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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
1 
JURISPRUDÊNCIA IDOSO 
 
STF 
 
- Benefício de prestação continuada 
 
Rcl 4374 / PE - PERNAMBUCO 
RECLAMAÇÃO 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES 
Julgamento: 18/04/2013 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
 
Benefício assistencial de prestação 
continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 
203, V, da Constituição. A Lei de 
Organização da Assistência Social 
(LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da 
Constituição da República, estabeleceu 
critérios para que o benefício mensal de 
um salário mínimo fosse concedido aos 
portadores de deficiência e aos idosos 
que comprovassem não possuir meios de 
prover a própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família. 2. Art. 20, § 3º da 
Lei 8.742/1993 e a declaração de 
constitucionalidade da norma pelo 
Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232. 
Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que 
“considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa portadora de 
deficiência ou idosa a família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um 
quarto) do salário mínimo”. O requisito 
financeiro estabelecido pela lei teve sua 
constitucionalidade contestada, ao 
fundamento de que permitiria que 
situações de patente miserabilidade 
social fossem consideradas fora do 
alcance do benefício assistencial previsto 
constitucionalmente. Ao apreciar a Ação 
Direta de Inconstitucionalidade 1.232-
1/DF, o Supremo Tribunal Federal 
declarou a constitucionalidade do art. 20, 
§ 3º, da LOAS. 3. Reclamação como 
instrumento de (re)interpretação da 
decisão proferida em controle de 
constitucionalidade abstrato. 
Preliminarmente, arguido o prejuízo da 
reclamação, em virtude do prévio 
julgamento dos recursos extraordinários 
580.963 e 567.985, o Tribunal, por maioria 
de votos, conheceu da reclamação. O 
STF, no exercício da competência geral 
de fiscalizar a compatibilidade formal e 
material de qualquer ato normativo com a 
Constituição, pode declarar a 
inconstitucionalidade, incidentalmente, 
de normas tidas como fundamento da 
decisão ou do ato que é impugnado na 
reclamação. Isso decorre da própria 
competência atribuída ao STF para 
exercer o denominado controle difuso da 
constitucionalidade das leis e dos atos 
normativos. A oportunidade de 
reapreciação das decisões tomadas em 
sede de controle abstrato de normas 
tende a surgir com mais naturalidade e 
de forma mais recorrente no âmbito das 
reclamações. É no juízo hermenêutico 
típico da reclamação – no “balançar de 
olhos” entre objeto e parâmetro da 
reclamação – que surgirá com maior 
nitidez a oportunidade para evolução 
interpretativa no controle de 
constitucionalidade. Com base na 
alegação de afronta a determinada 
decisão do STF, o Tribunal poderá 
reapreciar e redefinir o conteúdo e o 
alcance de sua própria decisão. E, 
inclusive, poderá ir além, superando total 
ou parcialmente a decisão-parâmetro da 
reclamação, se entender que, em virtude 
de evolução hermenêutica, tal decisão 
não se coaduna mais com a interpretação 
atual da Constituição. 4. Decisões 
judiciais contrárias aos critérios 
objetivos preestabelecidos e Processo de 
inconstitucionalização dos critérios 
definidos pela Lei 8.742/1993. A decisão 
do Supremo Tribunal Federal, entretanto, 
não pôs termo à controvérsia quanto à 
aplicação em concreto do critério da 
renda familiar per capita estabelecido 
pela LOAS. Como a lei permaneceu 
inalterada, elaboraram-se maneiras de 
contornar o critério objetivo e único 
estipulado pela LOAS e avaliar o real 
estado de miserabilidade social das 
famílias com entes idosos ou deficientes. 
Paralelamente, foram editadas leis que 
estabeleceram critérios mais elásticos 
para concessão de outros benefícios 
assistenciais, tais como: a Lei 
10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a 
Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa 
Nacional de Acesso à Alimentação; a Lei 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
2 
10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 
9.533/97, que autoriza o Poder Executivo 
a conceder apoio financeiro a municípios 
que instituírem programas de garantia de 
renda mínima associados a ações 
socioeducativas. O Supremo Tribunal 
Federal, em decisões monocráticas, 
passou a rever anteriores 
posicionamentos acerca da 
intransponibilidade do critérios objetivos. 
Verificou-se a ocorrência do processo de 
inconstitucionalização decorrente de 
notórias mudanças fáticas (políticas, 
econômicas e sociais) e jurídicas 
(sucessivas modificações legislativas 
dos patamares econômicos utilizados 
como critérios de concessão de outros 
benefícios assistenciais por parte do 
Estado brasileiro). 5. Declaração de 
inconstitucionalidade parcial, sem 
pronúncia de nulidade, do art. 20, § 3º, da 
Lei 8.742/1993. 6. Reclamação 
constitucional julgada improcedente 
 
