ambientais. 
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CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO PATOLÓGICOS:
Fatores que complicam os genéticos das características comportamentais e que podem frustrar as tentativas de identificação dos genes condicionantes das patologias :
Critérios diagnósticos variáveis.
Erro diagnóstico e heterogeneidade clínica.
Classificação inadequada dos fenótipos básicos e intermediários (espectro fenotípico).
Heterogeneidade etiológica.
Efeitos de idade e sexo.
Idade variável de início.
Modo de herança complexo.
Co-morbidade.
 
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2 - Evita-se esses fatores observando-se os seguintes cuidados: 
Utilização de categorias e critérios diagnósticos bem definidos.
Métodos padronizados e objetivos para a avaliação fenotípica.
Estudos do tipo duplo-cego, nos quais psiquiatras e geneticistas não conheçam previamente a condição dos indivíduos estudados quanto aos marcadores genéticos e aos diagnósticos, respectivamente.
Acesso a todas as informações relevantes à especificação do modo de herança doença.
Utilização de métodos de heranças ampliados, a fim de abranger tanto o estudo com enfoque monogênico, como com o enfoque poligênico.
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PRINCIPAIS CASOS:
1 - O RETARDO MENTAL, definido por funcionamento intelectual inferior à média, pode ser classificado em leve (QI entre 50 e 70), moderado (35 e 50) , grave (25 e 35) e profundo (abaixo de 20).
Geralmente se manifesta antes dos 18 anos de idade e a rigor não é uma doença; os déficits correspondentes relacionam-se mais a limitações no nível final do funcionamento cognitivo. 
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As alterações cromossômicas e as heranças monogenéticas em geral produzem retardo mental grave, enquanto as heranças multifatoriais e microalterações cromossômicas levam ao retardo mental leve.
A etiologia ambiental se apresenta tanto no retardo mental grave quanto no retardo mental leve.
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2 – TRANSTORNOS DO HUMOR – constituem as psicopatologias mais comuns na população. Aparentemente sem variação racial, podem ser divididos em transtornos depressivos e transtornos bipolares.
Etiologicamente, os transtornos do humor apresentam fatores neurológicos, genéticos e ambientais. Os fatores genéticos são avaliados de acordo com os resultados de estudos familiares, gemelares e de adotivos.
A depressão mascarada manifesta-se por diversos sintomas orgânicos e pode surgir após distúrbio cerebral orgânico, em idosos, ou neoplasias. Em geral, os sintomas orgânicos apresentam-se no primeiro plano e os psicológicos no plano de fundo. 
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A ESQUIZOFRENIA, caracterizada por sintomas psicóticos graves, apresenta frequência populacional em torno de 10%. Possui fatores etiológicos, neurológicos, genéticos e ambientais.
Estudos de fatores genéticos
da esquizofrenia mostraram, entre outros resultados, que parentes em primeiro grau de esquizofrênicos têm de 5 a 10 vezes mais chances de possuir a patologia.
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OS TRANSTORNOS RELACIONADOS AO ÁLCOOL apresentam importantes fatores bioquímicos, genéticos e ambientais. 
 Estudos familiares dos fatores genéticos mostraram que a frequência de alcoolismo triplica nos casos de pais alcoólatras.
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Os TRANSTORNOS DE ANSIEDADE abrangem um grande número de transtornos psicológicos e fobias, que geram várias conseqüências orgânicas (contrações, tremores, sudorese, etc.) e psíquica (hipervigilância, fraca concentração, confusão subjetiva, pensamentos catastróficos, etc.). 
Estudos dos fatores genéticos indicam incidências aumentadas em parentes de primeiro grau de afetados e apontam para fortes componentes genéticos e hereditários. 
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A doença de Alzheimer caracteriza-se por sintomas de senilidade e demência, por afetar de 5% a 10% das pessoas com 65 anos ou mais. 
De causas desconhecidas, caracteriza-se por heterogeneidade genética e alguns estudos apontam para influência do cromossomo 21, responsável pela produção de uma proteína ß-amilóide, encontrada no cérebro de afetados pela doença.
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QUE DEUS ILUMINE SEUS CAMINHOS E SEUS DIAS SEJAM DE MUITA PAZ, POIS “QUALQUER DIA AMIGO AGENTE VAI SE ENCONTRAR”.....

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