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21/12/2017 1 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Noções Gerais de Prospecção do Subsolo (Exploração do Subsolo) Cecília Silva Lins UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Projetos geotécnicos de qualquer natureza são normalmente executados com base na exploração do subsolo, cujas medidas permitem uma medição satisfatória da estratigrafia do subsolo e uma estimativa realista das propriedades geomecânicas dos materiais envolvidos. Estas informações são necessárias em projetos de fundações, estabilidade de taludes, estruturas de contenção, dimensionamento de pavimentos, infra-estrutura hídrica, entre outros. Prospecção do Subsolo 21/12/2017 2 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins a) Projetos de prédios e residências de um pavimento; b) Projetos de estradas; c) Projetos de barragens; d) Projetos de fundações de diversas naturezas; e) Projetos portuários. A prospecção do solo permite conhecer: a) O tipo de terreno (rochoso, arenoso, argiloso, etc); b) As camadas constituintes do solo; c) A resistência destas camadas; d) O nível do lençol freático. Aplicação UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Investigação Geologica-Geotécnica PROBLEMA GEOTÉCNICO CONHECIMENTO DO SUBSOLO SOLUÇÃO Embasamento teórico Experiência acumulada Prospecção do Subsolo 21/12/2017 3 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Objetivo geral: •Conhecimento, utilizando técnicas disponíveis, do solo e/ou rocha que será utilizado como material de construção ou fundação onde serão construídas as obras de engenharia. •Obtenção dos parâmetros e características dos solos e/ou rochas sob as diversas condições que a obra de engenharia pode ser submetida durante sua vida útil. Um programa de investigação deve fornecer características e parâmetros necessários para construção e segurança. Segurança •Técnica (não rompimento) •Ambiental (não contaminação) UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Objetivos específicos: •SOLO - Determinar extensão, profundidade e espessura de cada camada de solo, e descrição do solo: compacidade (solo granular) e consistência (solo coesivo). •ROCHA - Determinar profundidade da superfície da rocha, classificação, extensão, profundidade e espessura de cada extrato rochoso, direção das camadas, espaçamento de juntas, planos de acamamento, presença de falhas e o estado de alteração e decomposição. •ÁGUA - Informações sobre ocorrência de água no subsolo: profundidade do lençol freático e suas variações e lençóis artesianos. 21/12/2017 4 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins a) Reconhecimento: nesta etapa procura-se obter todo o tipo de informação necessária ao desenvolvimento do projeto, através de documentos existentes (mapas geológicos, fotos aéreas, literatura especializada) e visita ao local. b) Prospecção: obtém-se, nesta etapa, as características e propriedades do subsolo, de acordo com as necessidades do projeto ou do estágio em que a obra se encontra. Assim, a prospecção pode ser divida em fase preliminar, complementar e localizada. c) Acompanhamento: Esta etapa tem a finalidade de avaliar o comportamento previsto e o desempenhado pelo solo, sendo geralmente feita através de instrumentos instalados antes e durante a construção da obra para a medida da posição do nível d’água, da pressão neutra, tensão total, recalque, deslocamento, vazão e outros. Etapas de um programa de investigação UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Qualquer execução de uma obra requer um planejamento prévio para a definição do tipo de serviço a ser realizado. Planejamento das sondagens • � Número de furos definido por norma, especificação ou solicitação do cliente, na contratação da sondagem ; NBR 8036/83: Programação de sondagens de simples reconhecimento; NBR 6484/2001: Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio • � Profundidade do furo, variável com o tipo de obra, sendo também objeto de norma, especificação ou solicitação do cliente; • � Local da sondagem, também amarrado ao tipo de obra; • � Tipo de prospecção é também escolhido durante o planejamento, em função da realidade do terreno onde as sondagens serão executadas; 21/12/2017 5 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo de estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens tem de ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. As sondagens têm de ser localizadas em planta e obedecer às seguintes regras gerais: a)Na fase de estudos preliminares ou planejamento do empreendimento, as sondagens precisam ser igualmente distribuídas em toda a área; b)Na fase de projeto, pode-se locar as sondagens de acordo com critérios específicos que levem em conta pormenores estruturais; Número e localização das sondagens UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Número e locação das sondagens Para o caso de fundações para residências e edifícios o número de sondagens depende da área ocupada da construção (NBR 8036/83) Neste casos devem ser previsto no mínimo: 1 para cada 200 m2 de área até 1200 m2 de área. 1 entre 1200m2 e 2400m2 para cada 400m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado de acordo com o plano particular da construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo de sondagens deve ser: a)dois para área da projeção em planta do edifício até 200 m2 b)três para área entre 200 m2 e 400 m2 OBS.: As distâncias entre furos, em planta, não devem ultrapassar 25m. Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos de viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo de três sondagens. 21/12/2017 6 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito de projeto geotécnico, é em função do tipo de edifício, das características particulares de sua estrutura, de suas dimensões em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topografia locais. A exploração será levada a profundidades tais que incluam todas as camadas impróprias ou que sejam questionáveis, como apoio de fundações, de tal forma que não venham prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício. A norma técnica NBR 8036 / 1983 - Programação de sondagens de simples reconhecimento de solos para fundações de edifícios. A norma NBR 6884 / 2001 - Sondagens de simples reconhecimento com SPT, também estabelece critérios de paralisações. Profundidade UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Esclarecer as condições geológicas da subsuperfície e seus elementos estruturais. São classificados em: a) Diretos b) Indiretos (ou geofísicos). c) Semidiretos A importância de se conhecer estes métodos está ligada basicamente à avaliação do que cada método pode fornecer. Métodos de Exploração do Subsolo 21/12/2017 7 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Métodos Diretos • Onde há a perfuração do maciço explorado. • Permitem a observação direta do subsolo ou através de amostras coletadas ao longo de uma perfuração ou a medição direta de propriedades in situ, exemplo escavações, sondagens e ensaios de campo; • As amostras devem ser representativas para possibilitar a definição da litologia (caracterização física da rocha) e dos elementos estruturais. • Classificados como: • Manuais: poços, trincheiras, sondagens a trado.• Mecânicos: sondagens a percussão, rotativa e mista. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Tipos de Sondagens 21/12/2017 8 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1. Amostras A amostragem é o processo de retirada de amostras de um solo com o objetivo de avaliar as propriedades de engenharia do mesmo. As amostras obtidas podem ser de dois tipos: amostras deformadas e indeformadas. Amostras Deformadas • Avaliar as composições granulométrica e mineral do solo "in situ" e se possível sua umidade natural, • Estrutura perturbada pelo processo de extração Amostras Indeformadas • Sem destruição (amolgamento) da estrutura do solo; • Sem variar umidade, índice de vazios e composição química. Métodos Diretos UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Obtenção de cilindros cortantes e blocos 21/12/2017 9 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins AMOSTRAGEM EM BLOCOS Procedimento executivo: Moldagem do bloco UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins AMOSTRAGEM EM BLOCOS Parafinagem do bloco.Preparação do bloco para parafinagem. 21/12/2017 10 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins AMOSTRAGEM EM BLOCOS Moldagem de corpos de provas para ensaios de laboratório Acondicionamento do bloco UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Coleta de amostras – Alto do reservatório para determinação de parâmetros de resistência – Estabilidade de talude 21/12/2017 11 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins AMOSTRADOR TIPO SHELBY UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins AMOSTRADOR TIPO “SPT” 21/12/2017 12 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TRADOS MANUAIS Processo simples, rápido e econômico para investigações preliminares nas camadas superficiais do solo. OBJETIVOS: • Classificação táctil-visual das camadas atravessadas; • Retirada de Amostra amolgada; • Definição de perfil geotécnico (tipo de solo, espessura da camada, profundidade d’água, anomalias); • Auxiliar na abertura do furo para execução de outros tipos de sondagens ou na instalação de equipamentos. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Trado Concha Trado Torcido Trado Helicoidal Tipos de trados manuais: Ótima : até 6m Boa : até 8m Profunda: até 12m Muito Profunda : até 15m Limitada a profundidade acima do Nível de Água 21/12/2017 13 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Trado UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins vantagens desvantagens • rápida e barata; • colhe um volume razoável de amostra, suficiente para a realização de ensaios de caracterização e compactação; • não exige equipamento nem mão de obra especializada. • Rasas. Geralmente inadequadas para projetos de fundações; • não colhe amostras indeformadas, permitindo somente a realização de ensaios onde a estrutura de amostras não precisa ser preservada; • não da idéia e nem oferece um índice de resistência, como no caso do SPT. 21/12/2017 14 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TRINCHEIRAS São valas longas com profundidade máxima de 2 metros, para uma investigação linear das primeiras camadas do terreno, em situações específicas. Objetivos: •Classificação táctil-visual das camadas atravessadas; •Retirada de amostra amolgada; •Obtenção do perfil geotécnico ao longo da escavação; •Inspeção de estruturas abaixo do nível do terreno •Equipamento: Escavadeiras. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Trincheiras 21/12/2017 15 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins POÇOS Escavações feitas no solo com a finalidade de retirada de amostras e inspeção direta do terreno ao longo da profundidade de estudo; Os poços de inspeção são executados em terrenos que permitam a sua escavação, sem escoramento, atingindo usualmente até 2,0m a 3,0m de profundidade; Objetivos: •Classificação táctil-visual das camadas atravessadas; •Retirada de amostra amolgada; •Retirada de amostras indeformadas de argilas médias, rijas e duras (bloco); •Obtenção do perfil geotécnico ao longo da escavação; UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Profundidade limitada pela presença de água ou desmoronamento das paredes. Diâmetro mínimo: 60cm 21/12/2017 16 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Sondagem à percussão (SPT) UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins SONDAGEM À PERCUSSÃO OU DE SIMPLES RECONHECIMENTO (SPT) SPT: •Sondagem mais empregada, rotineira e econômica no Brasil e no mundo. •Medida de resistência dinâmica (NSPT) conjugada a uma sondagem de simples reconhecimento. Objetivos: • Classificação táctil-visual do solo (perfil geotécnico). • Obtenção da resistência dinâmica (SPT). • Profundidade do nível d’água. • Interpretação dos resultados: correlações. 21/12/2017 17 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1) Tripé 2) Roldana 3) Cabo de aço / Corda 4) Revestimento 5) Sarilho 6) Trepano de Lavagem 9) Conj. Motor-Bomba Equipamento: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Detalhe do martelo (peso de 65kgf): VÍDEO 21/12/2017 18 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Procedimento: • Fazer o furo até 1 metro de profundidade utilizando o trado concha com diâmetro adequado (normalmente 2 ½”); • Introduzir o conjunto (amostrador + haste de percussão+ cabeça de bater) no furo; • Cravar o amostrador padrão 45 cm abaixo do fundo do furo, em três seguimentos de 15 cm; utilizando o martelo padrão de 65 kg caindo livremente de uma altura de 75cm; • Anotar o número de golpes necessários para cravação de cada segmento de 15cm; • Retirar o amostrador e recolher a amostra retida, acondicioná-la em recipiente adequado com respectiva etiqueta a qual deve conter os seguintes dados: local, número do furo, profundidade da amostra, número da amostra, classificação expedita, sondador, data; UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Procedimento: NBR 6484/80 1) Abertura do furo (55cm) 2) Cravação de 45 cm do amostrador padrão (queda do martelo a 75cm de altura) 3) Coleta de amostra 4) Índice de penetração: No golpes / cm 5) NSPT = No golpes / 30 cm finais Procedimento: 21/12/2017 19 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Abertura do furo: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Ensaio de Penetração: Marcação dos 45cm do amostrador: 21/12/2017 20 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Cravação do amostrador: Anotar o numero de golpes (cada 15cm) Resultado: Índice de resistência à penetração dinâmica (SPT -Standard Penetration Test) - soma do número de golpes necessários para cravar os 30cm finais do amostrador padrão UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Critério de Paralização NBR 6484/80 : a) quando em 3m sucessivos, se obtiver índices de penetração maiores do que 45/15 (quarenta e cinco golpes para os quinze primeiros cm de penetração); b) quando, em 4m sucessivos, forem obtidos índices de penetração entre 45/15 e 45/30 c) quando, em 5m sucessivos, forem obtidos índices de penetração entre 45/30 e 45/45. d) Caso a penetração seja nula em 5 impactos do martelo, o ensaio deverá ser interrompido, não havendo necessidade de obedecer o critério estabelecido acima. No entanto, se esta situação ocorrer antes de 8,0m de profundidade, a sondagem deverá ser deslocada até o mínimo de 4 vezes em posições diametralmente opostas, distantes 2,0m da sondagem inicial. 21/12/2017 21 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia LinsExame táctil-visual do solo escavado: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Etapas do ensaio: ABC Fundações 21/12/2017 22 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Relatório de sondagens: 1. Perfil de sondagem (Desenho A4) • Descrição das camadas • Cota superior do furo • Profundidades de coleta das amostras • Profundidade do NA • Resistência a penetração golpes/cm (30 cm final), ou NSPT 2. Locação dos furos 3. RN UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Perfil longitudinal: 21/12/2017 23 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Local – PE-18 (Silva, 2003) Análise resultados: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Fatores que influenciam no valor do NSPT: 1.Fatores ligados ao equipamento: •Forma, dimensões e estado de conservação do amostrador; •Peso e estado de conservação das hastes; •Martelo de bater e superfície de impacto fora de especificação; •Diâmetro do tubo de revestimento. 2.Fatores ligados a execução da sondagem: •Variação na energia de cravação (altura do martelo, atrito); •Procedimento de avanço da sondagem; •Má limpeza do furo; •Furo de diâmetro insuficiente a passagem do amostrador; •Excesso de lavagem para cravação do revestimento; •Erro na contagem do número de golpes. 21/12/2017 24 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Limitações: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Número de locação dos furos (NBR 6484/80): Terreno: 2 furos p/ 200 m2 3 furos p/ 200 – 400 m2 Área de projeção em planta: Até 1200 m2 : 1 p/ 200 m2 1200 – 2400m2: 1 p/ cada 400m2 que exceder de 1200m2 > 2400 m2 : critério particular Locação: Distribuir os furos ao longo do terreno para obter, da melhor forma possível, as variações do subsolo. 