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MODULO-IV-UNIME-ABRANGÊNCIA DE AÇÕES DE SAÚDE

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Abrangência de Ações de Saúde 
1. Processo Histórico da Saúde no Brasil 
1.2 Constituição de 1988
Artigo 196 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Artigo 197 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Artigo 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: descentralização, integralidade e participação da comunidade.
Artigo 199 - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Artigo 200 - o sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
1.3 Lei 8.080/90
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 
Disposições gerais – a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
Disposição preliminar – o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
a) objetivos e atribuições - define que os objetivos do SUS são: identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde, formulação de política de saúde; promoção, proteção e recuperação da saúde. 
b) dos princípios e diretrizes - as ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo aos princípios do SUS.
c) da organização, da direção e da gestão - as ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Além disso, direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é composta por MS, as Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, CIT, CIB, Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). 
d) competência e atribuições – ao Estado: promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde; acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e serviços de saúde; coordenar e executar ações e serviços de vigilância epidemiológica, sanitária, de alimentação e nutrição e de saúde do trabalhador; participar do controle dos agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana; participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico; participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho; em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde; identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional; coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização administrativa; estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde; formular normas e estabelecer padrões para produtos e substâncias de consumo humano; colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. 
Ao município compete: planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual; participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos ambientes de trabalho; executar serviços: de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição, saneamento básico e de saúde do trabalhador; dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde; colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e atuar; formar consórcios administrativos intermunicipais; gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras; controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde; normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de atuação.
Do financiamento - O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
2. Financiamento da saúde
Antes de 1988, a saúde conseguia financiamento de duas formas: orçamento fiscal e o previdenciário. No primeiro, ela era dividida em previdência, atenção médico-hospitalar e assistência social. No outro, misturava-se com transporte, educação, escola, justiça, previdência do servidor público e outros. Assim, o orçamento fiscal, claramente, recebia bem mais do que o outro, pois previdência para todos não era algo bem aceito. 
A constituição de 1988 trouxe a Seguridade Social, que separou a saúde da previdência e da assistência social, de modo que ela seria financiada por recursos tributários e as outras duas por contribuições sociais (que acabaram “tapando o buraco” da União, já que “gastava” com esse novo orçamento). Além disso, o orçamento previdenciário e da assistência social não era refletido pela legislação, o que começa a ser feito após essa constituição. Também, traz o Plano Plurianual, o qual auxiliou a organização do governo com as despesas, na medida em que a cada mandato é feito um novo planejamento de gastos, assim, as diretrizes, metas e objetivos são lançados desde o “inicio”. Por fim, a constituição implantou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que procura encaixar os orçamentos dentro do Plano Plurianual.
No Brasil, o incentivo fiscal é uma das formas departicipação governamental no financiamento (proveniente do modelo beveridgeano/anglo-saxão). Enquanto a outra forma é o subsidio para os planos de saúde de servidores (proveniente do modelo contributivo). 
O financiamento pode ser pré-pago (indireto), como é feito nos planos de saúde, ou pago por serviço (direto; dá maior liberdade de escolha ao usuário). 
2.1 Emenda Constitucional nº 29/2000
Tenta definir as bases de calculo, as ações e os serviços de saúde, bem como os instrumentos de acompanhamento, fiscalização e controle do financiamento.
Essa emenda é regulamentada pelo Pacto de Saúde (em defesa do SUS e de Gestão) para evitar desvios e orçamentos variáveis.
Define como ações e serviços de saúde os locais/programas de saúde ativos e com despesas que sejam gratuitos, universais e igualitários à população, bem como estejam em conformação ao Plano de Saúde e à Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Nutricional. Além disso, eles devem promover educação em saúde, a saúde de trabalhadores, farmácia gratuita, atenção aos indígenas, assim como deve possuir pelo menos um dos níveis de complexidade, serviços de saúde penitenciários, atenção aos deficientes e administração do SUS. 
Seus principais pontos são: 
a) municípios podem cobrar IPTU variável em função da valorização do imóvel.
b) quando não houver cumprimento das receitas, os estados e a União podem intervir.
c) determina que os impostos serão usados para financiar a saúde.
d) o total de recursos mínimos é igual ao valor mínimo apurado do ano interior e corrigido pela variação nominal do PIB.
e) define que estados e municípios somem 5% em gastos na saúde, sendo que os estados devem somar 7% do repasse fundo a fundo mais os 12% de seus impostos e os municípios devem somar 7% do repasse fundo a fundo mais 15% de seus impostos. 
Além disso, determina: Base de Cálculo = total de receitas de impostos de natureza municipal/estadual + receitas de transferência da União + imposto de renda retido na fonte + outras receitas – transferências financeiras constitucionais e legais aos municípios/unidades de saúde.
Posteriormente, cria-se a Portaria nº 2.047/2002 para aprovar a Emenda Constitucional nº 29. Em 2003, surge a Resolução nº 322 para reafirmar informações dessa Portaria. 
2.2 Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS)
É um banco de dados para os estados e municípios (exceto a União) divulgarem seus orçamentos para Conselhos, Tribunal de Contas, Câmara, Assembléias e Ministérios.
3. Sistema Único de Saúde: princípios e diretrizes
Ao SUS compete controlar, fiscalizar e participar de procedimentos que envolvam a criação de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico; fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano; participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
Portanto, o SUS é criado com a finalidade de promover, proteger e reabilitar a saúde. 
Em todos os municípios devem ter representantes do SUS e os conselhos são necessários para a fiscalização dos recursos de saúde. Além disso, a União é responsável apenas por 50% dos gastos em saúde, o restante é por conta das ramificações privadas e públicas. 
Municípios devem estar cientes da necessidade em colaborar uns com os outros, uma vez que, na falta de recursos em determinado local, o paciente deve ser encaminhado para outro. 
Conselho Municipal de Saúde: gerencia o município.
Comissões de Intergestores: Bipartite, que atrela município e estado, e Tripartite, que abarca esses dois e representantes do Ministério de Saúde.
Conselho Estadual de Saúde: envolve desde profissionais da saúde como entidades, organizações e etc.
Ministério de Saúde é responsável pela criação de planos, mas não pela execução deles. 
A porta de entrada é a Atenção Básica (UBS, Centros e Postos de Saúde). 
Em 2006, o Pacto pela Saúde divide os recursos em cinco partes: atenção básica, atenção de alta e média complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e gestão do SUS.
O Sistema Único de Saúde descentraliza a saúde, na medida em que a gestão dela é feita pelos municípios. Contudo, há uma estratégia para que determinar os recursos necessários em cada região (referencialização). 
Nos princípios e diretrizes do SUS há: 
a) doutrinários: universalidade, integralidade e equidade;
b) organizacionais: descentralização – que une a regionalização e a hierarquização -, resolubilidade e participação comunitária. 
Além desses, na lei 8.080, encaixam-se também a autonomia do paciente e a integração (entre recursos), bem como ratifica a intervenção do setor privado como algo complementar.
A partir de 2013, também é um princípio a organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras.
Importante salientar dois tipos de participação social: conferência de saúde, que ocorre a cada quatro anos e quando conclamada por mais de 50% dos integrantes do fórum dela, além disso, tem a finalidade de debater, formular e avaliar as políticas de saúde. O segundo é o Conselho de Saúde, um órgão colegiado, permanente e deliberativo que formula, supervisiona, avalia, controla e propõe políticas públicas. Ademais, nesse conselho, é obrigatório que 50% sejam usuários, 25% profissionais de saúde e o restante de gestores do SUS.
3.1 Lei 8.142/90
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde. 
Portanto, aprova a Conferência de Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) e o Conselho Nacional de Saúde. 
Pessoas que denunciam o mau atendimento têm sua reclamação encaminhada à Secretaria Estadual/Municipal de Saúde.
3.1.1 Conselho de Saúde
Foi instituído pela Lei nº 378/37, sendo considerado como assessor de assuntos internos do MSE. Em 1962, passa a ser órgão consultivo, assistindo ao MSE nos assuntos pertinentes, como é dito no Decreto nº 847. A partir de 1970, prossegue sendo um examinador e emissor de pareceres sobre problemas relativos à proteção, prevenção e reabilitação de saúde. Com a Lei nº 8.080, a participação social é incluída nos Conselho e nas Conferências de Saúde, o que é ratificado na Lei nº 8.142. Além disso, integra as Comissões Intersetoriais subordinadas ao CNS para dialogar com todas as politicas publicas. 