RE 567985 / MT - MATO GROSSO 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO 
Relator(a) p/ Acórdão: Min. GILMAR 
MENDES 
Julgamento: 18/04/2013 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
 
Benefício assistencial de prestação 
continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 
203, V, da Constituição. A Lei de 
Organização da Assistência Social 
(LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da 
Constituição da República, estabeleceu 
os critérios para que o benefício mensal 
de um salário mínimo seja concedido aos 
portadores de deficiência e aos idosos 
que comprovem não possuir meios de 
prover a própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família. 2. Art. 20, § 3º, da 
Lei 8.742/1993 e a declaração de 
constitucionalidade da norma pelo 
Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232. 
Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que 
“considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa portadora de 
deficiência ou idosa a família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um 
quarto) do salário mínimo”. O requisito 
financeiro estabelecido pela lei teve sua 
constitucionalidade contestada, ao 
fundamento de que permitiria que 
situações de patente miserabilidade 
social fossem consideradas fora do 
alcance do benefício assistencial previsto 
constitucionalmente. Ao apreciar a Ação 
Direta de Inconstitucionalidade 1.232-
1/DF, o Supremo Tribunal Federal 
declarou a constitucionalidade do art. 20, 
§ 3º, da LOAS. 3. Decisões judiciais 
contrárias aos critérios objetivos 
preestabelecidos e Processo de 
inconstitucionalização dos critérios 
definidos pela Lei 8.742/1993. A decisão 
do Supremo Tribunal Federal, entretanto, 
não pôs termo à controvérsia quanto à 
aplicação em concreto do critério da 
renda familiar per capita estabelecido 
pela LOAS. Como a lei permaneceu 
inalterada, elaboraram-se maneiras de se 
contornar o critério objetivo e único 
estipulado pela LOAS e de se avaliar o 
real estado de miserabilidade social das 
famílias com entes idosos ou deficientes. 
Paralelamente, foram editadas leis que 
estabeleceram critérios mais elásticos 
para a concessão de outros benefícios 
assistenciais, tais como: a Lei 
10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a 
Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa 
Nacional de Acesso à Alimentação; a Lei 
10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 
9.533/97, que autoriza o Poder Executivo 
a conceder apoio financeiro a Municípios 
que instituírem programas de garantia de 
renda mínima associados a ações 
socioeducativas. O Supremo Tribunal 
Federal, em decisões monocráticas, 
passou a rever anteriores 
posicionamentos acerca da 
intransponibilidade do critérios objetivos. 
Verificou-se a ocorrência do processo de 
inconstitucionalização decorrente de 
notórias mudanças fáticas (políticas, 
econômicas e sociais) e jurídicas 
(sucessivas modificaçõeslegislativas 
dos patamares econômicos utilizados 
como critérios de concessão de outros 
benefícios assistenciais por parte do 
Estado brasileiro). 4. Declaração de 
inconstitucionalidade parcial, sem 
pronúncia de nulidade, do art. 20, § 3º, da 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
3 
Lei 8.742/1993. 5. Recurso extraordinário 
a que se nega provimento. 
 
