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PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO
TRABALHO DA 1ª REGIÃO 6ª Turma
PROCESSO nº 0010890-24.2013.5.01.0055 (RO) 
RECORRENTE: LOJAS AMERICANAS S.A.
RECORRIDO: MARCIO AUGUSTO DA SILVA
RELATORA: JUÍZA CONVOCADA MARIA HELENA MOTTA
EMENTA
JUSTA CAUSA - A justa causa é a sanção disciplinar máxima a ser
aplicada ao trabalhador pelo empregador, no exercício de seu poder
disciplinar, para a imediata tutela de seus direitos, em caso de
violação das obrigações assumidas pelo empregado. Isto porque ela
representa um ato doloso ou culposamente grave que acarreta um
abalo na confiança e boa-fé existentes entre os contratantes,
tornando indesejável, incompatível o prosseguimento da relação de
emprego. Por todas essas características, deve restar sobejamente
comprovada.
RELATÓRIO
Vistos, relatados e discutidos os autos do Recurso Ordinário,
interposto da sentença prolatada pelo MM. Juiz Roberto Alonso Barros Rodrigues Gago, da 56ª
Vara do Trabalho/Rio de Janeiro, em que são partes: LOJAS AMERICANAS S.A., como
Recorrente, e MÁRCIO AUGUSTO DA SILVA, como Recorrido.
Inconformada com a sentença Id. 8236923., que julgou procedente
em parte o pedido deduzido na inicial, apresenta a reclamada recurso ordinário consoante razões
Id. 8588820.
A recorrente sustenta, em resumo, que a rescisão do contrato de
trabalho se deu por justa causa, por ato de indisciplina ou insubordinação, vez que o reclamante
praticava adulteração do ponto em proveito próprio, situação que vinha sendo praticada com
regularidade, o que se constatou após verificação dos registros anteriores. Insurge-se contra a
condenação na multa do art. 477 da CLT, alegando que o depósito das verbas rescisórias foi
realizado na data prevista em lei.
Contrarrazões Id. 7f9785d.
Custas e depósito recolhidos e comprovados Id. 8588821/8588849 e
Id. 8588913/85888981.
Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério Público do
Trabalho tendo em vista que a matéria devolvida não se insere na relação de hipóteses
específicas de intervenção do parquet.
É o relatório.
CONHECIMENTO
Conheço do recurso, por preenchidos os pressupostos necessários
ao seu conhecimento.
MÉRITO
Recurso da Ré
Da Justa Causa
A recorrente sustenta que a rescisão do contrato de trabalho se deu
por justa causa, por ato de indisciplina ou insubordinação, vez que o reclamante praticava
adulteração do ponto em proveito próprio, situação que vinha sendo praticada com regularidade,
o que se constatou após verificação dos registros anteriores. Argumenta que o Reclamante firmou
o comunicado de dispensa sem opor qualquer ressalva ou resistência. Aduz, ainda, a falta de
imediatidade da insurgência quanto a punição aplicada, porquanto apesar de ter sido dispensado
em 04/06/2013, a ação somente foi ajuizada em 09/2013
Passo à análise.
A justa causa é a sanção disciplinar máxima a ser aplicada ao
trabalhador pelo empregador, no exercício de seu poder disciplinar, para a imediata tutela de
seus direitos, em caso de violação das obrigações assumidas pelo empregado. Isto porque ela
representa um ato doloso ou culposamente grave que acarreta um abalo na confiança e boa-fé
existentes entre os contratantes, tornando indesejável, incompatível o prosseguimento da relação
de emprego. Por todas essas características, deve restar sobejamente comprovada.
Como bem observado pelo Juízo a quo (Id. 8236923 - Pág.3):
Para comprovar o alegado, a Ré limitou-se a apresentar a comunicação da
demissão por justa causa, assinada pelo Autor, conforme ID 4845436, página 09.
No seu depoimento pessoal, a representante legal da Reclamada não soube
informar o motivo da demissão do Reclamante. Limitou-se a informar que a
demissão foi por justa causa.
A justa causa é a penalidade disciplinar máxima aplicável ao empregado, razão
pela qual, necessita ser robustamente comprovada.
Efetivamente, a Ré não se desincumbiu do ônus da prova, art. 333 do CPC.
O reclamante em depoimento, negou ter praticado o ato faltoso que
deu ensejo a dispensa por justa causa, verbis:
que não adulterou seu controle de frequência; que registrava sua jornada de forma
manual; que a maioria dos empregados registrava sua jornada manualmente; que
trabalhava na loja do Norte Shopping; que na época o gerente distrital do depoente
era o Sr. Luis Fernando; que na época houve uma reunião da qual participou o
depoente, o Sr. Luis Fernando e uma outra gerente de nome Michele Navarro; que
o depoente não foi indagado a respeito da adulteração de ponto;
Diante da negativa, cabia a reclamada comprovar a prática da falta
grave, ônus do qual não se desincumbiu por nenhum meio de prova.
Nesse contexto, nenhum reparo merece a sentença.
Nego provimento.
Da Multa do Art. 477 da CLT
Insurge-se contra a condenação na multa do art. 477 da CLT,
alegando que o depósito das verbas rescisórias dentro do decêndio legal.
Per f i lha es te Re la tor do entend imento ju r isprudenc ia l
consubstanciado na Súmula nº30 deste E. TRT, que ora se transcreve por análogo ao caso
concreto, verbis:
"SANÇÃO DO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT.
Reconhecido o vínculo de emprego ou desconstituída a justa causa, impõe-se a
cominação."
NEGO PROVIMENTO.
Conclusão do recurso
Pelo exposto, conheço do recurso e, no mérito, nego-lhe provimento.
ACÓRDÃO
Relatados e discutidos, ACORDAM os Juízes que compõem a 6ª
Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, por unanimidade, conhecer do
recurso e, no mérito, negar-lhe provimento, nos termos o voto da Relatora.
Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2015.
JUÍZA CONVOCADA MARIA HELENA MOTTA
 Relatora
 
acba/mhm

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