Logo, é um órgão colegiado (possui pessoas de diferentes grupos sociais), deliberativo (discussões devem ser democráticas) e permanente (para ser extinto, precisa de uma nova lei) do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de governo. Faz parte da estrutura das secretarias de saúde dos municípios, dos estados e do governo federal. Deve funcionar mensalmente, ter ata que registre suas reuniões e infraestrutura que dê suporte ao seu funcionamento.
São compostos por representantes do governo, de prestadores de serviço, de profissionais e de usuários, do CONASS e CONASEMS. Responsável por avaliar a saúde e propor diretrizes para esse setor, bem como formula estratégias e controla politicas através de aspectos econômicos e financeiros. 
Em 1992, surgem os Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde paritários, ou seja, 50% usuários, 25% prestadores de serviço e 25% profissionais de saúde. 
No geral, tantoos Conselhos quanto as Conferências se tornaram local de participação social.
Os Conselhos são orientados na análise de planos e de orçamentos pelas Conferências, além de definirem as regras para elas.
Os Conselheiros são escolhidos por movimentos sociais e entidades.
3.1.1.1 Comissões do Conselho de Saúde
São organismos de assessoria ao Plenário, que trazem a efetivação do Controle Social, bem como buscam fornecer benefícios de discussão para o dialogo democrático (deliberações) a respeito das estratégias e controle das politicas publicas de saúde.
3.1.1.2 Plenário
São reuniões que ocorrem uma vez ao mês; um fórum de democracia plena e conclusiva. 
3.1.1.3 Mesa Diretora
Eleita pelo Plenário; contém oito conselheiros titulares (duram 3 anos); cabe a ela a condução dos processos administrativos e políticos a serem deliberados pelo Pleno; garante a intersetorialidade pela articulação politica entre órgãos, instituições e outros conselhos.
3.1.1.4 Presidência
Dura 3 anos; eleito pela Mesa Diretora; é o interlocutor entre Conselho Nacional de Saúde e MS; representa o Conselho.
3.1.1.5 Grupos de Trabalho
Assessores do CNS ou das Comissões temporariamente (até 6 meses); compostos por até 5 conselheiros para garantir representação de todos os segmentos do Conselho; fornece subsídios econômicos, técnicos, administrativos, políticos e jurídicos. 
3.1.1.6 Secretaria Executiva
Vinculada ao MS para garantir ao Conselho as condições necessárias para cumprimento de competências, bem como dá suporte técnico-administrativo aos Grupos de Trabalho e às Comissões. Encaminha demandas aos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde; organiza processo eleitoral do Conselho; participa das Conferências; executa mapeamento de dados.
3.1.2 Conferências de Saúde
São instituídas em 1937 com a finalidade de colocar o governo federal a par das ações desenvolvidas pelos estados, reorganizando o Ministério da Saúde e da Educação através da Lei nº 378/37. Eram feitos por políticos – autoridades dos estados, do MSE – e estavam programadas para ocorrer a cada 2 anos, contudo, o intervalo de tempo variou muito.
Assim, são fóruns que reúnem todos os segmentos representativos da sociedade; um espaço de debate para avaliar a situação de saúde, propor diretrizes para a formulação da política de saúde nas três esferas de governo. É convocada pelo Poder Executivo ou pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 dos integrantes desse fórum conclamam a conferência. Acontece de 4 em 4 anos. É realizada pelas esferas municipal, estadual e federal. É o espaço de debate, formulação e avaliação das políticas de saúde.
Nas conferências, reúnem-se os representantes das três esferas de governo, trabalhadores e usuários (seus representantes). Nelas, primeiro, ocorre a plenária para discutir sobre regimento interno, depois, há a exposição e debates sobre temas. Em terceiro lugar, são feitos trabalhos de grupo para aprofundamento e elaboração de discussões/propostas e, por fim, estabelecimento dessas propostas. 
Observadores e convidados podem falar, mas votar, como os delegados.
Pessoas de entidades importantes podem ser convidadas para a Comissão Organizadora.
O Conselho Nacional de Saúde pode participar das Conferências.
Há etapas para a seleção de delegados.
Os Conselhos analisam e acompanham o planejamento de governo e as Conferências devem ser capazes de indicar os aspectos mais relevantes e identificar ações a serem planejadas. 
Quanto mais profundo o nível politico (municipal>estadual>nacional), maior a especificidade das recomendações das conferências. 
3.1.3 Controle Social
Acompanhar os Conselhos de Saúde, conhecer serviços de saúde e fiscalizá-los; analisar Relatório de Gestão; acompanhar execução de convênios; fiscalizar medicamentos; acompanhar licitações e contratos; constituir a Comissão Organizadora; divulgar ações dos Conselhos.
O Controle Social é um componente intrínseco da democratização e da cidadania, bem como traz autonomia e independência em relação ao Estado.
3.2 Normas Operacionais
Irão prover autonomia aos estados/regiões (NOAS) e municípios (NOB) para a implantação do SUS.
Todas as normas foram baseadas nas Leis Orgânicas, vulgo lei 8.080 e lei 8.142. 
3.2.1 Norma Operacional Básica
NOB 91- surge como estímulo inicial para a municipalização, de modo que os municípios que aderissem a essa nova forma de gestão, seriam beneficiados com: o Fator de Estimulo à Municipalização (repasse de recursos de custeio aos municípios efetivamente "municipalizados" dentro do SUS, que são aqueles que seguem a Lei nº 8.142), a Autorização de Internação Hospitalar (AIH; formulário das atividades hospitalares), o Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH) e os Conselhos de Saúde.
NOB 92 – continua promovendo a municipalização por meio, principalmente, da 9ª Conferência Nacional de Saúde.
NOB 93 – municipaliza através de criação de CIT e CIB, do Fator de Apoio ao Estado (agrega o repasse de recursos para tratamento fora de domicílio, aquisição de medicamentos especiais e provisão e próteses ambulatoriais), do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA). Além disso, habilita gestões: a) Gestão Incipiente os municípios têm a responsabilidade de se incorporar da rede de vigilância sanitária e desenvolver ações em vigilância ambiental, bem como são requisitos o registro mensal de dados e de produtos; b) Gestão Parcial os estados e os municípios têm a responsabilidade de coordenar a rede de laboratórios e de gerir as ações em vigilância ambiental e de trabalho, assim como prevalecem os mesmo requisitos para ambos; c) Gestão Semiplena os estados coordenam no seu âmbito as redes de vigilância e a rede de laboratórios e os municípios assumem a execução e controle das ações básicas de vigilância. Ademais, prevalecem os mesmos requisitos para ambos. 
NOB 96 – formaliza a municipalização por meio do PAB fixo (10 reais por pessoa) e do variável (8 reais por pessoa), da transferência Fundo a Fundo, da criação do CartãoSUS, do PPI e do cadastro e da adscrição da clientela. Além disso, reabilita as gestões: a) Gestão Avançada do Sistema Estadual/ Gestão Plena do Sistema Estadual cabe aos estados gerenciar hemorede e rede de laboratórios, normalizar oferta de medicamentos e insumos, cooperar na técnica e no financiamento da descentralização, coordenar e executar a Vigilância Sanitária, executar as ações de todas as complexidades e de vigilância sanitária em municípios não habilitados e executar o Programa Desconcentrado de Ações de Vigilância Sanitária (PDAVS). Além disso, tem como requisito para essa habilitação a comprovação do funcionamento do serviço de Vigilância Sanitária. b) Gestão Plena de Atenção Básica os municípios tem o dever de executar as ações básicas de Vigilância Sanitária do PBVS e cabe a eles comprovar a capacidade do desenvolvimento desse dever para estarem incluídos nessa habilitação; c) Gestão Plena do Sistema Municipal os municípios devem executar as ações em todas as complexidades em Vigilância Sanitária e, opcionalmente, aquelas da PDAVS. Além disso, para estarem habilitadas nessa gestão, devem comprovar o funcionamento dessas ações. 
3.1.2. Norma Operacional de Assistência à Saúde
NOAS 2001 – amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica (impulsionado pelo PAB), define o processo de regionalização da assistência, fortalece o SUS e atualiza os critérios para habilitação e desabilitação de municípios e estados. Entra o PDR, o Termo de Garantia de Acesso e a Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada (atenta para o controle da tuberculose, a eliminação da hanseníase, o controle da hipertensão arterial, o controle da diabetes mellitus, a saúde da criança, a saúde da mulher e a saúde bucal).
NOAS 2002 - coloca a regionalização na estratégia de hierarquização e como objetivo de equidade e atualiza os critérios de habilitação e desabilitação. 
NOAS 2003 - muda seus critérios de habilitação e desabilitação.
