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Exercicios Sociologia Juridica e Judiciaria

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Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA JURÍDICA 
E JUDICIÁRIA
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA1 1Caderno de Exercicios ssjSARAIVA1 1 3/1/2008 10:28:403/1/2008 10:28:40
Expediente
Curso de Direito — Coletânea de Exercício
Coordenação Geral do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá
Prof. André Cleófas Uchôa Cavalcanti
Coordenação do Projeto
Núcleo de Qualificação e Apoio Didático-Pedagógico
Coordenação Pedagógica
Profa. Tereza Moura
Organização da Coletânea
Professores da Disciplina, sob a coordenação da Profa. Hustana Maria Vargas
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA2 2Caderno de Exercicios ssjSARAIVA2 2 3/1/2008 10:28:413/1/2008 10:28:41
CARO ALUNO
A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito, 
é centrada na articulação entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o 
raciocínio jurídico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos vários ramos do 
Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, a análise de concei-
tos, bem como a discussão de suas aplicações.
O objetivo é preparar os alunos para a busca de resoluções criativas a partir 
do conhecimento acumulado, com a sustentação por meio de argumentos coe-
rentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser possível tornar as aulas mais 
interativas e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido. 
Na formação dos futuros profissionais, entendemos que não é papel 
do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá tão somente oferecer 
conteúdos de bom nível. A excelência do curso será atingida no momento 
em que possamos formar profissionais autônomos, críticos e reflexivos.
Para alcançarmos esse propósito, apresentamos a Coletânea de Exer-
cícios, instrumento fundamental da Metodologia do Caso Concreto. Ela 
contempla a solução de uma série de casos práticos a serem desenvolvidos 
pelo aluno, com auxílio do professor. 
Como regra primeira, é necessário que o aluno adquira o costume de 
estudar previamente o conteúdo que será ministrado pelo professor em sala 
de aula. Desta forma, terá subsídios para enfrentar e solucionar cada caso 
proposto.O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar 
de maneira disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.
A tentativa de solucionar os casos em momento anterior à aula exposi-
tiva, aumenta consideravelmente a capacidade de compreensão do discente. 
Este, a partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá me-
lhores condições de, não só consolidar seus conhecimentos, mas também 
dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente 
acadêmico mais rico e exitoso.
Além desse, há outros motivos para a adoção desta Coletânea. Um se-
gundo a ser ressaltado, é o de que o método estimula o desenvolvimento da 
capacidade investigativa do aluno, incentivando-o à pesquisa e, consequen-
temente, proporcionando-lhe maior grau de independência intelectual.
Há, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudan-
ças no mundo do conhecimento — e, por conseqüência, no universo jurídico 
— exigem do profissional do Direito, no exercício de suas atividades, en-
frentar situações nas quais os seus conhecimentos teóricos acumulados não 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA3 3Caderno de Exercicios ssjSARAIVA3 3 3/1/2008 10:28:413/1/2008 10:28:41
serão, per si, suficientes para a resolução das questões práticas a ele confiadas. 
Neste sentido, e tendo como referência o seu futuro profissional, considera-
mos imprescindível que, desde cedo, desenvolva hábitos que aumentem sua 
potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com essa realidade. 
E isto é proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.
No que se refere à concepção formal do presente material, esclarece-
mos que o conteúdo programático da disciplina a ser ministrada durante o 
período foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada uma delas chama-
remos “Semana”. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor 
ministrará o conteúdo condizente a Semana no 1. Na segunda, a Semana no 2, 
e, assim, sucessivamente.
O período letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato 
de termos dividido o programa da disciplina em 15 partes não foi por 
acaso. Levou-se em consideração não somente as aulas que são destinadas 
à aplicação das avaliações ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as 
necessidades pedagógicas de cada professor.
Isto porque, o nosso projeto pedagógico reconhece a importância de 
destinar um tempo extra a ser utilizado pelo professor — e a seu critério 
— nas situações na qual este perceba a necessidade de enfatizar de forma 
mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, 
seja por ter observado na turma um nível insuficiente de compreensão.
Hoje, após a implantação da metodologia em todo o curso no Estado 
do Rio de Janeiro, por intermédio das Coletâneas de Exercícios, é possí-
vel observar o resultado positivo deste trabalho, que agora chega a outras 
localidades do Brasil. Recente convênio firmado entre as Instituições que 
figuram nas páginas iniciais deste caderno, permitiu a colaboração dos 
respectivos docentes na feitura deste material disponibilizado aos alunos. 
A certeza que nos acompanha é a de que não apenas tornamos as aulas mais 
interativas e dialógicas, como se mostra mais nítida a interseção entre os 
campos da teoria e da prática, no Direito. 
Por todas essas razões, o desempenho e os resultados obtidos pelo alu-
no nesta disciplina estão intimamente relacionados ao esforço despendido 
por ele na realização das tarefas solicitadas, em conformidade com as orien-
tações do professor. A aquisição do hábito do estudo perene e perseverante, 
não apenas o levará a obter alta performance no decorrer do seu curso, como 
também potencializará suas habilidades e competências para um aprendiza-
do mais denso e profundo pelo resto de sua vida.
Lembre-se: na vida acadêmica, não há milagres; há estudo com perse-
verança e determinação. Bom trabalho.
Coordenação Geral do Curso de Direito
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA4 4Caderno de Exercicios ssjSARAIVA4 4 3/1/2008 10:28:413/1/2008 10:28:41
PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO 
DAS COLETÂNEAS DE EXERCÍCIOS
1. O aluno deverá desenvolver pesquisa prévia sobre os temas 
objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislação, a doutrina 
e a jurisprudência e apresentar soluções, por meio da resolução dos 
casos, preparando-se para debates em sala de aula. 
2. Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa do 
professor o material relativo aos casos pesquisados e pré-resolvidos, para 
que o docente rubrique e devolva no início da própria aula.
3. Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o 
professor, o aluno deverá aperfeiçoar o seu trabalho, utilizando, ne-
cessariamente, citações de doutrina e/ou jurisprudência pertinentes 
aos casos.
4. A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito 
de lançamento dos graus respectivos (zero a dois), independentemen-
te do comparecimento do aluno às provas.
5. Até o dia da AV1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá en-
tregar o conteúdo do trabalho relativo às aulas já ministradas, anexando 
os originais rubricados pelo professor, bem como o aperfeiçoamento dos 
mesmos, organizado de forma cronológica, em pasta ou envelope, devida-
mente identificados, para atribuição de pontuação (zero a dois), que será 
somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a oito). 
6. A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero a 
dois) será a média aritmética entre os graus atribuídos aos exercícios 
apresentados até a AV1 e a AV2 (zero a dois).
7. As AV1, AV2 e AV3 valerão até oito pontos e conterão, no 
mínimo, três questões baseadas nos casos constantes da Coletânea de 
Exercícios.
Coordenação Geral do Curso de Direito
Caderno deExercicios ssjSARAIVA5 5Caderno de Exercicios ssjSARAIVA5 5 3/1/2008 10:28:413/1/2008 10:28:41
SUMÁRIO
SEMANA 1
Direito Positivo e sociedade: a Sociologia Jurídica 
e Judiciária no campo das Ciências Sociais. 9
SEMANA 2
Sociologia Jurídica do Conflito. Litigiosidade 
social e composição de conflitos. 10
SEMANA 3
Produção e distribuição social do Direito. Monismo 
e pluralismo jurídico: justiça formal e justiça comunitária. 13
SEMANA 4
Os poderes legislativo e judiciário em suas funções de
produção e distribuição da ordem jurídica. Processo 
de escolha dos legisladores, qualidade do sistema 
eleitoral e da produção legislativa brasileira. 18
SEMANA 5
Papel social e político do Poder Judiciário. Sistema de escolha 
dos magistrados e garantias constitucionais dos magistrados. 20
SEMANA 6
Sociologia das profissões jurídicas. Revisão dos 
paradigmas de formação e dos perfis profissionais. 22
SEMANA 7
Dinâmica social da norma e das instituições de direito. Eficácia 
das normas jurídicas e seus efeitos sociais. Fatores que ampliam 
as chances de eficácia e de produção de efeitos positivos. 25
SEMANA 8
Efeitos negativos da norma. O círculo vicioso impunidade-ilicitude. 27
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA7 7Caderno de Exercicios ssjSARAIVA7 7 3/1/2008 10:28:413/1/2008 10:28:41
SEMANA 9
Instituições de Direito e sociedade brasileira. 
Democratização do judiciário e acesso à Justiça. 28
SEMANA 10
Participação popular e controle da administração 
da Justiça: opinião pública sobre o Direito, a Justiça 
e as instituições jurídicas. 31
SEMANA 11
Sociologia Jurídica da vida econômica: transformações 
da propriedade e relações de trabalho. 33
SEMANA 12
Sociologia Jurídica da vida política: Estado e sociedade. 
Espaço público e politização das relações comunitárias. 
Movimentos sociais, Cidadania e Direitos Humanos 
no Brasil. 36
SEMANA 13
Sociologia Jurídica da vida privada: transformações 
nas relações do cotidiano.
