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DIREITO PENAL I TRABALHO SEMANA 3

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DIREITO PENAL I - CCJ0007 
Título 
SEMANA 3
 Descrição 
Caso concreto 
Leia a notícia abaixo e responda às questões formuladas.
 Embriaguez ao volante causa morte em União da Vitória 10 de janeiro de 2017 , disponível em: http://www.vvale.com.br/seguranca/embriaguezao-volante-causa-morte-em-uniao-da-vitoria/ 
Na madrugada desta terça-feira-, 10, por volta das 2h30 a equipe da Polícia Militar registrou um acidente de trânsito na Rua Wilkys Amazonas Correia, bairro São Braz de União da Vitória, para prestar atendimento a um acidente de trânsito do tipo atropelamento. No local a equipe constatou uma vítima, identificada como José Batista de Oliveira, 40 anos, conhecido “Tatu”. A equipe do Corpo De Bombeiros prestou o atendimento inicial conduzindo a vítima para hospital. Segundo as informações da Policia Militar o condutor do veículo Fiat Palio envolvido no acidente estava no local e relatou que a vítima lançou-se embaixo do seu veículo sem que o mesmo tivesse tempo de reação para desviar e evitar o atropelamento. Entretanto o condutor apresentava alguns sintomas de embriagues e foi submetido ao teste etilométrico o qual acusou a quantia de 0,39 mg/l de álcool, que configura embriaguez. Diante dos fatos o condutor e o veículo foram conduzidos até a 4ª SDP para as providências cabíveis. A vítima acabou vindo a óbito no Hospital. 
A partir da premissa de que o condutor do veículo restou denunciado pelos crimes de embriaguez ao volante e homicídio culposo e que houve o denominado conflito aparente de normas, responda às seguintes questões: 
1. O que se entende por conflito aparente de normas e quais princípios são adotados para solucioná-lo? Responda de forma objetiva e fundamentada.
 2. Identifique os princípios a serem utilizados para a solução do referido conflito. Responda de forma objetiva e fundamentada indicando a correta capitulação, bem como se serão adotadas as figuras típicas do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (CTB. Lei n.9503/1997). 
Questão objetiva.
 Henrique, não aceitando o fim do relacionamento, decide matar Paola, sua ex-namorada. Para tanto, aguardou na rua a saída da vítima do trabalho e, após, desferiu-lhe diversas facadas na barriga, sendo estas lesões a causa eficiente de sua morte. Foi identificado por câmeras de segurança, porém, e denunciado pela prática de homicídio consumado. Em relação ao crime de lesão corporal, é correto afirmar que Henrique não foi denunciado com base no princípio da: 
a) especialidade. 
b) subsidiariedade expressa. 
c) alternatividade. 
d) subsidiariedade tácita. 
e) consunção. 
Desenvolvimento
Resposta caso concreto
1. O que se entende por conflito aparente de normas e quais princípios são adotados para solucioná-lo? Responda de forma objetiva e fundamentada.
Conflito aparente de normas penais
O conflito aparente de normas penais ocorre quando há duas ou mais normas incriminadoras descrevendo o mesmo fato. Sendo assim, existe o conflito, pois mais de uma norma pretende regular o fato, mas é aparente, porque, apenas uma norma é aplicada à hipótese.
Princípios que solucionam o conflito aparente de normas
Através da aplicação dos “princípios que solucionam o conflito aparente de normas”, é possível obter a solução ao caso concreto, uma vez que, tais princípios afastam as normas incidentes e indica as normas penais que verdadeiramente é aplicável à situação, afastando as demais, e, com isso evitando o chamando bis in idem.
Princípio da Especialidade (Lex specialis derogat generali)
Princípio da Subsidiariedade (Lex primaria derogat subsidiariae)
 Princípio da Consunção (Lex consumens derogat consumptae)
 Princípio da Alternatividade
2. Identifique os princípios a serem utilizados para a solução do referido conflito. Responda de forma objetiva e fundamentada indicando a correta capitulação, bem como se serão adotadas as figuras típicas do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (CTB. Lei n.9503/1997). 
Princípio da Consunção (Lex consumens derogat consumptae)
Princípio segundo o qual o fato mais amplo e mais grave absorve outros menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou mero exaurimento.
Na consunção, há uma seqüência de situações diferentes no tempo e no espaço, sem recorrer às normas, comparam-se os fatos, verificando-se que o mais grave absorve os demais. Esta comparação se dá entre os fatos e não entre as normas, de maneira que, o mais completo, o ‘todo’, prevalece sobre a parte, ou seja, o fato principal absorve o acessório, sobrando apenas a norma que o regula.
