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ELETRÔNICA DE POTÊNCIA - DIODO DE POTÊNCIA - Professor Lucas Tenório de Souza Silva 1 – DIODO DE POTÊNCIA 1 – DIODO DE POTÊNCIA São similares aos diodos de junção PN de baixa potência (condução de corrente em apenas um sentido), mas que possuem maior capacidade de Potência, Corrente e Tensão. Utilizado na Eletrônica de Potência como: Retificadores não controlados Diodo de retorno, utilizado para desviar corrente em cargas indutivas. 1 – DIODO DE POTÊNCIA Simbologia: Composição do Diodo de Junção: Si e Ge O Funcionamento depende da polarização da junção do diodo: Direta: Vanodo (Va) > Vcatodo (Vc) Diodo Conduz; Rdiodo (Rd) Baixíssima; Corrente (Id) limitada pelo circuito e Tensão do diodo (Vd) próximo de 0,7V; Reversa: Vanodo < Vcatodo Vfonte > Vrrm (Vz): Diodo Bloqueia; Rd elevada; Corrente baixíssima (Ifuga) e tensão do diodo (Vd) igual a da fonte. Vfonte < Vrrm (Vz): Diodo zener regula tensão; Diodo de junção PN danifica. Corrente eleva rapidamente e limitada pelo circuito; tensão do diodo (Vd) igual a Vz. 1 – DIODO DE POTÊNCIA A Curva Característica do Diodo pode ser usada para entender o comportamento do diodo. A mesma é dividida em três regiões: Região de Condução (1) Região de Bloqueio (2) Região de Ruptura (3) Parâmetros encontrados: Vd: Tensão direta (sentido) Id: Corrente direta(sentido) Vr: Tensão reversa(sentido) Ir: Corrente inversa(sentido) Vz; Vrrm; VBr: Tensão de ruptura ou breakdown voltage. V ou Vk (Knee:joelho): tensão da barreira de potencial ou limiar de condução. (1) (2) (3) 1 – DIODO DE POTÊNCIA A modelagem do diodo é dada pela equação de Shockey e é definida da seguinte maneira: Sendo: Is: corrente de saturação reversa (fuga) VD: tensão direta aplicada ao diodo n: fator de idealidade: 1: componente integrado 2: componente discreto VT: tensão térmica dada por: K: Constante de Boltzmann Tk: Temperatura em Kelvin q : carga do elétron Considerando a polarização: )1( TD nVVSD eII q Tk V KT Cq KT KJk K 19 23 106,1: 30027273: /1038,1: mV C CVT 88,25 106,1 3001038,1 )27( 19 23 0:, 0:,0 0:, DS D D nVV S D VparaI Vpara VparaeI I TD 1 – DIODO DE POTÊNCIA Exemplo com a formula de Shockey Polarizado diretamente Queda de tensão: 1,2V Corrente de fuga: 21,8 nA Fator: n=2 VT= 25,88mV Quanto vale ID? 0:, 0:,0 0:, DS D D nVV S D VparaI Vpara VparaeI I TD TD nVV SD eII mV D eI 88,2522,19108,21 AID 33,255)1( TD nVVSD eII 2 – PRINCIPAIS PARÂMETROS DO DIODO Tensão: VF: queda de tensão polarizado diretamente VBR ou VRRM: valor de máximo de tensão que o diodo suporta quando esta polarizado reversamente. Corrente IF(AV): corrente média polarizado diretamente. IFSM: pico de corrente não repetitivo máximo. Potência e Tempereatura PDM ou PFM: potência máxima dissipada Tj: temperatura da junção; Tempo: dV/dt: taxa de variação de tensão nos terminais. Trr: Tempo de Recuperação Reversa FFDM IVP 2 – PRINCIPAIS PARÂMETROS ELÉTRICOS 2 – PRINCIPAIS PARÂMETROS DO DIODO 2.1 - Tipo de encapsulamento: Parafuso ou rosca: Possuem quatro terminais, sendo que possui dois catodos, um para o circuito de potência e outro para o circuito de disparo. Disco: formato de disco e permite a conexão de dois dissipadores, um de cada lado. Thyodul: geralmente possui mais de um componente e utilizado para otimizar a construção de conversores 3 – RECUPERAÇÃO REVERSA 3 – TEMPO DE RECUPERAÇÃO REVERSA (Trr) O tempo de recuperação reversa (Trr) é tempo que leva para o diodo bloquear após transitar do estado de condução para não condução. Isto ocorre porque na transição os portadores Minoritários permanecem armazenado (efeito capacitivo) na junção e no corpo do material semicondutor e levam um tempo para recombinarem e serem neutralizados. O tempo Trr da maioria dos diodos é na faixa de nano a micro segundos, mas em chaveamento de alta velocidade, este tempo pode chega a centenas de picosegundos. 