SEMANA 14
Sociologia Jurídica e desvio social: o caso 
brasileiro e a economia global do crime. 42
SEMANA 15
Sociologia Jurídica e a luta pela mundialização do Direito. 43
40
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA8 8Caderno de Exercicios ssjSARAIVA8 8 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
Sociologia Jurídica e Judiciária
9
SEMANA 1
Direito Positivo e sociedade: a Sociologia Jurídica e Judiciária no 
campo das Ciências Sociais.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta 
aula, faça, inicialmente, a leitura das Lições 2 e 3 do livro de SABA-
DELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma lei-
tura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003, e do capítulo 1 do livro 
de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de 
Janeiro: Forense, 2004.
Referência complementar: para se familiarizar com a temática da 
Sociologia Jurídica, visite o site: <http://sociologiajur.vilabol.uol.com.br/>. 
Caso 1
“A relação do direito com a sociologia faz o jurista ter uma visão 
mais complexa e menos formalista da realidade social, questionan-
do o dogmatismo técnico-formal, e, por outro lado, a relação da so-
ciologia com a norma positiva faz o sociólogo ter, por sua vez, uma 
visão mais complexa dos níveis formalizadores da vida social, sendo, 
o jurídico, um desses níveis cada vez mais presente nas sociedades 
contemporâneas” (ALVIM, Joaquim Leonel de Rezende. O discurso 
dos magistrados trabalhistas sobre as transformações da categoria so-
ciojurídica trabalho. In: MELLO, Marcelo. (Org.). Justiça e Sociedade: 
temas e perspectivas. São Paulo: LTr, 2001).
a) Com base no texto apresentado, faça uma análise da afirma-
tiva enfocando o Direito sob o ponto de vista da Sociologia 
Jurídica e Judiciária. 
 b) Analise a importância da Sociologia Jurídica e Judiciária para os 
que militam no Direito e para a sociedade em geral.
Caso 2
“Não é exagero afirmar que, sem as lutas pelos direitos humanos 
— agora nas suas dimensões sociais, como o direito de todos à educação, à 
saúde, a um meio ambiente de qualidade etc. —, nossas sociedades teriam 
configuração muito diferente da atual, com um recorte muito menos libe-
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA9 9Caderno de Exercicios ssjSARAIVA9 9 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
10
ral e democrático. Neste processo, o que se define como sociedade civil, 
isto é, aquele conjunto de atores sociais cuja esfera de ação se distingue 
da esfera estatal e da esfera privada do mercado, configurando um espaço 
próprio de intervenção, configurou-se essencialmente a partir das lutas e 
conflitos sociais que têm no Direito e na Justiça certamente um de seus 
principais fundamentos.” (MELLO, Marcelo Pereira de (Org.). Justiça e 
Sociedade: Temas e Perspectivas. São Paulo: LTr, 2001).
Analise a importância do Direito Positivo para a vida em socieda-
de, tendo em vista o regramento da conduta humana na vida social.
SEMANA 2 
Sociologia Jurídica do Conflito. Litigiosidade social e composição 
de conflitos.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 2 do livro de CAVALIERI FILHO, 
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
Referências complementares: procure conhecer a legislação so-
bre Juizados Especiais e arbitragem. Consulte sites sobre arbitragem, 
mediação e conciliação, como: <http://www.conciliar.cnj.gov.br/
conciliar/index.jsp> e <http://www.crasp.com.br/mediacao_arbitra-
gem/links_arbitragem.htm>.
Caso 1
“Solução Imediata” obtém 70% de acordos em reclamações en-
volvendo telefonia fixa (Notícias do TJRS. Disponível em: <http://
www.tj.rs.gov.br/site_php/noticias/mostranoticia>). 
Experiência-piloto que objetiva resolver problemas relacionados 
a serviços de telefonia fixa, o projeto “Solução Imediata” obtém mais 
de 70% de acordos ainda na fase pré-processual. A iniciativa destina-
se a reclamações envolvendo a Brasil Telecom e disponibiliza, no Foro 
Central da Capital, uma sala de atendimento aberta a qualquer clien-
te que pretenda solucionar alguma pendência com a empresa. 
Grande parte dessa demanda chega inicialmente aos Juizados Espe-
ciais Cíveis (JECs) do Foro Central, que encaminham os consumidores 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA10 10Caderno de Exercicios ssjSARAIVA10 10 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
Sociologia Jurídica e Judiciária
11
para a busca de um entendimento preliminar com a companhia telefônica, 
antes de ajuizarem ação. Desde a segunda quinzena de janeiro de 2006, 
quando a iniciativa entrou em funcionamento, até o final do mês de outu-
bro, ocorreram 1.054 atendimentos e 957 acordos, dos quais 645 já foram 
homologados pelos magistrados que atuam nos 2o, 3o, 4o e 5o JECs.
“É um 0800 ao vivo, com atendimento pessoal”, define o Juiz de 
Direito José Vinicius Andrade Jappur, que atua no 5o JEC da Capital 
e preside a Comissão Permanente de Conciliação no 1o Grau. “O 
grande sucesso do projeto é conseguir, ainda na fase pré-processual, 
a solução de eventuais litígios”, enfatiza. Desde o início do “Solução 
Imediata”, foram distribuídos nos JECs 1.234 processos envolvendo 
a empresa. O Juiz Jappur salienta que, “se não houvesse os acordos, 
essas reclamações seriam transformadas em processos”.
Como funciona: Questões operacionais que não envolvam dano 
moral, como transferência de linha telefônica, parcelamento de dívi-
das, desconstituição e devolução de valores, são direcionadas primei-
ro para atendimento pela companhia telefônica. Dois funcionários da 
empresa recebem os clientes, buscando chegar a um consenso e evitar 
o ajuizamento da ação. Se obtido, o acordo é encaminhado para ho-
mologação por magistrado do JEC. 
O projeto “Solução Imediata” alia-se à campanha que vem sendo 
difundida em todo o JudiciárioNacional pela conciliação. Assim sendo: 
a) De acordo com o exposto no texto, qual a importância da adoção 
de meios alternativos de composição de conflitos?
b) Classifique a conciliação, dentre os critérios de composição 
estudados, diferenciando-a do critério jurídico.
Caso 2
Transexual obtém direito a alterar nome e sexo no registro civil 
(Notícias do TJRS. Disponível em: <http://www.tj.rs.gov.br/site_php/
noticias/mostranoticia>). 
Pessoa que retirou seu órgão masculino e tem comportamento 
feminino obteve autorização da 8a Câmara Cível do TJRS para alte-
ração de sexo e nome em sua documentação civil. A determinação 
deve ser efetuada pelo Ofício de Registro Civil, e a situação anterior 
não deverá ser informada quando forem fornecidas certidões. O jul-
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA11 11Caderno de Exercicios ssjSARAIVA11 11 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
12
gamento ocorreu hoje (17/8), quando foi apreciada apelação do autor 
do pedido negado em 1o Grau, sob o argumento de que a cirurgia 
ainda não havia sido realizada.
A transgenitalização, que consiste na remoção do órgão genital 
masculino, foi realizada após a sentença, no dia 10 de fevereiro deste 
ano. Para o relator do recurso, Desembargador Claudir Fidélis Fac-
cenda, ante a falta de regramento específico no sistema jurídico brasi-
leiro, a ocorrência do procedimento cirúrgico é o marco identificador 
da adequação do sexo biológico de nascimento ao sexo psicossocial. 
Em minucioso voto, o magistrado cita jurisprudência do TJRS e 
conceitua transexualismo: “significa que há uma transposição na cor-
relação do sexo anatômico e psicológico, ou seja, a pessoa tem o corpo 
de um sexo, porém sente-se como pertencente ao sexo oposto”.
O Hospital de Clínicas de Porto Alegre atestou que o paciente, 
nascido do sexo masculino, é portador do diagnóstico de transexua-
lismo e cumpriu a exigência do Conselho Federal de Medicina em ser 
acompanhado por equipe multidisciplinar durante dois anos. Diz o 
documento que entrevistas individuais, reuniões em grupo e entre-
vistas com familiares evidenciaram que o paciente desempenha na 
sociedade papel de cunho nitidamente feminino. 
“Verifica-se que R.S.S. sente-se como mulher e, além de tudo, apre-
senta-se como mulher perante a sociedade. Não é mais fisiologicamente 
homem tendo em vista a realização da cirurgia, que era justamente o 
que faltava, já que, psicologicamente, se percebia como mulher”, anali-
sa o relator. “O chamado ‘sexo registral’ não mais se justifica, nem psi-
cologicamente, nem tampouco anatomicamente”. Assinalou que a pro-
cedência da ação tornará jurídica uma situação que já existe de fato. 
Ainda não foi regulamentada em lei a possibilidade da mudança de 
nome e sexo no registro civil, gerando dificuldades e constrangimento 
para aqueles que se submeteram à transgenitalização. Porém, a função 
real do Direito é social, na forma dos artigos 4o e 5o da Lei de Introdu-
ção ao Código Civil. Transcreva estes artigos e depois responda:
 a) Qual a importância do conhecimento sociojurídico no 
caso de lacunas de lei? 
 b) A previsão destes artigos se aplica aos outros tipos de com-
posição de conflito? Por quê? 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA12 12Caderno de Exercicios ssjSARAIVA12 12 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
Sociologia Jurídica e Judiciária
13
SEMANA 3
Produção e distribuição social do Direito. Monismo e pluralismo 
jurídico: justiça formal e justiça comunitária.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura da Lição 5 e do item 2 da Conclusão do livro 
de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a 
uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003 e do capítulo 3 
do livro de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. 
Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
Referências complementares: WOLKMER, Antonio Carlos. 
Pluralismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no direito. 2. ed. 
