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Resumo Direito de Família

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O Direito de família é o que mais sofre influência da doutrina e da jurisprudência. Também 
sofre influência dos costumes e das mudanças da sociedade. Tem influência de todos os 
institutos e dos princípios constitucionais e existe um fenômeno da constitucionalização do 
direito civil. 
Direito de Família: É um conjunto de normas jurídicas de ordem privada, ou do direito social 
ou misto, que regulam as relações jurídicas (pessoais e patrimoniais), entre as pessoas unidas 
pelo parentesco, pelo matrimônio, pela união estável, bem como unidos por todos os modos de 
constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da curatela. 
 
Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família: 
1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma 
cláusula geral, serve para tudo. Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e 
exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, desenvolvimento, patrimônio. 
 
2º) Princípio da solidariedade familiar – art. 227 e 230 CR/88: estabelece um dever da 
família, da sociedade e do Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes. 
 
3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art. 226 CR/88: O Estado tem de 
proteger a família em todas as suas modalidades por meio de normas. 
As principais instituições sociais são: 1) Família; 2) Instituições de ensino; 3) Instituição 
religiosa; 4) Instituição jurídica; 5) Instituição econômica; 6) Instituição política; 
 
A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem 
a composição em variados aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas 
variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e autoridade ou quanto à forma 
de casamento, por exemplo. 
3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os 
requisitos do art. 1514 CC. Na CR/88 está no art. 226, p. 1º e 2º. Vide t/b art. 1535 CC. O 
casamento tem de ser realizado com portas abertas. Os impedimentos são de ordem pública. 
 
3.2. Família informal – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e 
seguintes e no art. 226, p. 3º CR/88. 
Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é 
caracterizada pela convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É 
formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda moral, material). Não carece de contrato e 
nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e deveres. 
Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos 
de união estável. Namoro é um fato social, que é diferente de união estável. 
 
3.3. Família monoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. 
Ou seja: genitor + prole. 
 
3.4 Família homoafetiva – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF 
em 2012. Há jurisprudência. As pessoas não querem ficar à margem da lei. 
 
3.5. Família socioafetiva – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, 
entre padrasto e enteado. 
 
4º) Princípio da isonomia entre cônjuges (para qualquer entidade familiar) – art. 5º, caput, 
inciso I e art. 226 CR/88. 
 
5º) Princípio da isonomia entre filhos – art. 227, p. 6º CR/88. Antes da CR/88 havia diferenças 
entre filhos legítimos, filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88 todos os 
filhos tem os mesmos direitos e qualificações. Art. 1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC). 
 
6º) Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente – art. 227 CR/88. É uma 
cláusula geral de proteção da criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso concreto. 
 
7º) Princípio da paternidade responsável e do livre planejamento familiar – art. 226, p. 7º 
CR/88. Junto com o livre planejamento, vem o dever da paternidade responsável. 
 
8º) Princípio da monogamia – há controvérsia se a monogamia é ou não um princípio – art. 
1521, VI CC trás um rol de impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC 
Separação de fato = não convive mais com o cônjuge, mas não se separou oficialmente. A lei 
permite união estável em paralelo a um casamento. 
 
Evolução do Conceito de Família: 
Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade sexo, casamento e família, 
moralizando o comportamento humano, como se, por meio de ficção legal, houvesse a 
possibilidade de somente reconhecer a entidade familiar concebida sob tais cânones, 
independentemente da ordem dos desejos. 
´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos o casamento civil tradicional de 
matriz exclusivamente heterossexual), pela palavra afeto, que representa muito mais do que 
uma finalidade, pois representa uma verdade de novos núcleos familiares. 
 
A família como base da sociedade: 
A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer o direito, as relações estruturadas 
em seu bojo e determinantes para a sua formação, em observância à dignidade da pessoa 
humana. 
 
Constituem direitos inerentes à família: 
1. O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A concessão de alimentos 3. Os efeitos 
sucessórios 
2. A competência da Vara de Família 5. A condição de dependente do parceiro perante o Regime 
de Previdência Social 
 
A família na CF/88: 
A Constituição da República de 1988 trouxe significativas transformações ao paradigma 
individualista e patrimonial da família, admitindo outras formas para sua estruturação, que não 
apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de adequação do arcabouço 
constitucional às novas demandas sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia 
de seus comandos. 
 
Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro: Matrimonializadas; 
Monoparentais; Uniões estáveis hetero e homoafetivas; Outras possibilidades de formação da 
entidade familiar 
 
 
Família no C.C. de 1916 Família na C.F/88 
Matrimonializada Pluralizada 
Patriarcal Democrática 
Hierarquizada Substancialmente igualitária 
Heteroparental Hetero ou homoparental 
Biológica Biológica ou socioafetiva 
Unidade de produção e reprodução Unidade socioafetiva 
Caráter institucional Caráter instrumental 
 
Princípios de Direito de Família: Da Dignidade da Pessoa Humana; Da Solidariedade Familiar; 
Da Pluralidade das Entidades Familiares; Da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os 
filhos; Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente; Da Paternidade Responsável e do Livre 
Planejamento Familiar; Da Monogamia 
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: 
A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a capacidade de autodeterminação, o 
direito do indivíduo de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente sua 
personalidade. Significa o poder de fazer escolhas morais e escolhas existenciais sem imposições 
externas indevidas. Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e outras opções 
personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar sua dignidade. 
 
Princípio da Solidariedade Familiar: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges: (I – 
fidelidade recíproca; II – vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência; IV – 
sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e consideração mútuos 
 
Princípio da Pluralidade das Entidades Familiares: As famílias podem ser recompostas, 
reconstituídas, monoparentais, formadas por casais com filhos de casamentos anteriores e seus 
novos filhos, por casais homossexuais, através de uniões estáveis. 
A lista depluralidade de arranjos familiares é vasta, sendo apenas fundamental verificar se os 
indivíduos uniram-se através de laços afetivos e se constituíram em entidade familiar, que está 
além de um convívio superficial, merecendo a tutela do Estado. 
 
Princípio da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos: 
1. O ordenamento jurídico deixou de ser androgênico e, desta forma, promove a igualdade 
substancial entre os cônjuges, o que reflete no exercício do poder familiar. 
 
2. O direito das famílias, ao receber o influxo do direito constitucional, foi alvo de uma 
profunda transformação. O princípio da igualdade ocasionou uma verdadeira revolução ao 
banir as discriminações que existiam no campo das relações familiares. Num único 
dispositivo, o constituinte espancou séculos de hipocrisia e preconceito. Além de alargar o 
conceito de família para além do casamento, foi derrogada toda a legislação que 
hierarquizava homens e mulheres, bem como a que estabelecia diferenciações entre os 
filhos pelo vínculo existente entre os pais. A Constituição Federal, ao outorgar a proteção à 
família, independentemente da celebração do casamento, vincou um novo conceito, o de 
entidade familiar, albergando vínculos afetivos outros (art. 227, § 6º, CRFB). 
 
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente: Art. 227, CRFB: É dever da 
família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta 
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à 
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de 
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade 
e opressão. 
 
Princípio da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar: Art. 226, CRFB: 
A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º – Fundado nos princípios da 
dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre 
decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o 
exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou 
privadas. 
 
Conceito de Direito das Famílias e sua Importância: Modernamente, é conceituado como o 
um conjunto de normas que regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem 
casamento, tendentes à promoção da personalidade humana, através de efeitos pessoais, 
patrimoniais e assistenciais. 
 
 
A importância do Direito das Famílias encontra-se na sua influência em relação aos 
outros ramos jurídicos: 
 
1. No direito obrigacional, diante da necessidade de outorga do cônjuge no caso de alienação de 
bens imóveis 
2. No direito real de habitação do cônjuge sobrevivente 
 
Relações de Parentesco Conceito e Espécies: (consanguíneo, por afinidade e civil) 
Parentesco: é a relação existente não só entre pessoas que descendem umas das outras ou de 
um mesmo tronco comum (consanguíneo ou natural), mas também entre um cônjuge ou 
companheiro e os parentes do outro (afinidade ou civil), entre adotante e adotado (civil) e entre 
pai institucional e filho sociafetivo (civil). Art. 1.593, CC. 
 
Linhas e Graus – sua contagem 
Linha Reta: Art. 1.591, CC: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as 
outras na relação de ascendentes e descendentes. Na linha reta inexiste qualquer limitação para 
o parentesco, sendo infinito. 
Os parentes em linha reta devem alimentos uns aos outros, além de gozarem do direito à 
herança, prevalecendo a forma subsidiária, na qual o parente mais próximo, exclui o mais 
remoto. 
 