3 – RECUPERAÇÃO REVERSA Existem dois tipos de recuperação: suave (a) - mais comum - e abrupta (b). O tempo de recuperação reversa é dado pela soma do: Tempo Ta (Ts): resultante pelo armazenamento de cargas na região de depleção da junção. Tempo Tb (Tt): resultante da carga armazenada no corpo do material semicondutor #Curva fora de escala: Ta é maior que Tb (a) (b) 4 – PROTEÇÃO DO DIODO 4 – CUIDADOS COM DIODO O diodo de potência deve ser protegido contra: Sobretensão: o problema com sobretensão ocorre quando o mesmo é polarizado reversamente, em que VD=Vfonte. Para evitar danos ao circuito e ao diodo, este deve ser especificado com o valor nominal da tensão reversa (VRRM) pelo menos 1,2 vez maior que a tensão que é submetido (tensão de pico inversa - PIV) Sobrecorrente: problemas com sobrecorrente são evitados dimensionando correntemente a corrente de condução (ID < IF) do diodo e com a colocação de fusível. Corrente elevadas provocam aumento de temperatura da junção e deve ser evitado para não danificar o diodo. 4 – PROTEÇÃO DO DIODO Transitório: problema com transitório pode elevar a tensão nos terminais do diodo e danificá-lo. Para evitar utiliza-se um circuito RC, conhecido como circuito snubber, para amortecer a ação do transitório. Dimensionamento do circuito depende da: Corrente Máxima; Taxa de variação de tensão; Frequência do circuito # Uma das formas de dimensionar: http://www.daycounter.com/Calculators/Snubbers/Snubber-Design-Calculator.phtml dt dV I C C Pico Cf R 20 1 fVCP 2 2 1 5 – DIODO DE POTÊNCIA 5 – DIODO DE POTÊNCIA Dependendo das características de recuperação reversa e técnicas de fabricação, os diodos podem ser classificados em três tipos: Diodo-padrão (uso geral) Diodo de recuperação rápida; Diodo Schottky 5.1 – Diodo-Padrão Disponível até 6000V e 4500A Tempo de recuperação baixo ( 25s), por isso utilizado em aplicações de baixa velocidade (<1kHz) Podem ser fabricados por difusão (geralmente) ou por junção fundida (mais resistentes) 5 – DIODO DE POTÊNCIA Tipicamente encontrado com encapsulamento tipo: Rosca (rosqueável); Disco (prensável); 5.2 – Diodo de recuperação Rápida Disponível até 6000V e 1100A Tempo de recuperação baixo (< 5s) Utilizados em circuitos conversores aplicações de alta frequência. Podem ser fabricados por difusão (geralmente) e o tempo de recuperação é controlado por difusão de platina e de ouro. 5.3 – Diodo de Schottky Disponível até 100V e 400A Tempo de recuperação baixíssimo (nanosegundos) A corrente de fuga é maior, comparado com o de junção; Em condução, possui baixa queda de tensão (0,6V); É um diodo fabricado sem junção, apenas com um contato entre um metal e um semicondutor para ter o efeito da “barreira de potencial”. O fluxo de corrente é dado por apena um tipo de portador. São utilizados em fontes de alimentação de alta corrente e baixa tensão. 5 – DIODO DE POTÊNCIA6 – DIODO DE CARBETO DE SILÍCIO 6 – DIODO DE CARBETO DE SILÍCIO O Carbeto de silício (SiC) é um novo material para eletrônica de potência. Grandes vantagens em relação ao diodo de silício: Perda de Potencia Ultrabaixas Alta confiabilidade Não possui tempo de recuperação reversa; Chaveamento Ultrarápido, se interferência da temperatura; Utilizado em fontes de alimentação, conversão de energia solar, transportes e outros; 7 – MODELO DO DIODO DE POTÊNCIA 7 – MODELO DO DIODO DE POTÊNCIA O diodo é um componente não linear (visto por sua curva característica), então para facilitar a análise dos circuitos geralmente o diodo é modelado de três formas, quando esta em condução: Modelo de Ideal (a) Modelo Linearizado (b) Modelo de Queda de Tensão Constante (c) Em todos os modelo, a região de ruptura é desconsiderada e o diodo só permite fluxo de corrente em uma única direção. (a) (b) (c) 7 – MODELO DO DIODO DE POTÊNCIA Na eletrônica de Potência, pelo fato de lidar com valores de tensão, corrente e potência elevados, algumas características do diodo podem ser desprezadas. Por conta disto, o modelo Ideal do diodo geralmente é utilizado para analisar os circuitos. 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO 8 – ANÁLISE DE CIRUITOS COM DIODO O diodo pode ser utilizado em circuito de corrente AC ou DC. 8.1 - Diodo Conectado em Série: Diodos em Série são utilizado em aplicações com alta tensão (linha de transmissão de corrente contínua - HVDC), em que um único diodo não suporta a tensão aplicada reversamente. Os diodos possuem a mesma corrente de fuga, mas são submetidos a tensões reversas diferentes. 