NOAS 2004 - determinam que os municípios e o Distrito Federal sejam responsáveispela gestão do sistema municipal de saúde na organização e na execução das ações de atenção básica. Além disso, os municípios que cumpriram a NOB 96 e as NOAS 2002 terão as gestões de atenção básica e ampliada extintas, cabendo a eles apenas a Gestão Plena de Sistema Municipal.
3.2 Decreto 7.508/2011
Regulamenta a Lei nº 8.080 e dispõe sobre a organização do Sistema Único de Saúde (SUS), o planejamento da Saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa. 
Aborda sobre o Contrato Organizativo de Ação Pública (Coap), um instrumento de gestão compartilhada que define a responsabilidade de cada município, estado e da União na organização da regionalização. Portanto, é o Termo de Compromisso de Gestão atualizado.
Além disso, implanta a ideia de Redes de Atenção à Saúde, um conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente para garantir a integralidade no processo de referencialização.
Agrega o Mapa da Saúde, que é a descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, os quais devem ser usados para identificar as necessidades em cada região, bem como para orientar um planejamento íntegro. 
Também, fala sobre a Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) para o cuidado da integralidade e a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) para a padronização seleção de medicamentos para o SUS. 
Outro aspecto incluso no decreto é a comissão de Intergestores, definindo o propósito da CIT e da CIB. 
3.5 Pactos pela Saúde
Na perspectiva de superar os diversos desafios do sistema de saúde no Brasil, os gestores do SUS assumiram o compromisso público da construção do Pacto pela Saúde, que será anualmente revisado, com base nos princípios constitucionais do SUS e com ênfase nas necessidades de saúde da população.
Esses pactos visam inovar e mudar o Sistema, respeitando as diversidades dos operários e das regiões e dando maior acessibilidade aos cidadãos, bem como atribuindo mais atenção sanitária, redefinindo os instrumentos auditoriais do SUS, aplicando equidade nas transferências Fundo a Fundo. 
3.5.1 Pacto pela Vida
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados. Assim, as prioridades do Sistema são: Saúde do Idoso; Controle de Câncer de Colo de Útero e de Mama; Redução da Mortalidade Infantil e Materna; Fortalecimento da Capacidade de Respostas às Doenças Emergentes e Endemias, com Ênfase na Dengue, Hanseníase, Tuberculose, Malária e Influenza; Promoção da Saúde e Fortalecimento da Atenção Primária.
De 2008 a 2009, foram acrescentados como prioridade: Saúde Mental; Fortalecimento da Capacidade de Respostas às pessoas com Deficiência; Atenção Integral às pessoas com Situação de Risco ou Violência e Saúde do Homem. 
3.5.2 Pacto em Defesa do SUS
Envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado e de defender, vigorosamente, os princípios basilares. Seria uma repolitização da Saude, como continuação da Reforma Sanitária. 
Tem como objetivos: a) implementar um projeto permanente de mobilização social com a finalidade de tomar o SUS como garantidor do direito cidadão de Saúde, de garantir o incremento dos recursos orçamentários e financeiros para a saúde; b) elaborar e divulgar a carta dos direitos dos usuários do SUS.
Além disso, regulamenta a Emenda Constitucional nº 29 e aprova orçamentos.
3.5.3 Pacto pela Gestão
Estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a diminuir as competências concorrentes visando ao fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. Assim, propõe a descentralização, a desburocratização dos processos normativos, a estruturação das regiões sanitárias e fortalecimento das CIB.
Diretrizes: 
A) Descentralização: delimita as funções do MS e compartilha ações entre gestores, ou seja, a CIT e CIB se tornam administradoras, de modo que não haja concorrência entre as esferas politicas na gestão.
CIT define normas e diretrizes para serem cumpridas pela CIB durante pactuação.
B) Regionalização: i) Plano Diretor de Investimento – planeja recursos necessários na Atenção Básica, na Alta e Média e em Vigilância em Saúde; ii) Plano Diretor de Regionalização – atribui autonomia às regiões através de organização especifica (regiões de saúde; módulo assistencialAPS que deve abranger um ou mais municípios; município-sedea mais importante cidade de oferta da APS; município-poloa mais importante cidade de oferta de todos os níveis de saúde; unidade territorial de qualificação”teste” feito p/ CIT e MS para avaliar se a cidade tem capacidade de aumentar seu nível de atenção).
O PDR é único para cada estado.
C) Financiamento do SUS: ele é de responsabilidade tripartite; promove a redução das iniquidades; repasse feito prioritariamente por Fundo a Fundo; a transferência de recursos deve ser feita em blocos; os recursos federais são usados para atender os blocos; as bases de calculo de cada bloco devem compor memorias de calculo. 
 1.Bloco para a Atenção Básica: a)PAB FIXO – montante de recursos para ações em saúde; b)PAB VARIÁVEL – montante de recursos para ACS, Saúde Bucal, Saúde da Familia, Fator de Incentivo da Atenção Básica aos Povos Indigenas, Incentivo à Saúde no Sistema Penitenciário e Compensação de Especificidades Regionais.
 2.Bloco de Alta e Média Complexidades: financia transplantes, alta complexidade, emergências e novos financiamentos pelo Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). 
 3.Bloco para Vigilância em Saúde: a)sanitária – financia a ANVISA; b) epidemiológica e ambiental – dst/aids, vacinação e fortalece vigilância em gestores.
 4.Bloco de Assistência Farmacêutica: a)básico – fixo e variável; b)estratégico – endemias, aids/dst, insulina, imunobiológicos, programa nacional de sangue; c)de dispensação excepcional – para patologias especificas. 
 5.Bloco para Gestão do SUS: financiamento para cumprir eixos do Termo de Compromisso de Gestão.
D) Planejamento do SUS: pactua diretrizes gerais para o processo de planejamento no âmbito do SUS e o elenca os instrumentos a serem adotados pelas três esferas politicas.
E) Programação de Pactuação e Integração: MS, CONASEM e CONASS pactuam ações para o município. 
F)Regulação de Atenção à Saúde e Regulação Assistencial: ações dirigidas aos prestadores de serviços, sendo elas: contratação, regulação assistencial, complexo regulador e auditoria. 
G) Participação e Controle Social: fala sobre os Conselhos e Conferências.
H) Gestão do Trabalho: valorização do trabalho e dos trabalhadores de saúde, tratamento de conflitos, humanização das relações de trabalho.
I) Educação na Saúde. 
3.5.3.1.Portaria nº 699, de 30 de março de 2006
Regulamenta as Diretrizes Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão. 
Estabelecer que as responsabilidades sanitárias e atribuições do respectivo gestor serão afirmadas publicamente por meio dos Termos de Compromisso de Gestão Municipal (Anexo I), Estadual (Anexo II), do Distrito Federal (Anexo III), e Federal (Anexo IV). O Termo de Compromisso de Gestão terá os seguintes Anexos, que ficam instituídos conforme respectivos modelos:
1-Termo de Cooperação entre Entes Públicos: pactuado entre Ministério da Saúde, Conass e Conasems em portaria específica; é destinado à formalização da relação entre gestores quando unidades públicas prestadoras de serviço, situadas no território de um município, estão sob gerência de determinada esfera administrativa e gestão de outra.
Gestão: atividade e a responsabilidade de dirigir um sistema de saúde, abarcando as funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, regulação, controle, avaliação e auditoria, gestão do trabalho, desenvolvimento e apropriação de ciência e tecnologias, dentre outras. 
Gerência: administração de uma unidade ou órgão de saúde (unidade básica de saúde, hospital, instituto,fundação, etc.), que se caracteriza como prestador de serviços no Sistema único de Saúde.
2-Declaração da CIB de Comando Único do Sistema pelo Gestor Municipal: documento que explicita a gestão dos estabelecimentos de saúde situados no território de um determinado município.
3-Termo do Limite Financeiro Global do Município, do Estado e do Distrito Federal: refere-se aos recursos federais de custeio referentes àquela unidade federada, explicitando o valor correspondente a cada bloco.
4-Relatório de Indicadores de Monitoramento: será gerado por um sistema informatizado, a ser implantado a partir de 2007. 
As transferências fundo a fundo do Ministério da Saúde para estados/Distrito Federal/municípios serão suspensas nas seguintes situações: a) não pagamento dos prestadores de serviços até o quinto dia útil; b) falta de alimentação dos Bancos de Dados Nacionais por 2 meses consecutivos/3 meses alternados, no prazo de um ano; c) se a Auditoria declara no relatório a suspensão. 
Define que os Planos de Saúde expressam as ações necessárias para apoiar municípios/estados/DF, bem como estabelecer metas e objetivos. Desse modo, o Termo de Compromisso de Gestão Municipal/Estadual/Federal deve estar paritário ao Plano Municipal/Estadual/Nacional de Saúde. 