São Paulo: Alfa-Ômega, 1997; FALCÃO, Joaquim de Arruda. Justiça 
social e justiça legal: conflitos de propriedade no Recife. In: SOUSA 
JUNIOR, José Geraldo de (Org.). O Direito achado na rua. Brasília: 
UnB, 1988. p. 113 a 116; e SANTOS, Boaventura de Sousa. Notas 
sobre a história jurídico-social de Pasárgada. Idem.
Caso 1
Texto 1 — Presidente do TJ afirma que forças instituídas estão 
vencendo o crime organizado no Rio (TJ-RJ — Assessoria de Imprensa 
— 19 set. 2002).
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Mar-
cus Faver, avaliou a operação de captura de Elias Pereira da Silva, o 
Elias Maluco, como uma demonstração de que as forças constituídas 
do Estado do Rio de Janeiro estão buscando uma reversão contra o 
crime organizado, fazendo com que os criminosos sejam levados à 
Justiça e que respondam pelos delitos praticados.
Ele afirmou que esta reação nasceu com a atitude da juíza Sônia 
Maria Garcia Gomes Pinto, da 1a Vara Criminal de Bangu, que foi a 
primeira a determinar a busca e apreensão de celulares e armas que 
estavam no presídio. Segundo o presidente, a juíza também deter-
minou a substituição dos dirigentes de Bangu I, identificando desde 
logo uma administração comprometida com o crime organizado. “Isto 
aflorou uma situação fática que estava contaminando as instituições 
de segurança no Estado do Rio de Janeiro”, destacou.
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA13 13Caderno de Exercicios ssjSARAIVA13 13 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
14
Segundo ele, quando se percebe que as organizações criminosas 
determinam o fechamento do comércio, a paralisação de escolas pú-
blicas e de hospitais e impedem a circulação de ônibus, tudo isso 
é chamado de poder paralelo que tenta se confrontar com o poder 
instituído. “Cabe a nós, do poder instituído, reverter, se possível, ani-
quilar esse poder paralelo para a tranqüilidade de todos”, ressaltou.
Texto 2 — Pluralismo jurídico: uma análise de práticas em Nova 
Misericórdia (OLIVEIRA, Murilo Carvalho Sampaio. Disponível em: 
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7502>). 
Numa brevíssima contextualização histórica, a Ilha de Itapari-
ca, que é uma ilha marítima e área de patrimônio da União Federal, 
sempre teve ações de grilagem de terras realizadas por fazendeiros que, 
além do poder econômico e político, abusavam da desinformação da 
população nativa, para, como ocorrido em alguns casos, vender lotes e 
logo após tomá-los à força. Com a chegada a Itaparica de ex-lideranças e 
militantes de movimentos urbanos e agrários provenientes de Salvador 
e de sua região metropolitana, os trabalhadores rurais começariam a 
tentar mudar esta história. Realizaram reuniões, discussões, mobiliza-
ções e, fundamentalmente, com a participação de muitas pessoas vindas da 
periferia de Salvador, constituíram um movimento de trabalhadores em 
luta pela terra, filiado à Coordenação Estadual dos Trabalhadores 
Acampados e Assentados — CETA. 
Em junho de 2003, cansados de dormir em barracas de lona às 
margens da Rodovia, os trabalhadores da ocupação, que denomina-
ram Nova Misericórdia, decidiram ocupar o barracão da fazenda, que 
estava abandonado. Depois de conquistado o barracão, resolveram 
ocupar a também abandonada sede da fazenda, simbolizando uma 
vitória — ainda que provisória — em sua luta. Até a presente data, não 
há nenhuma medida liminar de reintegração de posse. Intui-se que 
outro cântico tradicional dos movimentos de luta pela terra irá se 
cumprir: “O nosso Direito vem, o nosso Direito vem, se não vir nosso 
Direito, o Brasil perde também”.
Nova Misericórdia tem como instâncias de decisão políticas: a assem-
bléia, espaço político máximo e democrático, realizado em reuniões no 
último domingo de cada mês e em outras extraordinárias, na qual a parti-
cipaçãoé aberta e as decisões, quando não há consenso, são deliberadas 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA14 14Caderno de Exercicios ssjSARAIVA14 14 3/1/2008 10:28:423/1/2008 10:28:42
Sociologia Jurídica e Judiciária
15
por maioria simples; uma coordenação, composta por três pessoas eleitas 
pela assembléia que exercem funções executivas; comissões, grupos de tra-
balho divididos em temáticas, como alimentação, segurança, educação, 
entre outros, que desenvolvem ações necessárias à existência do acampa-
mento, como preparação coletiva da alimentação ou organização da esca-
la da segurança do acampamento; delegados de áreas, representantes das 
quatro áreas em que foi dividida a fazenda ocupada, que devem fiscalizar 
a utilização da terra e dividir e entregar os lotes aos novos ingressos. Nota-
damente, percebe-se nesta estrutura política uma cultura assembleísta.
A convivência social, a diversidade e diferença invariavelmente 
provocam conflitos e disputas entre os membros de qualquer coletivi-
dade. Em Nova Misericórdia, os conflitos são apresentados em assem-
bléia, quando as instâncias anteriores não conseguiram resolver tal 
conflito ou quando não ocorreu a própria autocomposição. Às vezes, 
uma conversa do coordenador ou delegado de área com o sujeito que 
provoca o conflito produz uma solução mais rápida. São exemplos 
ilustrativos de conflitos internos: violência contra mulher, resolvida 
através do diálogo do coordenador e ameaça de expulsão do acampa-
mento; pequenos furtos, dificilmente solucionados, mas combatidos 
com discursos de solidariedade e respeito em reuniões; disputas por 
posses, decididas pelos delegados de área ou assembléia. 
A produção normativa tem, como paradigma, o Regimento da 
CETA, e, como norma fundamental, o regimento interno, aprovado em 
assembléia e apresentado aos novos ingressos no movimento para decla-
ração de respeito ao regimento. Este simples documento dispõe sobre 
procedimentos e regras básicas, a exemplo da proibição de venda de pos-
se ocupada ou utilização de drogas e respeito às decisões da assembléia. 
Não há outros documentos normativos escritos, uma vez que as decisões 
da assembléia sobre os conflitos internos são as verdadeiras normas do 
movimento, que são novamente utilizados, na qualidade de precedentes, 
quando ocorre novo conflito semelhante a outro já decido. 
Dessa forma, o Direito em Nova Misericórdia não é abstrato, ge-
nérico e impessoal, pelo contrário, tem natureza concreta e especial-
mente dirigida aos envolvidos no conflito. Com tais inversões, conse-
gue-se concretizar na decisão das assembléias uma Justiça Social, que 
representa inteiramente a vontade daquela comunidade. Este direito 
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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é bem mais eficaz e adequado à situação em que é aplicado, porque é 
justamente construído e moldado para exatamente esta situação.
No que tange à aplicação de tais decisões, encontrar-se-ão as 
maiores dificuldades para a efetividade desta concepção de Direito. 
A coercibilidade de tal deliberação é garantida pela coesão e força 
de toda a comunidade, a qual deverá executar e, quando necessário, 
usar da coerção para efetivar suas decisões. Ocorre que, em alguns ca-
sos, principalmente nos momentos de dispersão e enfraquecimento, 
certas decisões não são cumpridas, sendo exemplar a deliberação da 
expulsão de membros que não é executada, em face da inexistência 
momentânea da capacidade de coerção da comunidade.
1. Com relação ao grupo social que cria as regras de conduta, os 
textos expressam uma visão monista ou pluralista do direito?
2. As situações narradas, em termos de produção de normas de 
conduta, são distintas. Estabeleça as diferenças na forma dessa 
produção e discuta sobre a pertinência ou não desse processo, 
do ponto de vista das sociedades afetadas.
Caso 2
Perspectiva sociológica e pluralismo jurídico: a necessidade de supe-
ração do bacharelismo-tecnicista na formação do profissional do direito 
(NOVAES, Elizabete David. Revista Sociologia Jurídica, jul.-dez. 2005).
Podemos afirmar que a Sociologia, voltada para a compreensão 
do fenômeno jurídico, representa um importante passo para uma con-
cepção dialética do Direito, compreendido, portanto, como processo 
— capaz não só de representar os interesses dominantes das estruturas 
sociais vigentes, mas, principalmente, caminhar para a ruptura dessas 
estruturas. Entendemos, então, que o Direito não é simples ideologia 
(embora se recubra desta também), mas um processo histórico, signifi-
cado pela ação concreta e constante, decorrente do embate das forças 
sociais presentes na sociedade que o constrói.
Buscamos salientar o caráter social do Direito para fazê-lo emergir 
como instrumento de garantia da igualdade e justiça, que não pode ser 
ignorado na formação do profissional do Direito. Para este profissional, 
torna-se fundamental considerar o Direito como processo, entendendo-
o como realidade móvel, flexível, dialógica e não estritamente “lógico”, 
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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no sentido de não estar aprisionado ao formalismo das leis e à coerên-
cia dos fatos. O Direito nasce da luta de classes, dos conflitos sociais, 
do permanente desejo de libertação e superação das desigualdades. É 
processo em devir, produto e produtor das transformações históricas.