21/12/2017 25 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Aplicações dos resultados: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Tabela dos estados de compacidade e de consistência Correlação SPT e Resistência ao Cisalhamento dos Solos 21/12/2017 26 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Correlação entre NSPT e a tensão admissível para Solos Granulares Descrição N (SPT) Provável tensão admissível (kN/m2) (Compacidade) L = 0,75m * L = 1,50m * L = 3,0 m * Muito compacto > 50 > 600 > 500 > 450 Compacto 30 - 50 300 - 600 250 - 500 200 – 450 Med. Compacto 10 -30 100 - 300 50 - 250 50 – 200 Pouco compacto 5 - 10 50 - 100 < 50 < 50 Fofo < 5 a estudar * menor dimensão da fundação Fonte: (Milititsky & Schnaid, 1995) Correlação entre NSPT e a tensão admissível para Solos Coesivos Descrição N (SPT) Provável tensão admissível (kN/m2) (consistência) L = 0,75m * L = 1,5m * L = 3,0m * Dura > 30 500 450 400 Muito rija 15 - 30 250 - 500 200 - 450 150 – 400 Rija 8 - 15 125 - 250 100 - 200 75 – 150 Média 4 - 8 75 - 125 50 - 100 25 – 75 Mole 2 - 4 25 -75 <50 - Muito mole < 2 a estudar * menor dimensão da fundação Fonte: (Milititsky & Schnaid, 1995) a) Tensões admissíveis: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins SPT - T Segundo Décourt (1998) a sugestão de se medir o torque após a execução do Standard Penetration Test (SPT) foi feita por Ranzini (1988). Para este ensaio são necessários todos os equipamentos utilizados no ensaio SPT, com adição de alguns acessórios para medida de torque através do equipamento conhecido como torquímetro. Existem vários tipos de dispositivos de medição de torque, desde modelos exclusivamente mecânicos até modernos aparelhos com display eletrônico e ótimo desempenho. Como toda ferramenta de precisão, deve ser calibrada periodicamente Torquímetro montado. 21/12/2017 27 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins SPT - T O procedimento SPT-T (Standard Penetration Test with Torque Measurements) consiste em após a cravação do amostrador padrão conforme prevê a Norma Brasileira NBR 6484/2001, retirar-se a cabeça de bater e colocar o disco centralizador até este apoiar-se no tubo guia. Rosqueia-se na mesma luva, onde estava acoplada a cabeça de bater, o pino adaptador. Encaixa-se no pino uma chave soquete onde se acopla o torquímetro. Aplica-se à haste uma torção, medindo, por meio de um torquímetro usado como braço de alavanca e mantido na horizontal, o momento de torção máximo necessário à rotação do amostrador, para obter, assim, uma medida da resistência lateral. Na rotação que se aplica ao amostrador por meio de um torquímetro pode-se medir um torque máximo, que define a tensão de atrito lateral (fs máxima) e o torque residual, que define a tensão de atrito lateral mínima (fs residual) após o remodelamento da película de solo na interface com o amostrador. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Procedimento do ensaio: A medida do torque, quando solicitada, é efetuada ao término de cada ensaio de penetração SPT. Cravado os 45 cm do amostrador-padrão, retira-se a cabeça de bater e acopla-se o adaptador de torque, verificando-se a medida de torque máximo e torque residual através de um torquímetro, devidamente calibrado, medidos em Kgf.m. Aplicação do Ensaio SPT-T • Previsão da parcela de capacidade de carga por atrito lateral. • Identificação de solos colapsíveis. 21/12/2017 28 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1) Torquímetro 2) Pino Adaptador 3) Haste do amostrador 4) Centralizador 5) Tubo de revestimento 6) Bica Equipamento: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Torquímetro Elétrico 21/12/2017 29 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Medidas Obtidas: • Torque Máximo,Tmax (kN.m) • Torque Residual Define o torque necessário para superar a aderência do amostrador- padrão, quando cravado, com o solo que o envolve, a cada metro perfurado. Este índice pode ser convertido em valores de atritos laterais (máximos e residuais) peculiares ao solo. Vantagens: • A medida do torque não está sujeitas as fontes de erros do valor SPT (contagem do número de golpes, altura de queda, atrito das hastes, mau estado da sapata cortante, corda etc...). • Obtenção mais confiável da tensão de atrito lateral com pequeno custo adicional. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Limitações: • Causa torção das hastes e rompimento das luvas em solos com índices de resistência à penetração ou torque elevados; • Aplicável a solos com NSPT < 30 Fatores que Influenciam no resultado do SPT-T: • Estado de conservação das hastes, luvas e amostrador; • Velocidade de rotação do torquímetro deve ser constante; • Horizontalidade do torquímetro; • Erros de leitura / não zerar o torquímetro antes do ensaio. • Sensibilidade das leituras do torquímetro. 21/12/2017 30 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins SPT - T • Índice de torque (TR); é a relação entre o torque medido em kgf/m pelo valor N do SPT, descrito pela seguinte equação: O ensaio de SPT-T esta sendo utilizado em obras de médio e grande porte que utilizam fundações profundas de atrito lateral, ajudando a minimizar os erros grosseiros que podem acontecer no ensaio de SPT, ditos anteriormente. A partir do conhecimento das propriedades e parâmetros geotécnicos, dos solos da bacia sedimentar terciária do estado de S. Paulo, os autores admitiram que, a relação T/N é aproximadamente 1,2. A partir daí, Décourt (1996) propôs que se definisse a equivalência entre o SPT e o SPT-T, como sendo o valor do torque T (Kgf x m) dividido por 1,2, tendo por base o conceito de N equivalente (Neq.) Entretanto, deve-se frisar que, a sua utilização