Linha Colateral ou Transversal 
Art. 1.592, CC: São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas 
provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra. 
Art. 1.594, CC: Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na 
colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e 
descendo até encontrar o outro parente. 
 
Limitações: 
1. Os alimentos somente podem ser cobrados, entre colaterais, até o segundo grau (irmão) 
2. Os impedimentos matrimoniais alcançam até o terceiro grau (tio e sobrinha – primos podem 
casar) 
3. O direito sucessório é reconhecido aos parentes até o quarto grau, de forma subsidiária 
(primos – tio-avó e sobrinho-neto) 
 
Contagem de graus para Parentes Colaterais: 
Para contar o parentesco entre A e seu tio B, sobe-se a seu pai W; a seguir a seu avó X; e depois, 
desce-se a B. Três graus ao todo, pois a cada geração corresponde um grau. Dessa forma, é de 
segundo grau o parentesco colateral entre irmãos, de terceiro grau entre tio e sobrinho; e, de 
quarto grau entre primos e entre tio-avó e sobrinho-neto. 
 
Efeitos Jurídicos: A partir das relações de parentesco resultam direitos, obrigações e 
restrições. 
No direito de família: 1. Determinam impedimentos matrimoniais; 2. Instauram o poder 
familiar; 3. Impõem a obrigação alimentar; 4. Determinam a regulamentação de guarda e visita 
No direito contratual: é anulável a venda realizada entre ascendente e descendente, sem a 
autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante. 
No direito processual: Determinadas relações de parentesco determinam a suspeição do juiz, 
do membro do MP, dos serventuários da Justiça e peritos. Além dos parentes não poderem servir 
como testemunha, a favor ou contra um outro parente. 
No direito administrativo: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o 
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na 
administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, 
viola a Constituição Federal. 
No direito penal: 
1. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o 
crime: ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. 
2. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes patrimoniais, em prejuízo: do cônjuge, 
na constância da sociedade conjugal e de ascendente ou descendente, seja o parentesco 
legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
 
No direito do trabalho: o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do 
salário até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, 
descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, 
viva sob sua dependência econômica. 
CASAMENTO: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas, merecedora de 
especial proteção estatal, constituída formal e solenemente, formando uma comunhão de 
afetos (comunhão de vida) e produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial. 
 
NATUREZA JURÍDICA: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da vontade das partes, a partir do 
consentimento, aproximando-se do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que possui 
parâmetros preestabelecidos pelo legislador e constituindo um conjunto de regras impostas 
pelo Estado. 3. Natureza Mista ou Eclética: Ato jurídico complexo constituído por características 
negociais e institucionais. 
 
CARACTERÍSTICAS: De acordo com a lei, doutrina e jurisprudência 1. Caráter personalíssimo. 
2. Liberdade na escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo sexo. 3. Disciplina 
por meiode normas cogentes de ordem pública. 4. Solenidade na celebração. 5. 
Inadmissibilidade de termo ou condição. 6. Estabelecimento de uma comunhão de vida, devendo 
ser monogâmico e passível de dissolução. 
 
FINALIDADES: 1. Procriação dos filhos, como consequência lógico natural e não essencial. 2. 
Legalização das relações sexuais, uma vez que dentro da satisfação sexual, que é normal e 
inerente à natureza humana, apazigua a concupiscência. 3. Educação da prole. 4. Atribuição do 
nome ao cônjuge. 5. Reparação de erros do passado. 
 
FINALIDADES: Visão Civil-Constitucional: A procriação de filhos não é requisito para o 
casamento, uma vez que o planejamento familiar faz parte da autonomia do casal. Assim, casais 
que não querem ou não podem conceber filhos também devem ser considerados uma família. 
As relações sexuais não devem ser legitimadas pelo direito, pois não há nada de ilícito em 
realiza-las fora do casamento, pelo contrário, encontram-se vinculadas à ordem dos desejos e 
estabelecidas entre sujeitos maiores e capazes. A educação da prole pode ser efetuada em 
arranjos familiares dos mais diversos, sendo o casamento apenas mais um deles. Não há 
imposição legal para a utilização do patronímico do cônjuge (art. 1.565, § 1º, CC), além do direito 
à utilização ser estendido ao companheiro em união estável (art. 57, § 2º, L. 6.015/73). A conduta 
sexual fora do casamento não ser considerada um “erro”, nem, tampouco, uma vida livre e alheia 
das convenções herméticas sociais, desde que não haja prejuízo ao direito de terceiros. 
Na verdade, as finalidades do casamento estão na comunhão de vida, a partir do amor, 
gratificação sexual e organização de vida. 
 
Casamento Civil e Casamento Religioso: 
Art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua celebração. 
Assim, o ordenamento brasileiro não confere validade ao casamento religioso. Mas, nada obsta 
que a cerimônia de casamento civil, com efeitos civis, seja realizada pela autoridade eclesiástica. 
 
Esponsais: Constitui o instituto conhecido como noivado, ou seja, os noivos tornam pública sua 
intenção de casar. 
Não segue nenhuma formalidade, não pode ser considerado um contrato preliminar, nem existe 
prazo para a realização do casamento. 
Seu rompimento não gera, judicialmente, execução específica, nem tutela indenizatória. 
 
O casamento gera: 1. Dever de fidelidade. 2. Dever de coabitação. 3. Em regra, presunção de 
esforço comum na aquisição do patrimônio do casal. 4. Presunção de paternidade. 5. Parentesco 
por afinidade. 
 
Formalidades Preliminares do Casamento: 
Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação para o casamento será firmado 
por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador. 
Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se 
afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, 
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. 
 
Fases do procedimento de habilitação: 
1. Fase de requerimento e apresentação de documentos; 2. Fase dos editais de proclamas; 
3. Registro; 4. Expedição da certidão. 
Formalidades preliminares do casamento: 
Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas para que o casamento seja 
considerado relevante para o direito): 
1. Existência de consentimento entre os nubentes (livre manifestação de vontade). 
2. Celebração do matrimônio com a presença da autoridade. 
 
VALIDADE DO CASAMENTO: 
 
PLANO DA EXISTÊNCIA: 
EXISTÊNCIA DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES (MANIFESTAÇÃO DE VONTADE) 
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO COM A PRESENÇA DE AUTORIDADE 
 
PLANO DA VALIDADE: 
NULIDADES (ART. 1.548, CC): CASAMENTO CONTRAÍDO POR PESSOA SEM O NECESSÁRIO 
DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ou QUANDO UM DOS IMPEDIMENTOS 
MATRIMONIAIS FOR VIOLADO 
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Art. 1.521, CC. Não podem casar: 
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
II – os afins em linha reta; 
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; 
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; 
V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas casadas; 
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra 
o seu consorte. 
 
Anulabilidades: Art. 1.550, CC. É anulável o casamento: 
I – de quem não completou a idade mínima para casar; 
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; 
III – por vício da vontade (coação ou erro essencial); 
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; 
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do 
mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges; 
VI – por incompetência da autoridade celebrante. 
 
PRAZOS DECADENCIAIS DAS ANULABILIDADES: 
Defeito de idade: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a idade núbil 
Falta de consentimento: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a maioridade 
Erro essencial: 3 anos 
Coação: 4 anos 
Incapacidade relativa por causa psíquica: 180 dias 
Revogação do mandato: 180 dias, a partir da ciência do mandante 
Incapacidade da autoridade celebrante: 2 anos 
 
ERRO ESSENCIAL: Art. 1.557, CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro 
cônjuge: 
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu 
conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a 
vida conjugal; 
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e 
transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de 
sua descendência; 
IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado 
 
NULIDADE X ANULABILIDADE: 
CASAMENTO NULO CASAMENTO ANULÁVEL 
Razões de ordem pública Razões de ordem privada 
Conhecido de ofício pelo juiz, requerimento do 
MP 
ou de qualquer interessado 
Requerimento do interessado 
Não é suscetível de confirmação É suscetível de confirmação 
Não convalesce com o decurso do tempo Submete-se a prazos decadenciais 
Não produz efeitos, em regra, pois se ambos os 
cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o 
casamento, os seus efeitos civis aos filhos 
aproveitarão 
Produz efeitos 
Ação meramente declaratória Ação desconstitutiva 
Admite conversão substancial Admite convalidação pelas partes 
 
CASAMENTO PUTATIVO: (ART. 1.561, CC) 
1. INVALIDADE DO CASAMENTO; 
2. BOA-FÉ DOS NUBENTES, OU APENAS DE UM DELES 
3. ERRO DESCULPÁVEL; 
4. DECLARAÇÃO JUDICIAL 
Efeitos jurídicos são: manutenção do nome do cônjuge, fixação de alimentos, presunção de 
colaboração na aquisição patrimonial etc. 
 
CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 1.523, CC. Não devem casar: 
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens 
do casal e der partilha aos herdeiros; 
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses 
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do 
casal; 
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, 
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e nãoestiverem 
saldadas as respectivas contas. 
 
CELEBRAÇÃO, PROVA E EFEITOS DO CASAMENTO 
Celebração do Casamento: 
 
Formalidades – Habilitação: O casamento é um negócio jurídico formal e solene, possuindo 
um procedimento de habilitação prévio, seus requisitos encontram-se dispostos no art. 1.525, 
CC e seguintes. 
Pelo art. 1.526, CC apenas será necessária a homologação do juiz nas habilitações para o 
casamento que forem impugnadas. 
Depois da habilitação, devem ser publicados os proclamas do casamento (art. 1.527, CC). 
Caso cumpridas as formalidades dispostas em lei e verificada a inexistência de fato obstativo, o 
oficial de registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531, CC). 
 
Formalidades – Celebração do Ato: 
O casamento é um ato solene, que deve ser realizado na sede do cartório, de forma pública, com, 
pelo menos, duas testemunhas. O ato poderá ser realizado em outro local, com a autorização da 
autoridade celebrante, com, pelo menos, quatro testemunhas. 
Assim, estando presentes os nubentes, pessoalmente ou por procurador especial, juntamente 
com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, após ouvir dos nubentes a 
afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o 
casamento. 
 
Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos: 
Conforme art. 1.514, CC, o casamento se realiza no momento em que os nubentes manifestam, 
perante a autoridade competente, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e a autoridade 
os declara casados. Manifestação de vontade dos nubentes + declaração da autoridade. O 
registro encontra-se no plano da eficácia. 
 
CASAMENTO EM CASO DE MOLÉSTIA GRAVE: Art. 1.539, CC: No caso de moléstia grave de 
um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo 
urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. Pela 
jurisprudência, dispensa-se o processo de habilitação anterior. 
1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado 
pelo presidente do ato. 
2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado. 
 
CASAMENTO NUNCUPATIVO: Art. 1.540, CC: Quando algum dos contraentes estiver em 
iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem 
a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que 
com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau. 
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade 
competente, com recurso voluntário às partes, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro 
dos Casamentos, tal assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado 
dos cônjuges, à data da celebração. 
Importante observar, que serão dispensadas as formalidades legais, se o enfermo convalescer e 
puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro. 
 
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: Art. 1.542, CC: O casamento pode celebrar-se mediante 
procuração, por instrumento público, com poderes especiais. 
1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, 
celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da 
revogação, responderá o mandante por perdas e danos. 
 
2. Prova do Casamento: 
Prova direta (art. 1.543, CC): O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. 
Pelo art. 1.544, CC o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas 
autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar 
da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em 
sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir. 
Prova direta complementar ou supletória: Justificada a falta ou perda do registro civil, é 
admissível qualquer outra espécie de prova (§ único, art. 1.543, CC). 
Prova indireta (art. 1.545, CC): O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, 
não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole 
comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, 
quando contraiu o casamento impugnado. 
 
3. EFEITOS DO CASAMENTO: 
EFEITOS SOCIAIS: 1. Emancipação do cônjuge incapaz (art. 5º, II, CC). 2. Estabelecimento do 
vínculo de parentesco por afinidade (art. 1.595, CC). 3. Atribuição do estado civil de casado. 4. 
Presunção de paternidade (art. 1.597, CC). 
EFEITOS PESSOAIS: 1. Comunhão de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos 
cônjuges. 2. Possibilidade de acréscimo do patronímico do outro cônjuge. 3. Fixação do domicílio 
conjugal. 4. Estabelecimento de direitos e deveres recíprocos. 
 
DEVERES DO CASAMENTO: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges: 
I – fidelidade recíproca. II – vida em comum, no domicílio conjugal. III – mútua assistência. IV – 
sustento, guarda e educação dos filhos. V – respeito e consideração mútuos. 
 
I – fidelidade recíproca e V – respeito e consideração mútuos: Segundo o STJ, o dever de 
fidelidade recíproca dos cônjuges é atributo básico do casamento e não se estende ao cúmplice 
de traição a quem não pode ser imputado o fracasso da sociedade conjugal por falta de previsão 
legal. 
O crime de adultério foi abolido do art. 240, CP. Assim, defende-se que a fidelidade não deve 
ser considerada um dever jurídico, mas como uma opção decorrente da autonomia existente 
entre os cônjuges. 
II – vida em comum, no domicílio conjugal: Interpretando o dever de coabitação, afirma ter 
um cônjuge o direito sobre o corpo do outro e vice-versa, daí os correspondentes deveres de 
ambos, de cederem seu corpo ao normal atendimento dessas relações íntimas, não podendo, 
portanto, inexistir o exercício sexual, sob pena de restar inatendida essa necessidade fisiológica 
primária, comprometendo seriamente a estabilidade da família. Analisar os limites do débito 
conjugal. 
Crítica: E o direito de dispor do próprio corpo como direito da personalidade e do princípio da 
dignidade da pessoa humana? 
 
Introdução aos Regimes de Introdução aos Regimes de Bens: 
 
Bens: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO 
PODE SER CONCEITUADO COMO SENDO O CONJUNTO DE REGRAS DE ORDEM PRIVADA 
RELACIONADAS COM INTERESSES PATRIMONIAIS OU ECONÔMICOS RESULTANTES DA 
ENTIDADE FAMILIAR. O CÓDIGO CIVIL TRAZ, ENTRE OS SEUS ARTS. 1.639 A 1.688, REGRAS 
RELACIONADAS AO CASAMENTO, MAS QUE TAMBÉM PODEM SER APLICADAS ÀS UNIÕES 
ESTÁVEIS. 
 
Princípios aplicáveis aos regimes de bens: Princípio da Autonomia Privada (art. 1.639, CC). 
Princípio da Indivisibilidade do Regime de Bens. Princípio da Variedade do Regime de Bens. 
Princípio da Mutabilidade Justificada (art. 1.639, § 2º, CC). Autorização judicial. Justo motivo. 
Ausência de prejuízo a terceiros. Questão de direito intertemporal. 
 
Princípio da Variedade do Regime de Bens: 
• Comunhão parcial (arts. 1.658 a 1.666, CC). 
• Comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671, CC). 
• Separação convencional de bens (arts. 1.687 a 1.688, CC). 
• Participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC). 
 
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA: 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: 
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebraçãodo 
casamento (art. 1.523, CC); 
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) 
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. 
 
Art. 1.641, II, CC: Na separação obrigatória comunicam-se bens havidos pelo esforço comum 
(Súmula 377, STF). 
Se a súmula for cancelada a separação obrigatória será igual a separação absoluta. Enunciado 
125, I Jornada de Direito Civil: “A norma que torna obrigatório o regime da separação absoluta 
de bens em razão da idade dos nubentes não leva em consideração a alteração da expectativa de 
vida com qualidade, que se tem alterado drasticamente nos últimos anos. Também mantém um 
preconceito quanto às pessoas idosas que, somente pelo fato de ultrapassarem determinado 
patamar etário, passam a gozar da presunção absoluta de incapacidade para alguns atos, como 
contrair matrimônio pelo regime de bens que melhor consultar seus interesses”. 
 NECESSIDADE DE OUTORGA PARA DETERMINADOS ATOS CIVIS: Art. 1.647, CC: Ressalvado 
o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime 
da separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II – pleitear, como 
autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III – prestar fiança ou aval; IV – fazer doação, não 
sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou 
estabelecerem economia separada. 
 
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS: Art. 1.651, CC: Quando um dos cônjuges não puder exercer a 
administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: I – gerir 
os bens comuns e os do consorte; II – alienar os bens móveis comuns; III – alienar os imóveis 
comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial. 
 
Pacto Antenupcial: Trata-se de um contrato formal e solene, pelo qual os nubentes 
regulamentam as questões patrimoniais relativas ao casamento (arts. 1.653 a 1.657, CC). Art. 
1.653, CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe 
seguir o casamento. Art. 1.655, CC: É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha 
disposição absoluta de lei. 
Art. 1.657, CC: As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de 
registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges. 
 
REGIME DE BENS Resumo: 
No divórcio as regras de partilha dos bens variam de acordo com o regime de bens adotado no 
casamento. O regime legal, que é o da comunhão parcial, prevê como regra geral a 
comunicabilidade de todos os bens adquiridos onerosamente durante o casamento, excluindo 
os bens adquiridos por doação ou sucessão e aqueles que já eram do cônjuge antes do 
casamento. Já na comunhão universal, há em regra a comunicabilidade de todos os bens, 
adquiridos antes e durante o casamento. No regime da separação convencional ou obrigatória, 
que é aquela imposta por lei, por exemplo, aos maiores de setenta anos, não há comunicabilidade 
de bens, possuindo cada cônjuge seu patrimônio particular. 
 
