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Apostila de Laboratório de Física B Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe 59 7. CAMPO MAGNÉTICO EM CONDUTORES 7.17.17.17.1 IntroduçãoIntroduçãoIntroduçãoIntrodução A existência do magnetismo foi observada há cerca de 2500 anos quando certo tipo de pedra (magnetita) atraía fragmentos de ferro, que são conhecidos como ímãs permanentes. Descobriu-se que um ímã permanente exerce uma força sobre outro ímã ou sobre um pedaço de ferro não imantado e que todo ímã possui dois pólos: o pólo norte e o pólo sul. Os pólos magnéticos iguais de dois ímãs se repelem mutuamente, enquanto pólos opostos se atraem. A Terra é um imã natural de forma que a agulha de uma bússola alinhada ao campo magnético da Terra é um exemplo de interação magnética. O pólo norte geográfico da Terra está próximo ao pólo sul magnético, assim o pólo norte da agulha de uma bússola aponta para o norte. Por volta de 1750, descobriu-se que a força exercida por um pólo sobre outro variava com o inverso do quadrado da distância entre os pólos. A relação entre a eletricidade e o magnetismo foi descoberta no século XIX quando Oersted verificou que a agulha de uma bússola era desviada por um fio conduzindo uma corrente elétrica (Figura 7.1). Figura 7.1: Experimento de Oersted. A agulha da bússola oscila quando existe uma corrente e o sentido depende do sentido da corrente (Sears & Zemansky). Apostila de Laboratório de Física B Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe 60 A partir do experimento de Oersted foi estabelecida a Lei de Biot-Savart que estabelece o cálculo do campo magnético B originado por uma corrente I. Para um condutor retilíneo, o módulo do campo magnético é dado por: � � ��� 2�� (7.1) onde µ0 = permeabilidade magnética do vácuo = 4pi.10 -7 (T.m/A), r é a distância entre o ponto do campo e o fio condutor e I é a corrente no fio. Neste caso, as linhas do campo magnético apresentam-se como círculos concêntricos, o vetor B é perpendicular ao plano definido pelo ponto e o fio e o sentido do campo é dado pela regra da mão direita (Figura 7.2). Figura 7.2: Exemplo de uso da regra da mão direita para um condutor retilíneo. Quando se aponta o polegar da mão direita no sentido da corrente elétrica, o sentido do campo magnético é dado pelos demais dedos dobrados. Considere agora uma espira circular de raio R e uma corrente I percorrendo a espira (Figura 7.3). As linhas do campo magnético entram por um lado da espira e saem por outro, de modo que o sentido é determinado pela regra da mão direita. Figura 7.3: O sentido do campo magnético de uma espira circular é dado pela regra da mão direita. Apostila de Laboratório de Física B Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe 61 O módulo do campo magnético sobre o eixo de uma espira circular a uma distância x do centro da espira é dado por: � � ��� � 2� � + ���/� (7.2) Considerando que o ponto x = 0 é o centro da espira, tem-se que o módulo do campo neste ponto é dado por: � � ��� 2 (7.3) E no caso de N espiras: � � ���� 2 (7.4) 7.27.27.27.2 Atividade experimentalAtividade experimentalAtividade experimentalAtividade experimental 7.2.1 ObjetivosObjetivosObjetivosObjetivos O objetivo desta atividade prática é contribuir para a compreensão do campo magnético gerado por um fio condutor e por espiras de múltiplas voltas e diferentes raios. 7.2.2 Materiais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e MétodosMateriais e Métodos Os materiais necessários para realização deste experimento são: � Fonte de tensão elétrica contínua; � Cabos; � Teslâmetro; � Multímetro; � Bobinas condutoras; � Bússolas; � Fio de cobre; � Suportes diversos. Apostila de Laboratório de Física B Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe 62 Roteiro Experimental: 1ª Parte: 1ª Parte: 1ª Parte: 1ª Parte: Experiência de Oersted i. Monte um experimento semelhante ao de Oersted, utilizando uma bússola, um fio de cobre espesso e um suporte com marcações circulares. ii. Posicione a bússola no suporte e meça a distância dela ao fio. iii. Antes de ligar a fonte de tensão, observe a orientação do campo magnético terrestre. iv. Aumente lentamente a corrente aplicada no fio e observe a deflexão das bússolas. v. Inverta a polaridade da tensão e observe novamente o que acontece. vi. Repita os passos ii a v para outras posições ao redor do fio, para traçar a distribuição de campo magnético gerado. 2ª Parte: 2ª Parte: 2ª Parte: 2ª Parte: Campo central em bobinas de corrente. i. Monte um arranjo experimental que permita a medida do campo no centro das bobinas (x = 0). ii. Utilizando 3 bobinas com apenas uma volta e diferentes raios, meça o campo magnético central em cada caso, utilizando uma corrente fixa de 4 A. iii. Utilizando agora 3 bobinas de mesmo raio e com diferente número de espiras, meça o campo magnético central em cada caso, utilizando uma corrente fixa de 4 A. Apostila de Laboratório de Física B Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe 63 7.2.3 Tabela de DadosTabela de DadosTabela de DadosTabela de Dados Tabela 7.1: Valores de campos magnéticos no centro de bobinas de diferentes raios e número de espiras. 7.2.4 DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão 1ª Parte: 1ª Parte: 1ª Parte: 1ª Parte: 1. Estime o valor do campo magnético gerado nas posições das bússolas e compare-o com o valor do campo magnético da Terra na América do Sul (que é de aproximadamente 30 µT). 2. Com base no valor obtido no item anterior e na orientação do campo magnético terrestre observado, discuta o fenômeno observado e analise se a deflexão das bússolas obedeceu ao esperado. 2ª Parte: 2ª Parte: 2ª Parte: 2ª Parte: 1. Construa dois gráficos: um de campo magnético versus o número de espiras e outro do campo magnético versus o raio da espira. 2. Discuta o comportamento dos gráficos e analise se os resultados estão coerentes com a Lei de Biot-Savart (vide Equação (7.4)). B σa σb σc Medida 1 Medida 2 Medida 3 (mT) (mT) (mT) (mT) Bobina1 (______±_____)_____ Bobina2 (______±_____)_____ Bobina3 (______±_____)_____ B σa σb σc Medida 1 Medida 2 Medida 3 (mT) (mT) (mT) (mT) Bobina1 (______±_____)_____ Bobina2 (______±_____)_____ Bobina3 (______±_____)_____ Raio (cm) Nº de Espiras Bobinas de mesmo número de espiras Campo Magnético em x=0 (mT) Resultado de B Bobinas de mesmo raio Raio (cm) Nº de Espiras Campo Magnético em x=0 (mT) Resultado de B
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