deverá ser feita com muita cautela UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Sondagem rotativa 21/12/2017 31 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA7 – Profª Cecilia Lins SONDAGEM ROTATIVA Necessária quando: •Encontra-se solos de alta resistência, blocos ou matacões de natureza rochosa no qual o SPT não é recomendável. •Quando o maciço rochoso aflora. Objetivos: • Obtenção do testemunho (amostra da rocha). • Atravessar camadas limitadas de rochas, blocos e matacões. • Determinar irregularidades (descontinuidades, fraturas, fendas). • Realização, no interior da perfuração, de ensaios “in situ” UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 14- Motor 18- Mangueira de pressão 19- Mangueira de sucção 20- Conjugado Motor-bomba 25- Revestimento 26- Sapata de revestimento 27- Coroa de revestimento 29- Haste de perfuração 30- Barrilete amostrador 32- Coroa diamantada 34- Solo 35- Rocha alterada 36- Rocha Equipamento: 21/12/2017 32 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins a) Sondas rotativas •Motor- Ligado a uma caixa de velocidade •Guincho - Tambor onde é enrolado um cabo de aço •Cabeçote de Perfuração - Faz girar a coluna de perfuração para o avanço do furo b) Hastes - Tubos de aço sem costura c) Barriletes - Tubos de aço destinados a receber testemunho de sondagem • Barriletes simples • Barrilete duplo rígido • Barrilete duplo giratório • Barriletes especiais UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Sonda rotativa manual - Camaragibe/PE: 21/12/2017 33 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins d) Coroas - Peça de aço com espaços para saída de água com uma matriz de aço para fixação dos diamantes. e) Revestimentos - Colocação dos revestimentos é indispensável quando as paredes do furo tendem a desabar, pondo em risco a coluna de perfuração que poderia ficar presa. f) Sistema de circulação de água - Assegura a refrigeração da coroa, a expulsão de fragmentos, a diminuição de fricção da coluna contra a parede UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 21/12/2017 34 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Coroas com diamantes cravados UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Procedimento do ensaio: • A sonda deve ser instalada e ancorada no terreno para se manter constante a pressão sobre a ferramenta de corte. • Acopla-se à sonda a composição (haste, barrilete, alargador e coroa) e antes desta ser acionada, põe-se em funcionamento a bomba. • Terminada a manobra de movimentos rotativos e de avanço na direção do furo, o barrilete é alçado do furo e os testemunhos são retirados e colocados em caixas especiais com separação e obedecendo à ordem de avanço. • Anota-se, no boletim de campo, profundidades do início, término das manobras e comprimento de testemunhos recuperados medidos. 21/12/2017 35 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Sonda rotativa manual - Camaragibe/PE: UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Apresentação dos resultados: Baseado na descrição dos testemunhos constrói-se um perfil individual do furo que traduz o perfil geológico do subsolo. A descrição dos testemunhos feita a cada manobra inclui: a) A classificação litológica - Baseada na gênese da formação geológica. b) Estudo de alteração das rochas para fins de engenharia - baseada nas seguintes características • Extremamente alterada ou decomposta • Muito alterada • Mediamente alterada • Pouco alterada • Sã ou quase sã 21/12/2017 36 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins c) Grau de fraturamento - dividindo-se o número de fragmentos recuperados em cada manobra pelo comprimento da manobra (metro). Nº Fraturas/ Metro 1 1---5 6---10 11---20 > 20 pedaços de diversos tamanhos caoticamente dispersosEm fragmentos Extremamente fraturada Rocha Ocasionalmente fraturada Muito fraturada Mediamente fraturada Pouco fraturada FONTE - Prospecção Geotécnica do Subsolo - Maria José C. Porto UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins RQD (Rock Quality Designation): Parâmetro que indica qualidade do meio rochoso. RQD = ( p/n) x 100 p = o comprimento das peças > 10cm; n = o comprimento da manobra de avanço da perfuração. RQD Qualidade do Maciço Rochoso Muito fraco Fraco 0 ---25% 25 ---50% Regular Bom Excelente90 ---100% 50 ---75% 75 ---90% Classificação da qualidade da rocha em função do RQD. 21/12/2017 37 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Determinação do RQD RQD QUALIDADE DA ROCHA < 25% Muito pobre 25 – 50% Pobre 50 – 75% Regular 75 – 90% Bom 90 – 100% Muito bom UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Sondagem mista 21/12/2017 38 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins SONDAGEM MISTA • É executada à percussão em todos os tipos de terreno penetráveis, e executada por meio de sonda rotativa nos materiais impenetráveis. • Combinação de equipamentos tradicionais de sondagens à percussão e rotativa. • Recomenda-se sua execução em terrenos com presença de blocos de rocha, matacões, lascas, etc.., sobrejacentes a camadas de solo. • O equipamento de percussão deverá ser provido de tubos de revestimento de grande diâmetro (mínimo Ø 4’’ a 6’’), a fim de permitir maior alcance para a perfuração. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins • Iniciam-se pelo método à percussão. • Ao ser atingido o impenetrável à percussão é preciso revestir o comprimento já sondado com o tubo de revestimento da rotativa. • Quando o novo revestimento atinge a profundidade impenetrável à percussão, a operação prossegue. Percebendo mudança de material interrompe- se a manobra e prossegue por percussão. Operação: 21/12/2017 39 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TIPO OBJETIVOS INFORMAÇÕES APLICAÇÕES POÇOS • Fornecem um exame das camadas do subsolo ao longo das paredes do poço. • Definir o perfil geotécnico do solo (com o nível de água). • Retirada de amostras amolgadas. • Retirada de amostras indeformadas (blocos). • Tem suas limitações em profundidade abaixo do nível de água, camada de pedregulho, areias muito compactas, ou argilas duras, camadas de areias puras profundidade limitada (10 a 15m). • Auxiliar em outros tipos de sondagens. TRINCHEIRAS • Obter uma exposição contínua do subsolo, ao longo da seção de uma encosta natural, áreas de empréstimos, locais de pedreiras, etc. • Classificação das camadas dos solos (com o nível da água) • Retirada de amostras amolgadas. • Inspeção de estruturas abaixo do nível do terreno. TRADO • Obter informações do perfil geotécnico. • Classificação das diferentes camadas (tátil-visual). • Posição do nível da água. SONDAGEM A PERCURSSÃO • Obter informações geotécnicas ao longo de um perfil. • Classificação tátil visual do solo (perfil geotécnico). • Obtenção da resistência dinâmica (SPT). • Possibilita a determinação da profundidade de ocorrência do lençol freático. • Coleta de amostra. • Em quase todo o tipo de construção. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TIPO OBJETIVOS INFORMAÇÕES APLICAÇÕES SONDAGENS ROTATIVAS • Atravessar camadas limitadas de • Rochas, blocos de rochas e natações. • Classificação de leitos rochosos (obtenção de testemunhos). • Determinar irregularidades. • Ensaio de perda de água em rocha. • Retirada de amostras indeformadas de argilas duras e rijas. • Classificação Citológica(baseada na gênese). • Estado de alterações das rochas para fins de engenharia. (Descrição do estado de alterações). • Grau de frateramento, RQD (Rock Quality Designation). • Em barragens, túneis, fundações sobre rochas, galerias, etc. MISTA • Combinação de sondagem apercussão e rotativa. • Combinação de sondagem a percussão e rotativa. • Em maciços com solos e rochas. SONDAGENS ESPECIAIS • Ensaios especiais em laboratório para a determinação das propriedades de permeabilidade, resistência e compressibilidade. • Propriedades dos solos. • Edifícios, estradas, barragens, túneis, galerias e obras de artes. 21/12/2017 40 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins MÉTODOS INDIRETOS DE PROSPECÇÃO UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Métodos Indiretos Geofísicos •Permitem determinar a distribuição, em profundidade, de parâmetros físicos dos maciços, tais como velocidade de propagação de ondas acústicas, resistividade elétrica, contrastes de densidade e campo magnético da Terra. •Não há necessidade de perfuração do maciço explorado. •Exploração do subsolo quando se quer informações mais gerais do local e de extensas áreas. 21/12/2017 41 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins MÉTODOS INDIRETOS (ENSAIOS GEOFÍSICOS) MÉTODOS GEOELÉTRICOS GEOFÍSICA APLICADA GRAVIMETRIA MAGNETOMETRIA MÉTODOS SÍSMICOS MÉTODOS POTENCIAIS MÉTODOS GEOTÉRMICOS Ensaios de campo que não alteram as propriedades físicas do material ensaiado; apresentam excelente relação custo/benefício, dado que possibilitam levantamentos de áreas extensas em curto período de tempo. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Métodos Indiretos Os principais métodos geofísicos utilizados na Geologia de Engenharia são: • Métodos Geoelétricos: eletrorresistividade, polarização induzida, potencial espontâneo, eletromagnéticos. • Métodos Sísmicos: refração, reflexão, ensaios entre furos, utilizados na superfície terrestre, e perfilagem sísmica contínua, sonografia e ecobatimetria, utilizados na investigação de áreas submersas. • Métodos Potenciais: magnetometria e gavimetria 21/12/2017 42 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1. Métodos Geoelétricos Métodos elétricos e eletromagnéticos; Envolve a detecção, na superfície dos terrenos, dos efeitos produzidos pelo fluxo de corrente elétrica em subsuperfície. É possível medir correntes elétricas, diferença de potencial e campos eletromagnéticos entre dois pontos na superfície. É papel do geofísico-intérprete elaborar a correlação destas propriedades com as características geológicas do material subjacente. Os equipamentos utilizados para as medidas são: Fonte de energia (baterias ou motores geradores), que alimenta uma unidade transmissora, conectada aos eletrodos de emissão ou de corrente (AB) ou às antenas no caso do radar, e uma unidade de recepção e registro de dados, conectada aos eletrodos MN, ou à antena de recepção no caso do radar. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1. Métodos Geoelétricos Os métodos geoelétricos são amplamente empregados para: • determinação da posição e geometria do topo rochoso; • identificação de zonas de falhas, zonas alteradas e/ou fraturadas, contatos litológicos, cavidades e diques; • caracterização de materiais impermeáveis e permeáveis, o que permite delimitar zonas potenciais de contaminação; • localização de corpos condutores (sulfetos maciços, grafita, água termais, etc.) e corpos resistentes (carvão, domos salinos, etc.); • identificação do N.A.; • identificação da direção e sentido do fluxo dos fluidos subsuperficiais. 