1. Comunhão parcial: conceito e alcance (arts. 1.658 a 1.666, CC) 
Trata-se do regime supletivo de vontade, dispensando a necessidade de pacto antenupcial e 
prevalecendo no silêncio das partes e na hipótese de invalidade do pacto. Comunicam-se os bens 
adquiridos a título oneroso durante o casamento (presunção absoluta de esforço comum), 
excluindo-se os bens adquiridos antes das núpcias e os adquiridos durante o casamento a título 
gratuito (doação e herança). 
Regime aplicável à união estável (art. 1.725, CC). 
 
Art. 1.659, CC: Excluem-se da comunhão: I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os 
que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em 
seu lugar; II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges 
em sub-rogação dos bens particulares; III – as obrigações anteriores ao casamento (aprestos); 
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V – os bens 
de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI – os proventos do trabalho pessoal de 
cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. 
 
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal: Súmula 251 do Superior Tribunal de Justiça: A meação só responde pelo ato ilícito quando 
o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao 
casal. Exemplos: sonegação fiscal, desvio de finalidade empresarial (art. 50 ,CC) etc. 
Caso a meação não responda pela dívida, é cabível a utilização de embargos de terceiros (art. 
1.046, CPC e Súmula 134 do STJ). 
 
Bens Comuns (art. 1.660, CC): Aquisição durante o casamento – São considerados bens 
comuns do casal: 1. Os bens adquiridos onerosamente. 2. Os bens adquiridos por fato eventual. 
3. Os frutos adquiridos de bens particulares. 4. As benfeitorias realizadas em bens particulares. 
5. Os bens adquiridos gratuitamente por ambos os cônjuges. 
 
Outros bens que se comunicam por força de entendimento jurisprudencial: o (STJ) decidiu 
que o direito ao recebimento de proventos como o salário (incluindo FGTS e verbas 
trabalhistas), a aposentadoria e honorários não se comunica no fim do casamento. No entanto, 
quando essas verbas são recebidas durante o matrimônio, as mesmas se tornam bem comum, 
seja em dinheiro ou os bens adquiridos com ele. 
Imóvel financiado em contrato anterior ao casamento. Neste caso os valores deverão ser 
apurados. 
 
Efeitos Sucessórios: Segundo o STJ: O cônjuge somente terá direito sucessório sobre os bens 
adquiridos onerosamente na constância do casamento, em sentido contrário ao art. 1.829, I, CC. 
Assim, no regime da comunhão parcial, os bens exclusivos de um cônjuge NÃO são partilhados 
com o outro no divórcio e, pela mesma razão, não o devem ser após a sua morte, sob pena de 
infringir o que ficou acordado entre os nubentes no momento em que decidiram se unir em 
matrimônio. Acaso a vontade deles seja a de compartilhar todo o seu patrimônio, a partir do 
casamento, assim devem instituir em pacto antenupcial. 
Além disso, não remanesce, para o cônjuge casado mediante separação de bens (convencional 
ou obrigatória), direito à meação, tampouco à concorrência sucessória, respeitando-se o regime 
de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na morte. Desta forma, o cônjuge sobrevivente 
NÃO é herdeiro necessário. 
 
2. Comunhão universal: (Arts. 1.667 a 1.671, CC): Forma-se uma massa patrimonial única 
para o casal, estabelecendo uma unicidade de bens, atingindo créditos (passados e futuros) e 
débitos (futuros). As dívidas provenientes de atos ilícitos entram na comunhão universal, 
independentemente do proveito obtido pelo casal. Forma-se um condomínio, tendo cada 
cônjuge direito à meação a todos os bens componentes da universalidade, independentemente 
de terem sido adquiridos antes ou depois da núpcias, a título oneroso ou gratuito. Depende de 
celebração de pacto antenupcial. 
 
Art. 1.668,CC, São excluídos da comunhão: 
I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu 
lugar; 
II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada 
a condição suspensiva; 
III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou 
reverterem em proveito comum; 
IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade; 
V – Osbens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. V – os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e 
outras rendas semelhantes. 
 
Entendimento Jurisprudencial: O STJ afirma que os bens indivisíveis de propriedade comum 
decorrente da comunhão no casamento, na execução podem ser levados à hasta pública por 
inteiro, reservando ao cônjuge a metade do preço alcançado. Tem-se entendido na Corte que a 
exclusão da meação deve ser considerada em cada bem do casal e não na indiscriminada 
totalidade do patrimônio. 
 
3. Separação convencional de bens: conceito e alcance (arts. 1.687 a 1.688, CC): É o regime 
que promove um absoluto afastamento patrimonial, obstando a comunhão de todo e qualquer 
bem adquirido por cada cônjuge, antes ou depois do casamento, seja a título oneroso ou gratuito. 
Existe, pois, independência absoluta quanto aos bens e obrigações, com apenas uma exceção. 
Art. 1.688, CC: Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na 
proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no 
pacto antenupcial. 
 
Características: A administração dos bens caberá ao cônjuge titular, bem como a 
percepção dos frutos. Liberdade de disposição patrimonial. Responsabilidade individual 
pelas dívidas e obrigações assumidas. 
 
4. Participação final nos aquestos: conceito e alcance (arts. 1.672 a 1.686, CC): Trata-se de 
um regime híbrido, pois durante a convivência conjugal o casamento fica submetido às regras 
da separação convencional de bens, porém no instante da dissolução (morte ou divórcio), 
incidem as normas atinentes à comunhão parcial de bens, comunicando-se os bens adquiridos 
onerosamente por cada um durante a constância do matrimônio.Importante esclarecer, que 
aquestos são bens adquiridos onerosamente durante a sociedade conjugal. 
 
Características: O direito de cada cônjuge não é sobre o acervo patrimonial do outro, mas sim 
sobre o saldo eventualmente apurado, após a compensação dos acréscimos de bens a título 
oneroso na constância do casamento. 
Depende de celebração de pacto antenupcial. Art. 1.656, CC: No pacto antenupcial, que adotar o 
regime de participação final nos aquestos, poder-se-á convencionar a livre disposição dos bens 
imóveis, desde que particulares. 
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas 
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA UNIÃO ESTÁVEL: 
Dissolução do Casamento Não há relação familiar (casamento ou união estável) que comece 
pensando em sua dissolução. Porém, mais importante do que sua manutenção com o sacrifício 
da felicidade dos sujeitos, é o respeito à liberdade e às garantias individuais. 
Art. 1.571, CC. A sociedade conjugal termina: I – pela morte de um dos cônjuges 
(terminativa e dissolutiva); II – pela nulidade ou anulação do casamento 
(terminativa); III – pela separação judicial; IV – pelo divórcio (terminativa e dissolutiva). 
 
Emenda Constitucional 66/2010: Superação do caráter binário do ordenamento jurídico. 
Determinação de que o casamento poderá ser dissolvido pela MORTE ou pelo DIVÓRCIO. Pois 
fim à separação judicial ou em cartório. 
No direito brasileiro havia a separação, que determinava um lapso temporal para que os 
cônjuges se divorciassem, como resquício do desquite e sob influência do direito canônico. 
A CF/88 inaugurou uma nova agenda de valores humanitários, o que afastou, no direito das 
famílias, a manutenção de um vínculo conjugal, quando já ausente a base afetiva que sustentava 
o relacionamento. 
Repercussões desta Emenda: Norma de eficácia plena e imediata (art. 226, § 6º da CRFB). 
Acarreta o desaparecimento da norma infraconstitucional que regulamentava a separação, 
sendo considerada não-recepcionada pelo ordenamento constitucional. 
Busca de uma intervenção mínima do Estado na vida privada. 
 