Para a aprovação do Termo de Compromisso de Gestão Municipal, inicialmente, ele é aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde e repassado ao CIB. Assim, a Secretaria Estadual de Saúde o encaminha para o CIT. As CIT e CIB têm 30 dias para se manifestarem e a CIT repassa para o Ministério da Saúde, que divulga em Portaria para subsídios. Os outros termos ocorrem de mesmo modo, contudo, a nível estadual/distrital. O termo nacional é avaliado apenas pelo CNS e o CIT. 
Define-se que as CIT e CIB são as responsáveis pela decisão e análise das pactuações dos gestores do SUS. 
3.5.3.2. Termo de Compromisso de Gestão Municipal
Esse Termo de Compromisso de Gestão formaliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões pela Vida e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as atribuições e responsabilidades sanitárias do gestor municipal e os indicadores de monitoramento e avaliação destes Pactos. As ações necessárias devem ser contempladas no Plano Municipal de Saúde.
As atribuições e responsabilidades sanitárias contidas neste Termo serão pactuadas mediante o preenchimento do quadro correspondente a cada um dos eixos, a saber: 
1. Responsabilidades Gerais da Gestão do SUS: integralidade, continuidade, equidade, financiamento tripartite do SUS, APS, existência de planejamento, programação, monitoramento e avaliação, vínculo entre eSF e população, resolubilidade, garante o acompanhamento da referencialização fora do território municipal, o acesso às medias e altas complexidades como dependente da APS, estabelece recursos físicos e farmacêuticos, vigilância em saúde (epidemiológica, sanitária e ambiental). 
2. Regionalização: todo município deve participar do Colegiado de Gestão Regional, bem como deve participar de projetos prioritários definidos no Plano Municipal de Saúde, no Plano Diretor de Regionalização, no planejamento regional e no Plano Diretor de Investimento. 
3. Planejamento e Programação: formaliza a elaboração do Plano Municipal de Saúde e a alimentação dos sistemas de informação (SINASC, SINAN, SAI, SIAB, SI-PNI, SIM, SIH e CNES). 
4. Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 
5. Gestão do Trabalho; 
6. Educação na Saúde; 
7. Participação e Controle Social (Conselhos e Conferências).
Além disso, há prioridades de metas e objetivos: saúde do Idoso, controle de câncer de colo de útero e de mama, redução de mortalidade infantil e materna, fortalecimento da resolubilidade em doenças emergentes e endêmicas (hanseníase, malária, dengue, tuberculose e influenza), promoção da saúde, atenção básica e regulação da atenção. 
Os quadros de indicadores serão pactuados no Pacto da Atenção Básica e na Programação Pactuada e Integrada da Vigilância em Saúde (PPI VS). No quadro 2, há os indicadores de avaliação e monitoramento dos pactos pela Vida e pela Gestão: proporção de nascidos vivos de mães que fizeram o pré-natal, media anual de consultas médicas por habitantes, cobertura vacinal em menores de um ano, taxa de cobertura de hanseníase, taxa de cura da tuberculose, incidência da malária, numero de imóveis inspecionados para evitar dengue, taxa de participação no sistema, proporção de óbitos não fetais informados ao SIM, proporção de instituições de longa permanência para idosos. 
Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde: engloba os processos de programação da assistência à saúde e da vigilância em saúde. 
3.5.3.3. Termo de Compromisso de Gestão Estadual
Esse Termo de Compromisso de Gestão formaliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões pela Vida e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as atribuições e responsabilidades sanitárias do gestor estadual e os indicadores de monitoramento e avaliação destes Pactos. As ações necessárias devem ser contempladas no Plano Estadual de Saúde.
As atribuições e responsabilidades sanitárias contidas neste Termo serão pactuadas mediante o preenchimento do quadro correspondente a cada um dos eixos, a saber: 
1. Responsabilidades gerais da Gestão do SUS; 
2. Regionalização;
3. Planejamento e Programação; 
4. Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 
5. Gestão do Trabalho; 
6. Educação na Saúde; 
7. Participação e Controle Social.
O restante e esses eixos são semelhantes ao municipal. 
3.5.3.4 Termo de Compromisso de Gestão Federal
Esse Termo de Compromisso de Gestão formaliza o Pacto pela Saúde nas suas dimensões pela Vida e de Gestão, contendo os objetivos e metas, as atribuições e responsabilidades sanitárias do gestor federal e os indicadores de monitoramento e avaliação destes Pactos. As ações necessárias devem ser contempladas no Plano Federal de Saúde.
As atribuições e responsabilidades sanitárias contidas neste Termo serão pactuadas mediante o preenchimento do quadro correspondente a cada um dos eixos, a saber: 
1. Responsabilidades gerais da Gestão do SUS: prestar cooperação técnica e financeira aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios para o aperfeiçoamento das suas atuações institucionais na gestão da atenção básica; assumir transitoriamente, quando necessário, a execução das ações de vigilância em saúde nos estados; outros relatados nos outros termos. 
2. Regionalização;
3. Planejamento e Programação: formula e executa a política nacional de atenção à saúde, a política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas (FUNASA), 
4. Regulação, Controle, Avaliação e Auditoria; 
5. Gestão do Trabalho: Fortalecer a Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, Formular, propor, pactuar e implementar as Diretrizes Nacionais para Planos de Carreiras, Cargos e Salários no âmbito do Sistema Único de Saúde; 
6. Educação na Saúde; 
7. Participação e Controle Social.
3. Política Nacional de Atenção Básica
3.1 Unidade de Saúde da Família
É o novo ou antigo Posto ou Centro de Saúde reestruturado, trabalhando dentro de uma nova lógica, que lhe atribui maior capacidade de resposta às necessidades básicas de saúde da população de sua área de abrangência. 
Ela é o primeiro contato com o usuário, porém não deve ser entendida como uma passagem para acesso aos serviços ou um encaminhamento. A USF é responsável por funções que vão desde a territorialização até questões de vigilância ambiental. Assim, apenas 15% dos casos devem ser passados para os demais estabelecimentos e profissionais de saúde. Ainda, a USF jamais deve perder de vista o usuário (continuidade/longitudinalidade), se responsabilizando pela “referência” necessária, contratando outros serviços, discutindo casos e recebendo de volta, na “contrareferência”. 
Referência representa o maior grau de complexidade, para onde o usuário é encaminhado para um atendimento com níveis de especialização mais complexos, os hospitais e as clínicas especializadas. Já a contra-referência diz respeito ao menor grau de complexidade, quandoa necessidade do usuário, em relação aos serviços de saúde, é mais simples, ou seja, o cidadão pode ser contra-referenciado, isto é conduzido para um atendimento em nível mais primário, devendo ser este a unidade de saúde mais próxima de seu domicilio. Assim é um mecanismo que preserva a integralidade. 
A implantação da USF é feita de modo que o Programa de Saúde da Familia é iniciado em áreas periféricas e depois, em áreas mais estruturadas. Além disso, deve incorporar tecnologias nesse nível de atenção (incluindo transporte para áreas mais distantes), bem como aplicar a educação nos setores: epidemiológico, clínico e em vigilância à saúde. Ademais, os ACS precisam de equipamentos e de fardas para o serviço. 
3.2 Medicina da família e da comunidade
As residências multiprofissionais em saúde e em área profissional da saúde, existentes desde 1975, tiveram sua regulamentação em 2005, com a Lei nº 11.129. São orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir das necessidades e realidades locais e regionais, e abrangem as profissões da área da saúde, a saber: Biomedicina, Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional. 
Criada pelos Ministérios da Saúde e da Educação para qualificar o trabalho dos profissionais do SUS. Portanto, tem como objeto as necessidades populares e como objetivo a transformação da realidade a partir da educação em saúde. Além disso, a estratégia ocorre através da Educação Permanente – que deve estar alinhada à COAP e PMAQ -, ou seja, um processo de desenvolvimento integral e de promoção em equipe que a partir das circunstâncias e problemas do trabalho, passa a desencadear práticas criticas e criativas para a melhora da realidade. 
Além disso, há os Programas de Residência Multiprofissional em Saúde da Família podem contribuir com a revisão do modelo assistencial, na medida em que formam um novo perfil do profissional de saúde, humanizado e preparado para responder às reais necessidades de saúde dos usuários, família e comunidade. Contribuem para a construção de novos paradigmas de assistência à saúde, ampliando a resolutividade da ESF e do NASF. Alguns de seus principais efeitos é o preenchimento de quadros técnicos adequados às atividades dos serviços e às necessidades da população.