RE 580963 / PR - PARANÁ 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. GILMAR MENDES 
Julgamento: 18/04/2013 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
 
Benefício assistencial de prestação 
continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 
203, V, da Constituição. A Lei de 
Organização da Assistência Social 
(LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da 
Constituição da República, estabeleceu 
os critérios para que o benefício mensal 
de um salário mínimo seja concedido aos 
portadores de deficiência e aos idosos 
que comprovem não possuir meios de 
prover a própria manutenção ou de tê-la 
provida por sua família. 2. Art. 20, § 3º, da 
Lei 8.742/1993 e a declaração de 
constitucionalidade da norma pelo 
Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232. 
Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que: 
“considera-se incapaz de prover a 
manutenção da pessoa portadora de 
deficiência ou idosa a família cuja renda 
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um 
quarto) do salário mínimo”. O requisito 
financeiro estabelecido pela Lei teve sua 
constitucionalidade contestada, ao 
fundamento de que permitiria que 
situações de patente miserabilidade 
social fossem consideradas fora do 
alcance do benefício assistencial previsto 
constitucionalmente. Ao apreciar a Ação 
Direta de Inconstitucionalidade 1.232-
1/DF, o Supremo Tribunal Federal 
declarou a constitucionalidade do art. 20, 
§ 3º, da LOAS. 3. Decisões judiciais 
contrárias aos critérios objetivos 
preestabelecidos e processo de 
inconstitucionalização dos critérios 
definidos pela Lei 8.742/1993. A decisão 
do Supremo Tribunal Federal, entretanto, 
não pôs termo à controvérsia quanto à 
aplicação em concreto do critério da 
renda familiar per capita estabelecido 
pela LOAS. Como a Lei permaneceu 
inalterada, elaboraram-se maneiras de 
contornar o critério objetivo e único 
estipulado pela LOAS e de avaliar o real 
estado de miserabilidade social das 
famílias com entes idosos ou deficientes. 
Paralelamente, foram editadas leis que 
estabeleceram critérios mais elásticos 
para concessão de outros benefícios 
assistenciais, tais como: a Lei 
10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a 
Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa 
Nacional de Acesso à Alimentação; a Lei 
10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 
9.533/97, que autoriza o Poder Executivo 
a conceder apoio financeiro a municípios 
que instituírem programas de garantia de 
renda mínima associados a ações 
socioeducativas. O Supremo Tribunal 
Federal, em decisões monocráticas, 
passou a rever anteriores 
posicionamentos acerca da 
intransponibilidade dos critérios 
objetivos. Verificou-se a ocorrência do 
processo de inconstitucionalização 
decorrente de notórias mudanças fáticas 
(políticas, econômicas e sociais) e 
jurídicas (sucessivas modificações 
legislativas dos patamares econômicos 
utilizados como critérios de concessão 
de outros benefícios assistenciais por 
parte do Estado brasileiro). 4. A 
inconstitucionalidade por omissão 
parcial do art. 34, parágrafo único, da Lei 
10.741/2003. O Estatuto do Idoso dispõe, 
no art. 34, parágrafo único, que o 
benefício assistencial já concedido a 
qualquer membro da família não será 
computado para fins do cálculo da renda 
familiar per capita a que se refere a 
LOAS. Não exclusão dos benefícios 
assistenciais recebidos por deficientes e 
de previdenciários, no valor de até um 
salário mínimo, percebido por idosos. 
Inexistência de justificativa plausível para 
discriminação dos portadores de 
deficiência em relação aos idosos, bem 
como dos idosos beneficiários da 
assistência social em relação aos idosos 
titulares de benefícios previdenciários no 
valor de até um salário mínimo. Omissão 
parcial inconstitucional. 5. Declaração de 
inconstitucionalidade parcial, sem 
pronúncia de nulidade, do art. 34, 
parágrafo único, da Lei 10.741/2003. 6. 
Recurso extraordinário a que se nega 
provimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
4 
- Artigo 94 do Estatuto do Idoso 
 
