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Direito Penal 1 - 1º NPC 
O que é o Direito Penal? 
Opção 1) O conjunto de normas jurídicas por meio das quais o Estado combate o crime sob ameaça da pena. 
Opção 2)Direito Penal é o conjunto de normas positivadas por parte do Estado que tendem a proteger os bens jurídicos mais importantes (vida, patrimônio, liberdade sexual, honra, etc), pelo fato desses bens serem importantes, o Estado pode punir (apenar) de maneira mais severa os infratores (os que lesam) tais bens. 
O que é uma Infração Penal? 
Todo fato contrário ao Direito é ÍLICITO, sendo contrário ao Direito penal, é um Ilícito penal/infração penal. Infração penal pode ser: 
↳ Crime = Delito (Ex: Homicídio) 
↳ Contravenção = Crimes menores, com menor potencial ofensivo. (Ex: Jogos de azar, maquina) 
Qual a principal característica do Direito Penal? 
A principal característica do Direito Penal é a PENA, por isso o nome deste ramo foi substituído para Direito PENAL. Em meados do séc. XIX era conhecido como “Direito Criminal”. 
Quais os tipos de sanções que são aplicadas nas Esferas listadas abaixo? 
Sanção Esfera Civil à Penalidade > O sujeito é penalizado. 
Sanção Esfera Penal à Pena > O sujeito é APENADO. (A pena é o meio de ação específico e predominante do Direito Penal. 
Mas, além dela, este ramo jurídico conta com outra sanção, qual seja, a medida de segurança (para o inimputável). 
É correto afirmar que “não há distinção entre a finalidade das sanções nas esferas citadas acima”? 
Não é correto afirmar que as sanções das duas esferas são as mesmas. Pois a: 
↳Sanção da Esfera Civil (Penalidade): Consiste na reparação. 
↳ Sanção da Esfera Penal (Pena/Apenar): Não se preocupa em reparar o dano, e sim em retribuir o dano causado pelo autor do crime. A pena é, portanto, a perda de um direito, imposta pelo Estado em razão da prática de uma infração penal. 
A sanção penal pode ser apresentada em 2 espécies, quais são? 
↳Pena, que pode ser aplicada ao imputável. 
↳Medida de Segurança (FEBEM),onde o meliante é inimputável(não pode ser punido, por falta de sanidade ou matur idade [18 anos] ). 
Quais são as ciências que auxiliam o Direito Penal? 
↳São elas: Política Criminal, Criminologia, Criminalística, Medicina Legal, Ciências auxiliares e a Psicologia Judiciária/Forense . 
↳Ciência Conjunta: existem outras disciplinas que, assim como o Direito Penal, tem relação com o crime e com o criminoso. Aqui serão citadas apenas duas delas, a título de conhecimento. 
Política Criminal: trata-se de uma estratégia de combate à criminalidade, servindo para verificar a eficácia das normas penais no que diz respeito à sua finalidade de distribuição de justiça e de atender aos interesses sociais. Trata-se de uma ciência de fins e meios: define a finalidade do Estado diante do problema do crime e quais são os meios necessários para realizá-la. Sugestões de aperfeiçoamento dos meios de combate à criminalidade. 
Criminologia: conjunto de conhecimentos relativos à natureza do delito, suas origens e seu processo como fato humano e social. Ciência empírica que pretende prestar uma informação válida e confiável sobre todas as variáveis que envolvem o crime, enquadrando-o como problema/fenômeno social. Estuda, ainda o criminoso, a vítima e os mecanismos de reação social à prática dos delitos. Analisa o crime como qualquer outra forma de conduta do homem em sociedade. Como toda forma de comportamento, o crime é resultado de uma composição de forças, da própria personalidade do indivíduo e do mundo que o cerca, que podem conduzi-lo à prática da ação criminosa. 
↳ Ciências auxiliares: disciplinas que servem à aplicação prática da norma penal, bem como à investigação criminal. Entre outras, são três, essencialmente. 
Medicina legal: conjunto de conhecimentos médicos aplicáveis às soluções de problemas jurídicos. Serve também a outros ramos do Direito. Ex: Psiquiatria Judiciária/Forense (trata das doenças e anomalias mentais do ponto de vista da aplicação da justiça). 
. Psicologia Judiciária/Forense: estuda os aspectos psicológicos de certos fatos do processo penal (e mesmo do civil), como o testemunho, a perícia, etc. Muitas vezes, refere-se à aplicação da psicologia em face das pessoas que participam do processo penal (especialmente na avaliação da credibilidade do testemunho). 
. Criminalística: técnica resultante da aplicação de várias ciências à investigação criminal. Serve à descoberta de crimes e identificação de criminosos. 
à Princípios do Direito Penal. ß 
1)Culpabilidade: 
↳Significa que ninguém será punido se não tiver agido com DOLO ou CULPA, no sentido estrito(negligência, imprudência ou imperícia). 
↳Resumindo, não há pena sem culpabilidade. 
2)Ofensividade / lesívidade 
↳ Princípio segundo o qual só há crime havendo dano. 