Sobre os objetivos específicos: contribuir com a revisão do modelo assistencial (apoiando PSF e hierarquização), vigilância em saúde, compreender a realidade familiar/social/ambiental, intervir em saúde-doença integralmente (social, epidemiológico, clínico), ensinar a promoção da saúde, ensinar a gestão local, capacitar para a participação na educação da saúde, para a participação e formação do restante da eSF. 
3.3 Estratégia de Saúde da Família
Visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais, representados respectivamente pelo Conass e Conasems, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
Requisitos: 
I-equipe multiprofissional: médico generalista, enfermeiro generalista, auxiliar/técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe, cirurgião-dentista generalista, auxiliar/ técnico em saúde bucal;
II-número de ACS suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe; 
III-cada equipe deve atender de 3000 a 4000 pessoas (quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe);
IV-cadastramento do profissional da eSF em apenas 1 USF (exceto o médico, pois pode se cadastrar em 2, trabalhando total de 40 horas semanais igual aos outros) e
V-qualquer profissional da eSF pode se dedicar até oito horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especialização em Saúde da Família, bem como Educação Permanente ou Apoio Matricial. 
Equipes Transitórias: médico possui 20hrs semanais; ainda que não tenham tempo mínimo estabelecido de permanência nesse formato, é desejável que o gestor, tão logo tenha condições, transite para um dos formatos anteriores que preveem horas de médico disponíveis durante todo o tempo de funcionamento da equipe; quanto mais habitantes de um município, menos equipes transitórias devem ter. 
Equipe de Agentes Comunitários: de 4 a 12 ACS mais 1 enfermeiro, o qual deve planejar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS e facilitar a relação entre os profissionais da Unidade Básica de Saúde e os ACS. 
Incidência: significa a ocorrência de casos novos relacionados à unidade de intervalo de tempo - dia, semana, mês ou ano. É a intensidade com que estão surgindo novos doentes em uma determinada população.
Prevalência: é a medida da frequência da doença durante um determinado período de tempo. 
Dentro da USF, há – no máximo 3 - a equipe de Saúde da Família (atende 600/1000 pessoas com o máximo de 4500) e o Agente Comunitário de Saúde (20 a 250 familias). É necessário que em uma ESF, haja, no mínimo, um medico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 4 a 6 ACS. 
Os profissionais devem morar na região de atendimento, visando a identidade cultural e a vinculação com os habitantes. 
Papéis comuns de todos os componentes da eSF: participar da territorialização e do mapeamento; atualizar cadastramento; planejar atenção com base em epidemias, economia e etc; cuidado prioritário na USF e, segundamente, em domicilio e outros; realizar ações em saúde conforme manda a necessidade popular e as previsões; aplicar integralidade por meio da promoção, proteção e recuperação da saúde; participar do acolhimento (escuta, classificação de risco, sinais vitais); criar vinculo com a população; realizar busca ativa; se responsabilizar por usuários adscritos; praticar o cuidado pela educação em saúde; realizar reuniões para avaliações e planejamentos com base nos dados coletados; acompanhar e avaliar as ações implementadas; garantir a qualidade das informações; usar trabalho interdisciplinar e em equipe; participar da educação permanente; promover a mobilização e a participação da comunidade; identificar parceiros e recursos. 
Específico ao médico: executar as ações de assistência integral, aliando a atuação clínica à de saúde coletiva; assistir as pessoas em todas as fases e especificidades da vida; realizar atendimentos de primeiro cuidado nas urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais e realizar partos.
Especifico ao enfermeiro: executar assistência básica ações de vigilância epidemiológica e sanitária em todas as fases e as especificidades da vida; organizar rotinas de trabalho ao nível USF de comunidade; supervisionar e desenvolver ações para capacitação do ACS e de auxiliar de enfermagem.
Especifico ao auxiliar de enfermagem: acompanhar a consulta de enfermagem do individuo exposto às situações de risco; com o ACS, pesquisar as famílias em risco; realizar procedimento em domicilio, quando o ACS pedir. 
Específico ao ACS: mapeamento; cadastramento; identificar indivíduo e família expostos à situação de risco; orientação de consultas e agendamentos; estar bem informado e informar à ESF; desenvolver ações de educação e de vigilância à saúde, bem como de saneamento e de meio ambiente. 
Tipos de eSF: Equipes do Consultório na Rua e Equipes de Saúde da Família para o Atendimento da População Ribeirinha da Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato-Grossense.A implantação da eSF ocorre de forma que é necessário, antes, conhecer o local, saber o numero de pessoas a serem atendidas, planejar ou conhecer a infraestrutura, o fluxo de usuários pra referencia e contra-referencia, criar proposta para assistência farmacêutica, identificar as principais ações a serem feitas, definir gerenciamento das equipes, deve conter a forma de recrutamento, seleção e contratação dos profissionais das equipes, ter um sistema de informação.
Programas da ESF: Brasil Sorridente, Saúde na Escola (PSE), Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), NASF, Vigilância Alimentar e Nutricional, Bolsa Família, Saúde Prisional, 
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, Vigilância em Saúde, 
Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável, Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais, Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde, Academia da Saúde, Consultório na Rua, Brasil Sorridente, Viva Mulher (Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero e de Mama), HiperDia, Programa Nacional de Imunização, Programa de Humanização.
3.4 Demanda
Como as demandas exigem acolhimento, antes de tudo, é necessário explicitar que ele é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variada. 
Os vários tipos de demanda podem, em grande parte, ser acolhidos e satisfeitos na atenção básica, inclusive com as modalidades de tecnologias leve-duras (conhecimentos, protocolos) e duras (materiais, equipamentos), nõ só as leves (humanização). 
Programada: gera fluxo de agenda, programação dos médicos, enfermeiros e dentistas, grupos operativos, interconsultas com o NASF, bem como consultas clinicas, preventivos, pré-natal e puericultura.
Reprimida: são procedimentos ambulatoriais, exames, consultas especializadas, agendamento de referência, internação. Assim, são atendimentos não realizados.
Espontânea: qualquer atendimento não programado na USF, representando uma necessidade momentânea do usuário. Pode ser uma informação, um agendamento de consulta, uma urgência/emergência. 
O acolhimento é importante, na medida em que os usuários não decidem a hora/momento de sentirem dor e que se torna uma forma de fortalecer os vínculos. Assim, nessa demanda, ele pode ser um facilitador de acesso, um dispositivo de (re)organização do processo de trabalho em equipe ou uma postura de cuidado. 
Assim, é válida a aplicação de fluxogramas - busca representar um padrão de fluxo dos usuários na USF, partindo do pressuposto de que a recepção é o primeiro contato e de que, havendo situações imprevistas que vão além da recepção, logo, deve haver um espaço adequado para escuta, análise, definição de oferta de cuidado com base na necessidade de saúde. Em algumas situações, o fluxograma pode ser interferido/mudado, bem como a pessoa q realiza a escuta pode ser a mesma que faz intervenções. Portanto, ele não deve ser burocratizado. 
Acolhimento pela equipe de referência do usuário: a principal característica é que cada usuário é acolhido pelos profissionais de sua equipe de referência, de modo que um ou mais profissionais de cada equipe realizam a primeira escuta, negociando com os usuários as ofertas mais adequadas para responder às suas necessidades.
Equipe de acolhimento do dia: em unidades com mais de uma equipe, o enfermeiro e/ou técnico de enfermagem de determinada equipe ficam na linha de frente do acolhimento, atendendo os usuários que chegam por demanda espontânea de todas as áreas/equipes da unidade. 
Acolhimento coletivo: no primeiro momento do funcionamento da unidade, toda a equipe se reúne com os usuários que vieram à unidade de saúde por demanda espontânea e, nesse espaço coletivo, fazem-se escutas e conversas com eles. Além do acolhimento, aproveita-se a ocasião para explicar à população o modo de funcionamento da unidade e o processo de trabalho das equipes, bem como se realizam atividades de educação em saúde.
Acolhimento misto (equipe de referência do usuário + equipe de acolhimento do dia): em unidades com mais de uma equipe, estipula-se determinada quantidade de usuários ou horário até onde o enfermeiro de cada equipe acolhe a demanda espontânea da sua área, bem como uma quantidade de casos agudos encaminhados pelo acolhimento que o médico irá atender de pacientes de sua área durante o turno.
Uma estratégia importante de garantia de acesso com equidade é a adoção da avaliação/estratificação de risco como ferramenta, possibilitando identificar as diferentes gradações de risco, as situações de maior urgência e, com isso, procedendo às devidas priorizações. Já na recepção da unidade, uma atendente, um porteiro ou um segurança podem identificar situações que apresentam maior risco ou que geram sofrimento intenso. 
Classificações: situação não aguda (orientar sobre ofertas da USF, adiantar ações previstas em protocolo, agendamento) e situação aguda (risco baixo de vida ou ausência, médio risco e alto risco). 