Separação de Corpos: Utilizada para sujeitos que pretendem regularizar em juízo a cessação 
da convivência, mas ainda não possuem a convicção necessária para o divórcio. Normalmente é 
utilizada para afastar temporariamente um dos cônjuges da morada conjugal. É possível a 
cumulação da separação de corpos com medidas judiciais de distanciamento. Ver art. 22, III, a 
da Lei Maria da Penha. 
Trata-se de instrumento processual cautelar, podendo ser de cunho preparatório ou incidental, 
que no primeiro caso, não necessita do ajuizamento da ação de divórcio no prazo de 30 dias (art. 
806, CPC/1973). 
Encontra fundamentação no art. 12, CC: Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito 
da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 
Separação de Fato: Decorre da Teoria da Aparência, pois o casal dissolve a sociedade conjugal, 
mas não formaliza tal situação juridicamente. Há um reconhecimento expresso do ordenamento 
jurídico à separação de fato. 
1. Possibilidade de constituição de união estável para aqueles que estejam separados de fato (art. 
1.723, § 1º do CC). 
2. A Lei de Locação de Imóveis permite a continuidade da locação em relação ao cônjuge separado 
de fato (art. 12, L. 8.245/91). 
3. Art. 1.240-A, CC. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse 
direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros 
quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, 
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que 
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
 
Críticas ao lapso temporal para caracterização da separação de fato: Art. 1.642, CC: 
Qualquer que seja o regime de bens, tanto o marido quanto a mulher podem livremente: V – 
reivindicar os bens comuns, móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao 
concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum destes, se 
o casal estiver separado de fato por mais de cinco anos. Em sentido contrário ao 
enriquecimento sem causa. 
Art. 1.830, CC: Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo 
da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois 
anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do 
sobrevivente. 
 
Divórcio: Segundo a melhor doutrina, o divórcio é medida jurídica, obtida pela iniciativa das 
partes, em conjunto ou de forma isolada, que dissolve integralmente o casamento, fulminando, 
tanto a sociedade conjugal (deveres recíprocos e regime de bens), quanto o vínculo nupcial, ou 
seja, a relação jurídica estabelecida, permitindo que os ex-cônjuges possam casar novamente. 
Atualmente só existe o divórcio direto, com fundamento no Direito de Família mínimo. 
Antes existia o divórcio por conversão: 1 ano quando da existência de separação judicial e 2 anos 
quando da existência de separação de fato. 
 
Características do Divórcio: 1. O divórcio dissolve apenas a relação entre os cônjuges, 
mantendo-se a relação destes com sua prole. Poder familiar, responsabilidade civil e obrigação 
de alimentos. 2. A sentença de divórcio deve ser levada a registro no cartório de pessoas 
naturais, no qual se assentou o registro de casamento, a fim de que tenha aptidão para a 
produção de efeitos em relação à terceiros. 3. Na ação de divórcio não há mais discussão acerca 
da culpa pela ruptura da sociedade conjugal, o que não impede o ajuizamento de uma demanda 
indenizatória. 
 
Efeitos Decorrentes do Divórcio: 1. Obrigação de prestar alimentos. 2. Partilha do 
patrimôniocomum do casal, independente do regime de bens. 3. Guarda e regime de 
visitação dos filhos. 4. Utilização ou não do patronímico do ex-cônjuge. 5. Com a morte do 
ex-cônjuge depois de celebrado o divórcio, o ex-cônjuge sobrevivente permanece com o 
estado civil de divorciado. 6. Com a morte do cônjuge durante a ação de divórcio, esta 
perderá o objeto, dissolvendo automaticamente o casamento. 
 
Espécies de Divórcio Direto: No divórcio litigioso, as partes podem converter sobre matérias 
subjacentes à dissolução do casamento, como guarda de filhos, regime de visitação, partilha de 
bens, dentre outras. 
No divórcio consensual, os divorciandos podem dispor livremente sobre tais questões e 
dissolver o casamento em juízo ou em cartório (art. 1.124-A, CPC: A separação consensual e o 
divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os 
requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual 
constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão 
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à 
manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. § 1o A escritura não depende de 
homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis. § 2º O 
tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por 
advogado comum ou advogados de cada um deles ou por defensor público, cuja qualificação e 
assinatura constarão do ato notarial. § 3o A escritura e demais atos notariais serão gratuitos 
àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei. 
 
UNIÃO ESTÁVEL: Entidade familiar formada por um homem e uma mulher, caracterizada por 
uma convivência pública, duradoura e contínua, com o objetivo de estabelecimento de vida em 
comum” – conceito. 
– A constituição de família é que diferencia o namoro da união estável 
Previsão legal: 
Divisão de patrimônio diante da existência de sociedade de fato – Súmula 380, STF. 
• CF/88: Art.226, §3º = reconhecimento da união estável como entidade familiar. 
• Lei n º8971/94: Veio regulamentar a situação do companheiro. Condicionou a caracterização 
da união estável à verificação do prazo de cinco anos de convivência ou existência de prole 
comum. 
Art.1º – requisitos para sua configuração. 
Art.2º – direito sucessório. 
Art.3° – divisão do patrimônio, comprovando-se o esforço na aquisição. 
• Lei nº 9278/96: Poderia ter resolvido a situação do companheiro, mas não o fez completamente. 
Não trouxe o direito sucessório. Neste ponto, permanecia vigente a lei anterior (revogada 
parcialmente). 
Adotou um conceito mais vago, omitindo os requisitos pessoais, o tempo mínimo de convivência 
e a existência de prole, e fixando a competência nas Varas de Família. Adotou um regime 
semelhante ao da comunhão parcial e previu o direito real de habitação para o companheiro. 
Art.1º – alteração na configuração da união estável, não mais se referindo ao lapso temporal. 
Art.5º – direito à meação, não precisando comprovar esforço na aquisição. Passou este a ser 
presumido. 
Art.7º – direito real de habitação para o companheiro. 
• CC/02 (arts. 1723 a 1727): Hoje temos o tratamento do companheiro no CC, art.1723 e 
seguintes: 
Art.1723, CC – requisitos para sua configuração. Sem exigência de prazo mínimo 
Art.1724 – efeitos pessoais. 
Deveres da União Estável – Art. 1.724. Lealdade: abrange o dever de fidelidade. 
Coabitação – Súmula 382, STF. 
Art.1725 – regime de bens 
Art.1726 – possibilidade de conversão em casamento. 
Art.1727 – concubinato. 
c/c art. 1694 e sgts – alimentos 
c/c 1790 – sucessão 
Analogia – art. 499 CC 
– Regime de bens – REGRA: comunhão parcial – art. 1725 CC – não precisa da prova do esforço 
em comum. 
– Exige capacidade e discernimento sob pena de nulidade – art. 104 e 166 CC. 
– STF Súmula nº 382 – 03/04/1964 – Vida em Comum Sob o Mesmo Teto “More Uxorio” – 
Caracterização do Concubinato “A vida em comum sob o mesmo teto “more uxorio”, não é 
indispensável à caracterização do concubinato”. 
– Não exige a outorga dos companheiros por se tratar de norma restritiva de direitos – art. 1647 
CC – majoritária. 
– Não se aplica o regime da separação legal obrigatória à união estável – art. 1641 pois é norma 
restritiva da autonomia da vontade. – divergente 
– Na união estável o regime patrimonial obedecerá à norma vigente no momento da aquisição 
de cada bem, salvo contrato escrito em contrário. 
Direitos decorrentes da união estável: 
¢ Direito ao sobrenome do companheiro – art. 54, §2º. e art. 57, §3º., Lei de Registros Públicos. 
¢ Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade – art. 1.595, CC. 
¢ Possibilidade de adoção conjunta – art. 42, §2º., ECA. 
¢ Exercício da curatela pelo companheiro na interdição e na ausência – arts. 25 e 1.768, CC. 
¢ Separação de corpos – art. 1.562, CC. 
¢ Direito a alimentos – art. 1.694, CC. 
¢ Direito à meação do que resultou do esforço comum – art. 1.725, CC. 
¢ Escolha do regime de bens – 1725; 
¢ Impenhorabilidade do bem de família – art. 1.711, CC e Lei n. 8.009/90 
¢ Direito aos benefícios previdenciários – Decreto-Lei n. 7.036/44; Lei n. 6.367/75; Lei n. 
8.213/91 e Decreto n. 357/91. 
¢ Sub-rogação e retomada na locação de imóvel urbano – arts. 11 e 47, III, Lei n. 8.245/91. 
¢ Sucessão hereditária – art. 1.790, CC. 
¢ Direito à inventariança – art. 990, CPC e art. 1.797, CC. 
¢ Impedimento para testemunhar – art. 228, V, CC. 
¢ CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO – art. 1726 CC 
¢ Concubinato puro – união estável – sem impedimentos – Vara de Família; 
¢ Concubinato impuro – concubino – pessoas que são impedidas de casar – art. 1727 CC – 
Súmula 380 STF – bens adquiridos pelo esforço comum – Vara Cível – reconhecimento e 
dissolução de sociedade de fato – não tem direito a alimentos, sucessão e meação (não se trata 
de entidade familiar – divergente) Maria Berenice Dias – reconhecimento. 
¢ Com o reconhecimento constitucional, foi abraçado como união estável o antigo concubinato 
puro.Logo, a denominação de concubinato hoje é referente aos casos em que há impedimento. 
¢ DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL – POR MÚTUO ACORDO PARA HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL 
POR LITÍGIO, PARA RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL 
OBS: Inúmeros julgados tem atribuído o caráter de união estável às uniões homoafetivas – 
Decisão STF. Existem alguns projetos no Congresso Nacional para reconhecimento como 
entidade familiar. 
Nulidade do contrato de namoro que pretende afastar os efeitos da união estável – TJRS – 7ª CC 
– Processo nº 70006235287. 
 