Numa sociedade de classes, a diversidade de interesses favorece uma 
diversidade de consciências jurídicas e, conseqüentemente, a emergência 
de diferentes fontes de Direito. Nessa perspectiva, nem todo o Direito pode 
ser visto como direito estatal, bem como não podemos reduzir o Direito 
à política e à ideologia da classe dominante. O direito estatal é parte de 
uma totalidade, que por sua vez pode ser percebida como um momento no 
processo de totalização. Tal percepção nos faz compreender o caráter pro-
cessual e transitório do Direito — histórico, portanto! Em outros termos, o 
Direito é constituído pela, e constituinte da realidade social. 
Uma vez que consideremos o Direito como um fato social de profundo 
significado, possuidor de um caráter voltado para a normatividade e o contro-
le social, falar em mudança social é, necessariamente, falar em mudança do 
Direito. De acordo com Roberto Lyra Filho, as normas devem ser expressão 
do Direito móvel, aquele que está em constante progresso. Mas quando 
o Direito é confundido com o legalismo, com normas envelhecidas, tor-
nando-se “Direito em si”, torna-se reificado, perdendo seu caráter de pro-
cesso, de instrumento de mudança social. O Direito não nasce metafisica-
mente, ele é fruto de um processo de lutas, fruto de oposições e conflitos, 
avanços e recuos. Direito é processo, dentro do processo histórico: não é 
uma coisa feita, perfeita e acabada; é aquele vir-a-ser que se enriquece nos 
movimentos de libertação das classes e grupos ascendentes e que definha 
nas explorações e opressões que o contradizem, mas de cujas próprias 
contradições faz brotar as novas conquistas. 
1. A partir da análise do texto, distinga o conceito de Direito do 
ponto de vista legalista e do ponto de vista sociológico.
2. O pluralismo jurídico pode advir do enfraquecimento do poder 
estatal centralizado, que não estaria atingindo todas as camadas 
sociais, como também da manifestação democrática de grupos 
organizados, conquistando direitos de maneira independente das 
garantias formais previstas na norma estatal. Identifique estas possi-
bilidades na realidade brasileira, discutindo seus efeitos sociais. 
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COLETÂNEA DEEXERCÍCIOS
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SEMANA 4
Os poderes legislativo e judiciário em suas funções de produção e 
distribuição da ordem jurídica. Processo de escolha dos legisladores, 
qualidade do sistema eleitoral e da produção legislativa brasileira.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 11 do livro de CAVALIERI FILHO, 
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
Referências complementares: visite os sites da Câmara: <http://
www2.camara.gov.br/ e do Senado: http://www.senado.gov.br/sf/>, 
e assista ao vídeo Como nascem as leis: <http://www2.camara.gov.br/
internet/processolegislativo>. Navegue também pelos sites do Poder 
Legislativo de seu estado e município. Conheça o trabalho do Depar-
tamento Intersindical de Assessoria Parlamentar: <http://diap.ps5.
com.br/>, que avalia a atuação de parlamentares. 
Caso 1
Questão elaborada a partir do Enade 2005 — Formação Geral:
Sí
NO
Sí, PERO NO
NO, PERO SÍ
ABSTENCIÓN PASSIVA
ABSTENCIÓN ACTIVA
VOTO EN BLANCO
OTROS
MARQUE CON UNA CRUZ UM MÁXIMO DE DOS CASLLAS
(La Vanguardia, 04 dez. 2004)
APRUEBA USTED, EL TRATADO
DE LA CONSTITUICIÓN EUROPEA?
POSTALES GLOBALES
O referendo popular é uma prática democrática que vem sendo 
exercida em alguns países, como exemplificado na charge, pelo caso 
espanhol, por ocasião da votação sobre a aprovação ou não da Consti-
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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tuição Européia. Na charge, pergunta-se com destaque: “Você aprova 
o tratado da Constituição Européia?”, sendo apresentadas várias op-
ções, além de haver a possibilidade de dupla marcação.
A crítica contida na charge indica que a prática do referendo deve:
a) ser recomendada nas situações em que o plebiscito já tenha 
ocorrido.
b) apresentar uma vasta gama de opções para garantir seu caráter 
democrático.
c) ser precedida de um amplo debate prévio para o esclarecimen-
to da população.
d) significar um tipo de consulta que possa inviabilizar os rumos 
políticos de uma nação.
e) ser entendida como uma estratégia dos governos para manter 
o exercício da soberania.
Responda agora sobre as características específicas do processo eleito-
ral brasileiro, tendo em vista a condição dos eleitores e dos candidatos:
1. Qual o processo de seleção dos legisladores no Brasil? Quais as 
principais distorções que este processo apresenta? 
2. De que maneira a Justiça Eleitoral Brasileira tem contribuído 
para o aprimoramento do sistema político vigente, no vácuo 
de ação do próprio Poder Legislativo?
Caso 2
Sistema Eleitoral Brasileiro (MELO, Carlos Ranulfo Félix de. 
Disponível em: <www.historiasdopoder.com.br/interviewed/>). 
No Brasil o eleitor escolhe seus representantes por meio do voto 
direto e temos uma das maiores democracias do mundo. O sistema 
eleitoral brasileiro é considerado um dos mais modernos, sobretudo, 
pela sua iniciativa em informatizar o voto através da urna eletrônica. 
Contudo, ainda existe um esforço muito grande por parte do Poder 
Legislativo em estabelecer uma série de mudanças para tornar o sistema 
cada vez mais democrático e transparente, como por exemplo: a fideli-
dade partidária e o financiamento público das campanhas.
Responda: quais têm sido as principais propostas sobre Reforma 
Política no Brasil? O que defendem?
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA19 19Caderno de Exercicios ssjSARAIVA19 19 3/1/2008 10:28:433/1/2008 10:28:43
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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SEMANA 5
Papel social e político do Poder Judiciário. Sistema de escolha dos 
magistrados e garantias constitucionais dos magistrados. 
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta 
aula, faça, inicialmente, a leitura dos capítulos 11, 12 e 13 do livro 
de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de 
Janeiro: Forense, 2004; e da Lição 10 do livro de SABADELL, Ana 
Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa 
do Direito. São Paulo: RT, 2003. 
Referências complementares: SANTOS, Boaventura de Souza. 
Para uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez, 2007. Visite 
os sites do STF, STJ, TJs, OAB, AMB (Associação dos Magistrados 
Brasileiros), Anamatra, Ministério Público e Defensoria Pública.
Caso 1
Texto 1
Os concursos públicos produziram entre nós um Judiciário digno 
e têm prestado serviço inestimável à causa da Justiça. Continuam a re-
presentar a alternativa mais adequada de recrutamento, a conciliar as 
vertentes democrática e aristocrática. Mas é o momento de se substi-
tuir sua metodologia para a inserção de critérios mais consistentes de 
seleção, priorizando-se os aspectos éticos e vocacionais, até mesmo em 
detrimento do apuro técnico, sabido que uma pessoa destinada a jul-
gar seu semelhante se automotivará ao estudo permanente, enquanto o 
intelectual aético nunca será um verdadeiro juiz (TEIXEIRA, Sálvio de 
Figueiredo. A formação do juiz contemporâneo. Disponível em: <http://
www.cjf.gov.br/revista/numero4/artigo12.htm>). 
Texto 2 — Lula indica nova ministra do Supremo Tribunal Fe-
deral (Agência Estado, 10 maio 2006. Disponível em: <http://www.
tre-to.gov.br/aplic/institucional/assessoria_imprensa>). 
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quarta-feira, 
a Procuradora do Estado de Minas Gerais, Carmen Lúcia Antunes 
Rocha, para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). 
Ela substituirá Nelson Jobim, que deixou a Corte no final de março 
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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para tentar um retorno à política. Carmen Lúcia será a segunda mu-
lher a integrar o STF. A atual presidente do Supremo, Ellen Gracie 
Northfleet, tomou posse em dezembro de 2000 após ser nomeada 
pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Com a escolha 
da procuradora, Lula contabilizará a indicação de seis integrantes para 
a mais alta Corte de Justiça do País, que é formada por 11 ministros. 
Este dado é estratégico, já que cabe ao Tribunal julgar ações criminais 
contra autoridades, como o presidente da República e congressistas, e 
a constitucionalidade de leis e até de emendas constitucionais. Além 
de Carmen Lúcia, Lula indicou para o STF os ministros Cezar Peluso, 
Carlos Britto, Joaquim Barbosa, Eros Grau e Ricardo Lewandowski. 
Para tomar posse, ela terá agora de passar por uma sabatina, normal-
mente protocolar, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do 
Senado. Carmen Lúcia é procuradora em Minas Gerais há 24 anos. 
Além de procuradora, ela é professora titular de Direito Constitucio-
nal na PUC de Minas Gerais. “Já declarei que ontem ela foi minha 
aluna. Hoje é minha mestra”, comentou o ministro aposentado do 
STF, Carlos Velloso. Além dele, outros ministros do Supremo são fãs 
de Carmen Lúcia e costumam citá-la em vários julgamentos. Ela tam-
bém é parenta do decano do STF, Sepúlveda Pertence. Na terça-feira, 
Lula tinha decidido que indicaria uma mulher para o STF. Estava en-
tre três nomes: Carmen Lúcia, Misabel Derzi e Maria Lúcia Karan.
Texto 3 — Poder do Presidente da República no STF deve ser 
reduzido, diz Limongi (O Estado de S. Paulo, 9 jan. 2006). 