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO Apesar de serem Diodos do mesmo tipo, na prática, apresentarão valores de tensões reversas diferentes. Uma solução simples é colocar resistores em paralelo com diodos, de forma a criar um divisões de tensão equilibrando as tensões. Esses resistores devem ter valores elevado para evitar o consumo excessivo de potência e suficiente para que a corrente no resistor seja maior do que a corrente de fuga do diodo. Em alguns casos, um capacitor também pode ser conectado em paralelo para evitar a tensão reversa excessiva por conta do tempo de recuperação reversa. 2211 RSRSS IIIII 2 2 2 1 1 1 R V I R V I DS D S 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO Exemplo circuitos de diodo em série: Tensão Vs (reversa):5kV Corrente de Fuga: IS1:30mA IS2:35mA a) Encontrar a tensão Vd1 e Vd2, para R1=R2=100k b) Encontrar a relação das resistências quando Vd1=Vd2=Vs/2; 2 2 2 1 1 1 R V I R V I DS D S k VkV mA k V mA DD 100 5 35 100 30 11 k kV mA k VD 100 5 5 100 2 1 VVD 27501 VVD 2250275050002 21 5,2 35 5,2 30 R kV mA R kV mA 21 5,2 5 5,2 R kV mA R kV 1 1 2 005,02500 2500 R R R kR 1001 kR 1252 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO 8.2 - Diodo Conectado em Paralelo: Diodos em Paralelo são utilizado em aplicações com alta tensão para aumenta a capacidade de condução de corrente. Os diodos possuirão a mesma queda de tensões e valores diferentes de corrente direta, o que pode implicar no superaquecimento de um dos diodos. Pode-se conseguir o equilíbrio das correntes utilizando resistores com baixo valor. O resultado é eficaz, mas a perda de potência é elevada. A divisão de corrente em condições dinâmica pode ser realizada pela conexão de indutores acoplados. 2211 RDRDS VVVVV 222111 RIVRIV RDRD 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO 8.3 - Diodo com Carga RC em circuito DC: Para facilita a análise, o Diodo pode ser substituído por uma chave (aberta ou fechada) dependente da polarização. Após substituir a o diodo pela chave, a análise do circuito pode ser feita com qualquer técnica de análise. É um circuito de primeira ordem Usando transformada de laplace: Solução da Transformada Inversa: Corrente: S C SR V dt dv RCvVvvCarrega CC: sRCRCs V V S 1 C )1()( CR t S eVtv C CR t SC C e R V dt dv Ci CR 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO 8.4 - Diodo com Carga RL em circuito DC: Novamente, o Diodo é substituído por uma chave (aberta ou fechada) dependente da polarização e a análise é feita: É um circuito de primeira ordem Usando transformada de laplace: Solução da Transformada Inversa: Tensão: LRsLs V I S L )1()( L Rt S e R V ti L L Rt S L L eV dt di Lv SSR VtRi dt tdi LVVVCarrega )( )( : L RL 8 – ANÁLISE DE CIRCUITOS COM DIODO 8.5 - Diodo em Circuito AC: O Diodo é substituído por uma chave (aberta ou fechada) dependente da polarização. Como a tensão da fonte alterna de polaridade o diodo poderá também alternar de polaridade. Assim o circuito deve ser analisado para cada semi-ciclo. 9 – PERDAS NO DIODO 9 – PERDAS NO DIODO A perda do diodo é dada pela soma das perdas de: Condução: Bloqueio: Chaveamento: Total: T t IVP ONDDON OFFON ON tt t d T t IVP OFFfugareversaOFF fttIVP dsDreversatransição ][ 6 1 maxmax ochaveamentbloqueioconduçãoisperdastota PPPP 9 – PERDAS NO DIODO Exemplo de Perdas Considerando: Circuito: Vs=300V ; f=20kHz ; d=60% ; ID=30A Diodo: Vf=1,1V ; Ir=0,3mA ; ts=1s ; td=0,1s A perda do diodo é dada pela soma das perdas de: Condução: T t IVP ONDDON OFFON ON tt t d s kHz T 50 20 1 sttttT dsOFFON 50 ssstt OFFON 9,481,150 sstON 34,299,486,0 stOFF 56,1934,299,48 Ws s PON 36,19 50 34,29 301,1 9 – PERDAS NO DIODO Bloqueio: Chaveamento: Total: T t IVP OFFfugareversaOFF WkHzssPtransição 75,2415]1,01[30300 6 1 ochaveamentbloqueioconduçãoisperdastota PPPP mW s s POFF 21,35 50 56,19 103,0300 3 fttIVP dsDreversatransição ][ 6 1 maxmax WWWWP isperdastota 15,4475,2403521,036,19 10 – EXERCÍCIOS AHMED, Ahsfaq. Eletrônica De Potência. Pearson Education do Brasil Ltda, 2002. Capitulo 2: Estão aptos a fazer todos exercícios Preferencialmente: 10, 11, 12, 13, 14 e 15 10 – EXERCÍCIOS RASHID, Muhammad H.; Eletrônica de Potência: Dispositivos, Circuitos e Aplicações; PEARSON; Makron Books Capitulo 2 10 – EXERCÍCIOS 10 – EXERCÍCIOS
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