FAMILIA HOMOAFETIVA: Homoafetividade e família. Casamento civil, união estável e adoção 
por casais homoafetivos à luz da isonomia e da dignidade humana 
FILIAÇÃO: 
1. Estrutura conforme o art. 226, §5º., CF e reflexos no Direito Civil. 
2. Presunção de paternidade 
3. Alcance da presunção ‘pater is est’ 
4. Contestação de paternidade. 
5. Presunção de maternidade 
6. Maternidade de substituição 
7. Parto Anônimo 
8. Prova de filiação 
9. Posse do estado de filho 
Das relações de parentesco, a mais importante é a que se estabelece entre pais e filhos. 
1) Conceito: (em sentido estrito) é a relação jurídica que liga o filho a seus pais (parentesco em 
linha reta de primeiro grau). 
2) Classes: Filiação nas relações matrimoniais: 
Filhos havidos dentro do casamento = presunção quanto à paternidade. 
O casamento pressupõe relações sexuais entre os cônjuges e fidelidade (dever) = o filho que é 
concebido durante o casamento tem como pai o marido de sua mãe. 
O simples fato do nascimento estabelece o vínculo jurídicoentre mãe e filho. 
Se a mãe for casada, esta circunstância estabelece, automaticamente, a paternidade = o pai da 
criança é o marido da mãe. 
 
Presunção pater is est 
1) Hipóteses: Art.1597, CC, enumera as hipóteses em que há esta presunção: 
Presunção aplicada a união estável e união homoafetiva. I e II – prazos máximo e mínimo de 
gestação. 
Hoje, diante da família sócio-afetiva, pai é o marido ou companheiro da mulher que aceita 
paternidade do filho, ainda que nascido antes. 
Art.1598, CC: Nos incisos III, IV e V = três hipóteses de presunção de filhos concebidos na 
constância do casamento, todas elas vinculadas à reprodução assistida. 
III – fecundação = fase de reprodução assistida consistente na fertilização do óvulo pelo 
espermatozóide. Fertilização do óvulo pelo espermatozóide. Fertilização in vitro (fora do corpo 
humano). A fecundação ou inseminação homóloga = é realizada com sêmen do marido. Neste 
caso, o material genético pertence ao casal (tanto o óvulo quanto o sêmen), pressupondo o 
consentimento de ambos. 
Consentimento de casal – presunção absoluta – Enunciado 258 da Jornada de Direito Civil – 
divergente pois a autorização pode ter sido falsificada – relativa. 
Jornada 104 de Direito Civil realizada no STJ: se interprete este inciso da seguinte forma: 
obrigatório para haver a presunção que a mulher ainda esteja na condição de viúva, e haja 
autorização expressa do marido para que utilize seu material genético após sua morte. 
IV – há dois métodos de reprodução artificial: 
• Fecundação in vitro – o óvulo e o espermatozóide são unidos em laboratório, ocorrendo a 
fecundação fora do corpo da mulher. 
• Inseminação artificial – introdução do gameta masculino, por meio artificial, no corpo da 
mulher, esperando que a natureza faça a fecundação. 
• O embrião fecundado fora do corpo da mulher (in vitro) e não introduzido = é embrião 
excedentário. 
• É admitida a concepção de embriões excedentários se estes derivarem de concepção 
homóloga (de material genético da mãe e do pai). Jornada de Direito Civil do STJ para interpretar 
este artigo da seguinte forma: somente com autorização prévia, por escrito, dos ex-cônjuges. 
• V – inseminação artificial heteróloga = quando é utilizado sêmen de outro homem, 
normalmente doador anônimo, e não o do marido.Exige-se que o marido tenha autorizado 
previamente, caso em que se presume o pai. Enunciado 258 da Jornada – inseminação artificial 
– com autorização do cônjuge – presunção absoluta. 
• Será o pai legal da criança (e, com o afeto, também o pai sócio-afetivo). Alguns autores 
defendem que ele depois não poderá impugnar esta paternidade (seria antijurídico, injusto, 
imoral). Na reprodução assistida heteróloga não existe vínculo de parentesco entre o filho e o 
pai biológico (doador do material fecundante) 
• REGRA: a presunção de paternidade do art.1597, CC é juris tantum = relativa, admitindo 
prova em contrário. Art.1600, CC:Não ilide, o adultério da mulher, ainda que confessado. Não é 
aceita a prova do adultério se o marido convivia com ela. A infidelidade (provada ou confessada) 
não ilide a presunção. Não é afastada a presunção apenas por ato da mulher. A disciplina da 
filiação é moldada no interesse da criança. Art.1602, CC = mesmo se expressamente confessar o 
adultério. 
• No entanto, art.1599, CC = no caso de impotência. 
• Gestação de substituição – gratuita, doadora da família num parentesco até o 2º grau. 
• Possibilidade de gestação de substituição no caso de duas companheiras homoafetivas. 
• Presunção do art. 1597, III, IV e V – deve ser aplicada no caso de união estável. 
• Enunciado 129 Jornada – maternidade presumida – aquela que forneceu o material 
genético. 
• Clonagem ou escolha do sexo – vedada pela lei de biossegurança. 
• Enunciado 111 – doador de material genético não tem responsabilidade alimentar e nem o 
filho terá direitos sucessórios. 
 
RECONHECIMENTO DOS FILHOS: Art.1603, CC = prova-se a paternidade com a certidão. 
Registro civil = presunção de veracidade = presunção relativa. 
Art.1604, CC Em juízo, o marido pode contestar esta paternidade, mediante AÇÃO NEGATÓRIA 
ou AÇÃO CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE, que é imprescritível (art.1601, CC). 
• AÇÃO NEGATÓRIA OU CONTESTATÓRIA DE PATERNIDADE: Destina-se a excluir a 
presunção legal de paternidade. 
Legitimidade ativa é privativa do marido (art.1601, CC). Réu será o filho. 
Se o marido não ajuizou esta ação, o filho pode impugnar a paternidade com base no art.1604, 
CC = erro ou falsidade. 
Art.1604 = erro ou falsidade. 
Art.1608 = falsidade do termo: pode ser atribuída: 
• Ao oficial do registro civil 
• À declaração do pai ou da mãe (induzidos por erro por falta de cuidado dos hospitais (troca 
de bebês). 
Pelo pai: Ação negatória = para negar o status de filho ¹ AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE 
PATERNIDADE (registro) = art.1604, CC = ação de anulação de registro. 
Pode ser que os irmãos, ascendentes possam ter interesse, principalmente por razões 
patrimoniais = AÇÃO DE NULIDADE DE REGISTRO. 
AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO (art.1604, CC) = sempre que se verificar a 
desconformidade. Art.113, LRP. 
O PLC 16/2013, recém aprovado pelo Senado, atribui também à mãe a obrigação de proceder ao 
registro. 
Legitimidade para a anulatória = todos aqueles que tenham justo interesse em contestar a ação 
de investigação = todas as pessoas afetadas (direta ou indiretamente) = filho reconhecido, mãe, 
os filhos e pretensos irmãos, aquele que e diz verdadeiro pai, outros herdeiros. 
Art.1608, CC = AÇÃO NEGATÓRIA DE MATERNIDADE. A falsidade do termo de nascimento pode 
ser atribuída ao oficial do registro civil, à declaração do pai ou da mãe, induzidos a erro por falta 
de cuidado do hospital e maternidade (troca de bebês). 
Multiparentalidade – duplo registro da criança em nome do pai biológico e do socioafetivo. 
Enunciado 108 Jornada. 
Prova da filiação: art.1603, CC. O registro torna público o nascimento e estabelece presunção de 
veracidade das declarações efetuadas. 
Art.1605, CC – filiação pode ser comprovada pelas provas = documentais, periciais, 
testemunhais, cartas, autorizações, declaração do IR, anotações. 
O registro pode ser quebrado nos casos de erro ou falsidade do registro. Não pode ser quebrado 
nos casos de paternidade socioafetiva. 
Filiação nas relações extramatrimoniais (fora do casamento): Os filhos de pais casados não 
precisam ser reconhecidos, pois a paternidade decorre do casamento dos pais. 
Se estes são casados e não providenciaram o registro do filho, assegura-se a este a AÇÃO DE 
PROVA DE FILIAÇÃO(art.1606). 
 