Em entrevista, o desembargador Celso Luís Limongi, presidente 
do Tribunal de Justiça de São Paulo, declarou que a atual forma de 
composição do STF está afetando a independência da mais alta Corte 
do Judiciário. “A forma de composição do STF afeta a independência 
da Corte — cabe ao presidente da República, exclusivamente, escolher 
os magistrados, que nem precisam ser de carreira. Basta, ao candidato, 
notório saber jurídico e reputação ilibada (...) Não é salutar queisso seja 
feito dessa forma. É preciso que o ministro seja eqüidistante dos interes-
sados que estejam em conflito que deva ser julgado pelo STF”.
Analisando os textos, responda:
 a) Quais são as formas de escolha de magistrados no Brasil? 
Identifique, na Constituição Federal vigente, o fundamento 
legal desse critério.
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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 b) Quais têm sido as principais críticas a este modelo, toman-
do como base os textos citados?
 c) O que seria necessário para melhorar esse sistema, na sua 
opinião?
Caso 2
Tribunal de Justiça do Eestado do Rio de Janeiro. Conselho de 
Magistratura. Representação contra juiz de primeira instância.
Representante: Associação das vítimas do Edifício Palace II.
Representado: XXXXX, Juiz de Direito.
Decisão. Ementa:
Representação contra juiz por alegada parcialidade e prática de 
irregularidades na expedição de alvarás em processo de grande reper-
cussão social;
Autonomia do Magistrado na condução processual;
Impossível a este Conselho de Magistratura, como Órgão cen-
sório, alterar decisões judiciais por error in judicando ou error in pro-
cedendo, bem como sancionar magistrado pelo teor das decisões que 
proferir, violando a independência funcional. Decisum no sentido da 
flagrante improcedência da representação.
Responda:
1. A alegação do representante tem como base a violação de qual 
das características da justiça pública? Justifique.
2. Relacione as garantias constitucionais conferidas à magistra-
tura, identificando suas razões sociais.
SEMANA 6
Sociologia das profissões jurídicas. Revisão dos paradigmas de for-
mação e dos perfis profissionais.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura dos Artigos 92, 94 e 103-B da CRFB e dos 
capítulos 11, 12 e 13 do livro de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa 
de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004; e da Lição 10 do 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA22 22Caderno de Exercicios ssjSARAIVA22 22 3/1/2008 10:28:443/1/2008 10:28:44
Sociologia Jurídica e Judiciária
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livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução 
a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003. 
Referência complementar: SANTOS, Boaventura de Souza. Para 
uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez, 2007. Visite o 
site do CNJ.
Caso 1
Questão elaborada a partir do Provão 2001.
A função da magistratura é tema explorado pela Sociologia 
Jurídica. Vários estudos, no Brasil e no exterior, procuram traçar um 
retrato dos juízes e analisar o papel que desempenham na sociedade 
atual. Esses estudos destacam:
I — os fenômenos da “politização do Judiciário” e da “judicialização 
da política”.
II — a origem social e a formação do magistrado.
II — a técnica específica de elaboração das sentenças.IV. a hierar-
quia dos tribunais e o duplo grau de jurisdição.
SOMENTE é correto o que se afirma em:
 a) I e II
 b) I e III
 c) II e III
 d) II e IV
 e) III e IV
Responda também: de que forma o estudo dos temas assinalados 
pode contribuir para uma reflexão sobre a democratização da justiça?
Caso 2
Texto 1 — Corregedores de todo o país discutem a impunidade 
(CNJ, quarta-feira, 2 maio 2007). 
A corrupção no Judiciário, ainda que praticada por apenas um 
magistrado, constitui “fato muito grave, porquanto atinge, em cheio, 
o sentimento de justiça da população e a credibilidade do Judiciário, 
última esperança dos injustiçados”. O entendimento é do corregedor 
nacional de Justiça do CNJ, ministro Antônio de Pádua Ribeiro. O 
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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ministro ponderou, porém, que é pequeno o número de magistrados 
acusados de corrupção. “Num total de 14.500 juízes, não chegam a 
duas dezenas. Mas a revolta que provocam é muito grande e, maior 
ainda, o dano que causam à imagem do Judiciário”, disse. Neste mo-
mento, realiza-se o primeiro painel do evento, discutindo “Processo 
Penal e Impunidade”. Participam o deputado Flávio Dino (PC do 
B-MA) e os corregedores de justiça do Distrito Federal, João de Assis 
Mariosi, e do Rio Grande do Sul, Jorge Luiz Dall’Agnol. 
Texto 2 — Anotações sobre o quinto constitucional (CONTE, 
Miguel Luiz. Disponível em: <http://www.ajuris.org.br/texto/
miguelluizconte.doc>). 
A estrutura básica da organização do Poder Judiciário nacional 
está descrita na Constituição Federal vigente, a partir do art. 92 e se-
guintes. O art. 94 dispõe especificamente sobre o quinto constitucio-
nal em alguns dos tribunais pátrios, porém, ampliou o alcance desse 
instituto, que na vigência da Constituição anterior estava restrito aos 
Tribunais Estaduais. Todavia, esta regra já estava presente em ordens 
constitucionais anteriores. É simples repetição do preceito contido no 
art. 144, IV, da Constituição Outorgada em 1969, no art. 136, IV, da 
CF de 1967, no art. 124, V, da CF de 1946, no art. 105, da Constitui-
ção Outorgada de 1937 e finalmente no art. 104, §6o, da CF de 1934. 
Se, inicialmente, o quinto constitucional significou o corporativismo 
getulista, não se pode esquecer que teve, mais tarde, legitimação popu-
lar e democrática porquanto foi mantido, referendado e aperfeiçoado 
nas Constituições posteriores, em especial, na Carta Magna de 1946, 
discutida e votada por representantes do povo, eleitos livre e democra-
ticamente para compor a Assembléia Constituinte até chegar aos dias 
atuais com a vigência da Constituição de 1988.
Recentemente, com a edição da Emenda Constitucional no 45, de 
08/12/2004, foram introduzidos os artigos 103-B e 130-A, na Constituição 
Federal, que tratam, respectivamente, da composição do Conselho Nacio-
nal de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, onde (sic) foi 
garantida a representação de dois (2) advogados, em cada Conselho, indica-
dos pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Tomando os textos como referência, verifica-se a preocupação 
com o funcionamento do Judiciário em vários aspectos. A esse res-
peito, responda:
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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a) Quais são, em linhas gerais, as atribuições do conselho e da 
corregedoria do CNJ? É função do Corregedor punir os des-
vios de conduta praticados por magistrados e servidores? Justi-
fique sua resposta.
b) Por que o legislador brasileiro, em 1988, assegurou a pre-
sença do quinto constitucional na composição de alguns 
tribunais brasileiros?
c) A conduta desonrosa dos magistrados atinge o sentimento de 
justiça da população e a credibilidade do Judiciário? Justifique.
SEMANA 7
Dinâmica social da norma e das instituições de direito. Eficácia das 
normas jurídicas e seus efeitos sociais. Fatores que ampliam as chan-
ces de eficácia e de produção de efeitos positivos.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 9 do livro de CAVALIERI FI-
LHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004; 
e da Lição 3 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia ju-
rídica: introdução a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003. 
Referências complementares: conheça os sites do Dena-
tran: <http://www.denatran.gov.br/contran.htm> e da AMB: 
<http://www.amb.com.br/portal/>. 
Caso 1
Cinto de segurança: há anos salvando vidas (MARIANO, Nil-
son. Disponível em: <http://www.perkons.com.br/imprensa.php>). 
Quem poderia morrer sai ferido. Quem deveria se machucar 
gravemente sofre pequenas lesões. Quem secontundiria levemente 
escapa são e salvo. Em 10 anos de uso obrigatório (antes só era exigido 
em rodovias), o cinto de segurança comprovou que é o anjo da guar-
da de motoristas: evitou mortes, reduziu a gravidade de ferimentos, 
poupou dores. Não há números, mas sobram certezas sobre a eficácia 
do equipamento. Em uma década de atuação no Batalhão Rodoviário 
da Brigada Militar, o tenente-coronel João Batista Hoffmeister cansou 
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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de recolher cadáveres no asfalto: “Notava que o cinto estava retraído, 
sem ter sido usado. Tenho a certeza, a mais absoluta convicção, cer-
teza mesmo de que o cinto salva vidas e reduz os ferimentos” — desta-
cou Hoffmeister, atual diretor-técnico do Departamento Estadual de 
Trânsito (Detran). 
O cinto de segurança virou equipamento obrigatório em 1995, 
por meio de projeto de lei amparado em decisão do então Conselho 
Nacional de Trânsito (Contran). Em 1998, o Código de Trânsito 
Brasileiro regulamentou o assunto. Atualmente, usar o cinto de segu-
rança tornou-se tão habitual como encher o tanque de gasolina. Mas 
somente na parte da frente dos veículos, onde se sentam o motorista 
e o caroneiro. Na parte de trás, o equipamento continua perigosa-
mente esquecido. Autoridades de trânsito chegam a dispensar estatís-
ticas para os louvores ao cinto de segurança. Nos hospitais, médicos 
que atendem pacientes de traumas comprovam na prática o quanto o 
equipamento é indispensável.
Analise a notícia supra e responda:
a) A norma mencionada produz efeitos? Quais? 
b) Demonstra um caso de eficácia da norma? Que fatores contri-
buíram para a produção desta eficácia? 
Caso 2
O labirinto jurídico dos recursos (O Globo, 24 jun. 2007).