↳O direito penal tutela bens jurídicos, só tendo cabimento sua intervenção quando exista conduta que venha a lesar ou colocar em perigo tais bens jurídicos. 
↳O Estado tutela os bens jurídicos. 
↳Bem Jurídico penal: vida, patrimônio, honra, fé publica, etc.. 
3)Humanidade / Humanização da pena. 
↳Está proibida qualquer pena de caráter cruel ou degradante. 
↳Não pode ser rígida ao cidadão. 
4) Intervenção mínima. 
↳É a última opção. 
↳O Direito Penal deve intervir minimamente na vida em socied ade. 
4.1 Fragmentariedade 
↳Deve tutelar uma parte dos problemas da sociedade (os de maiores gravidades). 
4.2 Subsidiaridade 
↳Última opção do Estado. 
↳Só deve agir depois que os demais ramos na área do direito forem ineficazes. 
↳A pena é a sanção de maior gravidade de todo ordenamento, por isso, não pode ser utilizada em qualquer bobeira. 
5)Insignificância / Bagatela. 
↳O individuo não será merecedor de uma pena. Ex: Roubar uma caneta bic não atingirá de forma significativa o bem jurídico penal. 
6)Princípio da Individualização da Pena. 
↳A pena deve recorrer à cada indivíduo , individualmente. 
Primeira Fase: Legislativa. 
↳Responsabilidade do legislador. 
↳Estabelecer o tipo de pena e o tempo. (Cominação da Pena) Ex: homicídio , é preciso prever uma pena para a pratica dessa conduta. 
Segunda Fase: Judiciária . 
↳Juiz da Aplicação. 
↳Vai considerar todas as circunstâncias do réu e estabelecer o ponto de pena.( Ex: Estipular 13 anos de prisão, em um homicídi o que a pena varia de 6 a 20 anos.) 
Terceira Fase: Administrativa. 
↳Juiz de Execução. 
↳Vai verificar se as pessoas estão cumprindo suas penas, e então vai administrar-las. 
7)Princípio da Proporcionalidade. 
↳O legislador deve obedecer uma proporção entre a pena cominada e a gravidade do delito. (Proporcional) 
8)Princípio da Adequação Social. 
↳O contexto justifica a conduta. 
↳Por exemplo uma mulher sem blusa no carnaval, ela não será penalizada, pois o contexto justifica a conduta (retira a prática ilícita dessa conduta). 
Princípio da Legalidade (Reserva Legal). 
↳Não existe pena sem que ela tenha sido cominada pelo legislador. 
↳Não existe pena a alguém que cometeu um ‘’crime’’, que não esteja legislado. 
↳Para que haja aplicação da pena, ela já deve existir. 
Consequentemente deve ser: 
↳Prévia (existir antes do ato). 
↳Certa (precisa, não conter termos duvidosos). 
↳Estrita (proibir analogias em desfavor do réu). 
↳Escrita(positivada, para fundamentar). 
è Fins do Direito Penal. ß 
↳. O fim do Direito Penal é a defesa da sociedade, realizada por meio da proteção dos bens jurídicos fundamentais (interesses fundamentais do indivíduo e da sociedade que possuem elevado valor social). Proteção da convivência humana em sociedade. Esta tutela se faz pela criminalização de condutas sob a ameaça da imposição de uma pena. (Tutelar os interesses da sociedade, criminalizando atitudes ilícitas) 
Teorias da Pena: Teoria Absoluta da Pena 
↳Retributiva: 
é a retribuição do mal causado (causou um dano terá que ser castigado). 
↳Relativa/ da prevenção: a pena tem a finalidade de prevenir o crime. Teoria Relativa possui 2 naturezas.↳Geral: mostrar a sociedade que um crime terá uma pena, servindo de exemplo. 
↳Especial: exclusivamente para o indivíduo que cometeu o crime não voltar a praticá-lo. 
Teoria Mista. 
↳Pena é um castigo que tem a função de prevenir a prática de novos crimes. 
Teorias Contemporâneas. 
1) Teoria Agnóstica da Pena: 
↳Direito Penal como ele existe atualmente, é tão opressor que é difícil visualizar uma prevenção. 
↳Ele é sem propósito. 
↳Representa a força do estado. 
↳Deve haver uma mudança no Direito Penal. 
2)Teoria Abolicionista: 
↳Prega o fim do Direito Penal. 
↳Assuntos tratados no Direito Penal podem ser administrados por outras áreas, e de forma mais branda. 
3)Teoria Ressocializadora: 
↳Evitar que o sujeito que praticou um crime volte a cometê-lo. 
↳Adotar mecanismos para reinserir na sociedade o praticante do crime. 
4)Teoria do Garantismo Penal. 
↳Diz que o Direito Penal deve se limitar ao que for estritamente necessário. 
↳Não deve violar qualquer direito fundamental. Deve procurar atender à: 
↳Prevenção geral: proteger a sociedade como um todo. 
↳Proporcionalidade: crime e pena proporcionais. 
↳Humanidade. 
à Lei Penal no Tempo. ß 
↳Serve para que se saiba o tempo do crime, para que saiba por quanto tempo a pena vai reger o criminoso. 
↳Ela tem que existir antes fato (ser prévia). 