Reconhecimento paternidade: Art. 1614 CC – prazo decadencial de 4 anos para impugnar o 
reconhecimento pelo menor. 
Impugnação improcedente no caso de paternidade socioafetiva e em decorrência da posse de 
estado de filhos. 
O filho havido fora do casamento não é beneficiado pela presunção legal de paternidade. Tem 
que ser reconhecido. 
Mãe = para saber quem é: necessário o reconhecimento. 
Criança nasce – vai fazer o registro = declaração de nascido vivo (DNV) = terá o nome da mãe. 
No entanto, como ela não é casada, não poderá colocar o nome do pai, salvo se ele estiver 
presente e consentir ou ela tiver sua procuração para tanto. 
Se nasceu em casa = 2 testemunhas que atestem a gravidez e o fato dela estar com o filho. 
Pai = também é necessário o reconhecimento. 
Este reconhecimento pode ser voluntário (também chamado de perfilhação) ou forçado 
(coercitivo, através da AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE). 
Reconhecimento voluntário: Decorrede ato de vontade. Art.1609,CC É ato unilateral e 
personalíssimo. – art. 27 ECA (8069/90) 
Gera efeitos pela manifestação de vontade e o outro genitor não pode a ele se opor. Irrevogável 
– art. 1610 CC 
Se o filho for maior de idade = deve consentir (art.1614, CC). 
Modos de reconhecimento voluntário: art.1609. 
Qualquer que seja a forma, será sempre irrevogável (art.1610). Se decorrer de vício de 
consentimento (ex.: coação) poderá ser objeto de ação anulatória. 
Formas: 1) no termo de nascimento (mais comum): o pai comparece ao cartório para registrar. 
2) por escritura pública 
3)escrito particular. Serão averbados. 
Escrito particular – deve ficar arquivado em cartório. (ex. carta que escreve dizendo que é o pai). 
É recomendável a anuência da mãe, para evitar futura impugnação, embora a lei não exija sua 
oitiva. 
4) testamento 
5) declaração dirigida ao juiz. Qualquer depoimento em juízo prestado pelo genitor, 
incidentalmente, e tomado por termo, ainda que a finalidade do depoimento seja outra. 
Ex: querendo reduzir o valor da pensão paga aos outros filhos, diz que é pai de fulano = pode extrair 
as peças e expede ofício determinando a averbação da paternidade no registro. 
O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho já concebido (art.1609, parágrafo 
único). Art.2° do CC. Nascituro: um ser em potencial. O reconhecimento neste caso ocorre, em 
geral, quando é provável que o pai não sobreviva ao nascimento do filho, não querendo sujeitá-
lo à uma ação de investigação de paternidade (temor do pai de morrer antes de nascer o filho). 
Reconhecimento póstumo: o filho que haja falecido só poderá ser reconhecido se tiver deixado 
descendentes. 
Isto para evitar reconhecimentos post mortem por interesse (se o filho não deixou descendentes, 
seus bens irão para seu ascendente que o reconheceu). 
Reconhecimento voluntário do filho maior = art.1614, CC.Consentimento: comparecendo o filho 
maior ao ato. 
Se menor de idade poderá impugnar o reconhecimento (AÇÃO DE CONTESTAÇÃO OU 
IMPUGNAÇÃO DE RECONHECIMENTO) – para afastar a paternidade. 
Reconhecimento forçado (coercitivo ou judicial): O filho não reconhecido voluntariamente pode 
obter o reconhecimento judicial por meio da AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. É 
ação de estado, de natureza declaratória e imprescritível (Súmula 149, STF). 
 
Petição de herança = prescreve em 10 anos (art.205 CC a contar do momento em que foi 
reconhecida a paternidade). 
Reconhecimento paternidade – Ação pessoal – foro competente domicílio do réu (art. 94CC) se 
cumulada com alimentos – domicilio do autor da investigação (100, II CPC) e se cumulada com 
petição de herança – foro onde corre o inventário ou domicílio de qualquer herdeiro caso já 
tenha encerrado o inventário. 
Petição herança e alimentos – domicilio do alimentando. 
Gratuidade de justiça inclui exame de DNA. 
Alegação da paternidade socioafetiva – somente declarará a existência do vínculo biológico e o 
vínculo de paternidade permanece. 
É direito personalíssimo e indisponível (art.27 do ECA). 
Efeitos da sentença que declara a paternidade (é o mesmo do reconhecimento voluntário) = ex 
tunc. (retroagem à data do nascimento, art.1616, CC). 
Legitimidade ativa: é do filho (é privativa dele) em face do suposto pai. Se menor, será 
representado pela mãe. 
Se a mãe do investigante é menor = poderá ser representada ou assistida por um de seus 
genitores (ela exerce o poder familiar). 
Possibilidade ação avoenga – neto contra avô. 
Se o filho morrer ANTES de iniciá-la = seus sucessores NÃO PODERÃO intentá-la, salvo se ele 
morrer menor e incapaz (art.1606, CC). 
Se já tiver INICIADO = eles continuam (art.1606, p.u, CC).Doutrina mais moderna = legitimidade 
ao nascituro, representado pela mãe. 
Caráter personalíssimo = em princípio não se reconheceria aos netos o direito de promovê-la 
em caso de falecimento dos pais sem ter a iniciativa para investigação da relação avoenga. 
No entanto, STJ reconheceu como válida a pretensão dos netos (os filhos, substituindo o pai, para 
investigar a filiação deste, junto ao avô, dirigindo a lide contra os herdeiros). 
A lei n°8560/92 permite que seja ajuizada pelo MP (na qualidade de parte) art.2º, §4° 
(legitimação extraordinária) – averiguação oficiosa. 
Legitimidade passiva: recai no suposto pai. Se o demandado já for falecido, deverá ser dirigida 
contra seus herdeiros (e não contra o espólio, que não tem personalidade jurídica, não passa de 
um acervo de bens). 
Se a mãe manteve relações sexuais com dois ou mais homens naquele período, poderá o filho 
promover ação investigatória contra todos, requerendo a realização do exame de DNA. 
Se o filho já reconhecido por terceiro move ação contra o suposto pai biológico, instaura-se um 
litisconsórcio passivo (unitário e necessário), pois se procedente, acarretará o cancelamento do 
registro de nascimento. 
Sentença: é o reconhecimento coercitivo. Possui carga declaratória = declara fato preexistente. 
Filho = ingressa na família do genitor e passa a usar seu sobrenome. O registro de nascimento 
deve ser alterado. 
Reconhecimento = efeito erga omnes. 
Art. 3º da lei 8560/92 – veda o reconhecimento de filho na ata do casamento. 
Prova mais utilizada hoje: exame de DNA (apesar da admissão de todos os meios de prova 
quando não se puder realizá-lo = documental, testemunhal). 
Com o DNA é possível afirmar-se a paternidade com um grau praticamente absoluto de certeza. 
Na falta de descendentes, podem ser estudados os ascendentes (pais e avós) e irmãos. 
Outra forma seria a exumação do suposto pai e tentativa de encontrar DNA viável para estudo. 
Procedimento este que deve ser visto como exceção. 
 
É possível compelir alguém a fazer o exame? 
2 correntes: 
• Sim, prevalece o direito do filho de saber quem é o pai, podendo haver condução do 
suposto pai. 
• Não. Prevalece a intimidade do pai. Ele não pode ser conduzido. Pode se recusar. Até porque 
se tem outros meios de provar. A recusa seria uma prova complementar, que deve ser 
analisada no conjunto com outras provas. 
Súmula 301, STJ = presunção relativa. STJ: “a recusa do investigado em submeter-se ao exame 
de DNA, aliada à comprovação do relacionamento sexual gera presunção de veracidade”. 
Lei 8560/92 – art. 2º – presunção relativa. 
relativização da coisa julgada material – Enunciado 109 – ação julgada improcedente e posterior 
prova do DNA – dignidade do filho. 
Semelhanças entre suposto pai e filho = também devem ser levadas em conta (mas por si só não 
servem de prova da paternidade). 
Contestação da ação qq interessado – arf. 1615 CC 
Alimentos – Sentença retroage a data da citação 
 
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE MATERNIDADE: é possível, embora rara. 
Efeitos do reconhecimento: O reconhecimento produz efeitos de natureza patrimonial e de 
cunho moral. Estabelece a relação jurídica de parentesco; Tem efeito ex tunc (retroage ao dia do 
nascimento do filho); Tem efeito declarativo (só faz constar o que já existe); 
 
Filho: sujeita-se ao poder familiar. Pai: deveres do art.1566, IV 
O filho passa a usar o sobrenome paterno, devendo ser alterado o registro de nascimento; Dever 
alimentar 
Sucessão. O reconhecimento é incondicional (art.1613, CC). Tem validade erga omnes. 
É irrevogável (art.1609, CC) = é diferente da anulação do ato (por quem reconheceu ou seus 
herdeiros) = com base num defeito como de todo ato jurídico. 
AÇÃO ANULATÓRIA DE RECONHECIMENTO (art.1604, CC) = sempre que se verificar a 
desconformidade. Art.113, LRP. 
CRG = Legitimidade para a anulatória = todos aqueles que tenham justo interesse em contestar 
a ação de investigação = todas as pessoas afetadas (direta ou indiretamente) = filhoreconhecido, 
mãe, os filhos e pretensos irmãos, aquele que e diz verdadeiro pai, outros herdeiros. Ministério 
Público também. 
 