No Brasil é possível prolongar um processo judicial por mais de 
40 anos. “O excesso de recursos, garantido pelo duplo grau de jurisdição 
(direito da parte vencida na ação de ter a sentença reexaminada) é 
apontado como uma das causas centrais da impunidade no Brasil. Na 
prática as medidas eternizam o processo. Mas nem todos conseguem. 
Recorrer é quase um privilégio, porque tais recursos exigem vasto 
conhecimento jurídico dos advogados e capacidade financeira da 
clientela. Até os juízes reconhecem o drama. Para 86% deles, segundo 
pesquisa da AMB, o excesso de recursos é o aspecto mais importante 
para a existência da impunidade no país. A demora no encerramento 
do processo foi apontada por quase 84% dos juízes, enquanto 74% 
citam a ineficiência do inquérito policial”.
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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Com base no noticiado, responda:
1. A norma jurídica, quando adequada à realidade social, pro-
duz efeitos positivos. Quais os aspectos positivos e negativos 
do recurso?
2. Qual a importância do legislador para que a norma cumpra o 
seu papel social?
SEMANA 8 
Efeitos negativos da norma. O círculo vicioso impunidade-ilicitude.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta 
aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo 9 do livro de CAVA-
LIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: 
Forense, 2004; e da Lição 3 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Ma-
nual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa do Direito. 
São Paulo: RT, 2003. Referências complementares: sites da “Trans-
parência Brasil”: <http://www.transparencia.org.br/index.html>; da 
Polícia Federal: <http://www.dpf.gov.br/>; e do Ministério da Justiça: 
<http://www.mj.gov.br/>. 
Caso 1
Corrupção tem remédio (Disponível em: <http://clipping.
planejamento.gov.br/Noticias>). 
O cientista político Stuart Gilman, Chefe do Programa Global 
da ONU contra a Corrupção, coordena programas de combate à 
corrupção junto a vários países, dentre eles o Brasil. Em entrevista a 
uma jornalista brasileira, disse que, no combate à corrupção, é preciso 
combinar prevenção e punição. Outrossim, falou que “se a corrup-
ção não é controlada, destrói-se um dos valores fundamentais de uma 
democracia, que é a confiança da população no governo e nas insti-
tuições, abrindo caminho para regimes autoritários”. Pensa também 
que as pessoas podem se deixar levar pela idéia de que a corrupção 
está ligada à democracia. Acrescenta que o tráfico de drogas, o crime 
organizado e até o terrorismo são sustentados pela corrupção: como 
passar grandes carregamentos de cocaína pelas fronteiras?
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COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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Alguns gestores públicos e legisladores protelam e não agem com 
efetividade no combate à corrupção, fazendo “vista grossa” a denúncias 
de condução política lesiva e criminosa, mesmo sendo estas de grande 
visibilidade na mídia. Que relação esta conduta tem com efeitos negati-
vos da norma? Como se pode compreender o círculo vicioso da impuni-
dade como estímulo à ilicitude? Podem-se associar efeitos negativos da 
norma a prejuízos econômicos nacionais? De que forma?
Caso 2
A questão do Judiciário é alvo de estudos e debates, não só no 
Brasil, como em outros Estados Democráticos, onde a solução de 
muitos conflitos sociais passa pela decisão judicial. Nessa dimensão, 
analise o texto a seguir, e, depois, responda.
“Por sua vez, Palomba obteve resultados curiosamente coinci-
dentes com os de Castellano e Pace, no trabalho em que anali-
sou a administração da justiça na região napolitana, indicando 
que a litigiosidade na Itália diminuiu em conseqüência das con-
dições que desencorajam as partes a ingressar em juízo, entre 
elas, o alto custo dos processos e a lentidão que se observa em 
seu andamento” (ROSA, Felippe Augusto de Miranda. Socio-
logia do Direito: o fenômeno jurídico como fato social. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. p. 144).
O texto aborda o fenômeno conhecido como “fuga dos tribu-
nais” que ocorre tanto na Itália como no Brasil, apesar dos avanços 
trazidos pelos Juizados Especiais. Comente o texto fazendo uma com-
paração com a nossa própria realidade, relacionando sua resposta ao 
fenômeno dos efeitos negativos da norma.
SEMANA 9 
Instituições de Direito e sociedade brasileira. Democratização do 
judiciário e acesso à Justiça.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 11 do livro de CAVALIERI FI-
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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LHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004; 
e da Lição 10 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia ju-
rídica: introdução a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003. 
Referências complementares: STRECK, Lênio Luiz. Hermenêuti-
ca Jurídica e(m) crise. Uma exploração hermenêutica da construção do 
Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 29; e SANTOS, 
Boaventura de Souza. Para uma revolução democrática da justiça. São Pau-
lo: Cortez, 2007. Conheça sites de “Balcão de direitos”.
Caso 1
Democratização do acesso à Justiça é uma das propostas para um 
novo Brasil (Conselho da Justiça Federal. Disponível em: <http://www.
cjf.gov.br/revista/outras_publicacoes/propostas_da_comissao>). 
“Incluir os excluídos, os que não alcançam a porta da Justiça”. Com 
estas palavras, o juiz federal Augustino Lima Chaves, da Seção Judiciária 
do Ceará, sintetiza o objetivo maior das propostas de políticas públicas 
por ele formuladas, visando à garantia do acesso à Justiça pelos cidadãos 
carentes. Essas propostas envolvem quatro caminhos para a ampliação 
do acessoà Justiça: o fortalecimento dos juizados especiais federais; o 
aparelhamento da Defensoria Pública; a oferta de cursos gerais e específicos 
para a formação profissional do juiz; e a criação de varas especializadas e 
de mediadores. Em relação aos juizados especiais federais, a necessidade 
mais urgente, de acordo com Chaves, é o desenvolvimento de um pro-
grama de cálculos previdenciários e a contratação de um número maior 
de contadores. “É na contadoria onde o processo mais pára”, diagnos-
tica. O estabelecimento de um “diálogo objetivo” entre o juizado e o 
INSS, segundo ele, é outra questão a ser resolvida. O INSS é criticado 
por muitos juízes que atuam nos juizados, devido à postura de seus pro-
curadores, resistente à conciliação e tendente à litigiosidade. Uma das 
formas mais eficazes de fazer com que o cidadão comum chegue até o 
juizado especial, apontada por Chaves, é a sua divulgação nos meios de 
comunicação. Em sua opinião, as boas experiências, principalmente a 
do Juizado Especial Previdenciário de São Paulo, têm de ser irradiadas. 
O Juizado de São Paulo é considerado um modelo na Justiça Federal, 
por ser totalmente informatizado, atender ao público durante doze ho-
ras ao dia, realizar audiências coletivas, dentre outros avanços. Quanto à 
Caderno de Exercicios ssjSARAIVA29 29Caderno de Exercicios ssjSARAIVA29 29 3/1/2008 10:28:443/1/2008 10:28:44
COLETÂNEA DE EXERCÍCIOS
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Defensoria Pública, Chaves propõe o aumento do número de defensores 
públicos federais, que hoje somam apenas 110 em todo o país, para pelo 
menos 1.000 defensores. Para ele, deveria haver um investimento público 
maior na Defensoria, a fim de que ela se torne uma referência de vulto 
na estrutura da Justiça. Considera que “somente um órgão constitucio-
nalmente respaldado, dotado de permanência, que construa para si uma 
filosofia de trabalho, que projete sua imagem na comunidade, responde-
rá a este desafio de prestar assistência à população brasileira”.
Responda:
1. A partir da reflexão sobre a leitura feita, aponte, ao menos, três 
possíveis causas para a falta de acesso à justiça em nosso país.
2. Explicite a distinção entre “falta de acesso ao Judiciário” e 
“falta de acesso à Justiça”.
3. Por que os meios de comunicação desempenham um papel 
relevante no acesso do cidadão à Justiça?
4. O art. 331 do Código de Processo Civil dispõe que: “Art. 331. 
Se não se verificar qualquer das hipóteses previstas nas seções 
precedentes e a causa versar sobre direitos disponíveis, o juiz 
designará audiência de conciliação, a realizar-se no prazo má-
ximo de trinta dias, à qual deverão comparecer as partes ou 
seus procuradores, habilitados a transigir”. A que é possível 
atribuir-se a postura dos procuradores do INSS, citada no tex-
to, como “resistente à conciliação e tendente à litigiosidade”?
Caso 2
O professor Lênio Streck, ao relatar os índices de desigualdade 
social em países como o nosso, descreve duas espécies de pessoas: o 
sobreintegrado ou sobrecidadão, que dispõe do sistema, mas a ele não se 
subordina, e o subintegrado ou subcidadão, que depende do sistema, 
mas a ele não tem acesso (STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica Jurídica 
e(m) crise. Uma exploração hermenêutica da construção do Direito. 
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 29).
Sob a ótica da cidadania e dos direitos humanos no Brasil, como 
você interpreta a contradição apontada no texto? Esta desigualdade 
social estrutural se reflete na criação e na aplicação do Direito?
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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SEMANA 10 
Participação popular e controle da administração da Justiça: opi-
nião pública sobre o Direito, a Justiça e as instituições jurídicas.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 14 do livro de CAVALIERI FILHO, 
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
Referências complementares: SADEK, Maria Tereza Aina. Poder 
Judiciário: perspectivas de reforma. Opinião Pública, 2004, v. 10, n. 1. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>; Encarte de dados de 
Opinião Pública: Reforma do Judiciário no Brasil, ano 10, n. 1. Opinião 
Pública, 2004, v. 10, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>; e 
SANTOS, Boaventura de Souza. Para uma revolução democrática da justiça. 