ADI 3096 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 16/06/2010 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS 39 
E 94 DA LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO 
IDOSO). RESTRIÇÃO À GRATUIDADE DO 
TRANSPORTE COLETIVO. SERVIÇOS DE 
TRANSPORTE SELETIVOS E ESPECIAIS. 
APLICABILIDADE DOS 
PROCEDIMENTOS PREVISTOS NA LEI 
9.099/1995 AOS CRIMES COMETIDOS 
CONTRA IDOSOS. 1. No julgamento da 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 
3.768/DF, o Supremo Tribunal Federal 
julgou constitucional o art. 39 da Lei 
10.741/2003. Não conhecimento da ação 
direta de inconstitucionalidade nessa 
parte. 2. Art. 94 da Lei n. 10.741/2003: 
interpretação conforme à Constituição do 
Brasil, com redução de texto, para 
suprimir a expressão "do Código Penal 
e". Aplicação apenas do procedimento 
sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95: 
benefício do idoso com a celeridade 
processual. Impossibilidade de aplicação 
de quaisquer medidas despenalizadoras 
e de interpretação benéfica ao autor do 
crime. 3. Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada 
parcialmente procedente para dar 
interpretação conforme à Constituição do 
Brasil, com redução de texto, ao art. 94 
da Lei n. 10.741/2003. 
 
- Concessão de transporte 
ADI 3768 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 19/09/2007 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 39 DA 
LEI N. 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 
2003 (ESTATUTO DO IDOSO), QUE 
ASSEGURA GRATUIDADE DOS 
TRANSPORTES PÚBLICOS URBANOS E 
SEMI-URBANOS AOS QUE TÊM MAIS DE 
65 (SESSENTA E CINCO) ANOS. DIREITO 
CONSTITUCIONAL. NORMA 
CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA PLENA 
E APLICABILIDADE IMEDIATO. NORMA 
LEGAL QUE REPETE A NORMA 
CONSTITUCIONAL GARANTIDORA DO 
DIREITO. IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. 
O art. 39 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto 
do Idoso) apenas repete o que dispõe o § 
2º do art. 230 da Constituição do Brasil. A 
norma constitucional é de eficácia plena 
e aplicabilidade imediata, pelo que não há 
eiva de invalidade jurídica na norma legal 
que repete os seus termos e determina 
que se concretize o quanto 
constitucionalmente disposto. 2. Ação 
direta de inconstitucionalidade julgada 
improcedente. 
 
STJ 
 
Informativo nº 0561 
Período: 4 a 17 de maio de 2015. 
Terceira Turma 
DIREITO CIVIL. REAJUSTE DO VALOR 
DO PRÊMIO NOS CONTRATOS DE 
SEGURO DE VIDA. 
A cláusula de contrato de seguro de vida 
que estabelece o aumento do prêmio do 
seguro de acordo com a faixa etária 
mostra-se abusiva quando imposta ao 
segurado maior de 60 anos de idade e 
que conte com mais de 10 anos de 
vínculo contratual. Com efeito, embora se 
mostre abusiva a cláusula que prevê 
fatores de aumento diferenciados por 
faixa etária, uma vez que oneram de 
forma desproporcional os segurados na 
velhice e possuem, como objetivo 
precípuo, compelir o idoso à quebra do 
vínculo contratual, afrontando, dessa 
maneira, a boa-fé que deve perdurar 
durante toda a relação contratual, há que 
se ressaltar que, em relação aos 
contratos de seguro de vida, a 
jurisprudência do STJ segue no sentido 
de se declarar abusivossomente aqueles 
reajustes diferenciados do prêmio 
incidentes após o implemento da idade 
de 60 anos do segurado e desde que já 
conte ele com mais de 10 anos de vínculo 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
5 
contratual. Isso se dá pela aplicação 
analógica das regras que incidem sobre 
os contratos de plano de saúde (art. 15, 
parágrafo único, da Lei 9.656/1998). 
Precedentes citados: EDcl no AgRg no 
REsp 1.453.941-RS, Terceira Turma, DJe 
4/12/2014; e AgRg no AREsp 586.995-RS, 
Terceira turma, DJe 7/4/2015. REsp 
1.376.550-RS, Rel. Min. Moura Ribeiro, 
julgado em 28/4/2015, DJe 12/5/2015. 
 