21/12/2017 43 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1. Métodos Geoelétricos - ELETRORESISTIVIDADE Fundamenta−se no princípio de que diferentes materiais do subsolo possuem valores característicos diferentes de resistividade elétrica Diz respeito a dificuldade encontrada pela corrente elétrica para se propagar num meio qualquer. Muito empregado na definição ou mapeamento do lençol freático existente nas camadas permeáveis de alguns solos e rochas. A variação no valor da resistividade de solos e/ou rochas depende de: i. Porosidade; ii. Forma dos grãos; iii. Estrutura do subestrato rochoso; iv. Salinidade da água. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 1. Métodos Geoelétricos - ELETRORESISTIVIDADE 21/12/2017 44 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 2. Métodos Sísmicos Têm por objetivo estudar a distribuição em profundidade do parâmetro velocidade de propagação das ondas acústicas, que está intimamente relacionado com características físicas do meio geológico, tais como densidade, constantes elásticas, porosidade, composição mineralógica e química, conteúdo de água e tensão de confinamento. Sinais acústicos são emitidos na superfície e se propagam através das camadas geológicas, retornando à superfície ao sofrerem reflexão ou refração total nas interfaces, sendo captados por sensores denominados geofones (em terra) ou hidrofones (em água). Os principais métodos sísmicos utilizados na Geologia de Engenharia são: • na investigação terrestre: refração, reflexão e ensaios entre furos • na investigação de áreas submersas: perfilagem sísmica contínua, sonografia e ecobatimetria. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 2. Métodos Sísmicos – Sísmica de Refração Aplicação: •Espessuras e naturezas das camadas de solos sobre o embasamento rochoso; •Natureza, estado de sanidade e aspectos estruturais do embasamento; •Contato entre diferentes tipos de rochas; •Ninhos de blocos ou matacões mergulhados na capa de solo (tálus); •Identificação das camadas de materiais cascalhosos; •Presença de água subterrânea; •Presença de grandes espaços vazios nas rochas (fendas e / ou cavernas), principalmente em áreas cársticas (calcáreos ou rochas calcíferas). 21/12/2017 45 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins 2. Métodos Sísmicos – Sísmica de Refração UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins MÉTODOS INDIRETOS DE PROSPECÇÃO 21/12/2017 46 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TIPO OBJETIVOS INFORMAÇÕES APLICAÇÕES • Sísmicos • Geolétricos • Potenciais • Geotérmicos • Exploração do subsolo quando se quer informações mais gerais do local e se trata de extensas áreas. • Indica variações ou mudanças de camadas. • Irregularidade no subsolo. • Profundidade da superfície da rocha. • Barragens e Reservatórios • Túneis, Aeroportos, Rodovias. • Grandes conjuntos residenciais. • Outras com extensas áreas. MÉTODOS INDIRETOS DE PROSPECÇÃO UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins MÉTODOS SEMI - DIRETOS DE PROSPECÇÃO 21/12/2017 47 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Métodos Semidiretos • São aqueles que não permitem coleta de amostras e visualização do tipo de solo, sendo as características de comportamento mecânico, obtidas por meio de correlações com grandezas medidas na execução do ensaio. • Os métodos semidiretos são conhecidos como ensaios "in situ. O efeito da configuração geológica do terreno está presente nesses ensaios "in situ" permitindo uma medida mais realista das propriedades físicas do solo. • Dentre os ensaios "in situ" mais empregados no Brasil destacam−se o ensaio de penetração estática (CPT), o ensaio de “vane test” ou palheta e o ensaio pressiométrico. O ensaio de CPT e “vane test” têm por objetivo a determinação da resistência ao cisalhamento do solo, enquanto o ensaio pressiométro visa estabelecer uma espécie de curva tensão− deformação para o solo investigado. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Os métodos semidiretos foram desenvolvidos devido a dificuldade na execução de amostragem em alguns tipos de solos, como areias puras ou submersas, e argilas sensíveis de consistência muito mole. Têm a vantagem teórica de minimizar as perturbaçõescausadas pela variação do estado de tensões e distorções inevitáveis provocadas durante o processo de amostragem além de evitar choques e vibrações decorrentes do transporte e subseqüente manuseio das amostras. Além disso, o efeito da configuração geológica do terreno está presente nos ensaios in situ de modo que eles permitem uma medida mais realística das propriedades físicas de uma formação. Principais Ensaios realizados no Brasil: a)Ensaio de Palheta (Vane Test) b)Ensaio de Penetração Contínua (Deep Sounding) ou Ensaio de Cone Holandês (Cone Penetration Test-CPT) c)Ensaio Pressiométrico 21/12/2017 48 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins TIPO OBJETIVOS INFORMAÇÕES APLICAÇÕES ENSAIO DE PALHETA (VANE TEST) • Medir a Resistência não drenada ao cisalhamento dos solos puramente coesivos. • Resistência não Drenada. • Aterros • Barragens • Rodovias PENETRAÇÃO ESTÁTICA (DEEPSOUNDING) • Obtenção da resistência do solo, através de um cone padronizado, que é introduzido ao solo. • Tipo de solo – Consistência ou compacidade, resistência de ponta e lateral. • Edifícios • Conjuntos residenciais. ENSAIO PRESSIOMÉTRICO (MENARD). • Determinar “in situ” as características dos solos referentes à resistência e compressibilidade. • Módulo pressiométrico Limite de elasticidade do solo. • Nos casos de solos, nos quais as amostras indeformadas, não podem ser extraídas facilmente para os ensaios de laboratório. ENSAIO DE PERMEABILIDADE • Determinar “in situ” a permeabilidade das camadas do solo. • Permeabilidade do solo • Em projetos que envolvem grande volume de solos. Em solos arenosos. PROVA DE CARGA • Característica de compressibilidade do solo. • Curvas carga- recalque, coeficiente de recalque. • Pavimentos rígidos, vigas de fundações sobre base elástica, em plataformas offshore. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIO DE PALHETA (VANE TEST) OBJETIVOS: Medir a Resistência não drenada ao cisalhamento dos solos puramente coesivos. INFORMAÇÕES: Resistência não Drenada Su. APLICAÇÕES: Aterros, Barragens e Rodovias. 21/12/2017 49 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIOS DE PENETRAÇÃO ESTÁTICA - CONE (CPT) E PIEZOCONE Ensaio de penetração estática de um cone padronizado, que mede a resistência de ponta (qc), atrito lateral (c ) e a pressão neutra (). Origem: cone holandês, deepsounding => mecânico, manual piezocone ==> elétrico , mecanizada (qc, fs, ). UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins O “vane test” foi desenvolvido na Suécia, com o objetivo de medir a resistência ao cisalhamento não drenada de solos coesivos moles saturados. Hoje o ensaio é normalizado no Brasil pela ABNT (NBR 10905) O equipamento para realização do ensaio é constituído de uma palheta de aço, formada por quatro aletas finas retangulares, hastes, tubos de revestimentos, mesa, dispositivo de aplicação do momento torçor e acessórios para medida do momento e das deformações. ENSAIO DE PALHETA DE CAMPO – VANE TEST 21/12/2017 50 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Objetivos: •Obter Su e St •Estimativa do OCR •Estimativa do K0 •Ensaio realizado apenas em argilas saturadas de consistência mole a rija Problemas práticos: •Aterros e Fundações sobre Solos Médios / Moles •Estabilidade de Encostas Procedimento: Cravar a palheta e em medir o torque necessário para cisalhar o solo, segundo uma superfície cilíndrica de ruptura, que se desenvolve no entorno da palheta, quando se aplica ao aparelho um movimento de rotação. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIO DE CONE E PIEZOCONE (Ensaio de Penetração estática) Consiste na cravação de uma ponteira de aço instrumentada em forma de cone no solo, com velocidade padrão constante de 20mm/s, visando obter a estratigrafia do subsolo e alguns parâmetros geotécnicos. Não coleta amostras, porém permite definir o comportamento do material sob carregamento. Objetivo: •Registrar continuamente a resistência à penetração, fornecendo uma descrição detalhada da estratigrafia do subsolo. •Propriedades dos solos (especialmente de solos moles) •Capacidade de carga •Estratigrafia 21/12/2017 51 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins História: Desenvolvido na Holanda (década de 30) para investigar solos moles e estratos arenosos que apoiavam estacas; Bem difundido mundialmente pela qualidade de informações; Procedimento do ensaio: •cravação lenta e constante (estática ou quase-estática) de uma haste com ponta cônica instrumentada (60º de ápice e 10cm2 de área), com uma velocidade padrão constante de 20mm/s. qc resistência de ponta fs resistência por atrito lateral UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Equipamentos: 1.Cone Mecânico: as tensões são medidas por sistemas mecânicos (ou hidráulicos) na superfície •Medida na superfície; •Transferência mecânica pelas hastes dos esforços necessários para cravar a ponta cônica qc e o atrito lateral fs. 2.Cone Elétrico: •Células de carga instrumentadas eletricamente; •Medida de qc e fs diretamente na ponteira. 3.Piezocone: •Medidas elétricas de qc e fs; •Contínua monitoração de pressões neutras u geradas na cravação. 21/12/2017 52 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Medidas do ensaio: •Resistência de Ponta (qt ou qc) •Atrito Lateral (fs) •Pressão neutra (u) fs resistência por atrito lateral qc resistência de ponta UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Principais componentes do equipamento (Schnaid, 2000): elemento poroso conjunto de células de carga referentes à ponta cônica luva de atrito transdutor de pressão 21/12/2017 53 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins Detalhe da ponta cônica do equipamento: Ilustração da geometria típica do cone •Diâmetro da luva de atrito ≥ diâmetro do cone (sem exceder 0,35 mm); •Ângulo da ponteira: 60º; •Rugosidade da ponteira: < 0,001 mm. UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIO DE CONE E PIEZOCONE Esquema típico do ensaio de piezocone: 21/12/2017 54 UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIO DE CONE E PIEZOCONE VANTAGENS •Penetração rápida (~1m/min),isto é, curto tempo de ensaio; •Perfil estratigráfico contínuo (cada 2cm); •Ensaio padronizado (Norma Brasileira e Norma Americana) - confiável; •Alta precisão e repetibilidade; •Obtenção e processamento automático dos dados, isto é, sem interferência do operador; •Necessidade de apenas um operador; •Relação custo/benefício elevada; DESVANTAGENS •Não coleta amostras, como o SPT. •Necessidade de operador treinado; •Equipamento relativamente complexo; •Suporte técnico UFRPE UACSA GEOLOGIA – AULA 7 – Profª Cecilia Lins ENSAIO PRESSIOMÉTRICO (MENARD) OBJETIVOS: Determinar “in situ” as características dos solos referentes à resistência e compressibilidade INFORMAÇÕES: Módulo pressiométrico (Ep). Limite de elasticidade do solo. APLICAÇÕES: Nos casos de solos, nos quais as amostras indeformadas, não podem ser extraídas facilmente para os ensaios de laboratório.
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