São Paulo: Cortez, 2007. Conheça o site do “Observatório da imprensa”: 
<http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/>, e do “Transparência 
Brasil”: <http://www.transparencia.org.br/index.html>. 
Caso 1
Bastidores da Justiça: Rotina do Judiciário ignora campanhas de de-
mocratização (NOGUEIRA, Roberto Wanderley. Disponível em: <http://
conjur.estadao.com.br/static>; e Independência dos poderes: Judiciário é 
o órgão de sustentação da democracia. SILVA JÚNIOR, Walter Nunes da. 
Disponível em: <http://conjur.estadao.com.br/static/text/46910,1>).
“Amplos setores da sociedade brasileira vêm destacando a neces-
sidade de democratização do Poder Judiciário entre nós. Movimentos 
da sociedade civil organizada, do Poder Legislativo, do Executivo e 
do próprio Judiciário insistem nessa meta. Nada obstante, o que se 
observa é que, na prática, muito há que ser feito, ainda quando se dispo-
nha de uma Secretaria Especial da Reforma do Judiciário, ligada ao 
Ministério da Justiça, e de um sistema de controle externo exercido 
pelo Conselho Nacional de Justiça, de acordo com o que ficou estabe-
lecido pela Emenda Constitucional 45, formado por uma composição 
eclética e fecundado em um quadro de reformas institucionais ainda 
inconclusas”. “A organização hierarquizada, a forma de progressão na 
carreira e o autocratismo nas eleições para os cargos diretivos são os 
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entraves maiores à efetiva democratização do Judiciário e, de outro 
lado, comprometem a concretização de sua independência”. 
A seguir, responda:
 a) Quais os instrumentos de democratização do Judiciário ci-
tados no trecho acima e quais podem ser considerados os 
“entraves maiores à efetiva democratização do Judiciário”?
 b) Aponte um “Movimento da sociedade civil organizada” 
engajado na luta pela democratização do Judiciário e des-
creva sua principal bandeira e forma de luta.
Caso 2
Por um Brasil mais justo: casamento civil entre pessoas do mes-
mo sexo (Disponível em: <http://www.petitiononline.com/falt1502/
petition.html>).
Para: Gabinete da Presidência do Brasil. 
Esta petição tem o objetivo de coletar assinatura de todos aque-
les que concordam e respeitam que os direitos sejam exercidos 
por todos, que seguirá com cópia para o Exmo. Sr. Presidente 
do Brasil e todos os governadores dos estados brasileiros. 
Exmo. Sr. Luís Inácio Lula da Silva
C/c: Todos os governadores de Estado do Brasil. 
Em 18 de janeiro de 2005, o Procurador da República João Gil-
berto Gonçalves Filho, de Taubaté (130 km de São Paulo), entrou 
com uma ação civil pública pedindo uma liminar que permita o 
casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Esta 
ação nos remete a analisar toda a conjuntura social de nosso país 
e nos faz pensar que o estado não tutela todos os seus cidadãos, à 
medida que (sic) não protege a todos com leis, igualando seus direi-
tos, criando, desta forma, subclasses de cidadãos. Esta discussão vai 
além da moral religiosa imposta aos governantes deste país, ela es-
cancara fatos como: homicídios, suicídios, pobreza, marginalidade, 
entre outros tantos fatores que aumentam a exclusão social deste 
país, sendo importante esclarecer que esta ação não beneficia tão 
somente uma parcela de cidadãos gays que querem simplesmenteter seu direito de amar reconhecido, mas beneficia, também, mães 
e pais que deixariam de ver seus filhos assassinados ou espanca-
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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dos pela sua orientação sexual, cidadãos e cidadãs que por falta 
de opção se obrigam a se prostituir pela rejeição familiar e social, 
adolescentes e jovens que deixarão de se matar por se sentirem 
doentes e, por fim, ampliará a discussão sobre preconceito gene-
ralizado, seja ele qual for: homofobia, negros, pobres, nordestinos 
e tantas outras minorias que lutam por sobrevivência num país 
tão desigual. Tendo em vista o avanço que a proposta representa 
na área dos direitos humanos e a sua importância para a criação 
de uma sociedade mais justa para todos os cidadãos, venho, por 
meio desta, pedir que V. Senhoria se antecipe à decisão judicial, 
concordando com os termos da ação. 
Irina Karla Bacci — Presidente do Grupo Famílias Alternativas
Diante da Petição supra, discuta sobre as condições que devem 
ser observadas a fim de que a opinião pública possa atuar efetivamente 
no processo de aproximação da sociedade com os ideais de Justiça e 
no aprimoramento das instituições jurídicas.
SEMANA 11 
Sociologia Jurídica da vida econômica: transformações da proprie-
dade e relações de trabalho.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula, 
faça, inicialmente, a leitura dos capítulos 4 e 10 do livro de CAVALIERI 
FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 
2004; da Lição 9 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociolo-
gia jurídica: introdução a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 
2003; e do capítulo “Trabalho e cidadania: dignidade humana e projeto 
de vida”, de SOUSA JÚNIOR, José Geraldo de. Sociologia jurídica: con-
dições sociais e possibilidades teóricas. Porto Alegre: SAFE, 2002. 
Referências complementares: conheça sites da Organização In-
ternacional do Trabalho no Brasil: <http://www.oitbrasil.org.br/tra-
balho_forcado/index.php>; do Instituto do Patrimônio Histórico e 
Artístico Nacional: <https://portal.iphan.gov.br>; de organizações 
sindicais, como a CUT, Contag, Andes e também de Federações de 
indústrias e de bancos.
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Caso 1
Bom para. Apresentação de pré-datado antes do combinado gera 
danos. Revista Consultor Jurídico, 22 de junho de 2005. Por Antonio 
Carlos de Oliveira Freitas.
Um cheque pode ser passado com data posterior de compensa-
ção? De acordo com a chamada Lei do Cheque (7.357/85), a definição 
técnica desse título é de “ordem de pagamento à vista”. Entretanto, 
a sociedade, em constante mutação, criou diferenciação, a qual, pelo 
rigor da lei, não poderia conter a denominação de cheque na acepção 
jurídica do termo. A referida lei, anterior à Constituição de 1988, foi 
por esta recepcionada e permanece vigente até hoje. Insta acrescentar 
a inegável diminuição da emissão de cheques nos últimos tempos em 
razão do avanço na utilização dos cartões eletrônicos. A figura do 
chamado cheque pré-datado ou pós-datado, pelo rigor exacerbado da 
lei, não existiria, mas o Direito não pode desamparar àqueles que bus-
cam a solução de seus conflitos junto ao Poder Judiciário. Os cheques 
pós-datados começaram a ser questionados na Justiça, em virtude da 
ausência de previsão legal. Tais títulos devem ser respeitados, pois, 
por meio do costume, são utilizados em grande escala pelo comércio. 
A expressão “Bom Para”, inserida no cheque, visa exprimir a estipu-
lação de comum acordo entre as partes (emitente e credor) para o 
cumprimento da obrigação em data diferente da sua efetiva emissão 
para apresentação, e deve ser respeitada. A data a posteriori há de pre-
valecer, sob pena de o credor, ao descumpri-la, estar sujeito a ressarcir 
o emitente pelos danos a ele causados. Desse modo, o mais prudente 
é não somente levar em consideração a aplicação da lei de modo siste-
mático, mas também confrontar o caso concreto com a realidade da 
sociedade, com o intuito de a decisão judicial não se tornar inócua, 
afastando-se de seu fim maior, qual seja, a busca pela Paz Social.
a) De acordo com o texto, o que influenciou a mudança da or-
dem de pagamento à vista em pagamento futuro e de que 
forma a sociedade recepcionou tal mudança? 
b) O texto, em sua parte final, relata que “A data a posteriori há 
de prevalecer, sob pena de o credor, ao descumpri-la, estar 
sujeito a ressarcir o emitente pelos danos a ele causados. Desse 
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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modo, o mais prudente é não somente levar em consideração 
a aplicação da lei de modo sistemático, mas também confron-
tar o caso concreto com a realidade da sociedade, com o intuito 
de a decisão judicial não se tornar inócua, afastando-se de seu 
fim maior, qual seja, a busca pela Paz Social”. Pergunta-se: de 
acordo com o texto, o que prevaleceu: a lei que diz que cheque 
é ordem de pagamento à vista ou o costume de emitir che-
que pós-datado? Pode-se dizer que o costume revoga a lei?
Caso 2
Proprietários devem recuperar casarão em cidade mineira (Dispo-
nível em: <http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/41711.shtml>).
O juiz da 2a Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Co-
marca de Cássia, Fabiano Garcia Veronez, ordenou a recuperação da 
fachada de um imóvel de valor histórico e arquitetônico, localizado 
no centro da cidade de Cássia (MG). Segundo o juiz, os donos do 
“Casarão da Praça Barão de Cambuí” deverão demolir o imóvel, após 
a inspeção de órgão próprio do município, observadas as normas de 
segurança, para, em seguida, iniciar sua recuperação. 