↳Não há crime se não houver lei anterior. Conflitos da Lei Penal no Tempo. Haverá conflito de leis penais no tempo quando, posteriormente à prática do crime, houver mudança de lei penal no que se refe re ao tratamento disposto àquele delito. . São quatro as hipóteses de conflitos de lei penal no tempo. 
1)Abolitio criminis. 
↳Lei posterior deixa de considerar como criminosa conduta que, ao tempo do crime, assim o era considerada. Neste caso, a lei posterior – uma vez que mais favorável ao indivíduo – irá retroagir para produzir efeitos em um momento anterior ao seu tempo, de forma a beneficiá-lo. 
2)Novatio legis incriminadora. 
↳Lei posterior passa a considerar como criminosa conduta que, ao tempo do seu cometimento, não o era. Neste caso, a lei anterior irá ultragir para produzir efeitos após o seu tempo, de forma a beneficiar o indivíduo. 
↳Praticou um fato, e depois de praticado surge uma lei dizendo que o fato que não era crime passou a ser, não acontece nada co m o praticante do ato antes da lei escrita. 
↳A lei anterior irá ultragir (agir após o seu tempo). 
Novatio legis in mellius. 
↳Em comparação à lei do tempo do crime. 
↳Lei penal posterior passa a dar tratamento menos severo àquele mesmo fato criminoso. Neste caso, a lei posterior – uma vez que mais favorável ao indivíduo – irá retroagir para produzir efeitos em um momento anterior ao seu tempo, de forma a beneficiá-lo. 
Novatio legis in pejus. 
↳Em comparação à lei do tempo do crime 
↳Lei penal posterior passa a dar tratamento menos severo àquele mesmo fato criminoso. Neste caso, a lei anterior irá ultragir para produzir efeitos após o seu tempo, de forma a beneficiar o indivíduo. A Lei sempre deverá favorecer o prisioneiro.
à Leis Excepcionais e Temporárias. ß 
Lei Excepcional: 
é aquela que é criada em decorrência da ocorrência de alguma excepcionalidade nas ociedade, e produzirá efeitos somente enquanto durar a excepcionalidade que justificou sua criação. Lei Temporária: é aquela que é criada com tempo de vigência preestabelecido no próprio texto legal, produzindo efeitos somente durante aquele período de tempo. Em ambos os casos, trata-se de exceção à regra da retroatividade da lei penal mais benéfica: uma vez que a lei excepcional ou a lei temporária não estejam mais em vigor, continuarão produzindo efeitos sobre os crimes ocorridos ao seu tempo, independentemente do fato de darem tratamento mais severo àquele caso. As leis excepcionais e temporárias sempre irão ultragirpara continuarem a produzir efeitos sobre os fatos ocorridos enquanto vigiam. 
à NORMA PENAL EM BRANCO ß Norma penal em branco é uma lei incompleta que precisa de um complemento, e tal complemento tem que ser extra-penal, ou seja, ele tem que vir de FORA da fonte penal. 
Ex: Art 33 da lei 11.343/06 Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, trasportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. - Pena: reclusão de 5 a 15 anos e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa. 
Esta lei fala que é proibida importar, vender, oferecer, drogas, mas nem nesta, e em nenhuma outra fonte penal, define quais são as drogas, ou o que é considerado droga. É uma portaria do Ministério da saúde que diz quais são as drogas consideradas ilícitas, isso não está na lei penal, então é uma lei penal em branco! 
à Lei Penal no Espaço ß 
Segundo o princípio da territorialidade, a lei penal pátria deve ser aplicada dentro do território nacional, respeitando -se os tratados e convenções estrangeiras, quando existentes. São considerados como parte do território nacional as aeronaves e embarcações públicas, além das aeronaves e embarcações privadas. A Lei Penal Brasileira será sempre aplicada em embarcações e aeronaves estrangeiras que estiverem de passagem pelo território nacional. Já o princípio da extraterritorialidade prevê a aplicação da Lei Penal Brasileira a fatos criminosos praticados no estrangeiro, desde que cometidos contra o representante do governo brasileiro, ou contra as instituições que compõem a União, os Estados e os Municípios. Aplica-se também a Lei Penal Brasileira nos atos praticados por, ou contra, brasileiros no exterior, sem prejuízo das previsões contida s no artigo 7º do CPB. 
Complemento: O princípio da territori alidade, diz que em regra, aplicamos a lei do território nacional. 
No que se diz respeito à determinação do lugar onde o crime foi cometido, considera - se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo, ou em parte, bem como onde se produziu o deveria se ter se produzido o resultado. Ou seja, temos um critério Híbrido (Tanto lugar da ação ou omissão, quanto lugar do resultado). 
E as embarcações e aeronaves? 
As embarcações e aeronaves brasileiras, públicas ou a serviço do governo brasileiro são extensões do território nacional, onde que que se encontrem , e as de proprieda de privada, respectivamente, quando em alto-mar ou sobrevoando o alto-mar (art 5º § 1º, do CP) 
Artigo 7º do código penal brasileiro 
O princípio da territorialidade não é único, o artigo sete do código penal traz algumas disposições acerca do tema.

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