3.5 Complexo Regulador
Uma estratégia para regular a oferta e a demanda em saúde, que consiste numa organização do conjunto de ações da Regulação do Acesso à Assistência, de maneira articulada e integrada, buscando adequar a oferta de serviços de saúde à demanda que mais se aproxima às necessidades reais em saúde. Permite, aos gestores, articular e integrar dispositivos de Regulação do Acesso como Centrais de Internação, Centrais de Consultas e Exames, Protocolos Assistenciais. 
Cada complexo possui uma ou duas Centrais de Regulação, responsáveis pela parte ativa, ou seja, recebem as solicitações de atendimento, processam e agendam. Eles podem ser: de Urgência, de Internações, de Consultas e Exames, da Alta Complexidade (para usuários que necessitam de tecnologias de alta complexidade - cardiologia, oncologia, neurocirurgia, epilepsia e traumato/ortopedia - fora do seu estado).
Portanto, a referencialização torna-se algo mais prático e bem organizado. 
Assistente Social: cabe a ele realizar estudos e pesquisas para avaliar a realidade social, além de produzir parecer social e propor medidas e políticas sociais; planeja, elabora e executa planos, programas e projetos sociais; prestar assessoria e consultoria as instituições públicas e privadas e, também, aos movimentos sociais; orienta indivíduos e grupos, auxiliando na identificação de recursos e proporcionando o acesso aos direitos sociais; realiza estudos socioeconômicos com indivíduos e grupos para fins de acesso a benefícios e serviços sociais; atua no magistério de Serviço Social e na direção de unidades de ensino e Centros de estudos.
4. Redes de Atenção à Saúde
Os sistemas integrados de atenção à saúde são aqueles organizados através de um conjunto coordenado de pontos de atenção à saúde para prestar uma assistência continua e integral a uma população definida.
As Redes de Atenção à Saúde surgem para substituir a fragmentação e o foco nas doenças agudas por integralidade e atenção às condições crônicas. Assim, elas são voltadas para uma população adscrita estratificada por populações de risco e sob responsabilidade delas, bem como tem como objetivo a melhoria da saúde dessas pessoas com resultados clínicos e econômicos medidos. Além disso, sua organização é feita de modo que todas as atenções (primaria, secundaria e terciaria) governam e são relevantes, assim como é coordenada pela APS. 
As RAS são contínuas, proativas (busca ativa + planos de cuidados de cada usuário), promocionais, preventivas, curativas, cuidadoras, reabilitadoras ou paliativas, e interveem em determinantes sociais. Enquanto o sistema fragmentado planeja a oferta (baseado nos interesses de prestadores e em series históricas), as RAS planejam as necessidades (tem como suporte os dados de riscos, de preferencias e valores populacionais). O conhecimento e a ação, bem como o cuidado são feitos por profissionais e, também, por usuário e sua família. Assim, aparticipação popular se torna incisiva e os territórios mudam a sua demarcação em saúde, bem como o financiamento é capacitado para toda a RAS. 
A crise do SUS se dá por ser fragmentado, logo, voltado para doenças agudas, quando se vive um momento de doenças crônicas, que são o foco da RAS. Para sair dessa crise, o Escritório Regional da OMS sugere que seja feito um plano de estratégias de curto, médio e longo prazo. Portanto, as medidas a serem tomadas agora visam o autocuidado, a integração das atenções, o incentivo financeiro à promoção e prevenção da saúde, tecnologias para informação e estratificação de riscos. 
Os serviços de menor densidade tecnologia, como a APS, devem ser dispersos e os com maior densidade, mais concentrados, como os hospitais.
4.1 Portaria nº 4.279/2010
Estabelece diretrizes para a organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
4.2 Fundamentos
a) Economia de Escala – são fatores que reduzem o custo da produção à medida que aumenta a quantidade de produtos. Em saúde, esses produtos podem ser tanto os serviços quanto tecnologias/equipamentos. Esse pensamento é importante, na medida em que o sistema precisa de muito recurso e com baixo custo. 
Assim, serão dispersos os serviços que se beneficiam menos da economia de escala, já que os recursos são suficientes para a qualidade deles e a distancia aumenta o acesso, em exemplo, as USF’s. Por outro lado, devem ser considerados aqueles que precisam dessa economia, uma vez que os recursos são escassos por serem caros e nos quais a distância não afeta o acesso, como hospitais. Portanto, recursos muito escassos devem estar concentrados e vice-versa (ex.: especialistas devem estar concentrados, ao contrario de generalistas). 
“A descentralização pode aumentar o bem-estar social, elevando a variedade e qualidade dos bens e serviços oferecidos a partir do conhecimento das diferentes preferências e custos locais”.
Relaciona volume com qualidade (ex.: quanto mais cirurgias são feitas, maior a eficiência profissional).
Tipos de acessibilidade definidos por Donabedian: i)socio-organizacional (oferta de serviços); ii) geográfica (espaço + distancia + tempo de locomoção).
Economia de escala + qualidade <-> acesso. 
b) Integração Horizontal e Vertical – a horizontal é entre unidades produtivas iguais e a vertical é entre diferentes. Sendo que a primeira pode ser feita por fusão (aumento de escala, diminuição de custo; pois diminui serviços administrativos) ou por aliança estratégica (coordenados de modo que um complemente o outro, ao invés de criar concorrência; aumenta escala e produtividade). Já a integração vertical, ocorre de forma completa, ou seja, há uma gestão única que comunica diferentes unidades produtivas da rede através de sistemas logísticos (gera apenas um valor de toda a produtividade).
c) Processo de Substituição – auxilia a RAS a alcançar a atenção certa no local certo e com custo e tempo certos, uma vez que esse processo de define como um reagrupamento contínuo de recursos entre serviços de saúde para analisar soluções e baixa de custos junto às demandas e necessidades da população, bem como os recursos disponíveis. A substituição/reorganização pode acontecer na localização, nas competências clinicas, na tecnologia e na clinica. 
Substituições até agora eficientes: visita domiciliar como porta de entrada, transferência de funções profissionais, autocuidado e uso de medicamentos invés de cirurgias para doenças especificas. 
d) Territórios Sanitários – podem ou não estar atrelados às RAS ; são necessários ao SU, pois ele tem o principio da cooperação gerenciada.
e) Níveis de Atenção – formulados pelas densidades tecnológicas (APS -> ASS -> ATS).
4.3 Elementos Constitutivos
I. População: É de responsabilidade da Rede; normalmente, adscrita (cadastro difere de registro); segmentada por riscos sanitários (fatores de risco) e estratificada por condições de saúde. Momentos de conhecimento da população: territorialização, cadastramento, classificação de famílias, vinculo entre eSF e elas, identificação da subpopulação com classificação de grau de risco e identificação de subpopulações mais complexas.
II. Estrutura Operacional: constituída por ligações materiais e imateriais e por nós da rede. Ela é composta por: 
a) centro de comunicação (APS) – o primeiro nó da RAS a ser citado; coordena fluxos e contra-fluxos; atenção primaria no sentido de ser algo essencial. Seus atributos são: primeiro contato, longitudinalidade, orientação familiar (consideração de toda a família no processo de atenção), orientação comunitária (considera contextos social, politico, físico, econômico e cultural), coordenação (garante continuidade da atenção pelo reconhecimento de problemas constantes e com a comunicação), integralidade e competência cultural (relação horizontal entre eSF e família que exige compreensão cultural). Além disso, possuem funções: resolubilidade, comunicação e responsabilidade. 
 
 
b) pontos de atenção secundária e terciária – também, é um dos nós da RAS; compõem as médias e altas complexidades; se distribuem em microrregiões e macro; são serviços especializados; as tecnologias terciárias são mais densas, logo mais concentradas que as secundarias; não há subordinação entre elas, já que devem ter objetivos voltados para a APS. 
É importante salientar que pontos de atenção diferem de estabelecimentos de saúde. Portanto, os pontos de atenção fazem planejamento das necessidades, possuem prontuário integrado com a APS, tem função de pesquisa, educação e supervisão, contém pagamento global, os médicos generalistas se relacionam com os especialistas no trabalho clinico, a atenção é multiprofissional e não são alcançados sem referencialização. Já os centros de especialidade planejam a oferta, funcionam como PPI (Programação Pactuada e Integrada), não conhecem a história anterior do usuário; autogoverno; não possui referencialização (exceto emergências e urgências).
c) sistemas de apoio – o último nó da RAS a ser citado; são lugares que prestam serviços comuns a todos os pontos de atenção (informação + farmácia + diagnostico e terapia).
d) sistemas logísticos – são as ligações materiais e imateriais; são soluções tecnológicas atreladas em recursos de informação para a organização de fluxos e para a eficácia da referencialização e contra-referencialização. Funcionam como ligamentos entre unidades independentes que, agora, se integram verticalmente. São eles: 
 1- Cartão de Identificação dos Usuários: é um cartão único para a identificação das pessoas em qualquer ponto de atenção à saúde e em todo o território (ou fora dele). Assim, surgiu o CartãoSUS, o qual vincula os procedimentos aos usuários e profissionais, bem como aos pontos da RAS. Desse modo, o prontuário se torna acessível a todo o sistema. O problema é que apenas 68,9% da população esta cadastrada e que apenas 27% dessa porcentagem tem o CartãoSUS. 