Informativo nº 0551 
Período: 3 de dezembro de 2014. 
Terceira Turma 
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. 
REAJUSTE DE MENSALIDADE DE 
SEGURO-SAÚDE EM RAZÃO DE 
ALTERAÇÃO DE FAIXA ETÁRIA DO 
SEGURADO. 
É válida a cláusula, prevista em contrato 
de seguro-saúde, que autoriza o aumento 
das mensalidades do seguro quando o 
usuário completar sessenta anos de 
idade, desde que haja respeito aos 
limites e requisitos estabelecidos na Lei 
9.656/1998 e, ainda, que não se apliquem 
índices de reajuste desarrazoados ou 
aleatórios, que onerem em demasia o 
segurado. Realmente, sabe-se que, 
quanto mais avançada a idade do 
segurado, independentemente de ser ele 
enquadrado ou não como idoso, maior 
será seu risco subjetivo, pois 
normalmente a pessoa de mais idade 
necessita de serviços de assistência 
médica com maior frequência do que a 
que se encontra em uma faixa etária 
menor. Trata-se de uma constatação 
natural, de um fato que se observa na 
vida e que pode ser cientificamente 
confirmado. Por isso mesmo, os 
contratos de seguro-saúde normalmente 
trazem cláusula prevendo reajuste em 
função do aumento da idade do 
segurado, tendo em vista que os valores 
cobrados a título de prêmio devem ser 
proporcionais ao grau de probabilidade 
de ocorrência do evento risco coberto. 
Maior o risco, maior o valor do prêmio. 
Atento a essa circunstância, o legislador 
editou a Lei 9.656/1998, preservando a 
possibilidade de reajuste da mensalidade 
de seguro-saúde em razão da mudança 
de faixa etária do segurado, 
estabelecendo, contudo, algumas 
restrições a esses reajustes (art. 15). 
Desse modo, percebe-se que 
ordenamento jurídico permitiu 
expressamente o reajuste das 
mensalidades em razão do ingresso do 
segurado em faixa etária mais avançada 
em que os riscos de saúde são 
abstratamente elevados, buscando, 
assim, manter o equilíbrio atuarial do 
sistema. Posteriormente, em razão do 
advento do art. 15, § 3º, da Lei 
10.741/2003 (Estatuto do Idoso) que 
estabelece ser "vedada a discriminação 
do idoso nos planos de saúde pela 
cobrança de valores diferenciados em 
razão da idade", impõe-se encontrar um 
ponto de equilíbrio na interpretação dos 
diplomas legais que regem a matéria, a 
fim de se chegar a uma solução justa 
para os interesses em conflito. Nesse 
passo, não é possível extrair-se do art. 
15, § 3º, do Estatuto do Idoso uma 
interpretação que repute, abstratamente, 
abusivo todo e qualquer reajuste que se 
baseie em mudança de faixa etária, mas 
tão somente o aumento discriminante, 
desarrazoado, que, em concreto, traduza 
verdadeiro fator de discriminação 
do idoso, por visar dificultar ou impedir a 
permanência dele no seguro-saúde; 
prática, aliás, que constitui verdadeiro 
abuso de direito e violação ao princípio 
da igualdade e divorcia-se da boa-fé 
contratual. Ressalte-se que o referido 
vício - aumento desarrazoado - 
caracteriza-se pela ausência de 
justificativa para o nível do aumento 
aplicado. Situação que se torna 
perceptível, sobretudo, pela demasiada 
majoração do valor da mensalidade do 
contrato de seguro de vida 
do idoso, quando comparada com os 
percentuais de reajustes anteriormente 
postos durante a vigência do pacto. 
Igualmente, na hipótese em que o 
segurador se aproveita do advento da 
idade do segurado para não só cobrir 
despesas ou riscos maiores, mas 
também para aumentar os lucros há, sim, 
reajuste abusivo e ofensa às disposições 
do CDC. Além disso, os custos pela 
 
 
 
 
 
 
 