A demolição foi necessária, pois seus donos já haviam iniciado 
a destruição de parte do imóvel, deixando-o descoberto e sujeito às 
intempéries, o que ocasionou sua depreciação. Segundo o Ministério 
Público, o casarão tem características marcantes do estilo eclético que 
definiu as edificações no final do século XIX e seus proprietários o 
estavam demolindo, sem a respectiva licença. Assim, solicitou a in-
tervenção judicial para impedir que o imóvel desaparecesse. No en-
tanto, os proprietários não cumpriram a ordem de usar lonas sobre o 
telhado, de modo a impedir a entrada de água que provocaria mofo 
no local. Mas, apesar de a edificação da nova fachada ter que ser feita 
no mesmo padrão da original para resguardar o patrimônio histórico 
e cultural, os proprietários poderão edificar o interior do imóvel da 
forma como melhor lhes interessar.
A contestação apresentada pelos proprietários, inicialmente, foi 
a de que se trata de imóvel sem nenhuma característica especial e 
que, no curso do tempo, sofreu várias reformas, estando atualmente 
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descaracterizado. O juiz esclarece que a tese defendida contraria a 
Constituição. Em um dos pontos defendidos por ele, com base na 
Constituição, aponta que a lei não excluirá, da apreciação do Poder 
Judiciário, lesão ou ameaça a direito.
Cita, ainda, que o Poder Público, com a colaboração da comunidade, 
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de 
vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de preser-
vação. Não bastasse isto, há também o disposto de que é competência 
comum a todos os entes federados a proteção de documentos, obras e 
outros bens de valor histórico, artístico e cultural, bem como impedir a 
destruição e a descaracterizaçãodos mesmos (sic). 
Após analisar o texto acima, pergunta-se:
 1. Quais foram os fatores preponderantes da mudança social 
e do Direito de propriedade supracitados? Justifique a sua 
resposta.
 2. Qual a principal implicação jurídica da mudança social?
SEMANA 12
Sociologia Jurídica da vida política: Estado e sociedade. Espaço pú-
blico e politização das relações comunitárias. Movimentos sociais, 
Cidadania e Direitos Humanos no Brasil.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta 
aula, faça, inicialmente, a leitura dos capítulos “Movimentos sociais 
— emergência de novos sujeitos: o sujeito coletivo de direito” e “Movi-
mentos sociais e práticas instituintes de direito: perspectivas para a 
pesquisa sociojurídica no Brasil”, do livro de SOUSA JÚNIOR, José 
Geraldo de. Sociologia jurídica: condições sociais e possibilidades teóri-
cas. Porto Alegre: SAFE, 2002; e o capítulo “O Judiciário e os direitos 
humanos e sociais: notas para uma avaliação da justiça brasileira”, no 
livro de FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e 
justiça. São Paulo: Malheiros, 1998. 
Referências complementares: PIOVESAN, Flávia. A responsabili-
dade social e política do Poder Judiciário em face de conflitos sociais. 
In: STROZAKE, Juvelino José. Questões agrárias — julgados comentados e 
pareceres. São Paulo: Método, 2002. p. 4-7; e capítulos 4 e 10 do livro 
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio 
de Janeiro: Forense, 2004. Conheça os sites <http://www.dhnet.org.
br/direitos/militantes/boaventura/boaventura1d.html>, <http://defi-
cienteeficiente.com.br/sitesdiversos.html>, <http://www.cultura.gov.br/
apoio_a_projetos/lei_rouanet/ e http://www.mda.gov.br/portal/>. 
Caso 1
Presidente Lula sanciona Lei de Incentivo ao Esporte (Disponível 
em: <http://www.brasilnopan.com.br/modules>). 
Com os Jogos Pan-Americanos, mais uma vitória se soma às 161 
medalhas conquistadas pelo Brasil, sendo que, deste total, são cin-
qüenta e quatro medalhas de ouro. Pode-se dizer que o esporte em 
nosso país vai amealhar muito mais ouro do que se imagina, ainda 
durante o ano de 2007. É que se espera cerca de R$ 300 milhões a 
mais em investimentos no esporte. Levando-se em conta a cotação do 
grama do ouro pela média anual de quarenta reais, a expectativa é que 
o setor esportivo do país fature algo em torno de setenta e cinco mil 
quilos do metal nobre. O montante virá de empresas e pessoas físicas 
que poderão investir em projetos esportivos graças à criação da Lei 
de Incentivo ao Esporte, sancionada pelo presidente Lula. Elaborada 
nos moldes da Lei Rouanet, voltada para o incentivo a projetos cultu-
rais, a Lei de Incentivo ao Esporte prevê a renúncia fiscal de parte 
do imposto de renda devido para que seja usada como investimento 
em projetos esportivos. Pela lei, pessoas físicas poderão doar ou usar 
como patrocínio até 6% do imposto devido, e as pessoas jurídicas 
— empresas, clubes sociais, entidades de classe, entre outros — até 4%. 
Após a regulamentação, será criada uma comissão para avaliar os pro-
jetos que poderão receber recursos provenientes do incentivo fiscal.
Diante do exposto, pesquise em jornais, revistas e Internet co-
mentários sobre a Lei de Incentivo ao Esporte. Analise, neste traba-
lho, a medida da relação entre Estado e sociedade norteada pelos 
efeitos que a Lei de Incentivo ao Esporte pode gerar em matéria de 
política de inclusão social. Que outras medidas poderiam ser imple-
mentadas pelo Estado na construção de um espaço público verdadei-
ramente democrático? 
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Caso 2
Texto 1 — Uma reforma agrária destruidora — e inútil (Época, 
20 ago. 2007).
“A Floresta Amazônica era a paisagem que envolvia a pequena 
casa de madeira do goiano José Praiano da Silva. Isso foi em 1986, 
quando ele deixou o garimpo de Serra Pelada para ser assentado na 
gleba Jacaré, em Nova Ipixuna, no sul do Pará. Para chegar ao vilarejo 
mais próximo, a 50 quilômetros, o caminho eram as veredas abertas 
na floresta. Hoje, as árvores viraram tocos carbonizados. De sua casa, 
o agricultor de 64 anos vê apenas um pasto degradado. A picada deu 
lugar a uma estrada de terra que cobre de poeira vermelha a casa de 
Praiano quando passam os caminhões carregados com carvão vegetal 
ou toras de madeiras, retirados de assentamentos vizinhos (...) A fa-
mília de Praiano desmatou todos os 10,5 alqueires de seu lote. A vida 
deles melhorou? Não. Hoje, vivem de uma roça de subsistência e dos 
R$ 95 do Bolsa-Família que os netos recebem do governo federal. (...) 
A história de Praiano retrata um dos principais problemas de hoje 
na Amazônia. A reforma agrária feita sem preocupação ambiental ou 
práticas sustentáveis. Esse processo gera apenas a devastação dos re-
cursos da floresta e deixa os colonos na miséria. Beneficia apenas as 
madeireiras e as carvoarias irregulares. É por isso que, na semana pas-
sada, as Procuradorias da República (MPF) em Santarém e Altamira, 
no Pará, pediram o cancelamento de portarias que criariam mais 99 
assentamentos. Juntos, eles teriam uma área equivalente ao Estado 
de Alagoas. As portarias foram emitidas pelo Instituto Nacional de 
Colonização e Reforma Agrária (Incra) entre os anos de 2005 e 2007. 
A justificativa dos procuradores foi a falta de garantias de viabilidade 
ambiental e social desses projetos”. 
Texto 2 — Caso DNER (PIOVESAN, Flávia. A responsabilidade 
social e política do Poder Judiciário em face de conflitos sociais. In: 
STROZAKE, Juvelino José. Questões agrárias — julgados comentados 
e pareceres. São Paulo: Método, 2002). 
Várias famílias (aproximadamente 300) invadiram uma faixa de do-
mínio ao lado da Rodovia BR-116, na altura do Km 405,3, lá construindo 
barracos de plástico preto, e agora o DNER quer expulsá-los do local.
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Sociologia Jurídica e Judiciária
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“Os réus são indigentes”, reconhece a autarquia, que pede a rein-
tegração liminar na posse do imóvel. E aqui estou eu, com o destino 
de centenas de miseráveis nas mãos. São os excluídos, de que nos fala 
a Campanha da Fraternidade deste ano.
Repito, isto não é ficção. É um processo. Não estou lendo Gra-
ciliano Ramos, José Lins do Rego ou José Patrício. Os personagens 
existem de fato. E incomodam muita gente, embora deles não se saiba 
nem o nome. (...) Profissão, estado civil e demais qualificações para 
quê, se indigentes já é qualificação bastante? (...)
O autor esclarece que quer proteger a vida dos próprios invaso-
res, sujeitos a atropelamento. Grande opção! Livra-os da morte sob 
as rodas de uma carreta e arroja-os para a morte sob o relento e as 
forças da natureza. Não seria pelo menos mais digno — e menos falaz 
— deixar que eles mesmos escolhessem a maneira de morrer, já que 
não lhes foi dado optar pela forma de vida? (...).
Daí, esta brilhante solução: aplicar a lei. Só que, quando a lei regu-
la as ações possessórias, mandando desalojar os invasores, ela — como 
toda lei — tem em mira o homem comum, o cidadão médio, que, no 
caso, tendo outras opções de vida e de moradia diante de si, prefere asse-
nhorear-se do que não é dele, por esperteza, conveniência, ou qualquer 
outro motivo que mereça censura da lei, e sobretudo, repugne a consciên-
cia e o sentido do justo que os seres da mesma espécie possuem.
Mas este não é o caso no presente processo. Não estamos diante 
de pessoas comuns que tivessem recebido do Poder Público razoáveis 
oportunidades de trabalho

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