 2- Prontuário Clínico: contém conjunto de informações, sinais e imagens registradas e geradas a partir de fatores, acontecimentos e situações de saúde do usuário e de assistência a ele prestada, o que possibilitam a comunicação entre equipe e continuidade. 
 3- Sistema de Acesso: articula a demanda e a oferta em função do acesso racionalizado de acordo com riscos e normas. Objetiva a equidade, o foco na pessoa, a regulamentação do acesso, instrumentalização de fluxos, o monitoramento e a avaliação de atividades. Para cada serviço há um modulo de aplicação. Para a sua aplicação, são feitos o mapeamento dos pontos de atenção, a construção de uma base de dados, a integração de sistemas e a capacitação de atores. 
 4- Sistema de Transporte: estrutura os fluxos de pessoas e de produtos. Transporta pessoas por incapacidade física/econômica ou por causas clinicas/funcionais, material biológico (amostra de exames) e resíduos de serviços (grupos A-biológico; B-químicos; C-radioativos; D-comunse E-perfurocortantes).
e) sistema de governança – esse elemento operacional da RAS implica em autoridade politica, econômica e administrativa para gerir Estado. Busca promover a interdependência entre atores. Ela é transversal, gerando resultados econômicos e sanitários. Seus critérios: participação social, legalidade, transparência, responsividade, consenso de interesses, equidade, efetividade, eficiência, responsabilização (prestação de contas aos cidadãos) e visão estratégica (perspectiva de longo prazo). 
Sistemas Gerenciais: territorialização, planejamento, contratualização, monitoramento, avaliação e acreditação. 
4.4 Rede de Urgência e Emergência (RUE) 
Urgência é a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador precisa de assistência imediata. Enquanto emergência é a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco de vida ou sofrimento intenso, exigindo tratamento imediato. 
A regulação pré-hospitalar de urgência e emergência (SAMU/192) é responsável pelo cuidado de usuários em situações agravantes ao ponto de requererem atendimento durante locomoção e inserção na porta de entrada da RUE (hospitais de pronto-socorro e unidades de pronto-atendimento). Pode ser solicitada pelo usuário ou por serviço de saúde. Possui protocolo de atendimento e de fluxo.
A regulação central de leitos de retaguarda (inter-hospitalar) é responsável por regular o acesso e a transferência de usuários da porta de entrada da RUE para os leitos, sendo que estes podem ser: clínicos, de terapia intensiva, de longa permanência, de unidade coronariana e de avc. 
Além das diretrizes básicas, a RUE busca classificar riscos, articular interfederações e fazer atendimentos urgentes e transitórios. 
As estratégias são: qualificação de portas de hospitais, manutenção das unidades de terapia intensiva, ampliação de leitos, criação de Unidades de internação em Cuidados Prolongados (UCP) e em seus hospitais (HCP), organização das linhas de cuidados cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica, definição de atenção domiciliar por intermédio de Emad e Emap e articulação entre componentes.
Plano de Ação Regional: é um documento de pactuação de assistência e de representação de gestores elaborado pelo Grupo Condutor da RUE, o qual visa definir o financiamento, a logística e a operacionalização. Deve ser pactuada pelas CIB e CIR ou ainda, pelo Colegiado da Secretaria do Estado.
A operacionalização da RUE acontece de forma que, inicialmente, há a adesão e diagnostico, depois, o desenho regional da rede, a contratualização dos pontos de atenção, a qualificação dos componentes e por fim, a certificação. 
4.5 Planejamento em Saúde
Em 1960, ele era normativo, ou seja, o problema era técnico, expressava o desejável, os objetivos eram feitos a partir de diagnostico, os assuntos eram específicos, o seujeito que planeja não estã dentro da realidade, porém a controla; não considera as dificuldades; primeiro, analise e depois, o diagnostico. 
Em 1970/80, surge o planejamento estratégico situacional, o qual tem como problema as pessoas; destaca a integralidade; objetivo definido por consenso entre atores do processo; dá importância à intervenção de diversos atores; quem planeja está inserido na realidade a ser modificada. 
4.5.1 Conceitos
Triângulo de Governo: equilíbrio entre plano (projeto de governo), recursos necessários (governabilidade) e o acúmulo de experiências e conhecimento (capacidade de governo).
Estratégia: construção de viabilidades econômica, politicas e técnica para o plano, bem como é engloba o conhecimento sobre o conflito.
Situação: espaço de conflito.
Ator Social: pessoa que atua em situação e a transforma (projeto de intervenção + capacidade de mudar recursos e organização).
Problema: situação insatisfatória acumulada (diferença entre situação ideal e a real; se torna problemática a situação que tem um ator que a considera inaceitável). 
4.5.2 Momentos do PSE
I) Explicativo – identificação de problemas.
II) Normativo – estabelece objetivos para cada problema, bem como metas e linhas de ação (identifica recursos). 
III) Estratégico - análise de coerência, de factabilidade (de recursos disponíveis) e de viabilidade (contorno de obstáculos). 
IV) Tático Operacional – execução do planejamento.
Em 2011, o Planejamento Estratégico foi introduzido, validando 16 objetivos estratégicos e sendo aprovado pelo Colegiado de Gestão do MS. Foi assegurado o diálogo entre gestores, a participação social e a análise da saúde brasileira. Ainda, instituiu-se o Núcleo de Apoio ao Planejamento. 
Em 2012, o PSE é aprimorado, com foco na realização de oficinas. Definiu-se que objetivos estratégicos são os alvos do MS a serem atingidos ate 2015 (estratégias são os caminhos para os OE’s; resultados são as transformações feitas; marcos intermediários/produtos são meios para a obtenção do resultado; ações são atividades para realizar os marco intermediários).
Na OE 11, fala-se sobre HAS como inclusa na garantia farmacêutica do SUS.
Em 2013, o PSE foi revisado e colocou-se como desafio o resultado de maior impacto aos usuários. Houve alinhamento entre Recorte Estratégico do Ministério e o Plano de Governo. Assim, como tinha-se prioridades (Rede Cegonha, SOS Emergência e etc) que exigiam a transversalidade, a saúde precisava de apoio de outros setores (Saúde da Mulher, Saúde Não Tem Preço e etc.). 
4.5.3 Plano Nacional de Saúde
Orienta e estrutura as linhas de atuação programática a serem entregues à população em forma de ações e serviços de saúde. 
Para a sua construção são necessários: na base da pirâmide imaginária, dados de composição, organização, estruturação e capacitação de ação da população; no primeiro piso intermediário da pirâmide, conhecimento sobre ambientes físicos, socioeconômicos e epidemiológicos; no segundo piso, reconhecimento de serviços de saúde, ambientais e sociais; no ápice, formar politicas de saúde. 
Coleta de informações: 1º) dados primários – questionário/entrevista/observação; 2º) dados secundários – SIAB e IBGE.
Para a elaboração do plano, existem dez passos: 
1. Definição de problemas
2. Priorização de problemas
3. Descrição de problemas (compreensão e caracterização)
4. Explicação dos problemas (causas)
5. Seleção de Nós Críticos (seleção das causas)
6. Desenho de Operações (refletir sobre soluções e estratégias)
7. Identificação de Recursos Críticos
8. Análise de Viabilidade do Plano (identificar atores que controlam recursos e quais são esses recursos)
9. Definição dos Responsáveis para Operação do Plano
10. Gestão do Plano
Plano Plurianual: estabelece objetivos, metas regionalizadas e indicadores de desempenho, bem como as iniciativas com cobertura da Lei Orçamentária. 
4.6 Avaliação de Qualidade
Avedis Donabedian sistematizou, em 1980, a avaliação da qualidade, baseada na administração clássica, que pregava “eficácia, eficiência e efetividade”. Assim, cria a própria tríade: 
I) Estrutura – recursos humanos, organizacionais e materiais dos serviços de saúde.