PODER FAMILIAR: Poder familiar é o instituto de ordem pública que atribui aos pais a função 
de criar, prover a educação de filhos menores não emancipados e administrar eventuais bens. É 
concebido como instituto de proteção e assistência à criança e ao adolescente e não como 
fórmula autoritária de mando para benefício pessoal. Não se trata apenas de um poder conferido 
ao pai e à mãe, mas sim, de um dever que deve ser exercido em igualdade de condições e no 
interesse dos filhos. 
 
Espécies: unilateral e compartilhada 
Art. 1.634 CC – função de ordem pública que não pode ser afastada ou negligenciada pelos pais 
Os deveres-poderes dos pais não se esgotam apenas no elenco do art. 1.634, CC, abrangendo 
também a condução moral e espiritual capaz de promover o desenvolvimento das 
personalidades dos filhos; usufruto e administração dos bens (arts. 1.689 a 1.693, CC), etc. Por 
isso, pode-se afirmar, que é instituto personalíssimo marcado pela temporariedade (art. 1.630, 
CC), pela irrenunciabilidade, pela indivisibilidade da titularidade, pela imprescritibilidade, 
podendo ser exercido desde a gestação (art. 8º., ECA), uma vez que a lei não fixa termo inicial. 
O poder familiar é função (‘munus’) irrenunciável, intransmissível e indelegável instituído em 
favor dos filhos e, por isso, sujeito a fiscalização e controle do Estado. 
Suspensão, modificação – Art. 1.637CC e 22 ECA- A suspensão ou modificação do poder familiar 
pode ocorrer quando por ordem judicial se priva um ou ambos os pais, temporariamente, do 
exercício (total ou parcial) do poder familiar, em benefício do filho a quem poderá ser nomeado 
curador especial. As medidas de suspensão e modificação são sempre temporárias e perdurarão 
enquanto durar as causas que lhe deram origem. 
Além da suspensão ou destituição do poder familiar, o pai ou mãe poderá ser condenado a pagar 
indenização por danos morais aos filhos em razão de maus tratos – abuso de direito. Art. 1.589 
CC 
1689 CC – pais são usufrutuários dos bens dos filhos 
1690 CC – representação ou assistência; 
1691 CCC – venda de bens de menores só mediante autorização judicial 
Perda e extinção do poder familiar – A perda ou destituição do poder familiar decorre de graves 
sanções impostas aos pais pela quebra no correto seu exercício – estabelece taxativamente o art. 
Art. 1.638 CC – divergente para Tatuce o rol é exemplificativo. 
A perda do poder familiar, em regra, é permanente e imperativa. No entanto, tem entendido a 
jurisprudência que embora permanente, não é definitiva, podendo o seu exercício ser 
restabelecido, se demonstrado judicialmente a regeneração do pai ou mãe ou o desaparecimento 
da causa que lhe deu origem. Frise-se, também, que a perda do poder familiar não exonera o 
destituído da obrigação alimentar. 
As causas de extinção do poder familiar vêm determinadas no art. 1.635, CC 
A extinção do poder familiar não se confunde com a sua destituição. A primeira marca o término 
do exercício do direito potestativo sobre o filho, enquanto a segunda significa o impedimento 
definitivo de seu exercício por decisão judicial 
 
GUARDA – art. 1583 e 1590 CC – “Atribuição dada a um ou ambos os genitores para gerir a vida 
de seus filhos menores, destinando-se à prestação de assistência material, moral e educacional 
ao menor” 
ESPÉCIES DE GUARDA: UNILATERAL OU EXCLUSIVA 
COMPARTILHADA e ALTERNADA. OBS: A lei nº 11.698/08 instituiu e incorporou ao Código Civil 
a guarda compartilhada 
DA GUARDA – direito ou do dever, que compete aos pais ou a um dos cônjuges, de ter em sua 
companhia ou de protegê-los, nas diversas circunstâncias indicadas na lei civil. E ‘guarda’ neste 
sentido, tanto significa custódia como a proteção que é devida aos filhos pelos pais – Art. 1.583 
CC 
É uma das atribuições do poder familiar e a dissolução da sociedade e do vínculo conjugal não 
modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos (art. 1.579, CC). 
Filhos havidos fora do casamento (arts. 1.611 e 1.612, CC) e quando decorrente da 
dissolução matrimonial (arts. 1.583 a 1.590). 
Guarda Unilateral (exclusiva ou monoparental): é atribuída ao genitor que aparente melhores 
condições de exercê-la, observado o melhor interesse do filho. Embora unilateral, não prevê a 
cisão ou a diminuição dos atributos do poder familiar (art. 1.583, §3º., CC), mas acaba facilitando 
a degradação do laço familiar com o genitor que não a detém, bem como, facilita a alienação 
parental (Lei n. 12.318/10). 
Guarda Compartilhada ou conjunta: foi instituída pela Lei n. 11.698/08, mas já era aceita e 
praticada pelos Tribunais brasileiros há significativo tempo. É modalidade que estabelece o 
exercício conjunto e igualitário do poder parental, embora o menor ou incapaz permaneça 
residindo com apenas um dos pais. Exige, portanto, relacionamento harmonioso entre os 
genitores. Gustavo Tepedino (2009, p. 18) afirma ser vantajosa esse tipo de guarda porque evita 
“a desresponsabilização do genitor que não permanece com a guarda, além de assegurar a 
continuidade da relação de cuidado por parte de ambos os pais”, prevenindo ou impedido a 
prática da alienação parental (Lei n. 12.318/10). 
Qualquer das formas de guarda pode ser requerida por consenso ou por qualquer dos genitores 
em ação de separação ou divórcio ou de forma autônoma (inclusive por meio de cautelar). Não 
havendo consenso, deve ser determinada pelo juiz em atenção aos interesses e necessidades dos 
filhos, devendo, se possível, optar pela guarda compartilhada – art. 1.584, CC. 
1- as novas núpcias do genitor não lhe fazem perder o direito de ter consigo os filhos (art. 1.588, 
CC); 
2- que o direito de (ou a) visita é conferido ao genitor que não possui a guarda, mas, para além 
de um direito do pai, é um direito dos filhos em manter a convivência afetiva com o seu genitor 
(art. 1.589, CC); 
3- o fator determinante na fixação de qualquer das modalidades de guarda deve ser o melhor 
interesse do menor ou incapaz, não sendo decisivos fatores econômicos ou eventual culpa 
apurada em processo de separação. 
Art. 1583 CC- guarda decorre de dissolução do casamento 
 
Lei n. 12.318/10: considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos 
avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância, 
se concretiza por meio de um processo que visa modificar a consciência dos filhos com o objetivo 
de reduzir – ou mesmo eliminar – os vínculos afetivos com o outro genitor – caso de inversão de 
guarda, responsabilidade civil e em casos graves a destituição do poder familiar (melhor 
interesse do menor) – art. 2º, 4º, 5º e 6º da lei alienação parental. Tramitação prioritária. Ação 
autônoma ou principal. DANO AFETIVO 
 
Adoção – Lei 12010/2009 – Nova Lei da adoção – revogou vários dispositivos do CC/02 (1620 
a 1629) – vínculo fictício de filiação, trazendo para sua família na condição de filho pessoa que 
geralmente é estranha. 
Ø Ato Jurídico – efeitos são apenas fixados em lei. 
Ø Adoção de menores e maiores – processo judicial. Adoção de pessoas com idade superior a 12 
anos – necessidade de ouvir o adotado. Não há mais ato extrajudicial de adoção. 
Foro competente: Vara da infância e Juventude – menores; Vara de Família – maiores. 
Adoção – medida excepcional e irrevogável. Somente maiores de 18 anos podem adotar, 
independente do estado civil 
– Adoção unilateral – só uma pessoa. 
– Adoção bilateral – casados ou união estável (homoafetivo).

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