Destarte, não é a norma que absorve a outra, mas o fato que consome os demais, fazendo com que só reste uma norma. Exemplo: um sujeito dirige perigosamente (direção perigosa) até provocar, dentro do mesmo contexto fático, um acidente fatal (homicídio culposo no trânsito). Neste caso, a direção perigosa é absorvida pelo homicídio culposo, restando este último crime e, conseqüentemente, a norma que o define. Com isso, evita-se o bis in idem, pois o fato menor estaria sendo punido duas vezes.
É possível verificar a consunção, mediante três hipóteses:
Crime progressivo: ocorre quando o agente, objetivando, desde o inicio, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. O último ato, causador do resultado pretendido, absorve todos os anteriores, que acarretaram violações em menor grau. Dessa forma, o agente responde pelo resultado mais grave.
Nesta hipótese, podem ser observados os seguintes elementos:
- Unidade de elemento subjetivo: desde o início, há uma única vontade;
- Unidade de fato: há um só crime, comandado por uma única vontade;
- Pluralidade de atos: se houvesse um único ato, não haveria que se falar em absorção;
- Progressividade na lesão ao bem jurídico: os atos violam de forma cada vez mais intensa o bem jurídico, sendo os anteriores absorvidos pelo mais grave.
Crime complexo: resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstanciais no tipo complexo, em que o fato complexo absorve os fatos autônomos. Exemplo: latrocínio (roubo+homicídio), o autor responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos.
Progressão criminosa:
a) Progressão criminosa em sentido estrito: o agente inicialmente deseja produzir um resultado, após atingi-lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo uma lesão mais grave. A distinção do crime progressivo é que, enquanto neste, há unidade de desígnios, na progressão criminosa há pluralidade de elemento subjetivo ou vontade.
Elementos observados:
- Pluralidade de desígnios: inicialmente, o agente deseja praticar um crime, após cometê-lo, resolve praticar outro de maior gravidade, demonstrando duas ou mais vontades.
- Pluralidade de fatos: existe mais de um crime, correspondente a mais de uma vontade. Embora haja condutas distintas, o agente só responde pelo fato final, mais grave, ficando os demais absorvidos.
- Progressividade na lesão ao bem jurídico: a primeira seqüência voluntária de atos, provoca uma lesão menos grave do que a última e, por isso, acaba por ele absorvida.
b) Fato anterior (ante factum) não punível: o fato anterior menos grave, quando for praticado como meio necessário para a realização de outro mais grave, será por este absorvido.
STJ Súmula nº 17 – 20/11/1990. Estelionato. Potencialidade Lesiva. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Exemplo: o agente falsifica uma carteira de identidade e com ela comete um estelionato. Responde pelos crimes de falso (art. 297 do CP) e estelionato (art. 171 do CP), uma vez que, o documento falsificado poderá ser utilizado em diversas fraudes. Se, falsificasse a assinatura de um fólio de cheque e passasse a um comerciante, responderia apenas pelo estelionato, pois não poderia utilizar mais a folha de cheque em outra fraude.
c) Fato posterior (post factum) não punível: quando após a conduta, o agentepratica novo ataque contra o mesmo bem jurídico, apenas para tirar proveito da prática anterior, exemplo, após o furto, o agente destrói ou vende o que furtou.
Há que se considerar como regra que, na aplicação do princípio de conjunção, quando os crimes são cometidos em um mesmo contexto fático, têm-se a absorção do menos grave pelo de maior gravidade.
A diferença de enquadramento  entre dolo e culpa é imensa. Na culpa consciente, o motorista imagina o resultado do seu ato, mas  não admite  que  este resultado  possa ocorrer, agindo assim  com imperícia, imprudência ou negligência  . Neste caso, enquadra-se o condutor no  no Art. 302, do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), como homicídio culposo, o qual é decidido pelo juiz singular,  sujeito a  pena de 2 a 4 anos.
Resposta questão objetiva
No caso em tela, o dolo de Henrique era de MATAR. Em assim sendo, Henrique deverá responder por homicídio consumado. Todas as condutas que são consideradas como “meio” para alcançar esta finalidade ficam ABSORVIDAS pelo crime de homicídio, pelo princípio da consunção.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
PROFESSOR: FABIANO JOSE DA SILVA FLORIO
ALUNO: ANDERSON SILVA JUNIOR
MATRÍCULA: 201607189828

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