II) Processo – conteúdo, dinâmica e relações entre profissionais e usuários. Dentro deste tópico, há os 11 pilares:
 a) Eficiência: custo x benefício.
 b) Eficácia: alcance das propostas.
 c) Efetividade: efeito alcançado no contexto.
 d) Otimização: efeitos e benefícios de serviços de saúde.
 e) Legitimidade: organização e prestação dos serviços de saúde de acordo com os hábitos locais.
 f) Aceitabilidade: relação entre os serviços disponíveis e as necessidades da população.
 g) Equidade: assistência à saúde justa.
 h) Continuidade do Cuidado: articulação dos cuidados de saúde primários com os cuidados diferenciados.
 i)Qualidade Técnico-Cientifica
 j)Acessibilidade: grau de adequação entre o usuário e o sistema de saúde, o qual implica o uso de bens e serviços considerados socialmente importantes, sem obstáculos físicos, financeiros ou de natureza geográfica, económica, cultural ou funcional – oferta de serviços adequada às necessidadesda população. 
 k)Comunicação profissional-usuário: “saber ser e saber estar”, relação de ajuda, respeito, empatia, congruência, saber escuta.
Há dois tipos de abordagem de avaliação: Normativa – analisa a eficácia, eficiência e o êxito técnico quantitativamente - e a Formativa – julga a prática pela qualidade e observando a efetividade. Assim, no primeiro, discute-se sobre recursos e no segundo, sobre atores envolvidos (sentimentos, ideias e etc.). 
A avaliação deve ser escolhida com base nos resultados a serem atingidos e no contexto politico. Também, vale transparecer que a avaliação é positiva em vez de algo imposto. 
4.6.1 Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ)
Estruturado para avaliar e certificar os gestores dos serviços. As diretrizes são: a) comparar as eSF’s; b) incrementabilidade (gestão, processos e resultados); c) transparência; d) recursos em função de contratos; e) voluntariedade. 
Foi instituído pela Lei n 1.654/2011 e tem como componente financeiro o PAB variável. 
Possui fases de contratualização: 1ª) pactuação regional (CIB/CIT); 2ª) autoavaliação + monitoramento + apoio institucional + educação permanente; 3ª) verificam-se as condições de acesso e de qualidade dos municípios e das eSF’s que aderiram o PMAQ; 4ª) pactuação e novas adesões das equipes e dos gestores.
PMAQ-DM e HAS: veiculada para a Diabetes Mellitus e para a Hipertensão Arterial Sistêmica.
Média de atendimentos por HAS: nº médio de atendimentos na população hipertensa > ou igual a 15 anos.
Proporção de hipertensos por domicilio: porcentagem de hipertensos que foram acompanhados em casa. O doente tem que ter sido visitado ao menos uma vez no mês. 
5. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas
Fazendo uma revisão histórica dessa política, nota-se que se inicia, em 1910, a atenção especial para os índios por meio do Serviço de Proteção ao Índio e Trabalhadores Nacionais (SPI). Na década de 50, surge o Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (ações básicas para esse grupo). Em 1967, a Fundação Nacional do Índio(FUNAI) é criada e funda as Equipes Valentes de Saúde, que realizava atendimentos esporádicos nas comunidades indígenas (vacinação +assistência). Na década de 70, a FUNAI teve dificuldades de planejamento, suprimentos, investimento, bem como a EVS passou a inexistir.
Em 1988, a Constituição Cidadã reconhece e respeita o indígena, estabelecendo competência específica para tratar sobre suas questões. De 1986 até 1993, aparecem as I e II Conferências de Proteção à Saúde do Índio, que visam a estruturação da atenção diferenciada para os indígenas, de modo que a universalidade, a integralidade e a equidade sejam efetivas. Em 1991, a Coordenação de Saúde do Índio (COSAI) surge, sendo ela subordinada ao Departamento de Operações da FUNASA (DECPE), bem como aparece a Comissão Intersetorial do Índio (CISI) para assessorar esse grupo no Conselho de Saúde. Em 1994, é atribuída à FUNAI a responsabilidade de prevenção, reabilitação e promoção da saúde aos indígenas. 
Atualmente, nota-se um crescimento demográfico entre os indígenas, decorrente à preservação ambiental, da estabilização, da demarcação de terras e da melhoria de acesso à saúde. Além disso, as taxas de mortalidade e de morbidade entre eles são maiores que as de outros povos. 
50% dos óbitos são infantis, uma vez que as crianças estão expostas às doenças transmissíveis, à malária e à desnutrição. Além disso, a violência e o suicídio também são causas.
A tuberculose é a endemia prevalente, já que as comunidades não possuem cobertura sanitária eficiente, tiveram seus recursos de sobrevivência deteriorados por outros povos, são negligenciados pelo sistema de busca ativa e são fragilizados no acesso à saúde. 
HIV/AIDS também são altas ameaças de óbito a essa população. 
Em 2002, Portaria nº 254 aprova a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Porém, antes disso, houve: Decreto nº 3.156, que aprovou condições de saúde melhores para os índios; a Medida Provisória nº 1.911, que tratou sobre a transferência de recursos da FUNAI para a FUNASA; e a Lei nº 9.836, que estabeleceu o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, também citado na Constituição de 1988. 
A Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas garante a essa comunidade a atenção integral à saúde, de acordo com os princípios do SUS e em prol da superação de fatores que as tornam mais vulneráveis aos agravos em saúde, em comparação aos outros povos. Ademais, vale ressaltar que os seus direitos e a sua medicina devem ser respeitados.
Suas diretrizes são: a) controle social; b) promoção de ambientes saudáveis, de saúde indígena, da ética nas ações e de uso de medicamentos; c) monitoramento de ações; d) preparação de recursos em contexto intercultural; e) organização na forma de Distritos Sanitários Especiais e Pólos-Base.
5.1 Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI)
É um modelo de organização de serviços, orientado p/ um espaço etno-cultural dinâmico, populacional, geográfico e administrativo bem delimitado e que contempla atividades e medidas qualificas em saúde de modo reordenado. Para a sua delimitação, são necessários conhecimentos geográfico e epidemiológico; disponibilidade de serviços; recursos humanos e infraestrutura; acesso ao serviços instalados e à rede do SUS; relações sociais entre os diferentes povos indígenas do território; conhecer a distribuição demográfica deles.
Cada distrito organizará uma rede de atenção básica de saúde dentro das áreas indígenas, a qual dialogará com a RAS do SUS. 
A definição e organização se dão através de discussões entre vários lideres, principalmente, aqueles que compõem as CIB.
A eSF é diferenciada: o ACS deve ser índio e antropólogos, engenheiros sanitários e educadores são acrescentados.
Programa de Formação de Agentes Indígenas de Saúde: será elaborado dentro da Lei nº 9.394, que fala sobre o ensino básico para a construção de habilidades. Para a saúde de indígenas capacitados recursos humanos.
5.1.1 Polos-Base
Correspondem a uma UBS, logo, a maioria dos problemas devem ser resolvidos neles. Contudo, caso isso não ocorra, o usuário segue para a rede do SUS, que o atende com diferença de financiamento e de compreensão cultural e social.
5.1.2 Casas de Saúde Indígena
Porta de entrada dos indígenas no SUS, a qual deve esta localizada em municípios de referência e em condições de alojamento e alimentação para eles, assim como devem dispor de assistência de enfermagem 24 horas, marcação de consulta, execução de exames complementares, ou internação hospitalares. Além disso, essas Casas devem possuir atividades educativas, produção artesanal, lazer e etc para acompanhantes e pacientes.
5.2 Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI)
Acompanha e avalia a Politica Nacional de Atenção à Saúde nos Povos Indígenas, incluindo processos, resultados e estrutura. Analisa a efetividade, o acesso e a cobertura do DSEI para coleta de indicadores que promovam melhor gerenciamento, identificação de fatores condicionantes e determinantes de saúde e estabelecimento de prioridades de recursos. 
5.3 Sistemas Tradicionais Indígenas de Saúde
São os principais recursos de atenção à população indígena e auxiliam nos serviços de saúde, na aceitabilidade de ações e projetos e na interpretação de doenças. Eles são baseados em abordagens holísticas e com o principio da harmonia de indivíduos, família e comunidades. As praticas variam com a tribo a são feitas com base espiritual e empírica. Desse modo, eles não podem ser considerados como pacientes passivos (sem conhecimento e práticas).
5.4 Política Nacional de Medicamentos
Pressupostos importantes: a)incentivo e valorização de politicas farmacológicas tradicionais; b) avaliação e adaptação de protocolos que considerem situações especiais e variáveis sociocultural; c) autonomia dos povos indígenas quanto à realização de divulgação, uso, conhecimento e praticas de sua farmacopeia tradicional.
5.5 Controle Social Indígena
Conselhos

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