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DELAGADO DA POLÍCIA CIVIL - PCRJ 
Direito do Idoso – Material de Apoio 
Cristiane Dupret 
6 
maior utilização dos serviços de saúde 
pelos idosos não podem ser diluídos 
entre os participantes mais jovens do 
grupo segurado, uma vez que, com isso, 
os demais segurados iriam, 
naturalmente, reduzir as possibilidades 
de seu seguro-saúde ou rescindi-lo, ante 
o aumento da despesa imposta. Nessa 
linha intelectiva, não se pode desamparar 
uns, os mais jovens e suas famílias, para 
pretensamente evitar a sobrecarga de 
preço para os idosos. Destaque-se que 
não se está autorizando a oneração de 
uma pessoa pelo simples fato de ser 
idosa; mas, sim, por demandar mais do 
serviço ofertado. Nesse sentido, 
considerando-se que os aumentos dos 
seguros-saúde visam cobrir a maior 
demanda, não se pode falar em 
discriminação, que somente existiria na 
hipótese de o aumento decorrer, pura e 
simplesmente, do advento da idade. 
Portanto, excetuando-se as situações de 
abuso, a norma inserida na cláusula em 
análise - que autoriza o aumento das 
mensalidades do seguro em razão de o 
usuário completar sessenta anos de 
idade - não confronta o art. 15, § 3º, do 
Estatuto do Idoso, que veda a 
discriminação negativa, no sentido do 
injusto. Precedente citado: REsp 866.840-
SP, Quarta Turma, DJe 17/8/2011. REsp 
1.381.606-DF, Rel. originária Min. Nancy 
Andrighi, Rel. para acórdão Min. João 
Otávio De Noronha, julgado em 7/10/2014. 
 
Informativo nº 0547 
Período: 8 de outubro de 2014. 
Sexta Turma 
DIREITO PENAL. CARACTERIZAÇÃO DO 
TIPO PENAL DO ART. 102 DO ESTATUTO 
DO IDOSO. 
Incorre no tipo penal previsto no art. 102 
da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso) - e 
não no tipo penal de furto (art. 155 do CP) 
- o estagiário de instituição financeira 
que se utiliza do cartão magnético e da 
senha de acesso à conta de depósitos de 
pessoa idosa para realizar transferências 
de valores para sua conta pessoal. O tipo 
penal previsto no art. 102 da Lei 
10.741/2003 tem a seguinte redação: 
"Apropriar-se de ou desviar bens, 
proventos, pensão ou qualquer outro 
rendimento do idoso, dando-lhes 
aplicação diversa da de sua finalidade". 
Na hipótese, o autor do delito desviou 
bens da vítima. Para essa conduta, não 
há necessidade de prévia posse por parte 
do agente, restrita à hipótese de 
apropriação. Da mesma forma, é evidente 
que a transferência dos valores da conta 
bancária da vítima para conta pessoal do 
autor desviou os bens de sua finalidade. 
Não importa perquirir qual seria a real 
destinação desses valores (finalidade), 
pois, independente de qual fosse, foram 
eles dela desviados, ao serem, por meio 
de fraude, transferidos para a conta do 
autor. REsp 1.358.865-RS, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 
4/9/2014. 
 
Informativo nº 0535 
Período: 12 de março de 2014. 
Segunda Turma 
DIREITO CONSTITUCIONAL E 
PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE 
PREFERÊNCIA DOS IDOSOS NO 
PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS. 
O direito de preferência em razão da 
idade no pagamento de precatórios, 
previsto no art. 100, § 2º, da CF, não pode 
ser estendido aos sucessores do titular 
originário do precatório, ainda que 
também sejam idosos. De fato, os 
dispositivos constitucionais introduzidos 
pela EC 62/2009 mencionam que o direito 
de preferência será outorgado aos 
titulares que tenham 60 anos de idade ou 
mais na data de expedição do precatório 
(art. 100, § 2º, da CF) e aos titulares 
originais de precatórios que tenham 
completado 60 anos de idade até a data 
da referida emenda (art. 97, § 18, do 
ADCT). Além disso, esse direito de 
preferênciaé personalíssimo, conforme 
previsto no art. 10, § 2º, da Resolução 
115/2010 do CNJ. RMS 44.836-MG, Rel. 
Ministro Humberto Martins, julgado em 
20/2/2014.

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